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O filho de Exu, Luiz Gonzaga ganha celebração ao seu centenário na beira mar de Recife. A noite festiva será no Parque Dona Lindu, em Boa Viagem, nesta quinta-feira (13), com concerto ao ar livre de Elba Ramalho e da Orquestra Sinfônica do Recife, com arranjos de Marcelo Caldi, e participação do sanfoneiro Beto Hortis. A apresentação começa às 20h.

Também será registrado o lançamento de selo postal e relançamento do livro “O Sanfoneiro do Riacho da Brígida: Vida e andanças de Luiz Gonzaga – Rei do Baião”, de Sinval Sá, com edição da Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), às 18h.

 





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Entre os dias 12 de dezembro a 11 de Janeiro, a Torre Malakof, no Recife Antigo, recebe a exposição Luiz Gonzaga Empreendedor, que tem como foco a economia criativa que será dividida em três momentos de percepção.

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Na etapa Luiz Gonzaga Empreendedor serão destacas as fases e ações que foram decisivas na trajetória do cantor.

Em outra fase - intitulada: Pensadores de Luiz Gonzaga - haverá seu o depoimento de formadores de opinião nas áreas de música, gastronomia, moda e confecção, audiovisual, entretenimento, instrumentos musicais e design descrevendo a influência do músico em suas histórias de sucesso.

Por fim, o momento Exemplos de uso do imaginário de Luiz Gonzaga, que mostrará os casos de empreendimentos relacionados com as áreas da economia criativa que, conscientemente ou não, fazem uso das referências gonzaguianas em seus produtos ou serviços. 

A Programação completa do Gonzagão 100 anos pode ser conferida no site oficial do centenário: http://www.gonzaga100.com/


Serviço:

Exposição Luiz Gonzaga Empreendedor
Torre Malakof, Recife Antigo
12 de dezembro a 11  de Janeiro, às

 

A Biblioteca Nacional abre, nesta quarta-feira (12), uma exposição com cerca de 30 peças para homenagear o escritor Jorge Amado, cujo centenário de nascimento foi comemorado em 2012. Através de manuscritos, livros e fotografias, o público pode conhecer mais sobre a história, a vida e as obras do mais bem sucedido criador da literatura brasileira.

Jorge Amado é o escritor brasileiro de maior sucesso comercial na história e que teve maior número de obras adaptadas para a televisão. Ele teria completado cem anos no dia 10 de agosto deste ano. Entre suas obras, as mais conhecidas são Mar Morto (1936), Capitães da Areia (1937), Gabriela, Cravo e Canela (1958), Dona Flor e Seus Dois Maridos (1966) e Tieta do Agreste (1977).

Serviço:
Centenário de Jorge Amado
Quarta (12) até o final de fevereiro
Segunda a sexta, das 9h às 20h | sábado, das 9h às 17h | domingos e feriados, das 12h às 17h
Biblioteca Nacional (Avenida Rio Branco, 219, Centro – Rio de Janeiro)

Evento já tradicional no Recife, a Quinta no Galo desta semana acontece exatamente no dia em que nasceu um dos mais importantes artistas brasileiros, Luiz Gonzaga. Para comemorar o aniversário do Rei do Baião, o Galo preparou uma programação especial.

Beto Hortiz traz seu projeto Frevo Sanfonado, fazendo versões de músicas de Luiz Gonzaga. Quem também toca músicas do Rei do Baião é o bloco lírico Com Você no Coração, que vem com o tema "Luiz Gonzaga também é carnaval", em que une o lirismo dos carnavais ao baião.

A noite ainda conta com apresentações de Gustavo Travassos, Rosana Simpson e Bruno Simpson, cantando frevos clássicos, do Caboclinho Tapirapé, dos maracatus Leão Formoso e Rosa Vermelha e do grupo de passistas do Coque. A Quinta no Galo acontece na sede do Galo da Madrugada, no bairro de São José.

Serviço:
Quinta no Galo em homenagem a Luiz Gonzaga
Quinta (13), às 20h
Sede do Galo da Madrugada (Rua da Concórdia, 984, São José)
R$ 20 / R$ 100 (mesa para quatro pessoas)

Na próxima quarta (12), o caboclinho 7 Flexas, liderado pelo célebre Mestre Zé Alfaiate, se apresenta na última etapa do Festival PE Nação Cultural. Uma oportunidade de conferir o encontro de dois ritmos enraizados no nordeste brasileiro: o caboclinho do Mestre Alfaiate, reconhecido como patrimônio vivo do estado, com o xote de Luiz Gonzaga, em plena festa de 100 anos do eterno “rei do baião”.

O evento acontece no Parque Aza Branca, Exu, no sertão pernambucano, às 17h.

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Serviço:

Caboclinho 7 Flexas na Festa do Centenário de Luiz Gonzaga, em Exu
Quando: 12 de dezembro, às 17h
Onde: Parque Aza Branca, em Exu (sertão), Rodovia Aza Branca, Km 38.









Para comemorar os 100 anos de Luiz Gonzaga, vários shows estão programados num grande evento que acontece no dia 13 dezembro, dia e mês exato de seu centenário. O “Parabéns Pra Gonzagão” acontece no pátio de São Pedro, no centro do Recife, e tem como atrações: Almir Rouche, Cezzinha, Daniel Bueno, além das participações especiais de Beto Ortiz, Terezinha do Acordeon e Dudu do Acordeon.

O repertório dos artistas que farão show à noite no Pátio de São Pedro será focado nas músicas que marcaram a carreira de Luiz Gonzaga. A expectativa é de um grande tributo à obra Gonzaguiana. 

Na casa de número 35 do Pátio, funciona o memorial Luiz Gonzaga, com um dos acervos do músico, entre os muitos espalhados por esse Brasil afora. O acervo atual do Memorial Luiz Gonzaga foi montado com a aquisição da coleção de Mávio Holanda, formada por discos raros de 78 rotações, vinis, CDs, fotos, impressos, álbuns de recortes, vídeos e arquivos de áudio em formato MP3.


