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Cinco pessoas morreram e uma ficou ferida após um avião de carga cair em Puerto Carreño na Colômbia, nesta terça-feira (21). O avião era um Boeing 727 que fazia o trajeto Puero Carreño-Bogotá.

Segundo a Aeronáutíca Civil da Colômbia, a nave caiu três minutos depois de deixar o Aeroporto Germán Olano, em Puerto Carreño. Faleceram: Jaime Cantillo, capitão; Mauricio Guzmán, copiloto; Pedro Duarte, engenheiro de voo; Felipe Vargas, despachador; e Nelson David ROjas, operário de monta carga.

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O único sobrevivente até o momento é o técnico de voo Diego Armando Vargas Bravo, que foi levado ao Hospital San Juan de Dios e segue em atendimento. Nas próximas horas, um avião ambulância da Força Aérea Colombiana deverá ser transportado a Bogotá.

Ainda de acordo com a Aeronáutica, o diretor da instituição, Alfredo Bocanegra, ordenou que a Secretaria de Segurança Aérea de Bogotá viajasse de imediato a Puerto Carreño para coordenar as investigações sobre o acidente.

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A equipe médica está otimista com a evolução dos quadros de dois dos sobreviventes do acidente aéreo da Chapecoense, que chegaram à cidade de Chapecó nesta terça-feira. O coordenador médico do clube catarinense, Carlos Mendonça, afirmou nesta terça-feira que, pelas boas condições de Alan Ruschel e Rafael Henzel, a internação da dupla no hospital local deve ser curta e em breve os dois poderão ir para casa.

Os sobreviventes voltaram para Chapecó nesta terça-feira em voo da Força Aérea Brasileira (FAB) equipado com UTI móvel. Os dois foram transferidos ao Hospital Unimed que fica na própria cidade catarinense. "Tudo vai depender da resposta clínica, mas acredito que a presença dos pacientes aqui vai no hospital vai ser curta", afirmou Mendonça, que acompanhou a transferência dos dois de Medellín, na Colômbia, até a cidade no oeste catarinense.

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Apesar do otimismo, os dois vão precisar ficar sob cuidados especiais. Henzel tem um traumatismo no tórax e está com um dreno no local. O radialista está com uma pneumonia e, por isso, ficará em isolamento hospitalar para combater a bactéria. Outra tarefa será cuidar de fraturas no pé e no pulso. Já o lateral Alan Ruschel, tem se recuperado de luxação na coluna torácica e tenta se livrar de infecção urinária.

Mendonça explicou que a força-tarefa entre médicos colombianos e brasileiros foi fundamental para os sobreviventes saírem de um estado crítico para o panorama atual, bem mais favorável. "A equipe no hospital na Colômbia era fantástica, assim como o povo de lá. Tivemos a liberdade de interferir e sugerir novas condutas médicas. Não sei se nós, brasileiros, faríamos a mesma coisa por eles. Foi muito fora da média", elogiou.

NETO - O zagueiro Neto deve retornar ao Brasil nesta quinta-feira, segundo previsão de Carlos Mendonça. O único sobrevivente do desastre aéreo sofrido pelo clube há mais de duas semanas que continua na Colômbia aguarda a melhora do trauma torácico e da infecção pulmonar para repetir o caminho feito nesta terça-feira à noite por Alan Ruschel e Rafael Henzel.

"Se tudo correr bem, na quinta-feira ele deve vir para o Brasil. O Neto é o paciente que inspira mais cuidado, mas tem respondido bem ao tratamento", disse Mendonça nesta terça. O médico voltou na noite de terça para Chapecó junto com os dois primeiros sobreviventes que desembarcaram na cidade. O grupo viajou em um avião fretado pela Força Aérea Brasileira em viagem de mais de nove horas de duração.

Neto foi o último a ser resgatado do local do acidente e apenas no fim de semana soube da queda do avião. A equipe de psicólogos do hospital San Vicente, onde o defensor está internado, decidiu relatar a tragédia. A mulher do jogador também participou da conversa. "Ele é um cara muito sensível e quando acordou, perguntou se estava no hospital e machucado daquele jeito por algo que aconteceu no jogo", afirmou Mendonça.

Antes de chegada de Alan Ruschel e Rafael Henzel nesta terça-feira à noite, o goleiro Follmann se tornou o primeiro sobrevivente brasileiro a chegar ao Brasil, sendo que foi transferido ao hospital Albert Einstein, em São Paulo, para monitorar um problema na coluna e a recuperação de uma amputação na perna direita.

Um dos quatro sobreviventes brasileiros do acidente aéreo com a Chapecoense, ocorrido no último dia 29 de novembro, na Colômbia, o zagueiro Neto soube apenas nesta segunda-feira sobre a tragédia que provocou a morte de 71 pessoas após o avião que levava a equipe catarinense para o jogo de ida da final da Copa Sul-Americana, contra o Atlético Nacional, cair perto do aeroporto de Medellín.

Há 13 dias internado, o jogador foi o último a ser resgatado com vida após a queda do avião e era quem se encontrava em estado mais grave. Ele ficou em coma induzido, por causa de uma infecção pulmonar, mas agora já respira sem a ajuda dos aparelhos. Como sua condição clínica e emocional era considerada crítica, os médicos optaram por evitar de contar ao atleta sobre o ocorrido até que ele evoluísse o suficiente para ter condições de absorver a trágica notícia.

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"Nós conversamos com o Neto hoje (segunda-feira), falamos sobre o acidente, ele não sabia do acidente, em comum acordo com a equipe clínica do hospital para que não houvesse nenhum problema na recuperação clínica e no estado emocional dele. Então, junto com a psicóloga, falamos com ele hoje. No início, ficou muito emocionado porque não sabia, mas ele é muito forte e entendeu", afirmou Carlos Mendonça, médico da Chapecoense, durante entrevista coletiva nesta segunda-feira na Colômbia.

