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Episódios de furtos e roubos de bicicletas dentro dos condomínios residenciais em São Paulo mais que dobraram na capital nos dois últimos anos após a pandemia de Covid-19. Os principais alvos dos criminosos são as bikes que ficam estacionadas nas garagens térreas ou nos subsolos dos prédios. Segundo registros policiais e vítimas ouvidas pelo Estadão, os assaltantes, que agem em grupo, dupla ou sozinhos, conseguem superar a barreira de portões eletrônicos, câmeras de segurança e até dos cadeados e correntes que são usados para fixar o veículo.

Os crimes variam de região. A reportagem ouviu pessoas que tiveram suas bicicletas furtadas em condomínios localizados em Santa Cecília, no centro; na Vila Prudente, distrito da zona leste; e também na Vila Gumercindo e no bairro do Ipiranga, ambos na zona sul, onde na semana passada imagens de segurança flagraram um grupo de adolescentes tentando arrombar o portão de um prédio. Por conta de uma trava de segurança, eles não conseguiram invadir o local.

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Uma das vítimas recentes foi o representante comercial Edson Lustosa, de 41 anos, morador de um prédio na Vila Graciosa, na região da Vila Prudente. No último dia 20, ele notou que a sua bicicleta não estava no suporte onde costumava prender o veículo com chave e cadeado.

Mesmo com câmeras apontadas para a cena do furto e com o prédio dispondo de uma portaria com o monitoramento presencial de porteiros, a bicicleta de Lustosa foi furtada pelos criminosos. "Se tinha um lugar que eu não imaginava ser roubado era em casa", disse o representante comercial.

Pelas imagens das câmeras de monitoramento, é possível ver que o suspeito entrou e saiu pela portaria de entrada se misturando aos moradores do prédio "Me roubem na rua, mas não dentro do local onde eu deveria ter segurança", disse ironicamente.

Em 2022, a capital paulista registrou o maior número de ocorrências de bicicletas furtadas e roubadas nos últimos cinco anos: foram 3.795 casos, o que representa 11,1% a mais que em 2021 (3.415 ocorrências). Os dados são do levantamento da Aliança Bike - Associação Brasileira do Setor de Bicicletas, feito a partir dos dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP). As informações consideram apenas os episódios que foram notificados por meio de boletins de ocorrência.

Deste total de quase 3,8 mil ocorrências registradas em 2022, 264 aconteceram dentro de condomínios residenciais, totalizando 373 bicicletas. Os números do ano passado são inferiores aos de 2021, que somou 380 casos. Mas, na comparação com 2019 (165 ocorrências), as estatísticas mostram que, nos dois últimos anos, o aumento de notificações para esse tipo de crime aumentou em 130% em 2021, e 60% em 2022.

A quantidade de bicicletas furtadas é maior que o número de ocorrências porque pode haver a subtração de mais de um veículo dentro de uma mesma ação.

Foi o que aconteceu com o publicitário Alan Ristow, de 48 anos, morador de um prédio na Vila Gumercindo, zona sul. Em junho do ano passado, ele teve três bicicletas furtadas, que costumavam ser guardadas na garagem, sem o uso de correntes, no subsolo do edifício. Os veículos eram dele, do seu filho mais velho, ambas do tipo Mountain Bike - e da sua esposa, que era do tipo elétrica.

Pelas imagens de segurança , é possível perceber que furto foi praticado por três jovens, por volta das 19h. O trio conseguiu ter acesso à garagem forçando a abertura dos dois portões elétricos que dão acesso ao subsolo, e fugiram montado nas bicicletas pelo mesmo local por onde entraram. O condomínio funciona sem porteiro presencial, apenas com o monitoramento à distância.

A empresa terceirizada responsável pela segurança do condomínio indenizou Alan Ristow com um reembolso de R$ 10 mil - valores somados das três bicicletas na época em que foram compradas. Mas um ano depois do furto, só ele da família acabou voltando a pedalar. "Meu filho e minha esposa não quiseram comprar uma nova. Minha mulher até usava (a bicicleta) para trabalhar. Mas, por segurança, ela preferiu não ter mais", diz o publicitário.

Em coletiva de imprensa realizada nesta terça (19), a Polícia Civil ofereceu esclarecimento acerca da apreensão, em flagrante de ato infracional equiparado ao roubo, de um rapaz de 17 anos. O jovem foi um dos responsáveis pelos roubos das bicicletas de um professor universitário (15/10), no Parque Santana, e de um juiz (17/10), no Parque da Jaqueira. Também foi preso em flagrante delito um adulto, por receptação e corrupção de menores.

Os crimes tinham características em comum, com abordagem violenta, praticada de forma multilateral por três homens e a rota de fuga. O grupo atuava derrubando a vítima da bicicleta e posteriormente agredindo-a, com socos e chutes.

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“Ele [o adolescente] foi apreendido na comunidade de Santa Luzia, que fica no bairro da Torre, justamente o local para onde ele fugia após a prática dos roubos. Daí, a gente chegou à conclusão, logo no início da investigação, que eram pessoas que residem naquela comunidade”, explicou o delegado titular da 5ª DESEC, Joel Venâncio.

Ambos os autores autuados foram reconhecidos pelas vítimas e confessaram os crimes. O maior era irmão do adolescente e, segundo o relato de sua companheira às autoridades, já havia praticado outros roubos similares. Um receptador também foi identificado.

Agora, a Polícia Civil trabalha para localizar um terceiro suspeito, também menor de idade e supostamente morador de rua. Uma das bicicletas roubadas foi recuperada. “Com a repercussão do caso, eles ficaram preocupados e tentaram se desfazer da bicicleta. Inicialmente, guardando na casa desse receptador, em Santa Luzia, e depois tentando vendê-la aqui no Centro do Recife”, acrescentou o delegado.

A Secretaria de Defesa Social (SDS) lançou nesta quarta-feira (30) o Programa Alerta Bike, novo dispositivo da pasta para combater o comércio ilegal, furtos e roubos de bicicletas. O programa é semelhante ao Alerta Celular e permite que cidadãos cadastrem informações sobre suas bicicletas, que poderão ser recuperadas por meio dos dados registrados no sistema. De 2017 a 2020, os roubos e furtos de bicicletas em Pernambuco aumentaram em 19%, segundo a pasta.

