Lula já substituiu três mulheres por homens do Centrão

Substituições de mulheres por homens indicados por partidos do Centrão expõe redução da representatividade feminina na gestão Lula

qua, 25/10/2023 - 18:18
Antônio Cruz/Agência Brasil Presidente Lula e Rita Serrano Antônio Cruz/Agência Brasil

Com a demissão de Rita Serrano do comando da Caixa Econômica, em reunião nesta quarta-feira (25), a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dispensou, até o momento, três mulheres em cargos públicos de liderança de primeiro escalão para acomodar homens indicados por partidos do Centrão.

Para a vaga de Rita, o líder petista vai nomear Carlos Antônio Fernandes, indicado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). A decisão de hoje foi tomada após meses de pressão de Lira e de outros líderes do Centrão, que miravam o comando do banco público.

Fernandes é funcionário de carreira do banco, atuou como ministro interino das Cidades e Integração, na gestão Dilma Rousseff (PT), e em cargo de chefia do banco público do DF (BRB).

Além disso, ele é ligado ao deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), com quem trabalhou em 2012 no Ministério da Integração Nacional.

 Ministérios entregues ao Centrão

Não é a primeira vez que Lula substitui mulheres por um homens indicados pelo Centrão. A primeira demissão no time feminino foi a da então ministra do Turismo Daniela Carneiro, após desentendimentos dela com o seu antigo partido, o União Brasil. Quem assumiu o cargo foi o deputado federal Celso Sabino, amigo próximo de Arthur Lira.

Mesmo fazendo parte da gestão, Sabino já se mostrou como um nome de oposição ao presidente em determinados momentos. Em 2016, ele criticou a nomeação de Lula para a Casa Civil do governo da então presidente Dilma Rousseff (PT). Já em 2022, apoiou a reeleição do ex-mandatário Jair Bolsonaro (PL), derrotado no segundo turno pelo líder petista.

Depois da demissão de Daniela, veio o desligamento da então ministra do Esporte, Ana Moser, no mês de setembro. No cargo dela, entrou o deputado federal André Fufuca (PP-MA), também apadrinhado por Lira.

A substituição gerou polêmica, já que Fufuca abasteceu com recursos de uma emenda parlamentar de sua autoria uma empresa fantasma envolvida em um grande esquema de desvio de verbas federais.

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