Com o lançamento da biografia autorizada de Steve Jobs na manhã de hoje, 24/10, os rumores de que a Apple tem um aparelho de TV em sua linha de próximos produtos ganharam força.
Isso porque criar uma TV inteligente era uma obsessão pessoal do cofundador da Apple, de acordo com a obra de Walter Isaacson.
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Apesar de a Apple ter atualmente um aparelho set-top box no mercado chamado Apple TV, que não saiu no Brasil e teve uma recepção morna em outros mercados como os EUA, o que Jobs tinha em mente antes de sua morte era um produto muito mais grandioso.
“Ele queria muito fazer pelos aparelhos de TV o que tinha feito por computadores, tocadores de música e telefone: torná-los simples e elegantes”, afirma Isaacson, segundo o jornal Washington Post.
Isaacson segue explicando essa obsessão: “Ele gostaria de criar um aparelho de TV integrado que fosse completamente fácil de usar". "Seria algo diretamente sincronizado com todos os seus aparelhos e com o iCloud (Serviço na nuvem da Apple)."
Não seria mais necessário os usuários lidassem com complexos controles remotos para aparelhos de DVD e receptores de TV a cabo. "Ele terá a interface de usuário mais simples que você pode imaginar”, completa.
O aparelho de TV da Apple já é alvo de rumores há anos. E apesar de a empresa já ter adquirido várias patentes relacionadas a televisores, ela sempre se refere ao seu interesse por TVs inteligentes como sendo puramente um “hobby”.
Mas a nova biografia de Jobs sugere que uma TV inteligente era mais do que isso para a empresa. Além disso, indica que a Apple pode ter vencido o último obstáculo para chegar ao produto final.
O que era esse obstáculo continua sendo um mistério no momento, mas uma chave para sua solução pode estar presente em uma patente registrada em junho pela Apple. A companhia descreve-a como “um padrão de widget avançado”. Esse modelo poderia ser a peça-chave para uma TV que sincroniza diretamente com todos os seus aparelhos.
“A Apple reconheceu uma limitação da tecnologia ao ser aplicada a um ambiente de TV – no qual os widgets (componentes da interface gráfica) convencionais, apesar de serem recursos úteis sozinhos, não possuem consciência do conteúdo de mídia que a TV está apresentando no momento”, explica o especialista em patentes do mundo Apple, Jack Purcher.
O que a Apple diz ter feito nessa patente, explica Purcher, é criar um padrão no qual os widgets possam, sem a sua intervenção, te fornecer acesso a informações ou outras fontes, com base no que você está assistindo na sua TV.
“De maneira parecida, esses mesmos recursos sumiriam automaticamente quando não fossem mais relevantes ou úteis, de acordo com o conteúdo de mídia reproduzido no momento, minimizando assim possíveis confusões e apertos na tela”, diz Purcher.
“Como resultado, o usuário deverá ter uma experiência mais divertida e completa e será poupado do trabalho de precisar localizar manualmente e acessar recursos que possam ou não ser relevantes para o conteúdo sendo apresentado no momento.”
Também é fácil imaginar como a tecnologia de comandos de voz Siri, da própria Apple, poderia desempenhar um papel na criação da “interface de usuário mais simples que possa você pensar” em um aparelho de TV. O que poderia ser mais simples do que apenas dizer para sua TV quando você quer fazer alguma coisa? Em vez de apertar vários botões para avançar os comerciais em programas gravados, por exemplo, você poderia apenas dizer “Avance três minutos”.
No mês passado, o ex-presidente da divisão de produtos da Apple, Jean-Louis Gassée, declarou que a TV inteligente da Apple “é emocionante e tão óbvia que precisa acontecer”. A nova biografia de Jobs sugere que o cofundador da Apple também pensava dessa maneira.