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Indicado para comandar a Procuradoria-Geral da República (PGR), o subprocurador Augusto Aras afirmou nesta quinta-feira, 12, ter dito ao presidente Jair Bolsonaro que ele não pode "mandar, desmandar" nem mudar o que for feito pelo Ministério Público porque o ocupante do cargo tem garantias constitucionais.

A afirmação foi feita durante visita de Aras ao gabinete do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), que é contrário à sua indicação. "Tive o primeiro contato com o presidente através de um amigo de muitos anos e disse ao presidente exatamente isso: 'Presidente, o senhor não pode errar (...) porque o Ministério Público, o procurador-geral da República, tem as garantias constitucionais, que o senhor não vai poder mandar, desmandar (...). Tem a liberdade de expressão para acolher ou desacolher qualquer manifestação. O senhor não vai poder mudar o que for feito", disse Aras ao senador. A conversa foi captado por cinegrafista da TV Globo.

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Antes de anunciar a escolha de Aras, Bolsonaro defendeu o alinhamento do procurador-geral com algumas ideias. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo no mês passado, o presidente afirmou que não pretendia indicar para o cargo um "xiita" da questão ambiental nem das minorias.

Desde o início da semana, Aras está em busca de votos no Senado. Para ser efetivado no cargo, ele será sabatinado na Comissão de Constituição e Justiça e precisa do apoio de pelo menos 41 dos 81 senadores. A sabatina está marcada para o próximo dia 25. Ainda nesta quinta, o subprocurador defendeu um Ministério Público "moderno", em sintonia com as necessidades de um Brasil novo, "que exige não somente combate à corrupção, mas também o destravamento da economia".

Alessandro Vieira disse que Aras demonstrou interesse em "domar a independência" dos colegas que atuam na primeira instância. "Ele tem uma visão de que o MP tem um papel importante na indução de políticas econômicas. Eu entendo que não. O MP não é parceiro do governo. É, mais do que tudo, um fiscal das políticas desenvolvidas", afirmou o senador.

A indicação do subprocurador tem como relator o senador Eduardo Braga (MDB-AM), que é investigado na Lava Jato. Braga afirmou que seu parecer será favorável à indicação. "Minha percepção (em relação ao subprocurador) é no sentido de que teremos avanços", disse ele. Questionado se não se sente constrangido em ser relator, quando pode depender de uma avaliação da Procuradoria-Geral para ser ou não denunciado, Braga respondeu: "Não tenho pendência na Justiça. Sequer há uma acusação formal." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Indicado para a Procuradoria-Geral da República (PGR), o subprocurador Augusto Aras se comprometeu em comandar a instituição com o discurso de um Ministério Público "moderno" que esteja comprometido com a economia do País, e não apenas com o combate à corrupção. Conforme o Broadcast Político publicou, os argumentos de Aras tem agradado a senadores até mesmo da oposição ao governo de Jair Bolsonaro.

O escolhido para o cargo tem criticado o que congressistas classificam como "onda positivista" de procuradores.

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"Eu tenho apenas conversado com os senadores sobre o nosso pensamento a cerca de um Ministério Público moderno, capaz de atender às grandes necessidades de um Brasil novo, um Brasil que exige não somente combate à corrupção, mas também exige o destravamento da economia", disse Aras em rara declaração a jornalistas antes de visitar de visitar o gabinete do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE).

Para ser efetivado no cargo, Aras será sabatinado na Comissão de Constituição e Justiça e precisa do apoio de pelo menos 41 dos 81 senadores.

A sabatina deve ser feita no próximo dia 25.

Em busca de apoio no Senado, o subprocurador Augusto Aras, indicado para a Procuradoria-Geral da República pelo presidente Jair Bolsonaro, se reuniu nesta quarta-feira, 11, com a bancada do PT na Casa. O discurso contra uma conduta considerada "punitivista" do Ministério Público e de independência em relação ao governo agradou aos parlamentares petistas.

Aras iniciou na segunda-feira passada uma maratona no Senado para angariar votos - ele será sabatinado na Casa e precisa do apoio de 41 dos 81 senadores para ser confirmado procurador-geral da República. Segundo a presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Simone Tebet (MDB-MS), a previsão é de que a sabatina seja realizada no próximo dia 25. Antes disso, no dia 18, a comissão poderá ler o parecer da indicação, que ainda não teve um relator designado.

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O vice-líder do PT no Senado, Rogério Carvalho (SE), afirmou que poderia dar um voto favorável ao subprocurador caso houvesse uma avaliação positiva. "Ajuda alguém que opera o direito que seja capaz de fazer justiça respeitando a lei. Essa constatação só no contato pessoal", disse Carvalho.

Na terça-feira, 10, Aras foi recebido pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Na ocasião, defendeu uma "Lava Jato positiva", que não criminalize a política. De acordo com relatos de senadores, o indicado pregou um Ministério Público Federal "moderno e clássico", com unidade nos posicionamentos e que ajude o desenvolvimento do País, sem cor ideológica. Segundo parlamentares, o subprocurador disse que o formato da Lava Jato pode ter levado a prejuízos, não só para reputações, mas para a economia.

O senador Otto Alencar (PSD-BA) avaliou que Aras "se colocou muito bem". "Ele disse que a Lava Jato teve um ponto em que extrapolou o limite da lei e cometeu excessos, sem citar nomes", disse.