De janeiro a maio de 2021, foram registrados 1.295 boletins de ocorrência indicando roubos e furtos de bikes. O intuito é de que o Alerta Bike tenha o mesmo desempenho do Alerta Celular. Desde a implantação do dispositivo mais velho, em 2017, até 2020, houve uma redução de 51% de celulares roubados e neste mesmo período houve um aumento de 34% nos roubos de bicicletas em Pernambuco. O login pode ser o mesmo para ambos os programas.

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O funcionamento do programa é simples, basta que o proprietário entre no site www.alerta.sds.pe.gov.br e cadastre login e senha. Na sequência, a ferramenta pedirá os dados da bicicleta como: marca, modelo, tipo, aro, cor e chassi. Essa numeração pode ser encontrada, por exemplo, abaixo da caixa do movimento central, próximo à gancheira e do cubo da roda traseira, perto da abraçadeira do selim, e/ou na parte frontal do quadro da bicicleta. Caso a pessoa seja furtada ou roubada, ela entra no site e clica no botão de alerta. O usuário também pode incluir uma foto ao lado do bem.

“Atualmente, o Recife possui 150 km de malha cicloviária, entre ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas, o que representa um aumento de mais de 500% desde 2013, quando havia 24 km de malha cicloviária. Os criminosos perceberam nesse cenário uma oportunidade. O Alerta Bike foi desenvolvido para atacar o comércio ilegal, seja produto de crime ou sem procedência legal. Para esse programa dar certo, há dois fatores decisivos: cadastrar sua bicicleta, ampliando nossa base de dados, e jamais adquirir produtos sem nota fiscal ou origem desconhecida”, alerta Humberto Freire, secretário de Defesa Social de Pernambuco.

Esse conjunto de informações ficará disponível na plataforma de consulta dos policiais. Em uma averiguação, o policial irá checar se a bicicleta é roubada e, quando for o caso, fará a prisão do criminoso e o resgate do veículo. Importante ressaltar que, caso o boletim de ocorrência não seja realizado até 48 horas após o registro no site, automaticamente o sistema retira o sinal de alerta.

A Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), do Exército brasileiro, comprou 28 bicicletas especiais de fibra de carbono para triathlon custando, cada uma, R$ 26.333 reais - o que soma R$ 737 mil. 

Segundo a Veja, a AMAN anunciou a compra de material esportivo no valor de R$ 9,985 milhões de reais. A compra prevê a inclusão de até 30 calças de tiro, cada uma custando R$ 5.500 e 99 maiôs femininos para natação - além de jaquetas para esgrima a R$ 1.645 reais cada e jaquetas para tiro a R$ 2.999.

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A venda de bicicletas explodiu em todo mundo, chegando a 5.000% em alguns lugares. Porém, após meses paralisadas pela pandemia, as fabricantes, sobrecarregadas, não respondem à crescente demanda por esse modo alternativo de transporte.

Como prova de que pedalar está na moda, desde fevereiro, a busca por ciclovias no Google Maps aumentou 69%, um recorde. Também houve recorde na busca por conserto de bicicletas, segundo a gigante da Internet.

Para os cidadãos, é uma maneira de evitar metrôs e ônibus lotados, especialmente em tempos da Covid-19, e também para recuperar um sentimento de liberdade após semanas de confinamento.

Na Europa, a venda de bicicletas dobrou, de acordo com um porta-voz da rede de lojas de artigos esportivos Decathlon. Na China, segundo o mesmo porta-voz, a demanda multiplicou por cinco após o confinamento.

As vendas on-line nos Estados Unidos atingiram um recorde em meados de maio. O número de bicicletas vendidas foi 5.000% superior do que em meados de maio de 2019.

As vendas totais de bicicletas - on-line e nas lojas - no país dos veículos grandes cresceram 81% em maio em relação a maio de 2019, atingindo 1,1 bilhão de dólares, de acordo com a People for Bikes, um grupo de fabricantes e varejistas.

Pancho Pimentel, gerente de marketing da Summit Bicycles, que tem cinco lojas na Califórnia, observa que "em todo lugar, várias marcas de bicicletas e até peças estão esgotadas".

A indústria "está trabalhando com uma cadeia de suprimentos global que foi interrompida pela Covid-19, e as consequências estão sendo sentidas em todas as categorias".

"Perdemos cerca de três meses na produção de peças (entre os diferentes confinamentos), e nossos estoques acabaram em apenas dois meses", disse à AFP o secretário-geral da Associação Europeia de Fabricantes de Bicicleta (EBMA), Moreno Fioravanti.

- 'Tudo esgotado' -

"Nas últimas três semanas, comprar bicicletas tem sido muito difícil. Tenho uma dúzia de clientes esperando, mas, para alguns deles, devolvi o depósito porque não tenho ideia de quando as bicicletas serão entregues", disse à AFP Federico Mosca, um vendedor independente de bicicletas em Paris.

Nicolas, um parisiense de 31 anos, teve de ir a oito lojas até encontrar a bicicleta dos seus sonhos. E seu orçamento explodiu, porque as bicicletas mais acessíveis não estavam mais disponíveis.

"Tudo estava esgotado", disse ele à AFP.

Há também uma lista de espera na Decathlon, mas a empresa oferece bicicletas de segunda mão para os clientes mais impacientes.

Essa cadeia garante que 98% das bicicletas vendidas na Europa são fabricadas no continente. Mas a Confederação da Indústria Europeia da Bicicleta (CONEBI) estima que entre 45% e 50% das peças de bicicletas montadas na Europa são importadas da Ásia.

Em 2019, 7,3 milhões de bicicletas (mecânicas e elétricas) foram importadas para a Europa, principalmente de Taiwan e Camboja, de acordo com CONEBI.

A Giant de Taiwan, maior fabricante mundial, viu suas vendas na Europa aumentarem 140% em junho em comparação com o mesmo mês em 2019. E sua carteira de pedidos está cheia até a primeira metade de 2021.

"A situação do mercado não é tão ruim quanto algumas pessoas pensam", diz o diretor-geral da CONEBI, Manuel Marsilio, que prevê um retorno à normalidade para setembro, graças à "flexibilidade dos produtores europeus, muitos dos quais não tirarão suas férias de verão", a fim de diminuir a diferença entre oferta e demanda.