O profissional do clube catarinense ainda ressaltou, na entrevista coletiva, que Neto recordou aos médicos nesta segunda-feira que, um dia antes da viagem para Medellín, havia sonhado que o avião que levaria o time da Chapecoense até a Colômbia caiu. Ele relatou o pesadelo à esposa e chegou a dizer que não desejava viajar.

"Provavelmente ele vai falar isso para vocês (jornalistas), ele teve um sonho no dia anterior da viagem. Ele sonhou que a aeronave estava caindo, uma coisa bem dramática, e ele falou com a esposa inclusive que não queria voar. Então, isso ficou muito marcado para ele. Foi uma coisa bem chocante. Ele teve esse pesadelo", revelou Mendonça, que disse ter ficado conversando com o jogador por quase duas horas no quarto onde o jogador está internado no hospital em Rionegro, na Colômbia.

Mendonça ainda assegurou que o jogador está agora "consciente de tudo", depois de ter chegado a questionar os médicos no último domingo sobre o jogo de ida da final da Sul-Americana, contra o Atlético Nacional, e sobre as razões para ter ficado tão machucado (com escoriações no corpo, na mão e nas pernas), o que ele estranhou por não ser um fato corriqueiro em um jogo de futebol.

"Ele me perguntou sobre tudo, eu respondi sobre tudo e ele está totalmente consciente de tudo e acho que isso vai ser bom para a recuperação dele porque estava ficando um peso muito grande sobre a família, principalmente, sobre a esposa. Ele perguntava, e a esposa não podia falar. E gerava um transtorno muito grande. Então, levamos até onde deu (até finalmente contar sobre o acidente nesta segunda-feira). Ele está muito bem, tranquilo", garantiu o médico da Chapecoense.

Neto será o último sobrevivente brasileiro do acidente da Chapecoense a deixar a Colômbia, o que deverá ocorrer nos próximos dias desta semana. Nesta segunda-feira, o goleiro Jackson Follmann se tornou o primeiro a embarcar rumo ao Brasil em um avião preparado com UTI móvel, com previsão de chegada a São Paulo nas primeiras horas da madrugada desta terça, antes de seguir para o hospital Albert Einstein, onde deverá ser submetido a uma cirurgia na vértebra.

Para esta terça-feira estão previstas as saídas da Colômbia do lateral Alan Ruschel e do jornalista Rafael Henzel, os outros dois sobreviventes brasileiros da tragédia, que deverão voltar ao Brasil também logo após deixarem o hospital na cidade de Rionegro. Os dois seguirão para Chapecó em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e ficarão internados em um hospital da cidade catarinense.

Um dos quatro sobreviventes brasileiros do acidente aéreo que matou 71 pessoas no último dia 29 de novembro, quando o avião que levava o avião da Chapecoense para a final da Copa Sul-Americana caiu perto do aeroporto de Medellín, o goleiro Jackson Follmann se tornou nesta segunda-feira o primeiro entre os seus compatriotas a deixar a Colômbia.

Após sair do hospital San Vicente, em Rio Negro (COL), e seguir de ambulância até o aeroporto da mesma cidade colombiana, o atleta foi transferido diretamente da pista do local para uma aeronave preparada com toda a estrutura voltada para o transporte de pacientes. O avião que está levando-o de volta ao Brasil decolou por volta das 16h25 (horário de Brasília) e o destino final do voo será o aeroporto de Congonhas, em São Paulo.

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A aeronave tem chegada prevista à capital paulista às 2h30 (de Brasília) desta terça-feira, depois de fazer uma escala de duras horas em Manaus (AM) para reabastecimento. Após a chegada na capital paulista, Follmann será levado diretamente para o hospital Albert Einstein, onde deverá ser submetido a uma cirurgia na vértebra.

O cardiologista Francisco Souto, chefe médico da aeronave que trará Follmann da Colômbia ao Brasil, explicou como é o avião preparado para transporte de pacientes. "A aeronave é um Phenom 300, dedicada ao transporte aeromédico, onde temos todos os recursos para manter a vida e o tratamento que for necessário. Temos respiradores, desfibriladores, oxímetro, medicamentos, enfim, tudo que é necessário para transportar o paciente. É uma UTI móvel", afirmou, em entrevista segunda-feira ao SporTV.

Por causa do acidente, Follmann precisou ter parte de sua perna direita amputada, sendo que no último domingo foi submetido a um novo procedimento médico para limpeza do ferimento.

Para esta terça-feira estão previstas as saídas da Colômbia do lateral Alan Ruschel e do jornalista Rafael Henzel, outros dois sobreviventes brasileiros da tragédia, que deverão voltar ao Brasil também logo após deixarem o hospital na cidade de Rio Negro. Os dois seguirão para Chapecó em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e ficarão internados em um hospital da cidade catarinense.

Já o zagueiro Neto, o último dos quatro sobreviventes brasileiros do acidente aéreo da Chapecoense, ainda deve ficar hospitalizado por pelo menos mais três dias na Colômbia. Ele foi a última pessoa a ser resgatada com vida no acidente e é o sobrevivente com estado de saúde mais delicado, embora já tenha deixado a condição de coma induzido, passando a respirar sem ajuda de aparelhos, o que inicialmente foi necessário em razão de uma infecção pulmonar.

Buscando ajudar a Chapecoense após a tragédia que resultou na morte de 71 pessoas no último dia 29 de novembro, na Colômbia, entre jogadores do time catarinense, integrantes da comissão técnica, jornalistas e dirigentes, o Barcelona anunciou oficialmente nesta quinta-feira que convidou a equipe brasileira para a disputa do Troféu Joan Gamper da próxima temporada. O torneio é de caráter amistoso e conta com apenas uma partida, normalmente realizada em agosto, no Camp Nou.

"O Barcelona quer prestar homenagem às 71 pessoas que morreram no acidente e às suas famílias. Por isso, vai trabalhar para que o Troféu Joan Gamper de 2017 seja uma grande homenagem do mundo do futebol para todas essas pessoas, através de diferentes iniciativas em torno deste jogo e que serão reveladas como a aproximação da data", informou o clube por meio da nota oficial publicada nesta quinta-feira.