Serviço:

Parabéns Pra Gonzagão 2012 - Aniversário de 100 anos de Luiz Gonzaga
Pátio de são Pedro (Bairro de São José - Recife-PE)
Quinta- feira (13), às 20h
Entrada gratuita

O Governo do Estado de Pernambuco anunciou, nesta terça (27), uma ampla programação para homenagear o "Pernambucano do século", Luiz Gonzaga, pelo centenário de seu nascimento. Os shows musicais, atividades formativas, exibição de filmes, exposições e até espetáculos de dança e teatro acontecem simultaneamente no Recife e em Exu, cidade natal do Rei do Baião.

O lançamento do evento "Gonzagão 100 anos" aconteceu com muita música, começando com homenagens singelas de vários sanfoneiros a Luiz Gonzaga. Terezinha do Acordeon, Cezzinha, Gennaro e Dudu do Acordeon, além do cantor Santanna, estiveram presentes tocando e cantando canções clássicas do mais importante músico do nordeste.

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Para a sobrinha de Luiz Gonzaga, a cantora Maria Lafaiete, "todas as homenagens a Luiz Gonzaga são pequenas, porque ele foi um homem grandioso", ideia compartilhada por artistas e gestores envolvidos na homenagem oficial aos cem anos de nascimento do inventor do baião. "Gonzaga merece muito mais", corrobora o presidente da Fundarpe, Severino Pessoa.

As atrações musicais se apresentam em cinco palcos, sendo quatro deles em Exu, incluindo um na Fazenda Araripe, onde Gonzaga passou a infância e juventude. O Parque Aza Branca, construído pelo próprio Gonzagão, onde fica o Museu Luiz Gonzaga e seu mausoléu, recebe um grande palco e abriga apresentações especiais embaixo do pé de Juazeiro. O coordenador do evento Gonzagão 100 anos, Vinícius Carvalho, avisa que todos os espaços expositivos do Parque Aza Branca estarão abertos para o público durante a programação do festival, que encerra a temporada do projeto Pernambuco Nação Cultural, realizado pela Secretaria de Cultura e Fundarpe.

A homenagem ao centenário de Gonzagão conta com a participação de artistas com Dominguinhos, Gilberto Gil, Fagner, Elba Ramalho, Nando Cordel, Genival Lacerda, Azulão, João Silva, Chambinho do Acordeon (agora um ator famoso por ter interpretado Luiz Gonzaga no filme Gonzaga - de pai pra filho), Santanna e Alceu Valença, entre outros. Além de shows individuais, foram programados alguns especiais com a participação de vários músicos, como o Xote das meninas, que reunirá cantoras para interpretar a obra de Gonzagão, a exemplo de Cristina Amaral, Irah Caldeira, Liv Moraes e Nádia Maia. A família de Seu Lua também está presente, com apresentações de Joquinha Gonzaga e Maria Lafaiete, além de Daniel Gonzaga.

Ou ainda o projeto Viva Gonzagão, com Almir Rouche, Andrezza Formiga, Bia Marinho e outros, ou o Baile do Gonzaga, que reúne Karlinas com K, Ed Carlos, Sevy Nascimento e Duda da Passira, entre outros. A Secretaria de Cultura criou uma página na internet para reunir todas as informações sobre a homenagem a Luiz Gonzaga pelo centenário de seu nascimento: www.gonzaga100.com.

*Por Daniele Vilas Bôas                  

SALVADOR - Como parte das comemorações do centenário de Jorge Amado, o Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA) homenageia o escritor baiano com a exposição Jorge Amado e Universal. A mostra ganha o térreo do Casarão, a Capela e a Galeria 1 do MAM-BA com fotografias, objetos, folhetos de cordel, filmes e imagens. A visitação é gratuita, começa no dia 10 de agosto e segue até 14 de outubro, de terça a sexta, das 13h às 19h, e aos sábados, domingos e feriados, das 14h às 19h.

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“Esta mostra apresentada ao povo baiano – personagem principal da obra de Jorge Amado – no conjunto arquitetônico Solar do Unhão do século 17, sede do MAM-BA, potencializa ao público visitante a experiência e entendimento do caráter histórico, social e antropológico de sua obra”.

Relata a diretora do MAM-BA, Stella Carrozzo.

Para o diretor-geral de Jorge Amado e Universal, William Nacked, “essa exposição é um desafio prazeroso de cumprir, tendo em vista a importância e o alcance do homenageado e de sua obra. Buscamos elementos para que o público mergulhe em um vasto repertório de conteúdos sobre o homem, o escritor e a obra.”

A exposição é dividida em módulos distintos, cada um deles dedicado a um aspecto marcante na vida do autor. A mostra se completa com extensa programação educativa desenvolvida pelo Núcleo de Arte e Educação do MAM-BA, oferecida a diferentes públicos durante os três meses de exposição. Além disso, vão acontecer debates, workshops, oficinas, contação de histórias e ações periódicas voltadas para o público infantil da cidade.

Informações: http://www.mam.ba.gov.br

Encenado pela primeira vez em 23 de setembro de 1957, o texto Viúva, porém Honesta, de Nelson Rodrigues, ganhou montagem da companhia pernambucana Magiluth, que  apresentou a peça pela primeira vez no Recife durante a abertura do Festival Recifense de Literatura - A Letraz e a Voz no Teatro de Santa Isabel, no último dia 19.

Nesta quinta (30) e sexta-feira (31), o coletivo teatral sobe ao palco do Teatro Arraial, às 19h, para contemplar o público que não pode conferir a apresentação no Santa Isabel. A curtíssima temporada não deixa de fazer referência aos 100 anos do maior dramaturgo brasileiro.

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Aprovado pelo edital da Funarte, em abril, para apresentar o texto rodriguiano, o Grupo Magiluth Teatro - formado pelo atores Mário Sérgio, Lucas Torres, Pedro Wagner, Erivaldo Oliveira e Giordano Castro, com direção de Pedro Vilela - passou por um período de imersão total para a montagem. "Quando ficamos sabendo da notícia  ficamos muito felizes, pulamos, rimos, etc",  conta Giordano Castro.