No corpo a corpo com senadores, Aras foi questionado sobre os protestos de integrantes do Ministério Público Federal contra sua indicação, por não ter seguido a lista tríplice eleita pela categoria e pelo fato de Bolsonaro ter declarado que queria um procurador-geral alinhado ao governo. Em resposta, Aras afirmou que, se assumir o cargo, agirá com "independência absoluta" em relação ao Executivo. "Se alguém pensa que vou dever gratidão, não vou. Vou fazer o trabalho que o MPF tem de fazer, um MPF moderno", disse o indicado a líderes do Senado na tarde de terça.

O subprocurador tem evitado responder a perguntas de jornalistas. Segundo ele, esses questionamentos serão respondidos na sabatina. "As conversas (com senadores) têm sido muito proveitosas, mas nesse momento estou com as minhas ideias e as minhas produções sendo observadas, decididas e apreciadas pelo Senado. Aqui me encontro à espera da sabatina e, por estar sendo julgado pelo Senado, respeitosamente não posso responder a perguntas como todos gostaríamos de responder. As perguntas que me fazem agora serão respondidas na sabatina", declarou .

Expectativa

Para o senador Telmário Mota (Pros-RR), os sinais enviados por Aras ao Senado são positivos. "Espero que o MPF seja realmente um fiscal, puna os responsáveis, agora sem ação midiática, partidária, politizada e sem direcionar o trabalho", afirmou o parlamentar.

O líder da bancada do PSDB, Roberto Rocha (MA), disse ver em Aras um "progressista". "(Ele) Tem uma cabeça muito voltada para o desenvolvimento, para destravar a economia e ajudar nesse momento que estamos com a agenda econômica muito intensa", afirmou Rocha, "Ele vai ter, sem dúvida, uma larga confiança do Senado." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM), foi escolhido para relatar a indicação do subprocurador Augusto Aras para a Procuradoria-Geral da República (PGR). O nome precisa ter aval dos senadores para ser oficializado no cargo.

No próximo dia 18, Braga deve entregar o relatório sobre a indicação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde Aras será sabatinado no dia 25, de acordo com previsão da presidente do colegiado, Simone Tebet (MDB-MS).

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Aras participou de um encontro com a bancada do MDB na terça-feira, 10. Na ocasião, Eduardo Braga avaliou que a indicação seria aprovada pelo Senado sem dificuldades. Além disso, avaliou que o perfil do subprocurador e sua "maturidade" eram fatores que o qualificavam para o cargo.

A mensagem presidencial com o nome de Aras foi lida em plenário pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), nesta quarta-feira, 11. O procedimento é necessário para iniciar a tramitação da indicação na Casa.

Escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro para ocupar o cargo de Procurador-Geral da República, Augusto Aras passou parte do dia no Senado. Ele será sabatinado pelos senadores mas, antes disso, tem se reunido com alguns deles. Na tarde desta terça-feira (10), esteve presente na reunião de líderes da Casa e ouviu sobre a preocupação dos parlamentares sobre sua independência em relação a Bolsonaro.

O senador Otto Alencar (PSD-BA) disse que Aras “respondeu à altura”. “Ele não colocou nenhum alinhamento com o presidente da República. Essa questão foi levantada e ele respondeu à altura. [Disse] que a indicação do presidente não vai dar nenhuma conotação de que ele vai seguir aquilo que o presidente deseja”.

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“É isso que foi questionado aí dentro. É o cumprimento da lei, independente de quem vai indicar”, completou o senador.

Aras saiu da reunião e falou rapidamente com a imprensa. Disse que as conversas com os senadores têm sido “proveitosas”, mas não respondeu a mais nenhuma pergunta. O senador Roberto Rocha (PSDB-MA), também falou com a imprensa depois da reunião e disse que Aras “demonstra muito preparo e conhecimento”.

“Quero comunicar a todos que as conversas tem sido muito proveitosas, mas nesse momento estou com as minhas posições sendo observadas, seguidas e apreciadas pelo Senado Federal. Aqui, me encontro à espera da sabatina, sendo julgado pelo Senado e respeitosamente não posso responder a perguntas que somente ao Senado, na sabatina, caberão todas as respostas”, disse Aras, retirando-se em seguida.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), disse ontem (9) que a indicação do novo procurador-geral da República deve ser votada em plenário na semana do dia 22 de setembro. Como o mandato da atual procuradora-geral Raquel Dodge termina no dia 17 deste mês, o cargo deverá ser ocupado interinamente por um substituto.

Na semana passada, Bolsonaro indicou o subprocurador-geral Augusto Aras para a função. Antes de ser votada no plenário, a indicação passará por uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Em 16 anos, esta foi a primeira vez que o nome indicado não saiu da tradicional lista tríplice, feita por integrantes do próprio Ministério Público.

 

A sabatina do subprocurador Augusto Aras, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro, para ocupar o cargo de procurador-geral da República, poderá ocorrer no final de setembro, segundo a presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), senadora Simone Tebet (MDB-MS). No entanto, ela adianta que a reforma da Previdência (PEC 6/2019) e a PEC Paralela (PEC 133/2019) continuam sendo prioridades do colegiado.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), confirmou um convite a Augusto Aras para participar da reunião de líderes desta terça-feira (10). As informações são da repórter da Rádio Senado, Hérica Christian.