A fabricação de bicicletas disparou em Taiwan, alimentada pela demanda global provocada pelo medo de contrair o coronavírus em ônibus e metrôs lotados na Europa, ou na América, ou ainda pela necessidade de atividades ao ar livre após semanas de confinamento.

A pandemia de coronavírus causou uma recessão histórica no país e no mundo, mas não para todos os setores da economia. Nos últimos meses, a Giant, a maior fabricante de bicicletas do mundo, não parou de funcionar, diz a CEO Bonnie Tu.

"Reagimos muito rapidamente", afirmou à AFP, na nova sede do grupo em Taichung (oeste). "Mobilizamos todo o grupo, especialmente as fábricas e os serviços de vendas (...) para responder à demanda", explicou.

Na Europa e na América do Norte, a demanda em lojas de bicicletas disparou. A Associação Britânica de Vendedores de Bicicletas ainda tem 20.000 pedidos pendentes, aguardando a chegada da mercadoria.

"Vi um pouco de tudo", disse no mês passado à AFP Lincoln Romain, diretor da Brixton Cycles em Londres. "Pessoas que vão trabalhar de bicicleta, novos ciclistas, pessoas que tiram sua bicicleta da garagem", apontou.

Nos Estados Unidos, as vendas de bicicletas de competição e daquelas para ir ao trabalho subiram 66% em março em comparação a março de 2019, de acordo com a consultoria The NPD Group.

As vendas de bicicletas de lazer aumentaram 121%, e as elétricas, 85%, disse o NPD Group. Bonni Tu indicou que, nos Estados Unidos e na Europa, a demanda aumentou especialmente nos modelos mais básicos, de mil dólares, ou menos.

As fábricas da Giant em Taiwan estão ativas, mas muitas de suas fábricas na China continental estão temporariamente fechadas, devido à epidemia. O grupo também tem dificuldades em encontrar peças de reposição.

- Renascimento -

Na Europa, a Giant planeja abrir uma fábrica na Hungria para reduzir sua dependência da China e também aproximar a produção de seus clientes.

A secretária-geral da Associação de Bicicletas de Taiwan, Gina Chang, observa que os fabricantes sofreram no primeiro trimestre com o cancelamento, ou o adiamento, de vários pedidos quando a pandemia começou a se espalhar. Desde então, as coisas começaram a melhorar.

"Os dois principais fabricantes têm pedidos até o final do ano", assegura. A pandemia marca um renascimento para os fabricantes de bicicletas de Taiwan.

A ilha era líder na década de 1990, antes de a China absorver, graças à sua mão-de-obra barata, a maior parte dessa produção. Agora, as coisas estão mudando, devido ao aumento da demanda por bicicletas elétricas na Europa, ou por modelos sofisticados.

No ano passado, Taiwan também se beneficiou da guerra comercial entre China e Estados Unidos. Em 2019, Taiwan exportou US$ 1,36 bilhão em bicicletas (não elétricas), em comparação com US$ 1,5 bilhão em 2018.

Ao mesmo tempo, a ilha exportou US$ 863 milhões em bicicletas elétricas, contra US$ 377 milhões em 2018. A maior parte é destinada à Europa. Este ano, entre janeiro e abril, as exportações de bicicletas elétricas foram de US$ 301 milhões, 23% a mais em um ano.

A diretora da Giant espera que o sucesso da bicicleta sobreviva à crise da saúde. "De bicicleta, a gente toma ar. E você não pode circular muito perto dos outros, ou sofrerá um acidente", afirmou. "É um distanciamento natural", acrescentou.

O caminho para chegar à escola não é simples para crianças e jovens que vivem em lugares remotos e têm dificuldades de deslocamento, precisando enfrentar grandes distâncias e obstáculos no caminho para chegar até a instituição de ensino. Mesmo em situações em que há transporte escolar gratuito, ainda pode haver dificuldades para os alunos, quando suas residências ficam distantes dos pontos de ônibus. 

Dados de um estudo realizado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) apontam que há estudantes que chegam a percorrer a pé, diariamente, de três a 15 quilômetros para chegar à escola ou ao ponto onde passa o ônibus escolar. Nesse cenário, o uso de bicicletas escolares, utilizadas especificamente para ajudar estudantes que vivem longe das escolas e dos pontos de parada do transporte escolar motorizado, se apresentam como uma alternativa possível. 

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De acordo com informações do Ministério da Educação (MEC) e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), foi iniciado o processo para a compra de 7.636 bicicletas escolares, depois de nove anos sem realizar aquisições desse tipo de equipamento.

O objetivo, de acordo com o ministério, é reduzir a evasão escolar, principalmente para populações que vivem em áreas ribeirinhas e zonas rurais. As bicicletas, que têm dois tamanhos - em aro 20 e 26 - serão adquiridas por meio do programa Caminho da Escola, que desde o ano de 2010 utiliza bicicletas para ajudar alunos no trajeto de casa para a escola e vice-versa. 

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Dezenas de ciclistas nus tomaram neste sábado as ruas da Cidade do México, uma megalópole de mais de 20 milhões de habitantes, em uma tentativa de conscientizar sobre o uso indiscriminado do automóvel e a necessidade de proteger ciclistas e pedestres.

Vários deles passearam em avenidas movimentadas da capital, como o Paseo de la Reforma, totalmente nus ou com roupa íntima e seus capacetes, chapéus ou máscaras tradicionais de luta livre mexicana.

Alguns deles traziam frases como "Cuidem do ciclista" pintadas em seus corpos, ou a sigla em inglês "WNBR", em referência ao evento conhecido como "Pedalada Pelada".

Na Cidade do México o uso da bicicleta como meio de transporte foi se estendendo pouco a pouco, ante os engarrafamentos contínuos nas ruas da cidade, provocados pelos cerca de quatro milhões de automóveis que circulam diariamente.

O evento na Cidade do México é parte de um movimento global que busca incentivar o uso das bicicletas nas grandes cidades e soluções mais sustentáveis.

A Yellow, empresa brasileira de soluções de mobilidade urbana individual, passa a oferecer, nesta quarta-feira (13), o serviço de compartilhamento de bicicletas no sistema dockless (sem estação para retirada e devolução) e patinetes elétricos no Recife.