Acostumados com um processo de estudo antes de cada montagem, os atores tiveram três meses para criar a peça. "Não tínhamos tempo para muitos questionamentos, e por isso, de certa forma, o tempo corrido foi um aliado para os resultados. Com um mês de ensaio já tínhamos a metade da peça resolvida. Aproveitamos também e demos umas lidas em outras obras e nas crônicas para entender as suas construções", ressalta o ator.

No enredo, um diretor de jornal tenta convencer a filha a levar uma vida normal após a morte do marido. Para isso, entram em cena uma ex-prostituta, um psicanalista, um otorrinolaringologista e no final das contas, até o diabo. Todas as falas usadas em cena foram do texto original de Nelson Rodrigues.

A peça é pura provocação no sentido de brincar com o real e a farsa, confundindo e criando expectativas com público. É nesse sentido que o Magiluth se identifica com a obra, explorando uma linguagem singular no palco. Na montagem, todos os autores interpretam mulheres como forma de explorar a essência da escrita de Nelson. "Ele é um escritor que, apesar de trabalhar contextos machistas, seus principais personagens eram mulheres",  afirma Giordano.

Segundo o ator, Viúva, porém honesta é recheado de crítica, sadismo e humor. "É um texto super contemporâneo na sua escrita, cheios de quebras e jogos de tempo e espaço, um texto extremamente inovador para época em que foi escrita e de certa forma ainda hoje é." Sobre o centenário do escritor, Giordano completa: "Nelson é uma das figuras importantes na dramaturgia mundial e falo mundial sem ter medo da megalomania. Os seus textos são um ponto alto na história da dramaturgia, falo além dos temas abordados, e sim na sua forma de escrita. A forma como trabalha com os tempos, os planos. Ele é um autor que merece total respeito, mas não sou a favor de adjetivá-lo como sagrado, acho que nem ele seria."

As sessões de Viúva, porém honesta no Teatro Arraial são gratuitas.

Serviço
Viúva, porém honesta - Grupo Magiluth
Quinta (30) e sexta (31), 19h
Teatro Arraial (Rua da Aurora, 125, Boa vista)
Gratuito

Nelson Rodrigues foi um dos maiores dramaturgos da história no Brasil e seu centenário, comemorado nesta quinta-feira (23), é motivo de homenagens. O recifense, que se mudou para o Rio de Janeiro aos 4 anos de idade, é lembrado na Ocupação Nelson Rodrigues, uma exposição multimídia, que agrega materiais impressos, sonoros e audiovisuais, que relembram a trajetória do gênio.

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A exposição, que já passou por São Paulo, tem curadoria da filha e da neta de Nelson, Maria Lúcia Rodrigues e Sônia Muller. A ideia da estreia nesta data é para marcar a importância do Recife na construção da personalidade do autor. A abertura da mostra é nesta quinta-feira, apenas para convidados, e a visitação a partir da sexta (24). Ocupação Nelson Rodrigues fica em cartaz até o próximo dia 21 de outubro.

Serviço
Ocupação Nelson Rodrigues
Sexta-feira (24) a Domingo (21 de outubro)
Torre Malakoff  (Praça Artur Oscar, Recife Antigo)
Visitação: terça a sexta-feira, 10h às 19h / Sábado, domingo e feriados, 15h às 19h
Informações: (81) 3184-3180
Gratuito

*Com Marina Suassuna e Maira Baracho

Polêmico, pornográfico, genial, inovador, reacionário, divisor de águas. São muitos os adjetivos usados para descrever este artista, capaz de causar reações fortes e emocionadas com suas peças teatrais, que causaram um impacto permanente no teatro e na sociedade brasileira.

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Com perspicácia e talento único para desnudar os aspectos mais proibidos da vida familiar e sexual dos brasileiros, Nelson Rodrigues chocou plateias, lotou teatros, inspirou gerações e inventou o teatro moderno no país. Sua obra inovou não apenas na temática, mas nos recursos cênicos, exigindo sensibilidade e destreza a encenadores, diretores e iluminadores que encenavam suas peças.

“Nelson Rodrigues é, sem exagero, o dramaturgo mais importante do teatro brasileiro", afirma o professor Dr. Luis Reis, da Universidade Federal de Pernambuco, “a obra dele se inscreve já como um clássico”. Peças como Vestido de Noiva (considerada a inventora do teatro moderno brasileiro), O beijo no asfalto, Valsa nº6, Os sete gatinhos, Toda nudez será castigada, Perdoa-me por me traíres e Bonitinha, mas ordinária ainda hoje povoam o imaginário brasileiro com suas traições, incestos e diálogos marcantes.

Nelson Falcão Rodrigues nasceu no Recife em 23 de agosto de 1912. Era o quinto filho de Mário Rodrigues e Maria Esther Falcão, que tiveram ao todo quatorze crianças. Com quatro anos de idade, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, onde morou por toda a vida. Aos treze, começa a trabalhar no jornal A Manhã, mantido pelo seu pai, como repórter policial. Chama atenção a capacidade do garoto de dramatizar as notícias, sinais da genialidade de Nelson com a letras.

Além de peças de teatro, Nelson Rodrigues escreveu romances, como A mulher que amou demais e Asfalto Selvagem (conhecida como Engraçadinha), contos – com destaque para A dama do lotação e os textos da série A vida como ela é... – e crônicas para diferentes jornais brasileiros. “A obra dele perturba, desorienta, inspira, ninguém fica indiferente, e isso é uma marca de um grande criador”, avalia Luis Reis.

Para o ator Giordano Castro, da Cia. Magiluth, que encenou recentemente a peça Viúva, porém Honesta no Rio de Janeiro e no Recife (na abertura do Festival Recifense de Literatura – A Letra e a Voz), a obra do dramaturgo é inconfundível: “Se você pega um texto e lê duas linhas, já olha e diz: isso é de Nelson! As possibilidades da sua obra são inúmeras e devem ser exploradas ao máximo", comenta.

