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O cubano Antonio Veciana, espião da CIA que dedicou a vida a tentar matar Fidel Castro e desestabilizar o governo comunista da ilha, faleceu em Miami aos 91 anos, informou sua filha nesta sexta-feira (19).

O anticastrista radical, que se atribui ter provocado a onda de pânico que resultou no êxodo chamado "Pedro Pan" nos anos 1960, morreu na quinta-feira em um hospital, após uma longa doença, disse Ana Veciana-Suárez à AFP.

Antonio Veciana publicou em 2017 sua autobiografia em um livro intitulado "Treinado Para Matar: Os Planos da Cia Para Eliminar Castro, Kennedy e Che", coescrito com o jornalista Carlos Harrison.

Ali, ele relata como o agente da CIA David Atlee Phillips (a quem ele conhecia como "Bishop") o recrutou em 1959 e o treinou em Havana para matar Fidel, que morreu de causas naturais em 2016.

Como contador do Banco Nacional de Cuba, Veciana foi treinado para "ser invisível" e planejar ações que comprometessem a popularidade dos revolucionários.

"O trabalho que eu fazia é o que fazem os terroristas. O que acontece é que não o chamavam desta forma", disse Veciana à AFP em uma entrevista concedida há três anos em sua casa, por ocasião do lançamento de suas memórias.

Naquela época, Veciana fez circular o boato de um suposto projeto de lei, segundo o qual o novo governo de Fidel Castro tiraria dos pais o pátrio poder sobre os filhos.

"Então, os pais mandaram cerca de 14.000 pessoas para cá", para Miami, contou. "Muitos se reencontraram depois com seus filhos, mas outros não puderam voltar a vê-los porque morreram ou não puderam sair do país".

Este êxodo entrou para a história como a "Operação Pedro Pan". Entre 1960 e 1962, os pais tiraram seus filhos de Cuba através dos ofícios da Igreja Católica. As crianças desacompanhadas de adultos eram recebidas em acampamentos na Flórida.

Veciana se exilou nos Estados Unidos em 1961, depois um atentado frustrado contra Fidel.

Após ter sido contactado por "Bishop" em Miami, fundou o grupo paramilitar anticastrista "Alpha 66", que nos anos '60 e '70 empreendia ações de comando contra o governo cubano.

Posteriormente, cometeu outros dois atentados frustrados contra Fidel.

Em 1979, abandonou os esforços de eliminar o governante cubano.

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