PF nega pedido de acesso de Bolsonaro a inquérito de joias

Chefe da investigação justificou que processo corre em sigilo e que Bolsonaro ainda não consta como investigado para solicitar acessos ao caso

por Vitória Silva qua, 15/03/2023 - 14:57
Isac Nóbrega/PR Jair Bolsonaro, ex-presidente do Braisl Isac Nóbrega/PR

A Polícia Federal negou acesso do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao inquérito das joias de origem árabe. O processo da polícia em São Paulo apura a tentativa de entrada ilegal no Brasil de um pacote de joias presenteado pela Arábia Saudita. Na segunda-feira (13), a defesa de Bolsonaro pediu acesso aos autos da investigação e disse que estava "à disposição" das autoridades. 

“Trata-se de investigação que corre sob sigilo. O interessado não consta como investigado até o momento”, disse o delegado da PF Adalto Machado, chefe do inquérito, à defesa do ex-mandatário. 

Os advogados do ex-presidente também informaram que ele enviaria ao Tribunal de Contas da União (TCU), como fiel depositário, o segundo pacote de joias, que teria entrado no Brasil sem ser declarado, segundo a Receita Federal. 

“Requer-se, finalmente, que em se confirmando a existência de inquérito policial ou procedimento assemelhado nesta Delegacia, seja informada a numeração dos autos, bem como dado imediato e integral acesso aos patronos do peticionário a seu conteúdo, inclusive a eventuais diligências ainda não colacionadas aos autos, bem como autorizada a extração de cópias de eventuais documentos físicos acostados ou na pendência de serem”, dizia a petição assinada pelos advogados Paulo Cunha Bueno e Daniel Tesser. 

As peças foram apreendidas no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Estavam na mochila de um assessor do então ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia), que integrou a comitiva do governo federal no Oriente Médio, em outubro de 2021.  Uma reportagem do jornal O Estado de S.Paulo revelou que o antigo governo tentou trazer joias ao Brasil sem declará-las à Receita. As peças, avaliadas em R$ 16,5 milhões, seriam um presente do governo da Arábia Saudita para a então primeira-dama Michelle Bolsonaro. 

O conjunto era composto por colar, anel, relógio e brincos de diamante com um certificado de autenticidade da Chopard, marca suíça de acessórios de luxo. 

 

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