Deputados querem que Dino se explique sobre ida à Maré

A ala bolsonarista que integra a Comissão de Segurança Pública convocou o ministro para esclarecimentos

qui, 16/03/2023 - 09:08
Marcelo Camargo/ Agência Brasil Flávio Dino, atual ministro da Justiça e Segurança Pública Marcelo Camargo/ Agência Brasil

A presença do ministro da Segurança Flávio Dino em um evento na favela Nova Holanda, no Complexo da Maré, nessa segunda-feira (13), deixou deputados da direita revoltados. A oposição criticou a entrada na comunidade sem escolta e convocou o gestor para se explicar à Comissão de Segurança Pública, na Câmara. 

A comitiva do ministro chegou ao local em dois veículos oficiais, mas sem nenhuma viatura caracterizada. Dino foi convidado a participar do lançamento dos dados sobre os impactos da violência na Maré em 2022 e ouviu de lideranças da região as principais demandas relacionadas à segurança da comunidade. 

Em sua fala no evento, o gestor ressaltou que “só é possível planejar e executar ações boas e corretas ouvindo as pessoas certas” e comentou sobre a importância de acompanhar os casos de violência para traçar propostas de enfrentamento. “Nós acreditamos que esse boletim é um elemento importante, uma espécie de mapa do caminho que vai nos ajudar a combater a violência no Brasil e implantar uma cultura plena da paz”, reiterou. 

Deputados cariocas do partido de Bolsonaro, como Hélio Lopes, Carlos Jordy e o filho Eduardo encabeçam o requerimento junto com Otoni de Paula (MDB-RJ) para cobrar as explicações do ministro na Câmara. O núcleo de conservador não apresentou provas, mas apontou uma possível relação entre o atual governo federal e o crime organizado. A convocação foi protocolada e aguarda aprovação.  

Flávio Dino rebateu os deputados e publicou uma foto do encontro. Ele indicou certo preconceito com a comunidade e afirmou que a extrema-direita odeia lugares onde moram pessoas pobres.

"Soube que representantes da extrema-direita reiteraram seu ódio a lugares onde moram os mais pobres. Essa gente sem decoro não vai me impedir de ouvir a voz de quem mais precisa do Estado. Não tenho medo de gritos de milicianos nem de milicianinhos", escreveu o ministro. 

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