A empresa inicia a operação de bikes e patinetes elétricos na região central e entre Brasília Teimosa e Boa Viagem, na Zona Sul. O preço para o aluguel é R$ 1,50 a cada 15 minutos para as bikes e R$ 3 para o desbloqueio do patinete, acrescido de mais R$ 0,50 a cada minuto de uso.

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As bikes, que estarão disponíveis inicialmente em 30 pontos privados parceiros, podem ser usadas todos os dias da semana, 24 horas por dia, e estacionadas depois em qualquer lugar dentro da área de atuação da Yellow na cidade, em locais onde o estacionamento de bicicletas é permitido. 

Já os patinetes estarão disponíveis todos os dias da semana, das 8 às 20 horas, em um dos 30 pontos parceiros. O usuário pode encerrar a corrida em um desses pontos ou em qualquer local da área de atendimento, contanto que tome cuidado para não atrapalhar o fluxo de pedestres.

No final do dia, a Yellow recolhe os patinetes para recarga, manutenção e limpeza. E na manhã seguinte, os disponibiliza novamente para uso nos pontos privados. Assim como em São Paulo, as corridas podem ser pagas com cartão de crédito e dinheiro.

Os créditos para uso das bicicletas poderão ser comprados em dinheiro em bancas de jornal e lojas espalhadas pela cidade, que vão receber o valor em espécie e transferir, na hora, o montante para o aplicativo do usuário, como já acontece com as recargas de celular. O aplicativo da Yellow para alugueis está disponível para Android e iPhones. Por meio do smartphone, é possível verificar também os pontos de devolução dos equipamentos.

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Há 18 anos, o ambulante Gutemberg Souza trocou o carrinho de mão, onde vendia salada de frutas, pela bicicleta. Sob duas rodas, tornou-se possível transportar também cocos, água e refrigerantes. Agora, aos 54 anos de idade, ele cruza a Avenida Caxangá, na Zona Oeste do Recife, com cerca de 80 kg de mercadoria por dia, para gerar um faturamento mensal que varia de R$ 300 a R$ 400. É desse orçamento baixíssimo que Gutemberg precisa retirar R$ 100 para custear os remédios demandados por seu punho esquerdo, fraturado após um acidente de trânsito.

Prometido desde 2014, o Plano Diretor Cicloviário do Recife ainda não chegou a vias de grande risco para os ciclistas, como a emblemática Caxangá. Por esse e outros problemas, neste domingo (19), Dia Nacional do Ciclista, não há muito o que comemorar para os cidadãos que precisam das bicicletas.

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 De acordo com a ativista da Associação Metropolitana de Ciclistas do Grande Recife (Ameciclo), Lígia Lima, embora o Prefeitura do Recife tenha idealizado 12 rotas com base nas vias mais perigosas, a prioridade até então vem sendo executar o projeto em trechos mais tranquilos. “Quanto maior a velocidade permitida para os carros, maior o perigo para os ciclistas. Os projetos são bons, mas muito pouco saiu do papel, a exemplo da ciclofaixa do Hipódromo, que fica numa área mais calma”, comenta. Lígia ressalta que uma pesquisa da entidade calculou que 70% dos ciclistas recifenses têm renda abaixo de dois salários mínimos. “A grande maioria usa a bicicleta por necessidade. Quando não se executa o PDC, se está deixando de proteger essas pessoas”, acrescenta. 

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Sem ciclovia prometida há quatro anos, Gutemberg se arrisca, espremido entre os carros e o meio-fio da Caxangá. “Depois que um carro bateu em mim, perdi a força no pulso esquerdo. Não consigo usar o freio traseiro. Mas a bicicleta é quem dá meu sustento”, lamenta. 

O gestor de ciclomobilidade da Secretaria de Turismo de Pernambuco, Jason Torres, afirma que o PDC prevê a construção de 591km de estrutura cicloviária, composta por ciclovias, ciclofaixas e ciclorotas. “Entre 2014 e 2024. A ciclovia da Caxangá está prevista para antes do Plano Diretor Cicloviário, quando ocorreu o PAC da mobilidade e se pensou o corredor leste-oeste”, coloca. O projeto do BRT já incluía uma ciclovia, que seguiria paralela à faixa do ônibus e contornaria o trecho das estações. “O projeto não conseguiu inserir a ciclovia em função da ausência de calha da Caxangá, eram necessárias algumas desapropriações do lado esquerdo ou direito, o que gerou uma demanda de recursos gigantesca. Seria preciso reformar a Caxangá, que não tem calha suficiente”, argumenta.

Fabíola afirma não ter condições financeiras de adquirir equipamento de segurança. (Rafael Bandeira/LeiaJáImagens)

Além disso, o gestor confessa ainda que há dificuldade de articulação entre o Estado e a Prefeitura. “É uma questão de visão técnica, de convencer os técnicos da Prefeitura de como viabilizar o projeto. Não conseguimos chegar a um consenso: não se pode colocar a ciclovia pelas laterais e pelo centro há a dificuldade das 14 estações de BRT”, completa. 

 Na ausência de consenso entre as gestões, a revendedora de produtos de beleza Fabíola Ferreira encara o medo da Caxangá para fazer suas entregas. “Passa carro voando em cima da bicicleta, tem que parar para não cair. Fizeram uma porcaria, porque disseram que ia haver mudança e o projeto do BRT só serviu para comer dinheiro, porque ficou horrível para os pedestres e ciclistas”, reclama. Para ela, o trânsito é ainda mais cruel com as mulheres. “Sinto discriminação total, deveriam ter mais respeito com a gente. Acontece sempre de ouvir umas piadinhas”, lembra.

Apesar do perigo do trajeto diário, Fabíola não faz uso de equipamento de segurança. “O desemprego está grande e sempre andei sem proteção. As necessidades impedem a gente de comprar, porque é muito equipamento, custa caro. O dinheiro que ganho só dá para eu me manter”, explica.

Para a revendedora, contudo, é preferível correr o risco de pedalar sem equipamento de segurança a recorrer aos ônibus. “Como eu ia pagar? É caro que só e com as mudanças da Caxangá, tenho que pegar o ônibus do bairro, que demora muito, para poder entrar no BRT, horrível. Em vinte minutos, chego em qualquer lugar de bicicleta”, conta. 