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"Com o convite da Chapecoense para o Troféu Joan Gamper de 2017, o Barcelona quer colaborar na reconstrução institucional e desportiva do clube e ajudá-lo a recuperar o nível competitivo que possuía", completou o comunicado.

O Barcelona fez o convite à Chapecoense dois depois de o time espanhol ter goleado o Borusia Mönchengladbach por 4 a 0, no Camp Nou, pela rodada final do Grupo C da Liga dos Campeões. Assim, a equipe garantiu o topo da chave, com 15 pontos, e agora aguarda a definição do seu adversário nas oitavas de final, que será determinado por meio de sorteio.

Desempregado desde que foi demitido do Fluminense há exatamente um mês, Levir Culpi se colocou à disposição da Chapecoense até o fim do Campeonato Catarinense de 2017. A equipe perdeu a grande maioria de seu elenco e comissão técnica em acidente aéreo na Colômbia, ocorrido há uma semana, quando 71 pessoas morreram após a queda do avião que levava a equipe para Medellín, onde jogaria a partida de ida da final da Copa Sul-Americana.

Por meio de sua página no Twitter, Levir Culpi se dispôs a trabalhar na Chapecoense de forma voluntária, sem receber salários, se colocando como opção para a diretoria do clube analise a possibilidade de contar com seu trabalho e experiência no cargo. O técnico deixou o Fluminense após perder por 4 a 2 para o Cruzeiro pelo Campeonato Brasileiro. Ao todo, foram 52 jogos à frente do time carioca, com o qual acumulou 22 vitórias, 15 empates e 15 derrotas.

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"Ontem pela manhã acordei decidido a oferecer meu trabalho de forma voluntária à Chapecoense até o final do Campeonato Estadual, em maio", revelou Levir, por meio de sua rede social, para em seguida destacar: "Nesse momento de consternação, ofereço apenas uma mão e me coloco à disposição. Porém, essa é uma escolha que cabe ao clube, ao seu tempo....".

Há dois anos, o técnico já havia demonstrado interesse em treinar o time. Além disso, Levir tem amizade com o presidente do Conselho Deliberativo da Chapecoense, Plínio David de Nes Filho, o que poderia facilitar a nomeação do novo comandante.

Caio Júnior vinha realizando bom trabalho como comandante da Chapecoense neste ano e conduziu a equipe a sua primeira final em um torneio internacional. Após o acidente que vitimou o treinador e mais 70 pessoas, a Conmebol declarou nesta segunda-feira que o time catarinense como campeão da Copa Sul-Americana, depois que o Atlético Nacional, que seria seu rival na decisão, ter pedido para que a equipe brasileira ficasse com a taça e também com a premiação pela conquista.

Antes de treinar o Fluminense, Levir teve a sua quarta passagem pelo Atlético Mineiro como técnico, entre 2014 e 2015. No primeiro destes dois anos, ele faturou o título da Copa do Brasil e levou o time à Libertadores do ano seguinte. A Chapecoense disputará a competição continental em 2017 por ter sido declarada campeã da Copa Sul-Americana.

Miguel Quiroga, piloto da aeronave que transportava o time da Chapecoense para a Colômbia e que caiu antes de chegar a Medellín, há uma semana, tinha mandado de prisão na Bolívia. De acordo com o Ministro da Defesa do país, Reymi Ferreira, o funcionário da LaMia teria se desertado da Força Aérea.

Ferreira explicou que, após formados, os pilotos militares assumem um compromisso de não se retirarem da Força Aérea até que os anos determinados de serviço estejam cumpridos. Contudo, Quiroga teria se retirado antes do tempo e entrado com um recurso na Justiça evitando sua prisão. O ministro ainda revelou, que além do funcionário da LaMia, outros quatro militares abandonaram o serviço e foram processados, porém absolvidos.

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Na Bolívia, a formação de um piloto da Força Aérea custa aos cofres públicos algo em torno de R$ 340 mil. Somente em casos extremos é permitida a baixa do piloto antes do tempo estimado para a sua formação. Segundo o ministro, no caso de Quiroga, não havia motivo que sustentasse sua saída.

O piloto tinha 36 anos e era um dos sócios da companhia aérea LaMia, contratada para levar a Chapecoense, jornalistas, dirigentes e alguns convidados de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, a Medellín, na Colômbia. Ao todo, 71 pessoas morreram e seis foram resgatadas com vida, sendo elas três jogadores, dois tripulantes e um jornalista.

O acidente com o avião da Chapecoense contribuiu para gerar uma série de incertezas que podem tirar ainda mais qualquer expectativa pela última rodada do Brasileirão.

Com o adiamento dos jogos em uma semana, muitos atletas ficaram sem vínculo contratual com seus clubes a partir desta segunda-feira. Além disso, já pensando no planejamento de 2017 e respeitando um período mínimo legal de férias, vários clubes devem adiantar o descanso dos seus atletas.

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Para piorar, o abalo psicológico e a desmotivação que afeta os jogadores após a morte dos colegas, agregado à disposição atual na tabela de classificação, tirou o brilho da 38ª rodada. Poucos são os times que irão a campo com algum anseio.

A verdade é que não se sabe ao certo se a última rodada terá dez ou nove jogos. O confronto entre Chapecoense e Atlético-MG não deve ocorrer. O time mineiro já adiantou que não joga. O catarinense, por razões óbvias, engrossou o coro.

Ainda que as outras nove partidas sejam realizadas, pouca coisa motiva os times. O campeão Palmeiras vai mandar a campo contra o Vitória um time misto ou mesmo reserva, na intenção de prestigiar jogadores do elenco que foram pouco aproveitados durante a sua campanha.

Na luta pela Libertadores, Flamengo e Santos já garantiram a vaga diretamente à fase de grupos, mas ainda brigam pelo vice-campeonato, posto que neste ano renderá uma premiação gorda de R$ 10,7 milhões. O Atlético-MG, por sua vez, já está garantido na fase preliminar da competição continental. Atlético-PR, Botafogo e Corinthians lutam pelas outras duas vagas. O time carioca não terá o atacante Neilton que, suspenso, curte férias.

