Cid Gomes incita presidente do BC a pedir demissão

O senador também parlamentar criticou a taxa de juros e entregou a Campos Neto um boné com a logomarca do banco Santander

por Guilherme Gusmão ter, 25/04/2023 - 17:58
Pedro França/Agência Senado O senador Cid Gomes fazendo cálculo Pedro França/Agência Senado

O senador pelo estado do Ceará, Cid Gomes (PDT) criticou nesta terça-feira (25), a atuação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, durante audiência da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

O parlamentar pediu para que o atual dirigente da instituição renunciasse ao cargo, e também entregou um boné do Santander ao gestor, que atuou como membro do conselho executivo do banco no país até 2018.  Cid disse que Campos Neto tem ligação com o ex-mandatário Jair Bolsonaro (PL). "A política, por mais que o senhor não deseje, está presente nessas questões. O senhor fez manifestações públicas em defesa do presidente Bolsonaro, vestindo camisinha amarela, declaração pública e notória", afirmou.

Nas eleições do ano passado, o gestor do BC votou em um colégio do estado de São Paulo usando uma camisa da seleção brasileira, um dos símbolos adotados por apoiadores do bolsonarismo ao longo dos últimos anos.

Em seguida, o parlamentar criticou a taxa de juros e entregou a Campos Neto um boné com a logomarca do banco Santander. “Com todo respeito, presidente, me perdoe, mas, nessa hora, eu queria lhe fazer uma sugestão. Pegue seu bonezinho e peça para sair”, disse o senador.

Cid Gomes ainda chegou a utilizar um quadro e giz para criticar a taxa básica, a Selic. “A inflação do Brasil em 2022 foi de 5,8%. A nossa taxa de juro terminou o ano com 13,75%”, disse. “Sabe onde é que vai incidir esses 13,75%? Na nossa dívida. Na dívida do governo federal que, em março, [tinha] R$ 7,3 trilhões”, completou.

A declaração de Cid Gomes foi feita durante audiência para discutir a meta de inflação e a taxa de juros praticada pelo BC. O índice é alvo de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de governistas. O Economista não respondeu as acusações do senador.

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