Tópicos | 400 anos

Começou na segunda-feira (12) a 29ª Semana do Japão na Associação Pan-Amazônia Nipo-Brasileira (Apanb). O evento tem o propósito de integrar a comunidade local e fortalecer os laços de amizade entre Brasil e Japão. A programação contará com apresentações de músicas, danças, minicursos e oficinas. As atrações vão até o próximo sábado (17).

O governo do Pará, através da Lei 7.319, de 15 de outubro de 2009, instituiu o dia 16 de setembro como "Dia da Imigração Japonesa no Pará" e a Prefeitura Municipal de Belém, através da LEI nº 8.758 de 21 de junho de 2010, instituiu o mesmo dia como “Dia Municipal do Imigrante Japonês”, sancionando a seguinte Lei: Art.1º Fica instituído no Município de Belém o Dia Municipal do Imigrante Japonês, a comemorar no dia 16 de setembro de cada ano, data de chegada dos imigrantes japoneses ao solo paraense em 1929.

##RECOMENDA##

Este ano, o evento será comemorativo aos 400 anos de Belém, com integração e intercâmbio cultural por meio das apresentações artísticas de danças regionais, desde o carimbó paraense ao tradicional bon-odori japonês. No decorrer da semana japonesa serão oferecidos minicursos e oficinais de origami, ikebana, soroban, koto, shuji, culinária japonesa, dança folclórica japonesa, Festival de Bon-Odori e iguarias da culinária nipônica típica, além das exposições de artes e de artigos da cultura japonesa. O espaço é todo ornamentado e decorado com luminárias e flores de cerejeiras confeccionadas por voluntários.

As novidades para este ano são as apresentações de Yume e a exibições de Yukata (traje informal de verão) e da moda Lolita. E, para finalizar o evento, está prevista uma cerimônia comemorativa de Matsuri,  que é uma grande festa com shows, desfiles, exposições e vendas de produtos e comidas típicas japonesas.

Programação

ABERTURA: Cerimônia Solene 16/09/2016

- Apresentação / Mestre de Cerimônia: KENDI YAMAI

- Atrações:

Koto

Artes Marciais

Yosakoi Soran

Dança Japonesa

Taiko

Festival MATSURI (17/09/2016)

Desfile de Dança Japonesa, Artes Marciais, Cosplay e Banda Kotekitai

(Tv. 14 de Abril)

Bon-Odori

Sorteio

Exposições   (16 e 17/09/2016)

Ikebana, Origami e Shuji

Demonstração de Kitsuke Yukata e moda Lolita

Demonstração de Yume Maid Café

Vendas de comidas típicas e iguarias das Províncias do Japão no Pará e produtos diversos

Minicursos e oficinas

OFICINA DE ARTE CULINÁRIA

De 12 e 13 de setembro – 14h às 16h ministrante: Associação das Senhoras Nipo-Brasileira da Amazônia / 19h às 21h ministrante: Restaurante Hakata

Taxa de inscrição – R$ 120,00 por dia

OFICINA DE DANÇA FOLCLÓRICA JAPONESA

Conhecida como Bon-Odori, esta dança especial faz parte de um período de homenagens correspondente ao dia de finados ocidental.

De 12 a 15 de setembro – 17h às 18h

Taxa de inscrição: R$ 10,00

OFICINA DE IKEBANA

Voltada, atualmente, para a decoração de interiores ou praticado como um agradável passatempo, a arte do Ikebana emprega materiais naturais, possuindo inúmeros estilos e formas mundo afora.

De 13 e 14 de setembro – 16h às 17h

Taxa de inscrição – R$ 70,00

MINICURSO DE KOTO

Correspondente a uma espécie de cítara japonesa, o Koto é um instrumento musical de 13 cordas tradicional no Japão

De 12 a 14 de setembro – 10h às 11h30   e   14h – 15h30

Taxa de inscrição: R$ 15,00

OFICINA DE ORIGAMI

A prática como uma simples folha de papel pode se transformar, através de dobras, nas mais variadas e fantásticas figuras, como flores, animais, objetos e muito mais.