Na quarta-feira, o Grêmio enfrenta o Atlético-MG na segunda partida final da Copa do Brasil. Se campeão, garante vaga na Libertadores, o que fatalmente diminuirá muito para o time gaúcho o peso do confronto contra o Botafogo.

Na parte de baixo da tabela, três rebaixados já estão definidos: América-MG, Santa Cruz e Figueirense. O time catarinense enfrenta o Sport sem três jogadores. O atacante Rafael Moura, abalado pela tragédia com a Chapecoense, foi dispensado pela diretoria; o zagueiro Werley ficou sem contrato; e o meia Dodô tem casamento agendado para o domingo.

O América-MG já dispensou vários jogadores que ficam sem contrato a partir desta segunda-feira e enfrentará o Santos com um time desfigurado.

O Atlético Nacional, de Medellín, precisa terminar até quinta-feira (8) a arrumação da bagagem para a viagem ao Mundial de Clubes da Fifa, no Japão. E tem novos itens na lista. Adereços da Chapecoense como bandeiras e camisas estão entre os pertences, pois o objetivo dos colombianos é ganhar o troféu inédito e dedicar a conquista aos mortos na tragédia da última semana.

O acidente com o clube catarinense a poucos quilômetros de chegar na cidade, onde disputaria a final da Copa Sul-Americana, comoveu a comunidade local. Com as cores verde e branco em comum, Atlético Nacional e Chapecoense se veem como irmãos, unidos pela tristeza. "Se pudermos conquistar o título na Japão, com certeza dedicaríamos à Chapecoense. Tomara que à gente consiga", afirmou o presidente do clube, Juan Carlos de la Cuesta.

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A viagem ao Japão traz grande ansiedade. A possibilidade de enfrentar o Real Madrid na final ganhou como ingrediente a vontade de fazer do possível título histórico um tributo à Chapecoense. "O que mais queremos é ser campeões, para poder fazer disso uma homenagem aos que morreram no acidente e dedicar ao título ao povo brasileiro", disse o zagueiro e capitão Alexis Henríquez.

O Atlético Nacional disputará pela segunda vez o Mundial. Em 1989, perdeu para o Milan, na prorrogação, quando o título era decidido em jogo único do campeão sul-americano contra o campeão europeu. Neste ano, a equipe reconheceu ter sofrido um golpe psicológico muito forte na preparação final. A morte de 19 jogadores do elenco da Chapecoense dificultou os treinamentos do time colombiano na última semana, quando se preparou para decidir vaga na semifinal do campeonato local.

Os 3 a 0 sobre o Millonarios no sábado amenizaram a pressão. A equipe ganhou a última partida em casa antes do embarque, sem se esquecer da Chapecoense. Na camisa do Nacional, o escudo catarinense estava estampado no ombro. A cada gol, os jogadores apontavam para o símbolo para expressar a quem ia a dedicatória. Após a partida, o time cantou "Vamos, Chape" no vestiário no mesmo ritmo feito pelos brasileiros semanas atrás, depois de eliminar o San Lorenzo, da Argentina, na semifinal da Sul-Americana.

"Foi uma semana difícil. Pela memória e homenagens aos companheiros da Chapecoense que se foram, a vitória era a melhor maneira de se fazer um tributo. Espero que se perpetue essa relação de cooperação entre os países", disse o técnico do Atlético Nacional, Reinaldo Rueda.

O capitão do time contou ter conversado bastante com o elenco para superar a tristeza do acidente. "Foi uma semana complicada para trabalhar. Ficou um sabor amargo porque foi um acidente que pode acontecer com qualquer esportista", afirmou Alexis Henríquez, enquanto dava entrevista abraçado ao filho e ao lado de médicos da Chapecoense, que visitaram o vestiário do Atlético Nacional, no estádio Atanasio Girardot.

Uma ‘força-tarefa’ formada pelos governos de Brasil, Colômbia e Bolívia investigará as causas da queda do avião da LaMia que matou 71 pessoas em Medellín. Entre as vítimas estavam a delegação da Chapecoense e um grupo de 20 profissionais de imprensa brasileiros.

O primeiro encontro que decidirá os rumos da investigação acontecerá nesta quarta-feira (7), em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve participar da reunião com procuradores-gerais da Colômbia, Néstor Humberto Martínez Neira, e da Bolívia, Ramiro José Guerrero Peñaranda.

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Foi Peñaranda que convidou os procuradores-gerais brasileiro e colombiano. "Esta reunião faz parte da iniciativa dos três procuradores-gerais para energizar a investigação deste evento infeliz e garantir que seja feita Justiça imediata para as famílias das vítimas", informou, por meio de comunicado, o governo boliviano.

A delegação da Chapecoense fretou o avião da LaMia para disputar a final da Copa Sul-Americana, que seria disputada em Medellín na última quarta-feira contra o Atlético Nacional. O time catarinense saiu de São Paulo, em voo comercial, até Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia.

A viagem da cidade boliviana até a Colômbia foi feita com a aeronave da LaMia, que caiu nos arredores do aeroporto de Medellín. As primeiras investigações apontam que a aeronave sofreu uma ‘pane seca’, falta de combustível, segundo a Aeronáutica da Colômbia.

O tempo estimado da rota entre Santa Cruz de La Sierra e Medellín era de 4 horas e 22 minutos, e a distância a ser percorrida era de 2.985 km, apenas 15 quilômetros a menos do que o alcance máximo do jato, de cerca de 3 mil km.

Pelas normas internacionais de segurança, o plano de voo deveria ter sido recusado e o avião impedido de sair do aeroporto em Santa Cruz de La Sierra. Após o acidente, a LaMia, que é boliviana, teve sua atividades suspensas.

Neste domingo, o governo boliviano abriu uma investigação com o objetivo de esclarecer a relação da LaMia com funcionários da Direção Geral de Aeronáutica Civil (Dgac), uma espécie de ANAC boliviana.