Giordano chama atenção para a sacanagem contida na obra rodrigueana, principal alvo de seus críticos e, provavelmente, principal motivo para as bilheterias expressivas que muitas peças conquistaram. “O próprio Nelson dizia que não escrevia nada de incomum, apenas o que acontece”, conta o ator. 

Já o estudioso Luis Reis avalia que o escritor, jornalista e dramaturgo ajudou o brasileiro a entender nossa vida no século 20, mas apesar de escrever usando como cenário e personagens principais a classe média carioca de sua época, criou uma obra universal, que fala de instintos básicos do ser humano – como o desejo – e das convenções sociais, em especial o casamento.

Reis também ressalta uma mudança no comportamento do teatro brasileiro com Nelson Rodrigues: na época, os textos eram escritos especialmente para os grandes atores, que os utilizavam do modo que queriam, mudando diálogos e inserindo improvisos. Rodrigues não permitia que mudassem os diálogos de suas peças, valorizando a figura do dramaturgo. “Nelson Rodrigues era um homem que amava as palavras e escrevia como poucos, ou como todos gostariam de escrever”, resume o professor.

Confira a cronologia da vida e obra de Nelson Rodrigues:

1912 – Nasce no Recife, em 23 de agosto, Nelson Falcão Rodrigues. Quinto filho de Maria Esther Falcão e Mário Rodrigues, que tiveram 14 filhos no total.
1916 – Chega com a família ao Rio de Janeiro, por causa de problemas políticos do pai, jornalista e deputado.
1919 – Começa a estudar e logo aprende a ler, ganhando destaque por isso.
1920 – Ganha um concurso de redação na sala de aula, mas deixa os adultos chocados: a história falava de um adultério e do marido que matava a esposa e depois se desculpava.
1922 – É expulso do colégio por rebeldia.
1925 – (29 de dezembro) Aos 13 anos Nelson Rodrigues dá início a carreira de jornalista como repórter de polícia no jornal A Manhã, de seu pai. Destacou-se pela capacidade de dramatizar pequenas histórias.
-Junto ao seu primo recifense Augusto Rodrigues Filho, cria o tabloide “Alma Infantil”, que dura apenas 5 edições, recheadas de ataques a políticos pernambucanos e cariocas.
1927 – Abandona os estudos, na terceira série do ginásio.
1928 – Em 7 de fevereiro publica seu primeiro artigo na página três do jornal “A Manhã”, sob o título “A tragédia de pedra...” . Em 16 de março publica “O Rato...” em que ele critica Ruy Barbosa. Depois do segundo artigo neste tom, foi rebaixado e perdeu o espaço no jornal, voltando à sessão de polícia.
1929 – Em 26 de dezembro, aos 17 anos, Nelson presencia a morte do irmão, assassinado por Sylvia (o jornal tinha dado a notícia do seu desquite). 67 dias depois (já em 1930) morre o pai do autor, deixando a família arrasada.
1932 – Teve sua carteira assinada no jornal O Globo, de Roberto Marinho.
1934 – Diagnosticado com tuberculose, aos 21 anos, já não tinha nenhum dente na boca e usava dentaduras.
1940 – Em 29 de abril casa-se com Elza Bretanha, às escondidas. Seis meses depois descobre que perdeu 30% da visão para sempre, por causa da tuberculose.
1941 – Escreveu sua primeira peça “A mulher sem pecado”, mas não consegue que ela entre em cartaz. Todos recusavam.
1942 – Em 9 de dezembro “A mulher sem pecado” finalmente entra em cartaz e fica por duas semana no Teatro Carlos Gomes, dirigida por Rodolfo Mayer. A obra não teve grande repercussão com o público.
1943 – Escreve sua segunda peça “Vestido de noiva”. Entra no grupo “O Comediante” e em 28 de dezembro, 2205 pessoas vêem a peça, que foi intensamente aplaudida.
1944 – Escreve seu primeiro romance “Meu destino é pecar”.
1948 – Estréia da peça “Anjo Negro”.
1949 – Estréia da peça “Senhora dos Afogados”, que assim como “A mulher sem pecado” e “Vestido de Noiva” é censurada. Por causa da censura, ele escreve “Dorotéia”, eleita por muitos como melhor obra do autor.
1950 – Estréiam “Dorotéia” e “Valsa n° 6”. Começa a escrever uma coluna no jornal Última Hora, chamada “A vida como ela é”, grande sucesso na época (falava sobre fatos reais do cotidiano).
1953 – Estréia “A Falecida”
1954 – Estréia “Senhora dos Afogados”
1957 – “Perdoa-me por me traíres” sofre cortes pela censura, mas estréia e com uma surpresa: Nelson interpretava o personagem Raul. Na primeira sessão, confusão e tiro. A peça foi proibida.
-Em13 de setembro “Viúva, porem honesta” estréia. Ainda em 57, Dercy Gonçalves
-Estreia “Dorotéia” em São Paulo, onde a peça ficou um mês em cartaz.
1958 – Estréia “Os sete Gatinhos”, que falava mal do presidente da República, Juscelino Kubitschek.
1959 – O público acompanha a história de Engraçadinha. Dois livros foram publicados: “Engraçadinha – Seus amores e seus pecados dos doze aos dezoito” e “Engraçadinha – depois dos trinta”.
1960 – Lança “Boca de Ouro”, que também teve problemas com a censura. Estréia em São Paulo, um fracasso. Em 1961 foi apresentada no Rio de Janeiro com muito sucesso.
-Entregou aos atores Fernanda Montenegro e Fernando Torres a peça “Beijo no Asfalto”, que ficou sete meses em cartaz no país. Começa a participar do programa esportivo “Grande resenha Facit”, na TV Rio.
1963 – Separa-se de Elza e começa a namorar com Lúcia Cruz, que logo engravida.
-Estreia no Rio de Janeiro “Otto Lara Resende ou Bonitinha, mas Ordinária”, que
ficou cinco meses em cartaz.
-"Boca de Ouro” vira filme e Nelson ganha sua primeira obra no cinema.
-Nelson escreveu a primeira novela brasileira “A morta sem espelho”, que logo acabou pelas limitações de horário.
1964 – Estréia a novela “Sonho de Amor”, anunciada como uma adaptação de “O Tronco do Ipê”, de José de Alencar, para evitar o nome do autor. A última novela escrita por Nelson foi “O Desconhecido”.
1965 – Estréia, em 21 de junho, “Toda nudez será castigada” e fica em cartaz por seis meses no Teatro Serrador.
-“A Falecida” ganha releitura e chega às telas do cinema.
1970 – Nelson se separa de Lúcia e vai morar com Helena Maria, 35 anos mais jovem que ele. A ditadura militar no Brasil vivia seus momentos mais duros e o filho do autor, Nelsinho era um dos grandes procurados pelas forças armadas.
-Até o ano de 1973 o autor participa diretamente da localização e libertação de muitos suspeitos de crimes políticos.
1973 – “Toda nudez será castigada” chega aos cinemas.
1974 – A peça “Anti-Nelson Rodrigues” faz sucesso no Teatro do Servi Nacional.
-Nelson volta a viver com Elza, sua primeira esposa.
1975 – “O Casamento” ganha versão no cinema.
1979 – Nelson escreve sua última peça “A Serpente”.
1980 – Em 21 de dezembro Nelson Rodrigues morreu.
1981 – “Bonitinha, mas Ordinária ou Otto Lara Resende” chega aos cinemas.
1995 – A Rede Globo começa a exibir “Engraçadinha: Seus amores e Seus Pecados”, dirigida por Denise Saraceni.
1996 – A Rede Globo exibe “A vida como ela é...” dividia em contos.
1998 – “Traição” ganha versão no cinema.