De 12 a 14 de setembro – 18h às 19h30

Taxa de inscrição: R$ 20,00

OFICINA DE SHUJI

A arte caligráfica japonesa, o shuji, é feito com pincel e tinta especial, e constitui-se simplesmente na principal arte do Oriente e num mecanismo de grande importância para a compreensão da cultura japonesa..

De 12 a 14 de setembro – 14h às 15h30h

Taxa de inscrição: R$ 15,00

OFICINA DE TAIKO

O Taiko é um instrumento de percussão japonesa que surgiu há mais de 2000 anos, é necessária força física, mental e espiritual, bem como disciplina, rigor, força de vontade, energia, união e harmonia.

De 12 a 14 de setembro – 14h às 15h30h

Taxa de inscrição: R$ 15,00

OFICINA DE SOROBAN

Conhecido como o ábaco japonês, o Soroban é a arte do raciocínio matemático japonês na qual permite que os alunos façam cálculos mentais com mais agilidade do que com o auxilio de uma calculadora.

De 12 a 14 de setembro – 18h30 às 20h

Taxa de inscrição: R$ 15,00

PALESTRA

Bolsa de Estudos oferecidos pelo Governo do Japão e pela JICA

Dia 15 de setembro às 19:00h

O Programa de Bolsas de Estudos e Treinamento para Nikkeis da JICA tem como objetivo, através de treinamento técnico para os descendentes japoneses da América Latina, contribuir para a formação de profissionais capazes de liderar a comunidade de seus respectivos países, que desejam adquirir habilidades técnicas ou conhecimentos necessários ao desenvolvimento profissional e a consequente melhoria da região a que pertencem.

Por Biatriz Mendes.

A Espanha comemora esta semana o quarto centenário da morte de seu escritor mais conhecido, Miguel de Cervantes, com várias cerimônias e eventos previstos.

O autor de "Dom Quixote de la Mancha" morreu em 22 de abril de 1616, em Madri, mas a data sempre foi lembrada no dia 23, quando foi enterrado, para que coincidisse com a morte de seu colega britânico e também mestre literário William Shakespeare.

##RECOMENDA##

Personagem extravagante - sobreviveu a uma batalha naval, foi capturado por piratas, ficou cinco anos em cativeiro em Argel e passou vários períodos na prisão -, Cervantes é considerado o pai do romance moderno por "Dom Quixote", um dos livros mais lidos e traduzidos do mundo.

A obra conseguiu um êxito imediato desde sua publicação em 1605. O retrato de um herói imperfeito como qualquer outro homem revolucionou a literatura na época.

Desde então, inspirou autores como Jane Austen, Fiódor Dostoyevski, Gustave Flaubert e Mark Twain.

"A obra de Cervantes é uma obra universal porque não está circunscrita a uma época e a um país, e sim fala de sentimentos. É uma obra muito atual", afirma Javier Rodríguez Palacios, prefeito da localidade natal de Cervantes, Alcalá de Henares, perto de Madri.

A principal homenagem acontecerá no sábado, quando os reis Felipe e Letizia e o chefe de Governo Mariano Rajoy viajarão à Alcalá de Henares para a entrega anual do Prêmio Miguel de Cervantes, que coroa a trajetória literária dos escritores em língua espanhola.

Outras cidades do país também comemorarão a data, como Toledo, capital da árida região central de Castilla-la Mancha, e donde procede Dom Quixote e onde transcorre boa parte do romance.

Lá será inaugurada uma estátua gigante do herói de Cervantes feita de marzipã, um dos produtos típicos da região.

Apesar dos vários eventos programados, inúmeros acadêmicos e artistas expressaram sua frustração pela falta de entusiasmo por parte do governo em comemorar o maior escritor espanhol da história, especialmente em comparação com as celebrações britânicas pelo aniversário da morte de Shakespeare.

O programa oficial, segundo eles, foi elaborado tardia e escassamente.

Em seus 400 anos, a Cidade das Mangueiras ganhou um presente especial na última semana, entre os dias 15 e 18: alunos da Escola Estadual Justo Chermont montaram a exposição "Belém por mim - diálogo entre amores, afetos e histórias", idealizada pelo professor de Artes Nilton Damasceno, que apresentou o olhar, a comida e a arte da capital paraense. 