"Nos chama atenção que exista uma ligação entre servidores e essa companhia aérea. Vamos até o fundo nesse assunto", disse o ministro de Obras Públicas da Bolívia, Milton Claros. Segundo ele, também será investigada a relação da LaMia, que tinha apenas três aviões, com a Conmebol. A pequena empresa área tinha acesso a clubes e seleções de futebol sul-americanos.

Além disso, um grupo de 20 peritos vai analisar os dados de navegação e da caixa preta do avião. Esse trabalho será feito por ingleses porque o aeronave foi fabricada no Reino Unido, o que pode demorar seis meses.

Após tantos atos de solidariedade e união do povo de Chapecó em decorrência da tragédia com o voo da delegação da Chapecoense, dois furtos ocorreram na Arena Condá. As equipes da TV Record e da Band tiveram bolsas e equipamentos furtados dentro da arena no sábado, data do velório das vítimas.

A equipe de reportagem da TV Record foi furtada ao lado de uma espécie de santuário feito pelos torcedores para homenagear os jogadores que morreram no acidente. O repórter deixou uma mala ao lado de uma grade e entrou no ar para passar as informações sobre o que estava acontecendo na arena. Quando retornou ao local, percebeu o furto. O repórter perdeu documentos, dinheiro, cartões e alguns bens pessoais.

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A empresa de segurança da arena conseguiu flagrar o momento do furto e as imagens já estão nas mãos da Polícia Militar. Na cena, é possível ver um torcedor com a bandeira do Brasil, que se aproveita do momento de distração do repórter para pegar a mochila e sair do estádio.

No caso da TV Bandeirantes, o furto ocorreu próximo ao estacionamento destinado à imprensa. Levaram uma mala com equipamentos, como microfone de lapela, cabos e outros aparelhos da emissora. Em ambos os casos, foram feitos Boletins de Ocorrência.

Estes, entretanto, foram os únicos casos de violência registrados desde terça-feira na Arena Condá e região. O que se viu foi muita solidariedade e companheirismo do cidadão chapecoense, inclusive, ajudando o serviço da imprensa e participando ativamente das manifestações feitas pelo clube.

Dos quatro brasileiros que sobreviveram à queda do avião da LaMia e continuam internados em Medellín, o zagueiro Neto é o que inspira maiores cuidados, segundo os médicos, que divulgaram novo boletim neste domingo para informar sobre o estado de saúde dos jogadores da Chapecoense.

O zagueiro é o único que continua entubado. Neto, que foi o último a ser resgatado do acidente com vida, está com pneumonia e ainda depende de ventilação mecânica para respirar. E deve permanecer assim por até 48 horas.

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Já o lateral Alan Ruschel evoluiu bem e até brinca com os médicos da UTI: pediu até um churrasco - ele disse que estava com vontade de comer carne. Ruschel conversa bastante com os médicos, falou com familiares que estão em Medellín e foi comunicado do que aconteceu.

O goleiro Jackson Follmann, que teve a perna direita amputada, continua mostrando evolução segundo os médicos, que já descartaram amputar a outra perna do jogador.

Follman, que pode sair da UTI nesta semana, sofreu uma lesão na coluna e terá de passar por uma cirurgia devido a uma fratura na segunda vértebra. Dependendo da evolução, a cirurgia na coluna pode até ser feita no Brasil.

Outro sobrevivente brasileiro do acidente que matou 71 pessoas na última terça-feira é o jornalista Rafael Henzel, que também já respira sem ajuda de aparelhos, embora continue com uma infecção pulmonar. Os médicos ainda consideram o estado de Henzel como "crítico", mas ressaltaram uma evolução nos últimos dias.

Segundo os médicos, não há previsão para que os sobreviventes sejam transferidos para o Brasil. Os três jogadores e o jornalista precisam, primeiro, sair da UTI e ir para um quarto normal. "Até amanhã (segunda-feira) nenhum deles sai da UTI. Fazemos planos para cada 24 horas, porque pacientes de UTI estão em estado crítico, é muito dinâmico", disse o intensivista Edson Stakonski.

Além dos quatro brasileiros, também sobreviveram ao acidente dois tripulantes bolivianos, Ximena Suárez e Erwin Tumiri, este último que, inclusive, já recebeu alta médica.

A partir desta segunda-feira, uma nova página começa a ser escrita na história da Chapecoense. A ordem no clube é enxugar as lágrimas e iniciar o árduo trabalho de reerguer o time catarinense para, quem sabe, recolocá-lo no patamar onde estava até a tragédia da última terça-feira ou acima disso. Mas será necessário muita ajuda e trabalho.

Clubes de todo o mundo prometeram auxiliar a equipe de Chapecó a se reerguer. Financeiramente, o clube vivia situação invejável para a maioria dos times de futebol brasileiro e nos últimos anos vinha fechando as contas no azul, sem que os dirigentes colocassem qualquer centavo do próprio bolso - como, por exemplo, fez o presidente Paulo Nobre, do campeão Palmeiras, ao emprestar dinheiro para quitar dívidas.

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No total, a Chapecoense teve neste ano uma renda de R$ 45 milhões, sendo R$ 25 milhões oriundos da cota de TV, R$ 9 milhões dos patrocínios da Caixa e Aurora e mais R$ 9 milhões de outras fontes (venda de produtos, sócio-torcedor, ingressos, etc). Entretanto, em nenhum ano foi preciso montar um novo time como agora.

Por isso, a diretoria está propensa a aceitar que jogadores cheguem por empréstimo. Clubes da Série A se comprometeram a ceder gratuitamente atletas para o clube catarinense na próxima temporada. Até times do exterior também querem ajudar. O Libertad-PAR, o Racing-ARG e o Benfica-POR prometeram dar alguns reforços.

A diretoria vai promover diversos garotos das categorias de base e analisará a situação de todos os atletas do atual elenco. Eles têm contrato até o fim do ano, mas avisaram que querem ficar para ajudar na reconstrução. No total, são 11 jogadores, entre eles o goleiro Marcelo Boeck e o meia Martinuccio.