O Brasil é um país em que é lugar comum afirmar que o povo não lê. É um fenômeno, portanto, quando um escritor brasileiro consegue ter êxito comercial, vender tiragens expressivas e ter suas histórias e personagens transformados em assunto de conversas banais e cotidianas das pessoas, resistindo por décadas no imaginário popular. E desta forma, mais que traduzir hábitos, costumes e contradições do país, se tornar um construtor da identidade nacional.

Pois Jorge Amado conseguiu o que pode ser considerado uma façanha no Brasil: sendo um escritor de ofício, fez – e faz – um sucesso estrondoso, alcançando números expressivos na venda de seus livros. A popularidade de Jorge Amado causou não apenas um impacto no Brasil, mas influenciou leitores e escritores em dezenas de países. A obra de Amado já foi publicada em 52 países, sendo traduzida para 49 idiomas.

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Em sete décadas de vida literária, colecionou prêmios, amigos, e elogios de alguns dos mais importantes escritores mundiais do século XX, como os vencedores do Nobel de Literatura Gabriel García Márquez e Albert Camus. Mais que isso, Jorge Amado conseguiu se inserir no imaginário brasileiro e ser peça fundamental na construção da identidade cultural nacional, ao trazer para suas histórias personagens com as cores, cheiros e linguagem de uma brasilidade ímpar.

A brasilidade da obra de Amado se manifesta em vários aspectos de suas histórias. Está nos cenários, nos diálogos, na sensualidade tropical de algumas das mais importantes personagens de sua vida literária, como Dona Flor e Gabriela. Está, também, no profundo conhecimento e interação dele com a religiosidade multifacetada do país, bem como na sensibilidade para as mazelas sociais que até hoje ainda fazem parte do cotidiano brasileiro, como os meninos de rua, a pobreza, a violência, os problemas políticos e convenções sociais tantas vezes desnecessárias e até ridículas.

Mesmo se especializando em uma linguagem e temática marcadamente popular, o escritor baiano foi, ao longo da vida, sendo reconhecido pela academia, tornando-se Doutor Honoris Causa por dez universidades no Brasil, Itália, Israel, França e Portugal, incluindo a conceituada Sorbonne. Em 1961, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras e passou a ocupar a cadeira 23, cujo patrono é José de Alencar. Jorge Amado foi ainda indicado pela União Brasileira de Escritores duas vezes para o Prêmio Nobel de Literatura, em 1967 e 1968, mesmo demonstrando que não queria.

Em 6 de agosto de 2001, Jorge Amado morreu em Salvador, capital baiana, aos 89 anos de idade.  Como havia pedido, foi cremado e teve suas cinzas espalhadas ao redor de uma mangueira localizada em sua casa no Rio Vermelho. Foram 36 livros, entre romances, contos, novelas e até obras infanto-juvenis. A primeira delas, publicada em 1931, foi O País do Carnaval, que deu início à caminhada que levaria Jorge Amado ao ponto mais alto da literatura brasileira.

O seu legado, acervo literário, manuscritos, artigos e objetos estão na sede da Fundação Casa de Jorge Amado. Fundada em 1986, a casa foi inaugurada em março de 1987. Além de reunir se acervo, a Fundação também traz as obras de sua esposa, Zélia Gattai, realiza eventos, exposições, além de ações sociais como a distribuição de livros e o atendimento a escolas.

Cores e som
A obra de Jorge Amado inspirou e ainda inspira diversas releituras audiovisuais no cinema e na televisão, o que contribuiu decisivamente para uma popularização ainda maior de sua obra. Dona Flor e seus Dois Maridos, Gabriela Cravo e Canela, Tenda dos Milagres, Tieta do Agreste e Capitães de Areia são alguns de seus livros que viraram filmes, novelas e minisséries televisivas, quase sempre com muito sucesso de público e crítica. Confira as matérias especiais sobre o assunto publicadas pelo LeiaJá aqui e aqui

Política
Desde cedo, Jorge Amado se envolveu com a política, se aproximando do comunismo. A primeira fase de sua obra é impregnada deste posicionamento. A ação política do escritor o levou a ser eleito, em 1945, deputado federal pelo PCB – Partido Comunista Brasileiro, sendo um dos deputados da constituinte do ano seguinte.  Mas também fez com que Jorge Amado amargasse períodos preso. A primeira prisão aconteceu em 1936, durante o governo de Getúlio Vargas, acusado de participar do movimento que ficou conhecido como Intentona Comunista, de 1935. Amado ainda seria detido em outras oportunidades, sempre por motivos políticos.