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*Da Agência Senado

 

Indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para a Procuradoria-Geral da República, Augusto Aras foi o único dos candidatos ao cargo a se comprometer com uma série de "valores cristãos" previstos em carta da Associação Nacional de Juristas Evangélicos (Anajure). Aras recebeu apoio institucional da entidade, que tem trânsito na cúpula do governo, na disputa pela chefia do Ministério Público.

O documento, de dez páginas, registra visão da entidade - braço das igrejas protestantes no meio jurídico - sobre temas como liberdade religiosa, sexualidade, aborto, gênero, conceito de família, acolhimento de refugiados, ensino confessional, repressão à corrupção e separação dos Poderes, entre outros. Parte do texto sugere posições institucionais que, no entendimento da associação, deveriam ser adotadas pelo Ministério Público e pelo governo.

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Na lista dos itens defendidos pela associação estão a manutenção dos símbolos religiosos em repartições públicas, monumentos públicos com conotação religiosa, feriados religiosos e a menção a "Deus" no preâmbulo do texto constitucional. O documento diz que o Poder Judiciário deve se abster de atuar como legislador. Para a entidade, o Ministério Público deve ter sua atuação limitada às funções institucionais, evitando condutas "personalistas" em operações como a Lava Jato - ideia já exposta por Aras.

"Ele (Aras) falou que é conservador, leu a carta e está de acordo com os princípios ali elencados", disse ao Estado o presidente da Anajure, Uziel Santana. "Ele se comprometeu com a pauta prevista, tanto moral quanto de combate à corrupção." A Anajure tem cerca de 700 associados, entre juízes, desembargadores, advogados, promotores e procuradores.

Bolsonaro prometeu editar projeto de lei para proibir "ideologia de gênero" no ensino fundamental. Há dez ações no Supremo Tribunal Federal questionando a constitucionalidade de leis estaduais e municipais que versam sobre a mesma vedação a orientações sobre sexualidade e gênero nas escolas. Sete delas foram propostas pela Procuradoria-Geral da República. Para a Anajure, as leis devem ser reconhecidas como válidas.

"Há uma desconstrução de valores morais nos últimos anos, a imposição de uma agenda contrária ao pensamento de pais e famílias, da igreja. E isso não é bom", afirmou Santana. Ele disse que a Anajure não deseja "impor" a sua visão moral ao País, mas busca que ela seja "respeitada". Para ele, o "alinhamento" entre governo e Procuradoria- Geral significa "estar harmônico sem falta de independência".

A carta expõe argumentos contra questões como o aborto e o reconhecimento de família, na esfera pública, composta por uma união homoafetiva. "A instituição familiar deve ser preservada como heterossexual e monogâmica." A Anajure defende a possibilidade de realização de tratamentos para "reversão sexual", afirma que os registros públicos devem admitir apenas o gênero binário (masculino e feminino), argumenta em favor do ensino confessional e sugere a criação de cargos de Estado para defender a liberdade religiosa internacionalmente.

Num dos trechos, a entidade pede comprometimento do procurador-geral com o "mandamento" de que as igrejas "são imunes à cobrança de tributos e assim devem permanecer". O temor de que elas venham a ter receitas taxadas aumentou por causa do projeto de uma contribuição sobre pagamentos em estudo, com apoio de setores da equipe de Bolsonaro, enquanto o Congresso debate a reforma tributária. A Anajure e a Frente Parlamentar Evangélica se articulam para barrar a iniciativa.

Aras iniciou nesta segunda-feira, 9, corpo a corpo no Senado, onde será sabatinado, em busca de apoio e já começou a montar sua equipe. O subprocurador aposentado Eitel Santiago Pereira confirmou, em redes sociais, que aceitou convite para o cargo de secretário-geral da PGR. "Que Deus abençoe minha decisão."

Nas redes, Eitel já pediu vetos de Bolsonaro à Lei de Abuso e já saiu em defesa do regime militar. "Com base em documentos da época e testemunhos de pessoas que participavam ativamente da vida pública naquela quadra da vida nacional, considero mais correto o posicionamento dos que sustentam que houve uma revolução em 1964."

Protestos

Na segunda, líderes do Ministério Público realizaram atos em defesa da independência da instituição e contra a indicação de Aras - Bolsonaro ignorou a lista tríplice eleita pela categoria. Em Brasília, o primeiro colocado da lista, Mario Bonsaglia, afirmou que "preocupa a visão de que o procurador-geral precisaria ter um programa alinhado ao governo". Procurado, Aras não se manifestou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O subprocurador-geral da República Augusto Aras se reuniu nesta segunda-feira (9) com procuradora-geral da República, Raquel Dodge, para discutir o processo de transição do cargo. Segundo a procuradoria, a reunião privada foi agendada para tratar de assuntos institucionais.

Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro indicou Aras para o cargo de procurador-geral. Antes de assumir, ele precisa passar por uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Depois o nome do subprocurador precisa ser aprovado por maioria em plenário. Segundo o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), a indicação deve ser votada na semana do dia 22 de setembro. O mandato de Dodge termina em 17 de setembro.

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De acordo com a procuradoria, ficou acertado que Augusto Aras passará a contar com uma assessoria parlamentar e terá reforço na segurança institucional durante o período de transição e não receberá mais processos para pareceres no Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde atuava. Aras recebeu também informações sobre situação orçamentária do Ministério Público da União (MPU).

Mais cedo, membros do Ministério Público Federal (MPF) fizeram atos nas sedes do MPF em vários estados para defender "a independência do Ministério Público e a transparência ao processo de escolha" do PGR, por meio da lista tríplice elaborada pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR). O nome de Augusto Aras não contava na lista. Apesar de o presidente Bolsonaro não ter obrigação legal de indicar os integrantes, a associação considera a indicação um "retrocesso" para o MPF. Em Brasília, a mobilização ocorreu na sede da Procuradoria da República no Distrito Federal (PRDF).

No Rio de Janeiro, procuradores estiveram reunidos no centro da cidade Rio de Janeiro, na capital fluminense. Eles defenderam a autonomia do MPF e que o próximo procurador-geral da República seja escolhido a partir da lista tríplice elaborada pela categoria.

*Colaborou Akemi Nitahara

 

 

 

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou que a indicação de Augusto Aras para a Procuradoria-Geral da República pode ser apreciada pela Casa entre os dias 23 e 27 de setembro, considerando um cenário otimista.

"Essa indicação (do presidente da República para o novo PGR) pode chegar amanhã no Senado, junto com outras indicações de outras autoridades. E, chegando no Senado, a gente vai fazer a leitura e encaminhar para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ)", disse. Alcolumbre falou com jornalistas ao chegar para reunião com o presidente da República em exercício, Hamilton Mourão, no Palácio do Planalto.

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Ele afirmou que, pelo prazo regimental, é esperado que parlamentares façam um pedido de vista coletiva (mais tempo para análise) após o nome de Aras chegar ao plenário e antes da sabatina na CCJ, o que inviabilizaria a avaliação da indicação antes do dia 17 de setembro. "Acho que na semana do dia 22", respondeu ao ser questionado sobre a data de votação em um cenário otimista.

Sobre o nome de Aras, Alcolumbre destacou que é uma indicação do presidente da República e que o Senado é responsável apenas pela sabatina, seguida posteriormente da aprovação ou não. "O perfil de um procurador de carreira que está enquadrado nas orientações para ocupar a procuradoria-geral foi escolhido pelo presidente do Brasil. O Senado vai sabatinar e aprovar ou não."

O procurador-chefe da Procuradoria da República em São Paulo, Thiago Lacerda Nobre, afirmou na tarde desta segunda-feira (9) que forças-tarefa como a Lava Jato, que dependem de recursos definidos diretamente pela Procuradoria-Geral da República, podem estar em risco caso não haja compromisso de quem assumir o cargo com o combate à corrupção.

A afirmação foi feita durante protesto realizado nesta tarde, na sede do Ministério Público Federal em São Paulo, na Rua Frei Caneca, contra a indicação do presidente Jair Bolsonaro de Augusto Aras para o cargo. Os protestos nesta segunda ocorrem por todo o País.

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A escolha de Bolsonaro foi feita à margem da lista tríplice eleita pela classe em pleito promovido pela Associação Nacional dos Procuradores da República.

O protesto reuniu 30 dos 46 procuradores que atuam na sede do órgão em São Paulo.

"(Com a posse do procurador-geral) As forças-tarefa podem ser, à medida do tempo, enxutas e até desfeitas, e com certeza teríamos um retrocesso no combate à corrupção evidente", disse o procurador. "Não quer dizer que isso será feito, mas há uma possibilidade clara e real", afirmou.

A frase foi dita quando Nobre, que já chefiou a Lava Jato em São Paulo, exemplificou formas de um procurador agir para atrapalhar investigações.

Nobre frisou que procuradores têm princípios funcionais em seus cargos, mas essa blindagem não seria total. As forças-tarefa, disse ele, dependem de recursos, pessoal e equipamentos que são repassados por meio de determinação direta do procurador-geral.

Categoria analisa boicote a indicações

O procurador-chefe afirmou também que a Associação Nacional dos Procuradores da República propôs que a categoria se comprometa a não assumir cargos de chefia na gestão Ares, "uma coisa que está sendo analisada". Em Sergipe, procuradores já entregaram cargos de chefia em protesto contra o desrespeito à lista tríplice.

"Nos causa bastante espanto essa nomeação, da forma como foi feita, porque a gente não sabe o que foi prometido" entre Ares e Bolsonaro, afirmou Nobre.

Durante o protesto, o diretor da Associação em São Paulo, Pedro Antonio de Oliveira Machado, afirmou que a criação de uma lista tríplice implica na adoção de uma série de compromissos do candidato com a categoria.

"O procurador-geral da República proporia uma medida como a que foi proposta esses dias no Supremo, em favor da liberdade de expressão (no caso de tentativa de censura de livros no Rio de Janeiro)? Nós não sabemos. Não assumiu compromissos, não declarou para a gente quais eram as plataformas dele. Precisamos cobrar isso de quem quer que seja o futuro procurador-geral da República", disse.

A entidade, disse Machado, ainda avalia se atuará para exercer alguma pressão no Senado, que terá de confirmar a escolha de Aras.

No protesto em São Paulo, como em outras cidades, uma carta da associação foi lida. O texto criticou os critérios apresentados pelo presidente para a nomeação de Aras. "(…) O Presidente da República, parecendo não compreender como deveriam funcionar as instituições no estado democrático de direito, apresenta termos como 'afinidade de pensamento', 'alinhamento', 'dama em tabuleiro de xadrez em que o presidente seria o rei' para se referir à característica almejada para a chefia do Ministério Público Federal".

Em um dia de protestos de procuradores contra a escolha do presidente Jair Bolsonaro, que não seguiu a lista tríplice, para o comando do Ministério Público Federal, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, recebeu no fim da manhã desta segunda-feira, 9, o subprocurador-geral Augusto Aras, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro na semana passada para o cargo de procurador-geral da República no biênio 2019/2021. A reunião foi marcada por Raquel para tratar de "assuntos institucionais".

O mandato de Raquel termina no próximo dia 17, mas a posse do futuro PGR depende da conclusão de trâmites legais, que incluem uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado e a aprovação pelo Plenário.

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A data da sabatina ainda não foi marcada.

Entre o fim da atual gestão e o início da próxima, o cargo será ocupado de forma interina pelo vice-presidente do Conselho Superior do Ministério Público Federal, subprocurador-geral Alcides Martins, com quem Raquel também se reuniu na semana passada, com o mesmo objetivo.

Aras agradeceu "os votos de sucesso" externados por Raquel na última sexta-feira, 6, durante evento em Goiânia. Ele ressaltou o fato de a procuradora-geral ter sido a primeira mulher a ocupar o cargo de chefe do Ministério Público Federal, e lembrou que os dois ingressaram na instituição no mesmo concurso, e agora, se sucedem no comando.

Raquel colocou a equipe de seu gabinete à disposição do futuro PGR.

No encontro, ficou acertado que Aras será desonerado da distribuição de processos. Com a medida, ele deixa de atuar no Superior Tribunal de Justiça.

Outra providência ajustada foi que Aras contará, a partir de agora, com assessorias específicas como o reforço na segurança institucional e assessoria parlamentar.

A PGR informou ao subprocurador-geral que ele receberá relatórios de gestão e operacional relativos aos dois anos de seu mandato, o que não impede o fornecimento de outras informações.

No encontro, Raquel e Aras também falaram sobre a Lei Orçamentária Anual do Ministério Público da União, sobre as obras tocadas pela atual gestão, em andamento - como da Escola Superior do Ministério Público da União - e já entregues, como as sedes das Procuradorias Regionais da República no Rio e em Porto Alegre, inauguradas recentemente, e que contribuíram para a redução de custos com aluguel.

A Procuradoria Regional da República da 5ª Região, localizado no bairro da Ilha do Leite, área central do Recife, recebeu na tarde desta segunda-feira (9) um ato de procuradores e servidores do Ministério Público.

A mobilização se deu de forma contrária à indicação do presidente Jair Bolsonaro (PSL) ao nome do procurador Antonio Augusto Aras para suceder Raquel Dodge no cargo de procurador-geral da República.

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Além do Recife, o manifesto aconteceu em outras 15 cidades do Brasil e teve o apoio da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR). O objetivo foi reforçar que Bolsonaro deveria escolher um nome que estivesse na lista tríplice para seguir no cargo.

De acordo com o procurador geral da República e delegado da ANPR em Pernambuco, Wellington Cabral Saraiva, a preocupação é afirmar a importância do processo da lista tríplice.

“Também queremos manifestar nossa preocupação para que seja mantida a independência do Ministério Público Federal na sua atuação. Nós estamos reafirmando que não vamos abrir mão da nossa independência. E que não somos aliados nem inimigos do governo. Nossa função é cumprir a lei e respeitar o processo da lista tríplice, porque ele dá clareza e transparência ao nosso trabalho”, explicou Wellington.

O procurador também criticou a metáfora do presidente Bolsonaro de que, em um jogo de xadrez, o papel do PGR seria ser a dama do tabuleiro.

“São declarações incompatíveis com o papel do MPF e do papel do PGR. Nós não achamos que nem do ponto de vista simbólico possam ser feitas essas analogias. Nossa finalidade é fiscalizar o cumprimento das leis brasileiras. Se algum ato do governo descumprir a nossa legislação é atacar e repreender o governo. Não existe casamento entre o PGR e o presidente, como Bolsonaro sugeriu”, enfatizou.

O grupo preparou uma carta em que detalha o posicionamento do órgão. Confira na íntegra: 

“Os membros do Ministério Público,servidores públicos e representantes da sociedade civil reunidos nesta data vêm a público informar o que segue. Como já adotado pelos demais 29 Ministérios Públicos do país, há muito tempo, a lista tríplice vinha garantindo, também para o MPF, nos últimos 16 anos, além do fortalecimento da democracia interna, plena transparência no processo de escolha do cargo de procurador-geral da República, um dos mais relevantes do país.

O que pensa, quais são seus projetos, como pretende atuar, de que maneira agirá para cumprir as missões fundamentais estabelecidas na Constituição Federal, defender nossas bandeiras institucionais, de autonomia, independência funcional e garantia de escolha das funções mais relevantes pelo modelo participativo e democrático da eleição. 

Independentemente de quem venha a ocupar a chefia de nossa instituição, essas são bandeiras perenes, que precisam ser defendidas sempre. Isso se reforça no momento em que o Presidente da República, parecendo não compreender bem como devem funcionar as instituições no estado democrático de direito, apresenta termos como “afinidade de pensamento”, “alinhamento”, “dama em tabuleiro de xadrez em que o presidente seria o rei” para se referir à característica almejada para a chefia do Ministério Público Federal.