QUEM COMANDA - Além de clubes, empresários também estão dispostos a ajudar. O agente Jorge Machado, que cuidava da carreira de Matheus Biteco, Dener Assunção e Tiaguinho, todos mortos na tragédia, avisou a diretoria que pretende ajudar levando atletas para o clube.

Existe ainda um grupo de empresários dispostos a investir cerca de R$ 30 milhões em contratações. A Chapecoense diz não saber de tal disposição, mas afirma que a ajuda seria bem-vinda.

Existem dois pontos que mais preocupam a diretoria no momento. O primeiro é definir quem será o técnico, já que a quase toda a comissão técnica - inclusive o técnico Caio Júnior - faleceu. Existe a possibilidade de recorrerem a algum treinador que já tenha dirigido o time, para facilitar na questão da adaptação e ter maior apoio das arquibancadas.

Outra situação que faz todos na Chapecoense ficarem atentos é com possíveis aproveitadores. Os dirigentes sabem que o clube catarinense pode ser usado por clubes, empresários e atletas para se promover. Por isso, já avisaram que não pretendem contar com nenhum grande nome do futebol para ajudar na reconstrução. Exceto, se sentirem que pode ser útil.

A torcida do Atlético Nacional voltou a lembrar, neste sábado à noite, das vítimas fatais do acidente do voo da Chapecoense, em uma das ocasiões mais especiais do ano para o clube. No clássico em Medellín, no Atanasio Girardot, contra o Millonarios, pelas quartas de final do Campeonato Colombiano, as mensagens de apoio à Chapecoense superaram a quantidade de bandeiras e menções ao Japão, para onde o time viaja nesta semana para disputar o Mundial de Clubes da Fifa.

O último jogo da equipe dentro de casa antes do embarque teve menções ao time catarinense em todo momento. Do lado de fora, até ambulantes tinham à venda bandeiras da Chapecoense ou camisas de apoio. Do lado de dentro, a torcida organizou desde cedo um mosaico com a mensagem "Vamos, vamos, Chape". O bordão se repetiu na entrada das equipes em campo. A música da Fifa deu lugar ao grito tradicional da equipe brasileira.

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O atual campeão da Libertadores abriu mão do tradicional uniforme verde e branco. A escolha foi pela camisa dois, na cor preta, acrescida com o escudo da Chapecoense próximo ao ombro. Sob chuva forte, a torcida apoiou a equipe local no grito e os catarinenses na decoração. As faixas de homenagem tinham mensagens desde "Imortal" até "Com apoio desde o céu" ou "Para os parceiros que já não estão mais".

O minuto de silêncio antes de jogo em memória das vítimas foi obedecido com devoção. As mais de 40 mil pessoas que foram ao Atanasio Girardot se manifestaram com barulho só quando o locutor do estádio convocou. Gritos de "Vamos, Chape" foram ouvidos, assim como os aplausos aos médicos da Chapecoense, que foram ao campo sentir a nova moção de apoio do público colombiano, que na quarta-feira já tinha feito grande festa em memória dos falecidos.

Após o velório coletivo realizada em Santa Catarina, neste sábado, acontecerão neste domingo sepultamentos dos corpos de vários atletas da Chapecoense em suas cidades de origem. E estão previstas mais homenagens.

Maior artilheiro da história do clube, o atacante Bruno Rangel será velado na Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes, no norte fluminense. Antes, o caixão do jogador será levado do aeroporto em um caminhão do Corpo de Bombeiros. O trajeto inclui uma passagem pelo bairro Parque Prazeres, onde morou o jogador.

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Bruno Rangel tinha ligação muito forte com a cidade, onde costumava voltar nas férias. Ele colaborava com uma escolinha de futebol voltada para crianças carentes da região.

O também atacante Thiaguinho será sepultado na cidade de Bom Jardim, na região serrana do Rio de Janeiro. O corpo do jogador é aguardado na cidade de 26 mil habitantes no início da manhã. A prefeitura está ajudando na cerimônia, e prevê a participação de muitos moradores de cidades vizinhas. Além de um cortejo em caminhão do Corpo de Bombeiros, Thiaguinho será velado na Câmara Municipal de Bom Jardim. O enterro está previsto para acontecer às 16 horas.

Em Porto Alegre, o zagueiro Filipe Machado será velado por três horas na Arena do Grêmio, clube no qual teve rápida passagem. O jogador era natural de Gravataí, na região metropolitana da capital gaúcha.

O meia Cleber Santana, por sua vez, que era o capitão da Chapecoense, será enterrado no município de Paulista, na Grande Recife. O velório do jogador será realizado no Salão Nobre da sede do Sport, na Ilha do Retiro. Foi no clube pernambucano que Cleber Santana começou a sua carreira.

O presidente da República, Michel Temer, acompanhou ao lado de autoridades as homenagens às vítimas do acidente com o voo da Chapecoense na Arena Condá, neste sábado, em Chapecó. Temer manteve-se em pé, próximo a familiares das vítimas, abrigado da chuva em uma tenda, e não fez pronunciamento oficial. Não houve manifestações à presença do presidente.

O prefeito de Chapecó, Luciano Buligon, vestido com a camisa do time colombiano Atlético Nacional, foi aplaudido pela população ao discursar e agradecer a solidariedade do governo e do povo colombiano. Ele citou o nome de Michel Temer, o que não despertou reações dos presentes no estádio. A menção ao embaixador da Colômbia, no entanto, rendeu aplausos do público. O presidente do Conselho Deliberativo da Chapecoense, Plínio David de Nes Filho, também se pronunciou.

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Foram lidos os nomes de todas as vítimas, aplaudidos pelos presentes e, antes da finalização das homenagens, o jornalista Cid Moreira narrou trechos da Bíblia e o bispo de Chapecó, Odelir José Magri, leu uma mensagem enviada pelo papa Francisco.

"Consternado pela trágica notícia, (Papa Francisco) pede para que transmita as condolências. (...) O Santo Padre pede aos céus conforto e restabelecimento para os sobreviventes, coragem e consolação", leu o bispo de Chapecó.