Em 1948, após ter seu mandato de deputado cassado quando o PCB foi considerado ilegal, partiu para um exílio voluntário em Paris. Na década de 1950, afasta-se da militância política, afirmando que seu engajamento estava atrapalhando seu ofício de escritor.

Conhecido pela alcunha de "Rei", Luiz Gonzaga fez jus à fama ao contribuir decisivamente para a construção da identidade brasileira e inserir o Nordeste no mapa cultural do país. Gonzagão mudou os rumos da música brasileira ao inventar não só um ritmo, mas toda uma mítica sobre o Nordeste e o nordestino que incluía roupas, expressões típicas e histórias do homem sertanejo. A sensibilidade artística e a capacidade de síntese de uma cultura fizeram de Luiz "Lua" Gonzaga referência obrigatória para quem pretende conhecer e entender o Brasil.

A obra musical de Luiz Gonzaga reverbera até hoje em inúmeros cantores, compositores e intérpretes, que continuam seu legado se dedicando ao baião e outras vertentes do forró. Ele criou o trio típico de forró, formado por sanfona, triângulo e zabumba, e foi nomeado o Rei do Baião. Sua música mais simbólica é Asa Branca, composta em parceria com Humberto Teixeira. Gonzagão foi e continua sendo assunto de teses acadêmicas e sua imagem é onipresente quando o assunto é nordeste.

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Luiz Gonzaga teve uma parada cardiorrespiratória e morreu no Hospital Santa Joana, no Recife, em 2 de agosto de 1989. Ele sofria de osteoporose e câncer na próstata. Se estivesse vivo, faria 100 anos em 2012.

A homenagem da Pedra do Toque ao centenário de Luiz Gonzaga será realizada na próxima quinta-feira (21) com show da banda Matuto, direto de Nova Iorque. Criada pelo norte-americano Clay Ross, Matuto possui em seu repertório composições que vão do cancioneiro folk norte-americano a ritmos familiares do público pernambucano como o coco e o forró. Ross é estudioso da música brasileira e já se apresentou em festivais locais como o Rec-Beat e o Festival de Inverno de Garanhuns.

A banda é criada em parceria com o acordeonista Rob Curto, considerado uma das maiores referências em forró nos Estados Unidos. Matuto é dona de um ecletismo que pode ser visto, inclusive, nos instrumentos utilizados pelos músicos: guitarra, baixo, bateria a acordeom, flauta e pandeiro, além do ritmo interpretado pela banda e batizado por Closs de bluegrass, em alusão ao gênero tradicional norte-americano misturado com os ritmos nordestinos.

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Serviço

São João do Pedra de Toque, com a banda Matuto (EUA)

Quinta-feira (21), 21h

Pedra de Toque (Rua João Tude de Melo, n.º 77, no Parnamirim)

R$ 30,00

Informações: 3074 2183 ou 3267 7188

Quem visitar Caruaru neste São João tem parada obrigatória na Vila do Forró, no Polo da Estação. Em meio a tantas atividades tradicionais, a exposição Baixio dos Doidos presta uma homenagem original a Luiz Gonzaga – no ano que marca o centenário de seu nascimento. No projeto, canções emblemáticas do Rei do Baião ganham nova roupagem, em interpretação contemporânea e ousada.

Arnaldo Antunes, Otto, Jorge du Peixe, Naná Vasconcelos e Dominguinhos são alguns dos nomes que participam deste projeto. Com curadoria de Lina Rosa, Baixio dos Doidos aborda a universalidade da obra de Gonzagão, buscando novos olhares e perspectivas para oito de suas canções: ABC do Sertão, Respeita Januário, Siri Jogando Bola, Xote das Meninas, Paraíba, Samarica Parteira, Asa Branca e A Morte do Vaqueiro. A mostra é provocativa desde o nome – que faz referência à localidade da parte baixa de Exu, e nela, Luiz Gonzaga nasce outra vez.

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A montagem traz fotografias, intervenções cenográficas e intercâmbio de linguagens, tudo inspirado nas letras e ritmos do Rei do Baião. O projeto agrega ainda o espaço Psiu – referência à canção Sabiá. Nele, os visitantes podem usar computadores para dar suas impressões imediatas da exposição e compartilhá-las nas redes sociais. O projeto tem direção musical de Carlinhos Borges. Helder Ferrer assina a fotografia e Gracinha Melo a direção de produção.

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Músicas

ABC do Sertão

Nesta cápsula musical, com a participação de Arnaldo Antunes, a exposição homenageia a bem apropriada utilização do vocabulário do nordestino de Luiz Gonzaga e seus parceiros como Humberto Teixeira, Zé Dantas e Onildo Almeida. Embalado pela A, E, I, O, U, Ipislone, as expressões características e suas traduções aparecem escritas nas paredes de barro e no chão de cimento pisado. Do teto, gambiarras de lâmpadas penduradas em alturas diferentes iluminam as palavras na sala em que serão distribuídos cordéis com o “dicionário” nordestinês. Um cordel tradicional, com forte sotaque pop.

Respeita Januário

Pela importância da sanfona para o baião e para o seu rei, essa instalação contará com dois ambientes. O primeiro apresentará as variações do instrumento e suas curiosidades, como a primeira sanfona que Luiz Gonzaga tocou na vida: o fole de oito baixos. O fato é que, do tango dos pampas ao baião de Luiz Gonzaga, do country americano à balada mexicana, a sanfona dedilhou o mundo. A ambientação apresenta as diversas variações do instrumento no Brasil e no mundo. Assim, um ensaio fotográfico das variações do instrumento com destaque especial para a sanfona branca de 120 de Luiz Gonzaga. No ambiente revestido por sanfonas, o famoso forró Respeita Januário em gravação exclusiva com seis sanfoneiros de diversas origens vão interpretar está composição numa homenagem à sanfona e ao sanfoneiro: Dominguinhos, Renato Borghetti, Regis Gizavo (Madagascar), Ricardo Loudou (Argentina).