Nas imagens que compõem o acervo está o olhar dos alunos sobre os principais cartões-postais e problemas estruturais da cidade, como, por exemplo, a sujeira, o patrimônio histórico deteriorado, a poluição visual, entre outros. As imagens, 300 no total, espalhadas pelo hall da escola, foram feitas com recursos dos próprios estudantes. "Algo bastante conversado com os alunos foi que a exposição seria feita a partir da realidade deles. Não precisava contratar fotógrafos, nem comprar câmeras, pois as imagens seriam feitas por eles e a partir do que eles tinham", contou Arlene Barros, técnica da escola, em entrevista ao portal LeiaJá. 

##RECOMENDA##

Houve, também, a distribuição de comidas típicas e a dramatização da obra de Anderson Medeiros, “A Lenda da Chuva Vespertina”, pelos alunos do ensino fundamental. As professoras Márcia Cavalcante e Joseana Rego ficaram responsáveis pela adaptação. "Os meninos apresentaram muito bem, além de mostrar o calor de Belém, o que se faz para amenizar o calor e o motivo de tomarmos tacacá toda tarde, apesar das altas temperaturas", disse Arlene. 

[@#galeria#@]

A festa em Belém começou cedo. Durante toda a manhã desta terça-feira (12), centenas de paraenses se reuniram em volta da mesa em que estava o bolo de 100 metros feito especialmente para o aniversário de 400 anos da capital, no Ver-o-Peso. Todos queriam uma fatia do bolo gigante que foi produzido por vários profissionais, divididos entre padeiros e confeiteiros.

A universitária Pamela Oliveira disse que pela segunda vez acompanhou a festa do aniversário de Belém. “Vim ano passado, mas não consegui pegar uma fatia do bolo. Esse ano cheguei mais cedo e estou saindo satisfeita com a fatia do bolo que ganhei”, contou.

##RECOMENDA##

Os paraenses lotaram o entorno da feira do Ver-o-Peso, onde aconteciam diversas ações promovidas pela prefeitura de Belém. A comerciante Mariza Garcia, que é natural de Curuçá, nordeste paraense, disse que ficou impressionada com a quantidade de pessoas que a comemoração pelo aniversário da cidade reuniu. “Nunca imaginei que a festa iria atrair tantas pessoas. É muito bom saber que o povo paraense se uniu para comemorar essa data tão importante para nossa cidade”, afirmou.

A capital paraense segue o padrão econômico de centros urbanos brasileiros. Sobrevive principalmente do setor terciário, e sua economia é mantida pelo comércio e serviços, com alto grau de informalidade. Para a educadora Rubenita Gaspar, a situação em que Belém se encontra é lamentável porque a cidade se tornou muito atrasada, se comparada com outras capitais. “A capital paraense parou no tempo, e isso é consequência das sucessivas gestões ruins”, disse.

Rubenita acrescentou que a comemoração dos 400 anos da cidade é muito importante, mas se deve lembrar dos problemas enfrentados pelos paraenses. “É necessário que haja uma melhor gestão dos recursos públicos, porque quem sofre com as consequências da má administração é a população”, afirmou. 

Durante a festa de comemoração do aniversário de 400 anos de Belém, na manhã desta terça-feira (12), além do bolo de 100 metros e muita música, também houve alguns protestos e marchas. As reivindicações eram diversas, entre elas uma que destacava o reconhecimento da religião afro.

Desde que grupos africanos vieram para o Brasil na condição de escravos, as religiões afro-brasileiras foram recriadas a partir de fragmentos de práticas religiosas e de sistemas de crenças desses povos. Luana Medeiros, umbandista, participante da marcha “Atitude Afro”, diz que durante muitos anos a cultura afro foi ignorada pelas pessoas. “Nós esperamos que durante e após o movimento consigamos que as pessoas procurem conhecer mais a cultura afro e sua religiosidade, para que possam compreender sem discriminar”, declarou.

