O gestor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Joselito do Amaral, se pronunciou, na manhã desta quinta-feira (1), em relação aos assassinatos do bispo anglicano, dom Robinson Cavalcanti, 67 anos, e de sua esposa, Mirian Cavalcanti, 64. O casal foi morto no último domingo (26), dentro da própria residência, em Olinda, Região Metropolitana do Recife (RMR).
O principal suspeito pelo duplo homicídio é Eduardo Olímpio Cavalcanti, 29, filho adotivo das vítimas. O rapaz permanece internado no Hospital da Restauração (HR), no bairro do Derby, área central do Recife. De acordo com o gestor do DHPP, Eduardo pode ser ouvido ainda nesta quinta-feira, caso seja liberado pelos médicos.
A polícia tem até a próxima quarta-feira (7) para concluir o inquérito sobre o caso e depende do depoimento do suspeito. Até o momento, seis pessoas, que conhecem a família há mais de 30 anos, foram interrogadas. Nenhum familiar foi ouvido.
Segundo Joselito do Amaral, os depoimentos colhidos são de extrema relevância, pois começam a delinear a motivação para o crime, mas que só será efetivada com as declarações de Eduardo. Todos os relatos trazem informações sobre a infância do acusado, marcada por muita rebeldia. “As testemunhas informaram que Eduardo foi deixado ainda bebê na frente da casa do bispo. Aos 12 anos, numa discussão com um amigo, ele descobriu que era adotado e ao chegar em casa brigou e agrediu a dona Mirian”, revelou o gestor.
Conforme testemunhas, desde então ele não aceitou a condição de filho adotivo e começou a agir de forma violenta. A polícia acredita que por esse motivo o casal resolveu mandar Eduardo, aos 15 anos, para os Estados Unidos, onde por 13 anos morou com um parente do bispo.
O suspeito chegou a comentar com testemunhas que durante o tempo que morou fora do Brasil fez parte de uma gangue de imigrantes, conhecida como Mara Salvatrucha. “Ele realmente possui tatuagens pelo corpo semelhantes com as da gangue, mas essa informação ainda não foi comprovada”, afirmou Amaral.
Segundo informações, chegando ao Brasil, três dias antes de cometer o crime, o suspeito teria perguntado aos pais como poderia conseguira um revólver. “É partir dessa informação que nós começamos a traçar a intenção e premeditação do crime”, contou o gestor.
Os depoimentos das testemunhas apontam que Eduardo teria cometido o duplo homicídio realmente por não aceitar ser adotado. Por diversas vezes ele chegou a dizer que tinha sido abandonado pelos pais durante o período que viveu fora do Brasil. “Os bispo e a esposa eram muito carinhosos com Eduardo e visitaram várias vezes o rapaz nos Estados Unidos”, complementou Amaral.