Siri Jogando Bola

Aproveitando o atual momento pré-Copa do Mundo, a canção de Luiz Gonzaga e Zé Dantas de 1956 é o pano de fundo para o ensaio fotográfico de meninos pernambucanos jogando futebol em áreas de manguezais e de maré. A trilha sonora é a própria música com interferências do  Mangue Beat.  A metáfora do siri jogando bola vê-se enriquecida pelo som que desenhou a nova geração de meninos-caranguejos. No texto-crônica, os siris de Gonzaga dialogam com os caranguejos de Chico Science. O ensaio é projetado em alta definição em telas de led, que serão emolduradas por antigas TVs telefunken, de diversos tamanhos, que na época em que a música foi composta eram o estado da arte no quesito tecnologia.

Xote das Meninas

A instalação é composta por uma sala de promessas típica do interior nordestino dos anos 1950 e 1960. Nas paredes, ex-votos, fotografias, objetos retrôs, velas, orações e agradecimentos inteiramente dedicados aos assuntos do coração das mocinhas. Tudo inspirado nos verdadeiros costumes da época. O xote antigo será mixado com vozes da cantora Rahissa Bittar, que,  além de pop, ratifica a feminilidade do tema.

Paraíba

Como forma de provocação e inclusão, o ensaio fotográfico mais arrojado do projeto propõe como personagens travestis. O cenário é uma barbearia tradicional do interior nordestino, com seus móveis rústicos, pesados, antigos, fazendo contraponto à natureza pop das drags queens. Simultaneamente, a música Paraíba é executada numa versão remixada pelo cantor Otto, intercalada por depoimentos dos travestis sobre o seu apreço às músicas de Luiz Gonzaga.

Samarica Parteira

Uma das particularidades da interpretação de Luiz Gonzaga era o uso recorrente de onomatopeias. Desde os “hum, hum, hum”, de O Cheiro da Carolina, aos “tum, tum, tum”, de Olha a Pisada. Mas foi talvez em Samarica Parteira que o recurso onomatopeico tenha sido mais explorado. Piriri, piriri, piriri . Patatac, patatac, patatac. Tchi, tchi, tchi. Nheeiim... Para ressaltar o valor percussivo das expressões,  surge uma nova versão da música, com interferência de Naná Vasconcelos que utiliza sua voz em coro repetido para recitar as onomatopeias de Samarica Parteira, intercaladas por trechinhos de outras músicas de Gonzaga. Esteticamente, a instalação traz uma câmera semiescura, com projeções, no chão, nas paredes e no teto, das onomatopeias escritas intercaladas por estrelas iguais às do chapéu de couro de Gonzaga.

Asa Branca

O maior clássico do repertório gonzaguiano foi inspirada numa música do cancioneiro popular. Ganhou força com a melodia estilizada de Luiz Gonzaga e a letra forte do cearense Humberto Teixeira. Em 1947, a música foi gravada nos estúdios da RCA e  Asa Branca se tornou uma das músicas mais importantes da história da MPB.  Na exposição, ela é interpretada por oito contrabaixistas de formação erudita, que darão o tom clássico desta composição que é considerada um hino sertanejo. No estande, fotografias de sertanejos e sertanejas de olhos verdes em meio a situações da seca do sertão pernambucano ou na forma de portraits. O ensaio em preto e branco sugere a sutil presença do verde real dos olhos dos personagens. No piso, uma reprodução da terra rachada, coberta por folhas secas.

A Morte do Vaqueiro

Numa alusão à própria saudade Luiz Gonzaga nos deixou, a instalação é a última da exposição. A Morte do Vaqueiro foi composta por Luiz Gonzaga para a Missa do Vaqueiro, celebração que lembra uma outra grande saudade: a do primo dele, o Vaqueiro Raimundo Jacó, assassinado. Nela, em andamento lento, ouvimos uma voz à capela de Dominguinhos, seguindo o estilo do aboio sertanejo. A instalação será composta por diversos chocalhos de gado, presos a fios de couro trançados, de tamanhos diferentes, dispostos como cortinas. Uma derradeira homenagem do Baixio dos Doidos ao homem que faria 100 anos, mas preferiu fazer história.

Serviço
Exposição Baixio dos Doidos
Sexta-feira (15 de junho) à Domingo (15 de julho)
Vila do Forró, Caruaru - 16h às 22h
Gratuito

Em comemoração ao centenário do emblemático sanfoneiro Luiz Gonzaga será aberta, nesta terça-feira (24), a exposição “O Imaginário do Rei, Visões obre o Universo de Luíz Gonzaga”, com obras de arte, fotos, filmes, livros e CDs que retomam a vida e a obra do extraordinário Gonzagão, como o músico era conhecido. A inauguração da mostra acontece a partir das 19h, no Palacete das Artes Rodin Bahia, em Salvador.

A curadoria é do artista plástico, escritor e crítico de arte Bené Fonteles, que lança no mesmo dia o livro de sua autoria O Rei e o Baião. O livro é um trabalho de pesquisa sobre os 100 anos de Luiz Gonzaga, com depoimentos de Gilberto Gil, Juca Ferreira, Antonio Risério e Hermano Vianna, entre ícones da música, arte e literatura do Brasil que participam desse trabalho.

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Luiz Gonzaga nasceu no sertão de Pernambuco, em 1912, e influenciou o som realizado em todo Brasil. Na Bahia, em particular, a presença artística de Gonzagão é primordial na obra compositiva de artistas como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Zé e na força das vozes de Gal Costa, Xangai e Maria Bethânia.

“O Imaginário do Rei” fica em cartaz até o dia 10 de junho, sempre de terça a domingo, entre 10h e 18h. A entrada é gratuita.