##RECOMENDA##

A cultura afro existe desde o nascimento do Brasil. Porém, de acordo com Luana, não é reconhecida e foi suprimida pela história. A partir de um estudo feito pela professora de ciências sociais Marilu Campelo, no ano de 2013, existiam aproximandamente 1.089 terreiros na Região Metropolitana de Belém, que podem ser de umbanda, candomblé ou mina. Na capital, estão cerca de 60%.

“Dentro dos 400 anos de Belém, durante as comemorações, nós, afro-religiosos, não fomos reconhecidos dentro desse evento, ou seja, como se nós não existissemos, como se em Belém não existisse afro-religioso”, falou Luana. Segundo a umbandista, o protesto no dia do aniversário de Belém, foi propositalmente feito para que essas religiões tivessem visibilidade. “Mostrar que nós existimos sim, temos vez, temos voz e sabemos os nossos direitos”, exclamou.

Muitos cartazes com frases sobre igualdade racial, liberdade de escolha de religião, entre outros, foram expostos ao longo da  marcha, que foi realizada na avenida Marechal Hermes, com início no primeiro portão da Estação das Docas e fim no Mercado de Ferro do complexo do Ver-o-Peso, no centro de Belém.

[@#galeria#@]

A manhã desta terça-feira (12) foi marcada pela festa no Ver-o-Peso que comemorava os 400 anos de Belém. Milhares de pessoas se reuniram para dançar e aproveitar a feira cidadã do ProPaz Belém, que disponibilizava a retirada de documentos, consultas médicas e ainda a possibilidade de cortar os cabelos.

A parte mais esperada da manhã, porém, era o famoso corte do bolo de aniversário da cidade. Com 100 metros de comprimento e cobertura de marshmallow, as pessoas se espremiam para chegar mais perto. Tudo para conseguir um pedacinho. Todos esperavam o prefeito Zenaldo Coutinho e o governador Simão Jatene para cortar o primeiro pedaço do bolo.

##RECOMENDA##

No discurso, o prefeito ressaltou as obras de revitalização que serão feitas no mercado do Ver-o-Peso, maior feira a céu aberto da América Latina. “Nós ouvimos feirante por feirante, e fizemos um projeto para atender a necessidade de todos”, afirmou Zenaldo. Durante o discurso, várias pessoas vaiaram o prefeito. “Infelizmente por causa da crise nacional, os recursos estão sendo limitados ou reduzidos, até hoje não tivemos a liberação”, disse. Um coro gritou “mentira!” quando Zenaldo comentou sobre a recuperação do mercado de carne e a recente entrega da recuperação do mercado de peixe. O prefeito e o governador assinaram um documento que aprova tal revitalização na feira.

Simão Jatene fez um discurso que exaltava o povo, a história e a cultura paraenses. Segundo ele, a população do Pará será a grande beneficiária do convênio assinado por ele e por Zenaldo. Serão R$ 34 milhões disponibilizados para a obra, que ainda precisa da liberação do Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan). “Governador não tem dinheiro. Esse é um presente do povo do Pará a essa cidade que tem uma bela história”, afirmou o governador. Ele também foi vaiado pela população.

Logo após os discursos, o corte do bolo foi feito e as pessoas puderam comer um pedaço. Muitas, até mesmo, levaram trigo para casa. Algumas faixas de protesto podiam ser vistas ao longo da via que havia sido fechada para carro desde a noite do dia anterior. A festa – e o bolo – terminou por volta das 11h30.

[@#galeria#@]

 

 

Belém guarda em suas ruas preciosidades da Belle Époque, período de fausto proporcionado pela exploração da borracha. Entre essas joias está o Mercado de Carne, localizado no Complexo do Ver-o-Peso, no Boulevard Castilhos França.

Construído em 1867, com vigas de madeira de lei, foi reformado em 1908 pelo engenheiro e arquiteto Francisco Bolonha.

##RECOMENDA##

Bolonha, que assinou várias construções na capital paraense, criou uma nova estrutura, de ferro, que é utilizada até hoje.

