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O governo de Jair Bolsonaro editou portaria que permite a ministros de Estado usarem imóvel funcional mesmo que sejam proprietários ou cessionários de residência em Brasília. O privilégio também é permitido ao advogado-geral da União, mas proibido aos demais servidores públicos. O ato é assinado pela Secretaria-Geral da Presidência da República.

"É vedada a cessão de uso de imóvel funcional a servidor quando este, seu cônjuge, companheiro ou companheira amparados por lei: for proprietário, promitente comprador, cessionário ou promitente cessionário de imóvel residencial em Brasília, incluída a hipótese de lote edificado sem averbação da construção; não tiver recolhido aos cofres públicos quantias devidas, a qualquer título, em decorrência de utilização anterior de imóvel funcional pertencente à Administração Pública Federal, direta ou indireta; já ocupar imóvel funcional, mediante outorga de permissão de uso; ou tiver sua estada custeada mediante auxílio-moradia, enquanto não cessado por situação habilitadora à fruição de imóvel funcional", diz a portaria.

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Excetuam-se da exigência relativa à propriedade de imóvel residencial, no entanto, "os casos de imóveis funcionais destinados aos Ministros de Estado ou ao Advogado-Geral da União", completa a decisão.

A portaria, publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira, estabelece critérios para a utilização e o controle do uso de imóveis funcionais no âmbito da Presidência da República. O texto já está em vigor e traz regras para solicitação de uso dos imóveis, critérios de desempate dos pedidos, taxas e encargos.

A deputada eleita Tabata Amaral (PDT-SP) foi barrada de entrar no apartamento funcional destinado pela Câmara dos Deputados a ela. O episódio aconteceu na última quarta-feira (30), quando ela chegou em Brasília para se preparar para a posse que acontece nesta sexta (1º). Ao chegar no imóvel, ela foi recepcionada pelo filho do antigo inquilino do local, o deputado Hildo Rocha (MDB-MA), e o rapaz não quis entregar as chaves a futura parlamentar.

O episódio causou desconforto e Tabata precisou se hospedar em um hotel até que a situação fosse resolvida. Em entrevista à Folha de São Paulo nessa quinta (31), ela contou que chegou a procurar a Câmara no momento, mas Hildo Rocha foi firme e disse que o filho não entregaria a chave do local. “Procurei a Câmara, expliquei a situação, tentei resolver, mas o deputado falou que eu poderia fazer o barulho que fosse que o filho dele não ia sair”, contou.

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Em nota, a Câmara dos Deputados disse que Hildo Rocha ainda estava em processo de mudança para outro apartamento funcional e até esta sexta-feira (1º) a situação estaria resolvida.

“A Quarta-Secretaria da Câmara dos Deputados vem esclarecer que o deputado Hildo Rocha (MDB-MA) pediu anuência, concedida por esta Secretaria, para mudar-se do apartamento onde reside para outra unidade funcional. Encontra-se nesta data no processo de mudança de endereço, que envolve encaixotamento de pertences e utensílios e desmontagem de equipamentos para instalação no novo endereço, fazendo uso do prazo legal para a referida operação”, diz a nota.

O texto causou surpresa em Tabata Amaral. Segundo a pedetista, a própria Câmara chegou a autorizar que ela ocupasse o local na quarta. "Causa surpresa a Câmara registrar somente agora a informação que o parlamentar fez uma permuta e teria prazo para sua mudança e eu não ter sido previamente informada. Como a própria Câmara designou um funcionário para me acompanhar no ato de entrada? Burocracia? Descortesia? Ou abuso?", indagou, em publicação nas redes sociais.

Tabata está tomando posse como deputada nesta sexta e ela já adiantou que um dos seus primeiros atos será acionar o deputado Hildo Rocha por quebra de decoro parlamentar.  

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A Câmara dos Deputados informou que a família do deputado Natan Donadon (sem partido-RO) precisa deixar o apartamento funcional que ocupa até o dia 16 de agosto, próxima sexta-feira. Mais cedo, a Quarta Secretaria da Câmara dos Deputados informou que o prazo para que os familiares entregassem o imóvel havia vencido nesta segunda-feira, 12.

Condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Donadon está preso no complexo penitenciário da Papuda, em Brasília, e enfrenta um processo de cassação na Câmara dos Deputados.

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Em nota à imprensa, a Câmara diz que a notificação informando aos familiares a necessidade de entregarem o imóvel funcional foi elaborada em 12 de julho. Como a esposa do parlamentar se recusou a assinar o documento, a Casa lhe encaminhou uma certificação de recusa do recebimento, que tem o mesmo efeito da notificação. A certificação foi entregue à família de Donadon no dia 17 de julho, quando passou a correr o prazo de 30 dias para que o apartamento fosse devolvido.

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