Esses termos são absolutamente incompatíveis com uma instituição lapidada pelo constituinte para ser independente, para servir somente à sociedade, para desempenhar funções de fiscalização, contestação e investigação dos atos emanados do Poder Executivo e do próprio presidente.

A Constituição da República de 1988, rompendo tradição até então existente que unia na gura do Ministério Público as funções de defensor da sociedade e do Estado, impôs separação entre elas, reservando ao Ministério Público o papel de defensor da sociedade e incumbindo à advocacia pública o de defender o Estado.

O Ministério Público é função essencial à justiça e para que seus membros desempenhem com destemor suas relevantíssimas funções, a Constituição assegurou-lhes independência funcional.

O respeito pela democracia interna que reina na instituição é fundamental para garantir atuação imparcial dos membros do MPF. Esses são compromissos institucionais que devem ser publicamente declarados por todos aqueles que almejem exercer o cargo de procurador-geral da República.

Hoje a carreira se mobiliza para defender, publicamente, as bandeiras da autonomia do Ministério Público, de independência de seus membros e de manutenção do mecanismo democrático de escolha de suas funções mais relevantes a partir da participação e eleição dos seus pares, cientes de que essas são garantias fundamentais estabelecidas, ao fim e ao cabo, em favor da própria sociedade brasileira.

Recife, 9 de setembro de 2019″.

 

Augusto Aras é subprocurador-geral da República, especializado em direito público e econômico e foi indicado para substituir a atual titular do cargo, Raquel Dodge. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, afirmou que assim que a mensagem presidencial chegar à Casa, será encaminhada para a CCJ, onde será feita a sabatina do indicado e análise do parecer, antes de seguir para votação em  Plenário.

A indicação de Aras foi criticada pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), por não obedecer a lista tríplice organizada pela entidade. Senadores como Acir Gurgacz (PDT-RO), Humberto Costa (PT-PE) e Eduardo Girão  (Podemos-CE) já comentaram opiniões manifestadas anteriormente por Aras e o que esperam da tramitação no Senado. Veja mais na reportagem de Dinalva Ferreira, da TV Senado.

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*Da Agência Senado

 

O subprocurador Augusto Aras, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) para comandar a Procuradoria Geral da República (PGR), já está montando sua equipe antes mesmo de ter o nome aprovado pelo Senado. A informação é do jornal O Globo. 

Pelo menos duas pessoas já foram oficialmente convidadas e outras estão sendo sondadas por Aras. O chefe da Procuradoria da República em Goiás, Ailton Benedito, foi um dos já chamados para integrar a equipe de Aras. O eventual cargo dele não foi definido. 

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“Estamos avaliando como poderei colaborar”, afirmou Benedito, que já chegou a ser indicado para fazer parte da Comissão de Mortos e Desaparecidos, mas foi vetado pelo Conselho Superior do Ministério Público Federal.

Outro nome que foi convidado foi o do subprocurador aposentado Eitel Santiago Pereira. Ele, inclusive, confirmou em uma rede social que aceitou ser secretário-geral do Ministério Público. 

"Aceitei o convite para ser o Secretário-Geral do Ministério Público da União. Porém, tudo ainda depende da aprovação, pelo Senado, do nome de Augusto Aras, indicado pelo presidente Bolsonaro. (...) Atuará, tenho certeza, respeitando os preceitos constitucionais e preocupado em contribuir com o desenvolvimento nacional", escreveu Santiago sobre o assunto.

Procuradores do Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (MPF-RJ) protestaram na manhã desta segunda-feira, 9, contra a indicação de Augusto Aras para a Procuradoria-Geral da República (PGR). Eles criticaram o desrespeito à lista tríplice do órgão e disseram que não houve nenhum diálogo com Aras, de quem não sabem o que esperar. O Rio é o Estado em que a Lava Jato tem mais força atualmente.

"Vejo risco para todas as operações do MPF", afirmou o procurador Blal Dalloul, terceiro colocado na lista tríplice. "O doutor Augusto Aras não conversou com a classe, não sabemos quais são os projetos dele, qual a plataforma dele", disse.

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Os procuradores do Rio endossaram o posicionamento da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), que soltaram nota de repúdio à escolha de Aras e ao modo como o presidente Jair Bolsonaro lida com o órgão. Na visão da ANPR, ele tem uma "compreensão absolutamente equivocada sobre a natureza das instituições em um Estado Democrático de Direito." Estima-se que 15 Estados realizem nesta segunda atos como o do Rio.

A procuradora Maria Cristina Manella classificou a independência do Ministério Público como "princípio basilar" da instituição. "E é através dessa independência funcional que nós continuaremos trabalhando em defesa do regime democrático e dos interesses da sociedade brasileira, independentemente dos valores ditados pelo PGR e até pelo presidente da República."

Para os integrantes do MPF no Rio, a escolha "aleatória" por Aras, como classifica o procurador Sérgio Pinel, representa um vácuo de liderança na instituição - que, segundo ele, compromete a independência funcional.

Há menos de um mês, auditores da Receita Federal também protestaram no Rio contra as tentativas de interferência de Bolsonaro no órgão. Estavam presentes, naquele ato, representantes de associações de juízes e de policiais federais, por exemplo.

Membros do Ministério Público Federal (MPF) realizam atos, nesta segunda-feira (9), em diversas capitais do país para defender a lista tríplice para a escolha do procurador-geral da República (PGR). No Recife, a manifestação está marcada para às 15h, na sede da Procuradoria Regional da República da 5ª Região, no bairro da Ilha do Leite. 