Além de vendedores de carne, o mercado secular abriga lojas de artesanato e restaurantes. Conheça mais sobre este capítulo dos 400 anos de Belém na reportagem especial abaixo: 

[@#video#@]

De pequeno povoado com traços coloniais encravado no meio da floresta amazônica, Belém começou a crescer rapidamente a partir dos anos 70 e atualmente é o centro da maior região metropolitana do Norte do País. Mesmo no burburinho do comércio e do trânsito complicado é possível desacelerar e observar detalhes do cotidiano que encantam quem visita a cidade e também quem a tem como lar. Aos 400 anos, Belém tem uma face cosmopolita, mas sem perder o olhar bucólico. Confira na galeria abaixo imagens do dia a dia do Portal da Amazônia: 

[@#galeria#@]

##RECOMENDA##

A cidade de Belém completa hoje 400 anos. Conhecida como metrópole da Amazônia, a capital paraense esbanja encantos, mas ainda enfrenta problemas urbanos que se arrastam por seguidas administrações públicas municipais.

Referida como a “cidade das mangueiras”, por ter exuberantes árvores que fazem parte da sua beleza natural, Belém preserva túneis verdes em suas áreas centrais que são importantes atrações turísticas. “Todos os turistas que vêm até Belém se encantam com isso, porque é um diferencial da nossa cidade, você não encontra esse tipo de situação em outros lugares”, afirma a professora de arquitetura e urbanismo Alice Rosas.

##RECOMENDA##

Mas nem tudo é perfeito. A ocupação desordenada da cidade prejudica vários aspectos da vida em sociedade. Um exemplo disso é a falta de calçadas e espaços arborizados em alguns bairros da cidade. Ocupam-se quase 100% dos terrenos. Espaço de recuo para passagens de pedestres, por exemplo, se torna impossível de ser implantado. Quem perde com isso? A população como um todo. “Dos bairros de Nazaré até o Marco, Pedreira, é onde encontramos em Belém uma melhor qualidade de infraestrutura. Avenidas largas, calçadas largas, arborização. Além dessas áreas não tem mais”, diz Alice. 

O metro quadrado do solo em Belém é muito caro. E isso, segundo a professora, inviabiliza a construção de casas populares de programas governamentais. Então é preciso procurar outras maneiras de favorecer a população. “Você tem que fazer o melhoramento de moradias, porque as pessoas já ocupam o espaço. Elas só precisam ser ordenadas, organizadas dentro daquele espaço”, afirma.

A segurança, além disso, é uma questão preocupante em Belém. As ondas de assalto, sequestros relâmpagos e até roubo seguido de morte fazem com que algumas áreas da cidade sejam evitadas. De acordo com Alice, “até quem mora em condomínio fechado já não tem mais segurança, apenas do portão para dentro”.

Belém ainda é uma cidade cercada de canais, que são uma herança dos aterros feitos nos igarapés da cidade. Segundo a arquiteta, as cidades que consideraram manter os cursos d’água naturais possuem uma qualidade de vida muito melhor que a da capital paraense. Isso faz com que o processo de desenvolvimento da cidade se torne muito caro. “Você tem que drenar toda a cidade para que ela seja ocupada. Hoje em dia essa é a maior dificuldade que Belém enfrenta”, diz Alice. 

Uma das principais necessidades hoje é a questão da mobilidade urbana. A cidade já está no limite da mobilidade, com o tráfego muito congestionado. Um projeto que trará bicicletas comunitárias será implantado na cidade, assim como ocorre em outras capitais, como o Rio de Janeiro. Mas, para a professora, apesar desse projeto ser interessante – e importante – outras questões precisam ser levadas em conta. “Quando falamos em infraestrutura, não é gastar muito dinheiro construindo ciclovias, mas, pelo menos, sinalizar as ruas e conscientizar as pessoas que o pedestre e o ciclista têm prioridade.”