Foram feitas honras militares e um minuto de silêncio em homenagem às vítimas. No encerramento da cerimônia, as pessoas que lotaram as arquibancadas do estádio passaram a gritar, em coro, palavras de apoio à Chapecoense como uma grande e única torcida.

Apesar do desejo de atletas e dirigentes de alguns clubes de não jogar mais o Brasileirão em virtude da tragédia envolvendo a Chapecoense, a possibilidade de a rodada decisiva do campeonato ser realizada com menos de nove jogos é remota. O principal motivo é o risco de punição pesada àqueles que não mandarem time a campo, que inclui até mesmo exclusão do campeonato.

Até o momento, existe a previsão de que apenas a partida entre Chapecoense e Atlético-MG - que encaminhou ofício à CBF abrindo mão do jogo - não aconteça. Há, no entanto, um movimento para que isso se amplie para outros clubes.

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O elenco do Internacional anunciou em conjunto que não gostaria de enfrentar o Fluminense, no Rio. O presidente do América-MG, que duela com o Santos fora de casa, externou em uma rede social que "não tem como jogar a última rodada", até em função do adiamento - alguns atletas têm contrato se encerrando na segunda-feira. Já o mandatário do Figueirense, Wilfredo Brillinger, declarou em entrevista à Radio Gaúcha que gostaria que os clubes se unissem para não haver rodada porque "não temos espaço para pensar em competição de futebol". O clube catarinense vai a Pernambuco enfrentar o Sport.

O problema é que o Regulamento Geral de Competições da CBF não prevê cancelamento de jogos, e toda partida que tiver decretado um W.O. precisa passar pelo crivo do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Se a procuradoria da corte considerar que houve justa causa para a ausência do time, o caso é arquivado. Caso contrário, ele vai a julgamento. A pena prevista vai de multa que pode chegar a R$ 100 mil e até mesmo a exclusão do campeonato, desde que o W.O. tenha efeito sobre outros times.

É o caso de dois dos três jogos citados anteriormente - Inter e Sport brigam contra o rebaixamento. O Santos já está classificado à Libertadores, mas pode terminar o Brasileirão em segundo lugar com um triunfo sobre o América-MG, o que representaria um incremento de R$ 3,4 milhões na premiação.

Ex-presidente da 4.ª Comissão Disciplinar do STJD, Paulo Bracks acredita que apenas o jogo entre Chapecoense e Atlético-MG não será realizado. "Esses dois times não comparecerem tem um motivo perfeitamente compreensível, mas eu não entendo que a falta por justa causa seja a mesma para outros clubes", avalia.

Ele lembra que as sanções previstas são pesadas, e aponta risco até mesmo para equipes que já estejam rebaixadas à Série B do próximo ano. "No caso de um time já rebaixado, uma possível exclusão de campeonato seria o rebaixamento à Série C, senão a punição seria inócua."

Especialista em direito desportivo, Felipe Ezabella tem opinião semelhante, e vai além. "Dirigentes ou jogadores que orientarem não ir a campo também poderiam ser punidos", considera. "Está todo mundo consternado, mas a vida tem que seguir."

O procurador-geral do STJD, Felipe Bevilacqua, diz que todos os eventuais casos serão analisados. "Os fundamentos para o afastamento das sanções baseados na justa causa é subjetivo. A procuradoria vai adotar muita cautela para análise dos casos em concreto."

Desde agosto, o avião Avro RJ85, da LaMia, fez outras quatro viagens em que quase chegou ao limite máximo de sua autonomia sem reabastecimento. Um desses voos durou apenas quatro minutos a menos do que o percurso encerrado em tragédia na madrugada de terça-feira (horário de Brasília), quando a aeronave caiu perto do aeroporto de Medellín, depois de o piloto emitir um alerta de falta de combustível à torre.

Os trechos em que o avião voou próximo de seu limite de combustível foram entre a Colômbia e a Bolívia, no sentido Medellín-Santa Cruz de La Sierra, em três ocasiões, e Cochabamba-Medellín. Desde o início do ano, há apenas um registro de percurso sem reabastecimento no sentido Santa Cruz-Medellín - justamente o do voo que terminou em tragédia, com a morte de 71 pessoas, entre jornalistas, tripulantes e atletas e dirigentes da Chapecoense, time que disputaria a final da Copa Sul-Americana com o colombiano Atlético Nacional.

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Segundo registros coletados pelo Estadão Dados, o piloto boliviano Miguel Quiroga, que morreu no acidente, não foi o único a colocar os passageiros em risco ao navegar perto da capacidade máxima do avião. Segundo documentação registrada na Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), no dia 4 de novembro, o mesmo aparelho sobrevoou o Brasil quando vinha de Medellín com destino a Santa Cruz de La Sierra. O piloto, na ocasião, era o também boliviano Marco Antonio Rocha Venegas. Não houve reabastecimento. No total, o percurso durou 4 horas e 33 minutos. O avião que levava a equipe da Chapecoense emitiu seu último sinal após voar por 4 horas e 37 minutos.

O plano de voo feito na véspera do acidente mostra que o piloto subestimou o tempo do percurso entre Santa Cruz de La Sierra e Medellín. O registrou indicou uma viagem de 4 horas e 22 minutos - performance nunca atingida pela LaMia.

RISCO - Em outros dois voos entre as duas cidades, o tempo da viagem foi próximo ao da que terminou em acidente. Em 22 de agosto e 29 de outubro, o avião fez o percurso em 4 horas e 28 minutos e 4 horas e 32 minutos, respectivamente. Em 28 de outubro, o trecho entre a cidade boliviana de Cochabamba e Medellín foi feito em 4 horas e 27 minutos.

O Estadão Dados analisou todos os voos do Avro RJ85 desde 31 de janeiro deste ano, data a partir da qual há registros no site Flightradar24.com. Nesses 303 dias, o avião deixou o solo em 201 ocasiões. Em 83% dos casos em que o tempo do percurso foi registrado pelo Flightradar24.com (151 vezes), as viagens duraram menos de duas horas e meia.

Além dos trechos entre Bolívia e Colômbia, outra exceção ocorreu na primeira quinzena de novembro, quando a LaMia percorreu os 2.217 quilômetros entre Buenos Aires e Belo Horizonte, nos dois sentidos, ao transportar a seleção da Argentina para jogar contra o Brasil, no dia 10. Messi estava a bordo. O voo de volta durou 4 horas e 4 minutos, e o de ida, 3 horas e 29 minutos.

CAPACIDADE - O percurso máximo que o Avro RJ85 pode atingir, em quilômetros, depende do peso dos passageiros e de sua bagagem, além de condições meteorológicas. O fabricante, a empresa britânica BAE Systems, indica que o avião pode voar, no máximo, 2.965 km.

A distância entre os aeroportos de Santa Cruz de La Sierra e Medellín é de aproximadamente 2.975 km, ou seja, pouco superior ao máximo recomendado pelo fabricante da aeronave.

O que não está claro, e isso as investigações oficiais vão revelar, é se o modelo acidentado era "básico" ou tinha tanques extras de combustível, os chamados panniers. A eventual instalação desses tanques poderia estender a autonomia da aeronave em até 10%.

O piloto Marco Antonio Rocha Venegas, de acordo com reportagem da BBC, também é sócio da LaMia, assim como seu colega que morreu. Ele não fala com a imprensa de seu país desde o dia do acidente. Uma irmã de Venegas publicou nota no Facebook na última terça-feira para informar aos amigos que não era seu irmão que pilotava a aeronave que caiu em Medellín.

Um dos seis sobreviventes do acidente aéreo que provocou a morte de 71 pessoas no avião que transportava a delegação da Chapecoense para Medellín, na última terça-feira, na Colômbia, o goleiro Follmann recebeu uma boa notícia nesta quinta. O jogador, que precisou ter parte da perna direita amputada por causa das sérias condições em que chegou ao hospital após ser resgatado, se livrou do risco de sofrer mais uma amputação, que temia-se que pudesse ser feita no seu pé esquerdo.

O hospital San Vicente informou que ele foi submetido a uma nova cirurgia, que "evidenciou boas condições da amputação na perna direita". "Na perna esquerda, as lesões têm evoluído adequadamente e chegou-se à conclusão que não é necessária outra amputação", disse o comunicado, que é assinado pelo diretor médico Ferney Rodríguez Tobón.

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O diretor médico da Chapecoense, Carlos Mendonça, está se esforçando para reunir em Medellín no mesmo hospital os quatro sobreviventes brasileiros do acidente aéreo de terça-feira. Estão internados em estado crítico o zagueiro Neto, o lateral-esquerdo Alan Ruschel, o goleiro Follmann e o jornalista Rafael Henzel, que cobriria a final da Copa Sul-Americana que o time faria contra o Atlético Nacional na última quarta.

"A intenção de juntar todos os pacientes em um só local é para a logística médica e familiar ficar melhor. Só temos a agradecer ao povo da Colômbia pelo carinho. Todos os sobreviventes estão sendo muito bem tratados", afirmou.

Neto e Henzel estão em La Ceja, cidade mais próxima ao local da queda, em Cerro El Gordo. O hospital fica a cerca de 1h30 de viagem de Medellín. O defensor foi o último a ser resgatado após a queda da aeronave. Já o jornalista tem um trauma torácico e uma fratura de perna.

Em outra cidade próxima a Medellín, Rionegro, estava internado na clínica Somer o lateral Alan Ruschel, que corre risco de ficar paraplégico.

Nesta quinta-feira os familiares dos sobreviventes começaram a chegar à cidade. Quem também está em Medellín é o presidente da Comissão Nacional de Médicos da Futebol, da CBF, Jorge Pagura. Ele vai acompanhar a recuperação dos sobreviventes e o trabalho de reconhecimento dos corpos.

Uma das mais importantes vozes dentre os jogadores do futebol brasileiro reforçou o coro dos atletas que pedem para que a última rodada do Campeonato Brasileiro seja não só adiada, mas cancelada. O goleiro Fernando Prass, do Palmeiras, afirmou na noite desta quinta-feira que não vê clima possível para entrar em campo neste momento.

Campeão brasileiro pelo Palmeiras no último domingo, o experiente goleiro - que foi um dos integrantes mais ativos do já extinto Bom Senso FC, movimento de manifestação de atletas em prol de melhorias no futebol brasileiro ocorrido nos últimos anos - avaliou que, por sensibilidade, deve ser encontrada uma alternativa para a finalização da competição.

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"Se eu tivesse voz ativa e poder de decisão, com certeza não teria essa última rodada, como é que tu vais dar um espetáculo numa situação dessas? Como vai comemorar o gol, que é a emoção do futebol", explicou o goleiro, em entrevista à ESPN Brasil.

O goleiro afirmou que sua ideia - que também é partilhada pelos jogadores do Internacional em anúncio feito pelo meia Alex na tarde desta quinta - é um pensamento geral de grande parte dos jogadores do futebol brasileiro, ainda que não se trate de um movimento já organizado.

"O que tem é uma conversa por afinidade, de jogadores que se conhecem, e jogaram juntos nos clubes. Mas é mais um sentimento geral para não haver rodada, e não uma movimentação para isso", explicou o atleta, que admite ser fácil para ele falar sobre isso após o título de seu clube.

"Para a gente pode ser fácil falar, porque já estamos resolvidos no campeonato, mas a minha opinião é que deve se achar uma alternativa para essa última rodada", afirmou.

O Atlético-MG anunciou nesta quinta-feira que não irá à Chapecó para o jogo da última rodada. A CBF, por sua vez, havia afirmado que seria necessária a realização dos protocolos oficiais para a partida. O presidente Marco Polo Del Nero chegou a afirmar que o clube catarinense deveria realizar o jogo mesmo com equipes das categorias de base 'para fazer uma grande festa em homenagem' - a Chapecoense, por sua vez, criticou a entidade e confirmou que não irá mesmo entrar em campo.

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