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A Prefeitura de São Paulo implantou a primeira estação de partilhamento de bicicletas dentro de um terminal de ônibus, permitindo ao ciclista levar a bike para casa. A Estação Bike vai atuar no Terminal Cidade Tiradentes, na Zona Leste. O bicicletário do terminal continua gratuito para quem deseja estacionar sua bicicleta.

Nas estações de retirada e entrega de bicicletas é permitido que os usuários fiquem com os equipamentos por 12 horas consecutivas, contadas a partir do momento de retirada, sendo possível que o usuário possa levar a bicicleta para casa, devolvendo no dia seguinte.

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O Terminal da Cidade Tiradentes conterá 140 vagas para bicicletas, 70 do programa Bike Sampa na cor laranja e 70 para ciclistas que já têm sua bike própria. Outras estações de compartilhamento neste modelo serão instauradas futuramente em outros terminais.

Veja como funcionará para retirada de bicicletas: 
Para usuários do Bike Sampa
Para o empréstimo das bicicletas compartilhadas, o ciclista deverá se cadastrar no Bike Sampa no site www.bikeitau.com.br ou pelo aplicativo Bike Itaú e ter plano válido. Não é preciso ser correntista do banco:
 
- Plano diário, 8 reais;
- Por três dias, 15 reais;
- Plano mensal, 20 reais;
- Plano anual, 160 reais;
 
Após 12 horas de uso contínuo da bicicleta, serão cobrados R$ 5 para cada 60 minutos excedentes.

Será possível realizar cadastro no Bike Sampa diretamente na Estação Bike do Terminal Cidade Tiradentes.

O horário de funcionamento é das 4h à 0h, de segunda a segunda.
Para os ciclistas com bike própria
 
Necessário realizar cadastro na Estação Bike do terminal, apresentando documento com foto. No bicicletário, os funcionários da Tembici tiram foto do ciclista e da bicicleta.
 
Cada ciclista pode ter até três bicicletas cadastradas no sistema. E deixar apenas uma por vez guardada no bicicletário.
 
Após 72 horas de estacionamento consecutivo, o ciclista fica sujeito a ter sua bicicleta retirada da vaga. E este deverá buscá-la no galpão da Tembici, portando documento com foto.
 
O atendimento na Estação Bike é realizado exclusivamente por funcionários treinados. As bicicletas são entregues diretamente para os atendentes no local e a devolução das bikes ao proprietário também é realizada pelos funcionários da operadora.

A Uber anunciou que planeja lançar seu novo serviço de aluguel de bicicletas elétricas em toda a Europa este ano. A capital alemã Berlim será a primeira fora dos EUA a receber o transporte alternativo, que pode ser alugado por meio do aplicativo para smartphones.

"A Uber está pronta para ajudar a resolver alguns dos maiores desafios enfrentados pelas cidades alemãs: combater a poluição do ar, reduzir o congestionamento e aumentar o acesso a soluções de transporte mais limpas", disse o CEO do Uber, Dara Khosrowshahi.

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O aluguel das bicicletas elétricas custa US$ 2 na primeira meia hora nos EUA e pode ser contratado por meio do aplicativo principal do Uber, o mesmo usado para solicitar corridas em carros. O serviço de compartilhamento já foi lançado em San Francisco, nos EUA, onde há 250 modelos disponíveis, e em Washington.

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Diante da crise no abastecimento de combustível em postos de gasolina de todo o País, uma das alternativas encontradas pela população afetada foi o sistema de bicicletas compartilhadas. Em cinco capitais brasileiras, houve aumento de 34% no número de viagens.

Entre os dias 21 e 27, São Paulo, Recife, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Salvador registraram 118 mil viagens com bicicletas compartilhadas, ante 88 mil usos na semana anterior à greve dos caminhoneiros. Os recordes de utilização foram registrados nos dias 27 (domingo) e 28 (segunda-feira) de maio.

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Segundo a Tembici, operadora responsável pelo sistema de compartilhamento de bicicletas do Itaú, o número de cadastros no sistema duplicou no mesmo período nas cinco capitais. O total de cadastrou subiu de 10.038 pessoas entre os dias 14 e 20 de maio para 19.926 usuários, número registrado no último dia 27.

Entre as capitais, Porto Alegre se destacou como a cidade com maior aumento de viagens (72%): foram realizados 15.990 deslocamentos no período. Na semana anterior ao início da greve, as viagens somavam 9.269 na capital gaúcha.

Em São Paulo, o sistema Bike Sampa teve crescimento de 34% nas viagens totais, registrando 19.164 usos ante 14.269 dos dias anteriores à semana da greve. Neste mesmo período, o número médio de cadastros dobrou: de 1.798 para 3.974 registros. Já o triplo de cadastros foi verificado no domingo, dia 27, quando 1.626 buscaram o sistema - no domingo anterior, 522 usuários haviam feito registro.

Nesta segunda-feira, 28, a capital paulista teve recorde de usos, contabilizando 4.051 viagens. O número superou outro recorde que havia sido batido na sexta-feira (25), quando a população realizou 3.367 deslocamentos utilizando o Bike Sampa.

Procurada pela reportagem, a Trunfo, que operacionaliza o sistema de compartilhamento de bicicletas do Bradesco Seguros, não quis informar os números de viagens e cadastrados no período solicitado.

A Uber anunciou nesta quarta-feira (11) um novo serviço de aluguel de carros nos EUA chamado Uber Rent. Agora, as pessoas poderão disponibilizar seu automóvel para locação quando não estiverem usando o transporte. Segundo a empresa, uma variedade de modelos estará disponível para os usuários, e os automóveis podem ser alugados por apenas uma hora ou por dias.

O serviço, lançado em parceria com a empresa Getaround, será testado na cidade de San Francisco, mas a expectativa é expandir a ferramenta para todos os EUA. A Getaround atualmente opera em grandes cidades como Chicago, Washington D.C, Los Angeles, Seattle, Boston e Portland.

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O movimento é parte de um esforço maior da empresa para expandir as opções de transporte da Uber. Além do aluguel de carros, a Uber vai oferecer em seu aplicativo a locação de bicicletas. O novo serviço chamado Uber Bike passará a estar disponível em Washington D.C, depois de concluir sua fase de testes em San Francisco.