O que de mais valioso a população tem é o patrimônio histórico-cultural da cidade. Para Alice, “a cultura de Belém é bem consolidada. O patrimônio histórico é diferenciado. Temos monumentos impressionantes, como o Theatro da Paz e o Ver-O-Peso. O centro histórico da cidade é um dos maiores do Brasil”. Há aqui, para a professora, um acervo muito rico que está sendo perdido. “Uma cidade que completa 400 anos precisa ter uma história bem consolidada, ela tem que contar essa história, o que aconteceu dentro desses anos. E o que conta essa história, o que reforça a base da sociedade é o patrimônio arquitetônico, ou seja, o espaço, o modo de vida e o seu patrimônio cultural”, afirma.

Nesses 400 anos, alerta a especialista, é interessante congregar a sociedade para repensar o que ela está fazendo com a cidade, principalmente o que quer que Belém seja nos próximos anos. “A cidade já tem um passado com coisas positivas e negativas, deixou um legado para a sociedade com relação à cultura, e precisamos decidir o que faremos com isso no futuro”, concluiu Alice.

Por Mirelly Pires e Julyanne Forte.


 

 

Conhecido como o maior mercado e feira ao ar livre da América Latina, o Ver-o-Peso abriga uma grande história da capital paraense que completa 400 anos nesta terça-feira (12). Durante as comemorações do aniversário da cidade, uma diversificada programação de shows vai animar moradores e turistas da capital paraense. O Portal da Amazônia será palco de apresentações de artistas locais nos dias 11 e 12, a partir das 19 horas. A programação é gratuita.

A construção do Mercado de Ferro, como foi chamado inicialmente o Mercado Ver-o-Peso, foi autorizada pela lei municipal nº 173, de 30 de dezembro de 1897. A história do Ver-o-Peso está diretamente ligada à da cidade de Belém, pois foi a partir da inauguração do mercado e da comercialização de produtos regionais que a cidade de Belém começou a se desenvolver.  

##RECOMENDA##

Em entrevista ao Portal Leia Já, a vendedora de castanha-do-Pará Marcilene Farias contou que a programação para o aniversário de Belém vai ajudar nas vendas. “Por causa da crise o movimento de compras aqui no mercado está bem fraco. Acredito que essa programação que foi organizada vai contribuir bastante com nosso trabalho”, disse.

[@#video#@]

Localizado no centro comercial de Belém, o Ver-o-Peso é reconhecido como patrimônio histórico e ao longo do tempo sofreu várias modificações. Para o artesão Jones Medeiros, que trabalha há cinco anos no mercado, hoje o Ver-o-Peso se encontra abandonado principalmente por falta de investimento e de promessas feitas pela gestão pública que não foram cumpridas. “A feira está se deteriorando, e os projetos de melhoria do espaço feitos pela prefeitura infelizmente não saíram do papel. Acredito que é importante comemorar o aniversário da capital, mas que deve haver uma melhoria principalmente na gestão pública para que espaços que guardam a memória da cidade possam ser preservados”, disse. 

Fundada em 1616, Belém é a segunda cidade mais populosa da Região Norte. Com aproximadamente 1,5 milhão de habitantes, a capital paraense se desenvolveu, mas continua com muitos problemas.

O paraense Renê Abreu, que é pintor e mora em Santa Catarina, disse que a cidade é um lugar bom, mas a falta de investimento em segurança e principalmente de uma boa gestão pública está fazendo com que muitos paraenses saiam da capital para procurar melhores condições de vida em outros Estados. “A melhora começa por nós, mas quem governa o Estado também precisa desempenhar o seu papel. Cada um fazendo sua parte como de cidadão conseguiremos alcançar o desenvolvimento da nossa cidade”, afirmou. 

 

Um concerto especial com a Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz (OSTP), sob a regência do maestro Miguel Campos Neto, com o coro lírico e quatro solistas, vai marcar o aniversário de 400 anos de Belém. O concerto também vai lembrar, em 2016, os 120 anos da morte de Carlos Gomes, considerado o maior operista do Brasil, o compositor que teve forte relação com a capital paraense, e os 20 anos de fundação da OSTP. As informações são da Agência Pará.