De acordo com um comunicado da  Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), os atos desta segunda também vão defender “a importância da autonomia do MPF frente aos poderes da República e a independência de seus membros no cumprimento de suas funções constitucionais, como elementos fundamentais que possibilitam a atuação independente da carreira em favor da sociedade brasileira”.

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As manifestações acontecem depois do presidente Jair Bolsonaro (PSL) indicar o subprocurador-geral Augusto Aras para ocupar o cargo. Aras não compunha a lista tríplice indicada como sugestão para o presidente pela ANPR. 

A associação classificou a indicação de Aras como "maior retrocesso institucional" em vinte anos. Apesar de ser tradicional desde 2003, Jair Bolsonaro não é obrigado a escolher para o comando da PGR alguém que integre a lista tríplice da categoria. 

Constitucionalmente, cabe ao presidente nomear um procurador-geral desde que seja funcionário de carreira, com mais de 35 anos e que passe por aprovação de maioria absoluta do Senado. O nome de Aras ainda passará pelo crivo do Senado, mas aparenta ser bem aceito. A atual procuradora-geral Raquel Dodge encerra seu mandato no próximo dia 17.

Senadores que vão analisar inicialmente a indicação de Augusto Aras para a Procuradoria-Geral da República evitaram ontem impor resistências ao nome escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro. Entre os titulares da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), apenas dois declararam que não pretendem dar aval à nomeação, enquanto seis se disseram favoráveis, segundo levantamento do Estadão/Broadcast, plataforma de notícias em tempo real do Grupo Estado. Única representante do PSL, partido de Bolsonaro, na CCJ, a senadora Juíza Selma (MT), declarou que vai votar contra o escolhido para suceder a Raquel Dodge. Na oposição, o vice-líder do PT, Rogério Carvalho (SE), se disse a favor.

A reportagem ouviu 24 dos 27 titulares da comissão, responsável por sabatinar o indicado. Dez não quiseram comentar, seis afirmaram ainda não ter opinião e apenas três não responderam.

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Otto Alencar (PSD-BA) e Angelo Coronel (PSD-BA), dois parlamentares que têm se posicionado contra o governo em uma série de votações no Senado, elogiaram a escolha de Bolsonaro para chefiar o principal órgão de investigação do País. "Ele não vai se dobrar a quem o indicou, ele é um homem do Direito e muito sério", afirmou Alencar, líder do partido no Senado. "A indicação de Augusto Aras talvez seja o ato mais responsável do presidente da República até então", disse Coronel.

Em reservado, parlamentares avaliaram que as críticas do escolhido de Bolsonaro a condutas da Lava Jato imprimiram nele um perfil contrário à criminalização da política, o que pode favorecer sua aprovação pelos senadores. Para ser nomeado, ele precisará do voto da maioria no plenário da Casa.

O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), afirmou esperar que o indicado tenha o "apoio de todos os partidos, da direita à esquerda, devido à sua trajetória". "As críticas que ele fez à Lava Jato foram devido à 'midiatização'. Mas ele é um homem que defende a bandeira do presidente contra a corrupção. Tem um perfil adequado e equilibrado", afirmou o Bezerra Coelho.

Aras chegou a criticar colegas do Ministério Público. Em entrevista ao Estadão, afirmou que a instituição estava aparelhada e defendeu uma "disruptura" para a Procuradoria "retomar os trilhos" da Constituição.

Para o líder do PT, Humberto Costa (PE), a oposição deve ouvir Aras para avaliar se concorda com a nomeação. "O que queremos é que o procurador coloque o MP para ter uma atuação condizente com a Constituição e acabar com esse estrelismo de alguns servidores do MP e a perseguição política", disse.

O nome, porém, desagradou a senadores "lavajatistas", como a Juíza Selma - chamada de "Moro de saias" durante a campanha eleitoral - e Alessandro Vieira (Cidadania-SE). "Não adianta o presidente escolher um PGR que tenha posicionamentos parecidos com os dele se cada membro do MPF tem o seu próprio posicionamento e independência para trabalhar. Eu não teria feito essa escolha", afirmou a senadora, que criticou a indicação fora da lista tríplice eleita pela categoria.

Aras vai começar a visitar senadores na próxima semana em busca de apoio. Ele avisou à presidente da CCJ, Simone Tebet (MDB-MS), que pretende ir a todos os 81 gabinetes. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), porém, disse que não pretende dar prioridade à análise da indicação à PGR na Casa, que ainda discute a reforma da Previdência.

'Chance'

Um dia após ser alvejado nas redes sociais pela escolha, que desagradou a boa parte de seus apoiadores, Bolsonaro voltou ontem a pedir "uma chance" a Aras. "Reconheço as minhas limitações, a minha fragilidade, a minha incompetência em alguns momentos. Mas vou continuar me empenhando para fazer o melhor todo dia", disse o presidente a pessoas que o esperavam ontem na porta do Palácio da Alvorada.

Questionado se Aras vai combater a corrupção, Bolsonaro respondeu que um procurador-geral da República "não pode focar só na corrupção". "É questão ambiental, direitos humanos, minorias. Tem a ver indiretamente com a economia. Essa é a intenção."

'Estou avaliando'

Augusto Aras já se movimenta para montar sua equipe com nomes alinhados ao pensamento do presidente Jair Bolsonaro.