Outra parceria que o Uber anunciou é com a Masabi, uma empresa que cuida de bilhetes de transporte público em 30 cidades do mundo, incluindo Nova York, Los Angeles, Boston e Londres. A ideia é que os usuários possam comprar passagens diretamente no aplicativo e os utilizar no seu dia-a-dia.

A Uber disse anteriormente que considera as bicicletas e o transporte público como uma maneira de reduzir o congestionamento ambiental e de tráfego. "Não importa se você está usando transporte público para ir ao trabalho, usando uma bicicleta para uma reunião durante o dia, o Uber Pool para voltar para casa ou alugando um carro para viajar no final de semana. Queremos estar com você e fazer parcerias com cidades para levar nossas soluções adiante", disse o CEO da Uber, Dara Khosrowshahi.

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Em mais uma edição da "Sexta sem Carro", a prefeitura de São Paulo fecha ruas do Centro Histórico da cidade para carros e motos entre 6h e 18h desta sexta-feira, 23. Não haverá alterações no transporte público.

As vias ficam liberadas apenas para ônibus, táxis, vans escolares e bicicletas. Segundo a Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes, a iniciativa busca conscientizar e estimular os paulistanos a utilizarem outros meios de transporte ou caminharem pelas ruas da cidade.

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A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) colocou faixas na região para alertar sobre os bloqueios e acompanhará o evento, monitorando os desvios propostos e os principais cruzamentos afetados.

As vias bloqueadas para carros e motos são: Rua Boa Vista, Ladeira Porto Geral, Largo de São Bento, Rua Líbero Badaró, Viaduto do Chá e o trecho da Rua Florêncio de Abreu entre a Ladeira da Constituição e a Rua Boa Vista.

Bloqueios

- Praça da Sé com Rua Venceslau Brás;

- Praça da Sé com Rua Floriano Peixoto;

- Rua Coronel Xavier de Toledo com Viaduto do Chá;

- Rua Florêncio de Abreu com Ladeira da Constituição.

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), tem o objetivo de disponibilizar 10 mil bicicletas no sistema de compartilhamento em um ano. O tucano assinou um decreto nesta quinta-feira, 21, com diretrizes para o sistema que empresta bicicletas na capital paulista.

O novo modelo é semelhante ao que já é utilizado pela Prefeitura para aplicativos como Uber, Cabify e 99. O objetivo é que, na primeira etapa de credenciamento, as 10 mil bicicletas estejam disponibilizadas pelas empresas. As operadoras atuais terão 180 dias para se adaptar às novas diretrizes.

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O projeto apresentado nesta quinta segue os parâmetros criados no ano passado para regulamentar os aplicativos de transporte individual na capital. Desde que sigam as exigências determinadas pela Prefeitura - neste caso, as regras detalhadas ainda serão discutidas pelo CMUV -, as empresas podem se credenciar para prestar o serviço como Operadora de Tecnologia de Transporte Credenciada (OTTC). Este modelo, na prática, dispensa licitação e exclusividade, abrindo a participação para credenciamento de qualquer empresa interessada.

O projeto prevê a possibilidade de pegar uma bicicleta e pernoitar, devolvendo somente no dia seguinte. Segundo o secretário de Transportes e Mobilidade, Sergio Avelleda, a ideia é utilizar o modal como transporte das estações de metrô e trem, e dos terminais de ônibus, até as casas dos usuários.

"É difícil sair do Grajaú e vir para o centro de bicicleta. Poucos tem a habilidade física para isso. Mas sair do Grajaú com destino ao Terminal Grajaú, para fazer sua primeira perna de bicicleta e a segunda no transporte público, é muito factível", diz Avelleda.

Segundo o secretário, o serviço será bancado por empresas privadas, sem recursos da Prefeitura. Informações detalhadas sobre as exigências da administração municipal às operadoras interessadas em integrar o sistema serão definidas na próxima semana pelo Comitê Municipal de Uso do Viário (CMUV).

Entre as diretrizes apresentadas nesta quinta, está a exigência de disponibilidade do pagamento com bilhete único - já disponível, por exemplo, no principal sistema de compartilhamento da cidade, o BikeSampa.

"Não será permitido que as empresas exijam que apenas quem tem cadastro bancário, a população 'bancalizada', possa ter acesso ao sistema", disse Avelleda. De acordo com Doria, "gradualmente" o cartão será substituído pelo celular, "que vai ser o elemento que vai liberar as bicicletas".

Como o jornal O Estado de S. Paulo informou há duas semanas, o uso do BikeSampa caiu 41,8% em um ano passando de 703 mil viagens, entre agosto de 2015 e julho de 2016, para 409 mil, entre agosto do ano passado e julho de 2017. Também caiu o número de viagens do sistema de aluguel CicloSampa. Bicicletas quebradas, dificuldade para retirá-las das estações e falta de pontos estão entre as queixas.

Fora do centro

O decreto também prevê que as empresas ofereçam bicicletas em bairros mais afastados. Hoje o compartilhamento de bicicletas está concentrando na região central e na zona oeste da capital. Outra exigência é que as estações de retirada e devolução sejam instaladas próximas a terminais de ônibus e estações do Metrô e da CPTM.

A Prefeitura não deu detalhes sobre as áreas da cidade com maior demanda pelo serviço ou porcentagem de estações que precisarão ser instaladas nas áreas periféricas.

Para Rene Fernandes, diretor da Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo (Ciclocidade), o decreto é "extremamente vago".

"O texto fala de alguma forma que devemos ter uma distribuição geográfica pela cidade, mas não especifica como tem de ser essa distribuição geográfica. Também por estar vago, o texto permite uma sobreposição de sistemas diferentes em uma mesma região da cidade, o que pode eventualmente causar uma saturação em algumas regiões e uma falta em outras (regiões) se não for bem regulamentado com as resoluções posteriores", disse.

Fernandes lamenta que a administração municipal não tenha aberto o processo para contribuições por consulta pública, recomendação feita pela entidade e pela Câmara Temática de Bicicleta, grupo criado para auxiliar o Conselho Municipal de Transporte e Trânsito (CMTT), da Prefeitura.

A nova bike do sistema de compartilhamentos de bicicletas de Pernambuco, que será renovado no Recife, foi apresentada em coletiva de imprensa na prefeitura do Recife, na manhã desta quinta-feira (13). Também foram anunciadas duas novas ciclofaixas na cidade, sendo uma em Jardim São Paulo e uma em Santo Amaro. 

O novo Bike PE e as novas ciclofaixas devem estar funcionando já no mês de setembro deste ano, garante o Governo de Pernambuco e a Prefeitura do Recife. Serão 80 estações e 1.600 vagas distribuídas pela cidade, sendo um total de 800 unidades disponíveis. A estrutura das estações - chamadas de "docks" no novo sistema - agora será formada por compartimentos individuais para depositar cada bicicleta. 

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Outra mundaça do novo equipamento foi pensada para uso urbano e para que as peças não sejam facilmente roubadas, sem valor de mercado: as rodas. Elas não são do tamanho das utilizadas em bicicletas convencionais.

No novo sistema, também devem funcionar quiosques de autoatendimento para que, ao contrário do sistema em vigor atualmente, o ciclista possa alugar a bicicleta no crédito ou débito, sem precisar de aplicativo ou VEM. Os mesmos, ainda, serão mantidos e usuários continuarão podendo utilizar o serviço por meio das mesmas ferramentas.

Quanto a isso, o Secretário de Turismo, Esportes e Lazer, Felipe Carreras, acredita que beneficiará o turismo e a utilização das bikes pelos próprios cidadãos recifenses. “Recife mostra para o Brasil a preocupação em ser uma cidade do futuro, uma cidade sustentável. (...) Em primeiro lugar, a gente quer atender bem o cidadão. Uma cidade boa para o cidadão, é uma cidade boa para o turista”. 

O antigo equipamento, anteriormente mantido pela empresa Samba, estava vandalizado e insuficiente. O representante da nova empresa responsável pela estrutura das bicicletas e estações, a Tembici, Maurício Villar, explica que em maio deste ano começou o processo de manutenção. "Procuramos recompor a frota e manter o sistema funcionando até que seja instalado o novo equipamento", explica. 

Além de Villar, participaram da coletiva o prefeito Geraldo Júlio, o Secretário de Turimo, Esportes e Lazer, Felipe Carreras, em nome do Governo do Estado, e Cícero Araújo, do Itaú, iniciativa privada que mantém o sistema. 

Araújo relata que são investidos no sistema de bicicletas do país inteiro 60 milhões por ano. A estrutura está sendo substituída em todo o território nacional onde funciona o sistema de compartilhamento, e Recife foi escolhida como primeira capital do país a receber as novas bikes, que já são utilizadas em outras cidades globais, como Nova York, nos Estados Unidos, e Londres, no Reino Unido.  

Ciclofaixas

As novas rotas destinadas à circulação exclusiva de bicicletas serão a Ciclofaixa Jardim São Paulo e a Ciclofaixa Santo Amaro. A primeira conecta a Rota Tiradentes à Praça Jardim São Paulo, na Zona Oeste da capital. Ela terá um total de 1,9 quilômetros de extensão e as bicicletas podem circular nos dois sentidos. A ciclofaixa vai se conectar com as rotas Antônio Curado e Inácio Monteiro. As três estão conectadas, ainda, com a Rota Tiradentes e com as ciclofaixas do Cavouco e Arquiteto Luiz Nunes, ligando a Zona Oeste à Zona Sul da cidade. 

A Ciclofaixa Santo Amaro será implantada na Avenida Mário Melo e na Rua dos Palmares, no bairro de Santo Amaro. A rota, de 1,4 quilômetros de extensão, começa na Rua da Aurora, faz conexão com o Eixo Cicloviário Camilo Simões, e termina na Rua dos Palmares, próximo à Avenida João de Barros. 

Quanto aos critérios utilizados para a escolha dos locais onde serão regularizadas as ciclofaixas fixas, Geraldo Júlio afirma que tem a ver com as ciclofaixas já existententes. “É importante que, quando a gente faz uma nova rota para bicicletas, a gente utilize aquela infraestrutura que já existia”, explica o prefeito. 

Ameciclo 

Em nome dos ciclistas, representantes da Associação Metropolitana de Ciclistas do Grande Recife (Ameciclo) estiveram presentes na divulgação das novas bicicletas. Um dos representantes, Daniel Valença, afirma que é importante, além das reformas no sistema de bicicletas, o desenvolvimento da estrutura cicloviária. “Aqui a gente tem uma cidade totalmente plana. Recife tem um potencial para ser uma das cidades que tem mais uso desse sistema, mas a gente precisa que a estrutura cicloviária acompanhe. E aí o plano diretor cicloviário precisa ser implantado”. Ele lembra que, até 2017, a cidade deveria ter cerca de 300 quilômetros de ciclovia, mas até agora foram completados pouco mais de 46 quilômetros. 

Quanto ao sistema de compartilhamento, ele afirma que tem um uso muito grande para a conexão modal e ajuda a colocar novos ciclistas na cidade. “Cada bicicleta dessas traz três novas bicicletas para a cidade”, diz Daniel, explicando que a adesão à modalidade na cidade é ampliada com a ideia da Bike PE. 

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--> Bicicletas públicas sucateadas no Recife

O sistema de bicicletas públicas de Pernambuco passa por um período de mudança na estrutura. São esperadas melhorias nas estações e bicicletas até o começo do segundo semestre deste ano. 

De acordo com a Secretaria de Turismo e Lazer de Pernambuco, devem ocorrer melhorias na qualidade do equipamento, que era reconhecido como precário pelo governo e pelos usuários do serviço. O VEM deve continuar aceito como forma de pagamento e a quantidade de estações também será a mesma. 

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As reformas se devem à antiga empresa operadora da BikePE, Samba, que mudou a gestão e agora é parte da Tembici - responsável pelo sistema de compartilhamento de bicicletas de Nova York. O Itaú continua sendo patrocinador do serviços, que deve manter as bicicletas laranjas. 

O sistema de compartilhamento de bicicletas públicas em Pernambuco, o BikePE, já não é mais o mesmo. Instalado em 2013 por uma parceria entre o governo do estado, a empresa Samba, responsável pelas estações e bicicletas, e o banco Itaú, o serviço ao abandono e a falta de cuidado salta aos olhos: nos pontos que ficam distribuídos por Recife e Região Metropolitana, são facilmente identificadas falhas e precariedade tanto na locação de bicicletas como nas estrutura das mesmas.

Segundo o estudante de Biblioteconomia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Victor Hugo Rizzo, um locatário assíduo das bicicletas, o serviço deixa a desejar em vários aspectos. “Várias vezes já vi gente tentando pegar uma bike e o sistema dizendo que não tinha nenhuma bicicleta disponível - sendo que ela tava lá na frente”. Ele conta também que acontece do sistema estar fora do ar ou simplesmente não ter bicicletas disponíveis nas estações.

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É assim que pensa também o coordenador da Associação Metropolitana de Ciclistas do Grande Recife (Ameciclo), Roderic Jordão. O grupo é voltado para o incentivo do transporte de bicicletas e democratização de vias públicas. "O serviço não tá legal e a gente nem consegue acesso".

De acordo com ele, a maior parte do problema ainda se concentra na estrutura da cidade. “A estrutura da cidade não liga os pontos. O povo tem medo de ser atropelado e não sai mesmo (com as bicicletas)”.

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Governo reconhece precariedade e promete mais atenção

Conforme o gestor em ciclomobilidade da Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer, Jason Torres, o sistema passa por um processo de reestruturação. “A gente tem consciência do sistema precário, mas essa reestruturação está totalmente ligada às falhas no funcionamento e disponibilidade das bicicletas”. Ele explica que nas próximas semanas devem ser anunciadas mudanças, uma vez que ocorrem essas reformas quanto à empresa responsável pela estrutura das bikes e estações.

Quanto à quantidade de bicicletas e estações sucateadas e vandalizadas pela cidade, Torres acredita que não se trata apenas do ato de vandalizar. “É um ponto de fragilidade. O vandalismo nas estações está relacionado com a insatisfação da população com aquele serviço”.

Com relação às projeções futuras, ele esclarece que estão negociando para a concretização do Plano Diretor Cicloviário (PDC), que promete ligar a cidade através de ciclovias. Torres admite o erro quanto aos prazos, uma vez que o projeto foi proposto para 2017, contudo esclarece que estão correndo atrás para que tudo esteja encaminhado até o final de 2018.

A assistente administrativo Ana Fedickzo, de 36 anos, se arrepende de não ter registrado boletim de ocorrência após ter a bicicleta furtada na porta de casa. Hoje, dois anos depois, diz que "perderia tempo" por achar que é preciso constar nas estatísticas. Na época, além de acreditar que a bike jamais seria localizada, pensou também: "Para a polícia, é só mais uma bicicleta".

Opinião semelhante teve o designer e ilustrador Gil Riquerme, de 43 anos, também vítima de furto, mas em via pública, no ano passado. "É só mais uma bike. Não terá volta. Todo mundo me desencorajou a registrar." A impressão também se repete no caso do auxiliar de cozinha Clayton Francisco dos Santos, de 38 anos, que na época do roubo, há cerca de oito anos, morava na periferia de São Paulo. "Não ia adiantar nada. Principalmente por ser uma bicicleta só. E ainda mais por ter sido em bairro pobre."

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Ana, Riquerme e Santos são exemplos de um padrão: por achar que não adianta ou porque o processo de registro de boletim de ocorrência é demorado e burocrático, parte das vítimas de roubos e furtos de bicicleta não oficializa o crime.

A situação é retratada em um levantamento espontâneo feito pelas organizações de cicloativistas Ciclocidade, Aromeiazero, Aliança Bike, CicloBR, Bike é Legal e Vá de Bike. Em três semanas, elas ouviram, por meio de questionário, 331 pessoas da capital, da Grande São Paulo e do interior paulista que tiveram bikes furtadas ou roubadas, e descobriram que pouco mais da metade (51,1%) das vítimas não fez boletim de ocorrência. Um terço dos participantes teve a bike roubada em 2016 e os demais, em anos anteriores.

O número, sem critérios científicos, supera a estimativa de subnotificações da Secretaria da Segurança Pública (SSP) para crimes de subtração de bicicleta. Em reunião de grupo de trabalho com cicloativistas, a SSP informou que trabalha com perspectiva de 30% de subnotificações. Questionada, a pasta não informou oficialmente a porcentagem estimada. O resultado do levantamento foi entregue à SSP pelos cicloativistas.

Entre as vítimas que não registram ocorrência, 62,1% afirmaram que não o fizeram "porque não adiantaria nada" e 29,7% "porque é muito demorado e burocrático". Segundo Albert Pellegrini, membro da Ciclocidade e um dos coordenadores do grupo de trabalho da SSP, o objetivo do levantamento era descobrir o que impede as pessoas de registrarem boletim de ocorrência. "O resultado é o que esperávamos: as pessoas ou não acreditam na polícia ou acham que não vai dar em nada. A realidade é maior do que os números."

Investigação. Especialista em segurança pública, o coronel da reserva da PM José Vicente da Silva Filho explica que, embora crimes envolvendo bicicleta sejam considerados "um problema menor", a polícia deve investigar, especialmente, a atuação de grupos específicos em regiões com sequência de roubos ou furtos. "A polícia não pode se negar a dar resposta. Casos isolados, ela (polícia) não vai fazer mesmo investigação porque não tem tempo para isso. Mas uma sequência de roubos de bicicleta na Avenida Sumaré, às quintas e sextas à noite, por exemplo, tem de ser apurada."

Segundo Pellegrini, o próximo passo será a realização de campanhas para conscientizar ciclistas sobre a importância da anotação do número de série (chassi) da bicicleta. No equipamento, essa informação fica no quadro próximo do guidão.

De acordo com a SSP, na região da Sé, o 1.º DP registrou a apreensão de 15 bikes roubadas em janeiro e fevereiro. "Ao todo, foram esclarecidos 61 crimes contra o patrimônio e 44 pessoas foram presas." Em relação a Butantã e Pinheiros, a Polícia Civil diz que tem mapeado os casos, principalmente nos arredores do Parque Villa Lobos e da USP. No primeiro bimestre de 2017, 166 pessoas foram presas nas duas regiões.

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