A apresentação será no dia 12, às 20 horas, no Theatro da Paz, com entrada franca. O diretor artístico do Theatro da Paz, Gilberto Chaves, afirma que a peça escolhida para ser apresentada, Missa de Nossa Senhora da Conceição, foi composta por Carlos Gomes quando ele estava no Brasil. “Como vamos lembrar os 120 anos de sua morte, que ocorreu em Belém, a escolhemos por ser uma missa festiva. O 'Da Paz' vai somar a sua homenagem ao aniversário da capital paraense, junto às demais que estarão espalhadas pela cidade neste dia”, ressalta.

##RECOMENDA##

A Missa de Nossa Senhora da Conceição é uma das mais famosas de Carlos Gomes e tem um significado especial para a orquestra. “Ela marca a inauguração da OSTP. Nossa sinfônica surgiu do esforço para lembrar os 100 anos de morte de Carlos Gomes, em 1996”, relembra o tenor convidado do concerto, João Augusto Ó de Almeida.

O concerto começará com trechos sinfônicos de grandes óperas de Carlos Gomes, como “Maria Tudor”; “Joana de Flandres”; “Fosca” e “Lo Schiavo”, para depois ser apresentada a Missa. Os solistas convidados são: Lanna Bastos (soprano); Jéssica Wisniewski (mezzo-soprano); João Augusto Ó de Almeida (tenor) e Idaías Souto Jr (barítono).

A “Missa de Nossa Senhora da Conceição” foi composta por Carlos Gomes aos 23 anos e dedicada a Mamede José Gomes da Silva, amigo da família. A missa foi cantada em Campinas em 25 de fevereiro de 1859. Redescoberta na Biblioteca Alberto Nepomuceno, do Rio, na década de 70, por Benedito Barbosa Pupo, a missa foi interpretada em 17 de setembro de 1996 no Theatro da Paz de Belém.

Serviço: Concerto da Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz (OSTP), interpretando a Missa de Nossa Senhora da Conceição, de Carlos Gomes. Homenagem aos 400 anos de Belém. Dia 12 de janeiro, às 20h. Local: Theatro da Paz. End: Avenida Paz, s/n – Campina. Entrada franca, com retirada de ingressos na bilheteria do teatro, a partir das 9 horas do dia do evento. Informações: (91) 4009-8766/8754.

 

 

A Prefeitura de Belém inaugurou nesta quarta (14), na praça Dom Pedro II, Cidade Velha, o cronômetro que fará a contagem regressiva para os 400 anos da capital. A 89 dias do aniversário, o prefeito Zenaldo Coutinho também divulgou o calendário oficial de programações.

No evento, que contou com a participação de diversas autoridades, Zenaldo Coutinho apresentou o projeto do momumento em homenagem ao quadricentenário de Belém, que será construído na praça dos Estivadores, em frente ao Banco Central, no bairro da Campina.

##RECOMENDA##

Inspirado na caravela do navegador português Francisco Caldeira Castelo, fundador de Belém, o projeto do monumento foi exibido na praça em uma tela com recursos 3D. Ele consiste em uma escultura de 12 metros de altura, feita em concreto armado, revestida em granito e detalhes em aço pintado.

Zenaldo Coutinho disse que o funcionamento do cronômetro marca o início de uma série de eventos festivos: "Precisamos elevar sempre o nome da nossa cidade e todos devem fazer sua parte. Seja o Estado, o município e a população, precisamos juntos demonstrar o amor por Belém e comemorar os 400 anos de história de nossa cidade”, disse o prefeito à Agência Belém.

Turismo - Durante todo o ano de 2016, para atrair mais turistas à capital, deve ser realizada uma campanha com promoções feitas pelas empresas aéreas GOL e Azul. “Tarifas especiais devem ser oferecidas durante o ano para conhecer Belém. Será uma grande ação para atrair os turistas”, explicou o secretário adjunto de Turismo do Pará, Joy Colares.

O padre Gonçalo Vieira ressaltou ainda que haverá trabalhos realizados pela igreja católica para celebrar os 400 anos, como o Congresso Eucarístico Nacional , que acontecerá na cidade entre os dias 15 e 21 de agosto do próximo ano. “Há nove anos a Arquidiocese pensou neste momento, preparando todos para fazer uma Belém melhor nos seus 400 anos”, disse o padre.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando