A Rússia derrubou drones ucranianos que visavam Moscou e a península da Crimeia neste domingo (30), em ataques que danificaram duas torres de escritórios na capital e forçaram o breve fechamento de um aeroporto internacional.
Um drone que visava atingir Moscou foi derrubado nos arredores da cidade e dois outros foram "suprimidos por guerra eletrônica" e colidiram em um complexo de escritórios, disse o Ministério da Defesa da Rússia, acrescentando que não houve feridos.
Moscou e seus arredores, a cerca de 500 quilômetros da fronteira ucraniana, raramente foram alvo de ataques em 2022, mas foram atingidos por vários ataques de drones este ano.
O ataque deste domingo é o mais recente de uma série de ataques com drones - incluindo aqueles contra o Kremlin e algumas cidades russas perto da fronteira ucraniana - pelos quais Moscou culpa Kiev.
O Ministério da Defesa russo chamou de "tentativa de ataque terrorista".
"Na manhã de 30 de julho, o ataque terrorista que o regime de Kiev tentou realizar com veículos aéreos não tripulados na cidade de Moscou foi frustrado", disse a pasta em sua conta no Telegram.
"Um drone ucraniano foi destruído no ar por sistemas de defesa sobre o território do distrito de Odintsovo, na região de Moscou", detalhou a fonte.
"Dois outros drones foram suprimidos por guerra eletrônica e, tendo perdido o controle, caíram no terreno de um complexo de edifícios não residenciais Moscow-City", acrescentou.
Moscow-City é um empreendimento comercial no oeste da cidade.
O prefeito de Moscou, Sergei Sobyanin, postou no Telegram que "as fachadas de duas torres de escritórios da cidade foram levemente danificadas", acrescentando que não houve vítimas ou feridos.
O vidro de várias janelas se estilhaçou, segundo um fotógrafo da AFP. A polícia isolou a área.
- Aeroporto fechado brevemente -
A agência de notícias estatal russa TASS informou que o aeroporto internacional de Vnukovo, que serve a capital, foi "fechado para partidas e chegadas" e seus voos foram redirecionados para outras cidades.
Em menos de uma hora, as operações aéreas pareciam ter voltado ao normal.
No início de julho, uma salva de ataques de drones interrompeu brevemente o tráfego aéreo no mesmo aeroporto, localizado no sudoeste da cidade.
Pouco tempo depois, o Ministério da Defesa da Rússia afirmou que suas forças frustraram um ataque ucraniano noturno, envolvendo 25 drones, na Crimeia, uma península anexada à Rússia.
"Dezesseis drones ucranianos destruídos por fogo de defesa aérea", disse o ministério, acrescentando que não houve vítimas.
"Outros nove drones ucranianos foram neutralizados com recurso à guerra eletrônica e, sem atingir o alvo, caíram no mar Negro", disse a mesma fonte.
A Ucrânia declarou repetidamente sua intenção de recuperar a Crimeia, anexada pela Rússia em 2014. Por isso, nas últimas semanas intensificou e aumentou seus ataques a esta península.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse que esses ataques "não seriam possíveis sem a assistência prestada ao regime de Kiev pelos Estados Unidos e seus aliados da Otan".
- Ataques com mísseis -
Na sexta-feira, a Rússia disse ter interceptado dois mísseis ucranianos sobre a região de Rostov, no sul e na fronteira com a Ucrânia, com um saldo de pelo menos 16 pessoas feridas pelos destroços que caíram na cidade de Taganrog.
O ministério disse que o primeiro míssil S-200 visava a "infraestrutura residencial" em Taganrog, uma cidade de cerca de 250.000 habitantes.
Pouco depois, disse ter derrubado um segundo míssil S-200 perto da cidade de Azov, cujos restos caíram em uma área desabitada.
Do outro lado da fronteira, um ataque com mísseis russos na cidade de Zaporizhzhia, no sul da Ucrânia, matou duas pessoas, um homem e uma mulher, disseram as autoridades locais.
Além disso, pelo menos uma pessoa morreu por um ataque com míssil na cidade ucraniana de Soumy na noite de sábado e cinco pessoas ficaram feridas, segundo a polícia.
No início de julho, um ataque de drone russo atingiu um prédio residencial em Soumy, deixando três mortos e 21 feridos.