Popular entre bolsonaristas no Twitter pelo posicionamento conservador, o procurador Ailton Benedito disse ontem ao jornal O Estado de S. Paulo ter sido convidado por Aras para integrar a equipe da Procuradoria-Geral República. O telefonema, segundo ele, ocorreu logo após a indicação de Aras ter sido confirmada.

Benedito, que afirmou conhecer Aras "institucionalmente", saiu em defesa do subprocurador, tachado de "esquerdista" por apoiadores do presidente, e disse estar "avaliando" o convite. "O que eu posso dizer é que ele falou para mim que eu só não estarei na gestão dele se eu não quiser. Ainda estou avaliando", afirmou Benedito. "Entendo que, nesse momento, é um perfil (Aras) que atende às necessidades do MPF e do País."

Críticas

 

A escolha de Bolsonaro por um candidato de fora da lista tríplice da categoria, no entanto, gerou críticas. Pouco depois de saber da indicação, o primeiro colocado na eleição feita pela Associação Nacional do Procuradores da República, o subprocurador-geral Mário Bonsaglia, contestou a decisão de Bolsonaro. Ele afirmou que "a autonomia institucional do MPF corre claro risco de enfraquecimento diante da desconsideração da lista".

Conservador, Bonsaglia já esteve duas vezes na lista da associação, mas, pela primeira vez, havia sido o mais votado. Também teve o nome defendido pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro.

O coordenador da Lava Jato no Paraná, Deltan Dallagnol, afirmou que a força-tarefa defende lista tríplice, pois ela seria uma forma de garantir um chefe "testado e aprovado" para a instituição. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse nesta sexta-feira, 6, que um procurador-geral da República "não pode focar só na corrupção". "É questão ambiental, direitos humanos, minorias. Tem a ver indiretamente com a economia. Essa é a intenção", disse.

A declaração de Bolsonaro foi resposta a pergunta de um apoiador que o esperava na entrada do Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência. Ele havia questionado se o nome indicado ao cargo, Augusto Aras, iria trabalhar "contra a corrupção".

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Antes, Bolsonaro havia dito que a quinta-feira, 5, "foi um dia difícil". "Fizemos os vetos da Lei de Abuso. (No) Ministério Público, alguns extrapolam ainda. Não podem agir dessa maneira. Ontem escolhi novo PGR, uma escolha difícil. É uma pessoa que tem o grau de importância muito parecido com do presidente", disse.

Ao grupo de apoiadores, Bolsonaro também disse que "reconhece" a sua "incompetência em alguns momentos". "Reconheço as minhas limitações, a minha fragilidade, a minha incompetência em alguns momentos. Mas vou continuar me empenhando para fazer o melhor todo dia", disse.

Um dia após o presidente Jair Bolsonaro indicar o subprocurador Augusto Aras para o posto de procurador-geral da República, em substituição a Raquel Dodge, cujo mandato termina no dia 17 deste mês, a presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Simone Tebet (MDB-MS), disse que a tramitação da indicação não atrapalhará o calendário das reformas previdenciária e tributária no colegiado. Cabe à CCJ sabatinar Aras.

A presidente da CCJ informou que, tão logo a indicação seja oficializada e lida no plenário do Senado, designará um relator. Até lá, garantiu a senadora, a comissão continuará focada nas reformas. Sobre a escolha do relator para a indicação de Aras, Simone disse que a questão será tratada somente após a chegada e a leitura da mensagem presidencial no plenário do Senado.

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Simone Tebet confirmou que ontem (5) mesmo recebeu uma ligação de Aras que queria saber sobre a tramitação da indicação na Casa para organizar as visitas que pretende fazer a cada um dos 81 senadores. Esses encontros – comuns entre candidatos a cargos que exigem sabatina –- servem para que os indicados se apresentem e peçam apoio dos parlamentares na votação. Segundo a senadora, a sabatina deve ser marcada para o fim de setembro.

Na CCJ, depois que o parecer do relator for apresentado, é dado automaticamente prazo de uma semana de vista coletiva aos senadores. Na semana seguinte, a sabatina é realizada, e o nome do indicado submetido à aprovação do colegiado. Vencida essa etapa, se houver pedido de urgência, no mesmo dia, é realizada a votação no plenário da Casa. Em ambos os casos, a votação é secreta. No plenário, Aras precisará do apoio de pelo menos 41 dos 81 senadores.

 

 

O líder da oposição na Câmara Federal, Alessandro Molon (PSB), repercutiu nesta sexta-feira (6) a indicação do presidente Jair Bolsonaro (PSL) ao nome do procurador Augusto Aras para ocupar o cargo de procurador-geral da República.

Aras, que ainda vai passar por uma sabatina no Senado, não tinha seu nome cotado na lista tríplice enviada ao Governo. De acordo com Molon, a atitude de Bolsonaro representa uma ação anti-republicana.

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“A escolha de um Procurador-Geral da República que não constava na lista tríplice do Ministério Público é a cereja do bolo na série de interferências de Bolsonaro em órgãos como a Receita e a Polícia Federal. O Brasil tem um presidente da República anti-republicano”, opinou.

O procurador Augusto Aras vai substituir Raquel Dodge à frente do cargo máximo da PGR. Dodge termina o seu mandato no próximo dia 17 de setembro e, até lá, os trâmites para a possível posse de Aras devem ser realizados.

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