Aras diz que Lava Jato deixou 'legado maldito'
Augusto Aras, que busca permanecer no comando da PGR, disse que o 'modus operandi' da Lava Jato ceifa vidas e afronta a soberania nacional
Ainda nutrindo esperança de ser o escolhido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para permanecer no cargo de procurador-geral da República por mais dois anos, Augusto Aras se manifestou ontem sobre a Operação Lava Jato da forma que melhor agrada ao petista e aliados. Aras escreveu em suas redes sociais que operação, que condenou e prendeu Lula por 580 dias, deixou um "verdadeiro legado maldito".
Ele disse ser alvo, nos últimos quatro anos, de "um forte corporativismo apoiado pelas fake news divulgadas pela imprensa desviada que confundiram Justiça com vingança". No dia 6, o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, anulou as provas do acordo de leniência da Odebrecht e classificou a prisão de Lula como "um dos maiores erros judiciários da história", "uma armação".
"Fui acusado de destruir a Lava Jato, quando apenas institucionalizei e despersonalizei o Ministério Público", disse Aras, que deu fim à operação, extinguindo as forças-tarefa em Curitiba e no Rio. "Hoje a sociedade enxerga seu verdadeiro legado maldito, seu 'modus operandi' que ceifa vidas, a política, a economia e afronta a soberania nacional." E concluiu: "Temos o dever de cumprir a Constituição, rasgada por poucos e ruidosos membros do sistema de Justiça."