 

Em uma noite de tempestade, Quincas Berro D´Água desapareceu no mar da Bahia. Com esse final, o personagem concretizava sua proposta enigmática -“Cada qual cuide de seu enterro, impossível não há”. Presentes não só em A Morte e a Morte de Quincas Berro D´Água, como em tantos outros livros de Jorge Amado, a mística e a beleza do mar que banha as praias baianas estão ilustradas por 1,8 mil garrafas de azeite de dendê na exposição que começa nesta terça (17) no Museu da Língua Portuguesa, na capital paulista.

“O dendê acaba decantando dentro dessas garrafas de 2 litros. Como é trifásico, então ele forma de fato algumas ondas”, explica a diretora de produção da exposição Jorge Amado e Universal, Ana Helena Curti, sobre os recipientes que contêm ainda citações de obras do escritor sobre o mar.

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O coração da exposição, no entanto, está no grande acervo disponibilizado pela mulher do escritor, Zélia Gattai. São imagens que mostram o escritor em diversas fases e em encontros com personalidades como Tom Jobim e Fidel Castro. Também estão disponíveis cartas originais que o escritor, morto em 2001, recebeu de amigos como Carlos Drummond de Andrade e François Mitterrand.

Uma sessão da mostra é dedicada à temática do erotismo e da malandragem. Nessa parte, o visitante encontra excertos da obra de Jorge Amado que vão versar sobre a malandragem e o jeitinho brasileiro. Ao conceito do [historiador] Sérgio Buarque de Hollanda da cordialidade [brasileira]”, ressalta Ana Helena.

Lembranças a personagens específicos do ficcionista baiano estão, entretanto, em outra parte da exposição. Em fitas do Senhor do Bonfim estão escritos os nomes de cada um dos mais de 5 mil personagens criados pela imaginação de Amado. Além disso, foram eleitos nove personagens que foram detalhados para o público.

As traduções para 49 línguas das obras escritas ao longo de 89 anos estão representadas em uma sala “onde as pessoas podem ter contato com essa amplitude, essa quase geografia expandida da edição da obra. Ali, tomam contato ainda com as primeiras edições ilustradas”, destaca a diretora.

Não faltam referências aos 25 anos de militância política (comunista) do escritor.  Em uma instalação que lembra as máquinas rotativas de jornais, estão  fotos de viagens a países comunistas e são mostrados trechos das obras escritas nesse período.

A exposição fica em cartaz até 22 de julho. O Museu da Língua Portuguesa fica ao lado da Estação da Luz, no centro de São Paulo.

Maior jogador da história do futebol, Pelé prestigiou neste sábado(14) a festa de comemoração dos 100 anos de fundação do Santos. O ex-jogador desceu na Vila Belmiro de helicóptero carregando o troféu da Libertadores, conquistada três vezes, sendo duas com ele dentro de campo, em 1962 e 1963. Saudado pelos torcedores, o Rei do Futebol fez um discurso oficial em que lembrou os seus companheiros de clube.

"Estou muito feliz de reencontrar amigos aqui, mas triste por não estarem todos. Tenho certeza que estão acompanhando ao lado de Deus. Sempre disse que não fiz nada sozinho. Agradeço a todos que estão ao meu lado. Esse legado que deixamos no Santos só Deus pode explicar. O Santos representou bem o País em lugares que nem sabiam o que era o Brasil", disse.

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Pelé ressaltou acredita no sucesso do atual elenco do Santos e disse que esta e as futuras gerações do clube devem trabalhar para manter o clube como um dos mais conhecidos e vencedores do mundo. "Agora é continuar com as novas gerações. Sou um homem de três corações, mas só uso um. Como o Zagallo falou, vocês vão ter que me aguentar por muito tempo", declarou.

O Rei do Futebol voltou a lembrar de momentos vitoriosos da sua passagem pelo Santos, como as excursões que o clube fez pelo mundo. "Hoje é muito fácil mostrar o que se faz para o mundo. Antes, a gente tinha que ir em cada lugar do mundo pra mostrar", comentou Pelé, que defendeu o clube por 18 anos e marcou 1.091 gols em 1.116 jogos.

Com a presença de Pelé na Vila Belmiro, foi lançada a medalha comemorativa ao centenário do Santos pela Casa da Moeda do Brasil. O evento também contou com a presença de Geraldo Alckmin, governador de São Paulo. "São 100 anos de um time que mudou o futebol", afirmou.

Foto: Ricardo Saibun/AGIF/AE

A Exposição Lua Gonzaga, do Memorial Luiz Gonzaga retorna para a capital nesta segunda-feira (5), depois de passar por várias cidades do Sertão pernambucano durante o segundo semestre de 2011. A mostra fica durante todo o mês de março no Centro de Formação de Educadores Professor Paulo Freire, localizado na Rua Real da Torre, 299, no Bairro da Madalena.

A exposição retrata em textos e imagens a vida do sanfoneiro, e faz parte do ciclo de comemorações do centenário do Rei do Baião.

Ano de centenário é assim: comemorações e homenagens durante todo o ano, em tudo quanto é parte. A Fundação Nacional de Arte (Funarte), vinculada ao Ministério da Cultura, lançou no dia 2 de fevereiro o edital do Prêmio Centenário de Luiz Gonzaga, destinado a produtores, músicos e representantes de grupos musicais e com o objetivo de selecionar projetos de criação e/ou difusão de obras, atividades ou produtos de cunho musical que homenageiem o Rei do Baião.

A seleção será feita em duas etapas: triagem dos projetos e avaliação das propostas habilitadas. Os projetos a serem inscritos podem ser: composições, arranjos, espetáculos, exposições, obras audiovisuais, cancioneiros, livros, discos, sites, revistas, pesquisas, seminários, ciclos de debates, palestras e oficinas.

Acesse o edital e a ficha de inscrição na página da Funarte. O material deverá ser enviado até o dia 19 de março para o endereço abaixo.

Prêmio Centenário de Luiz Gonzaga

Centro de Música/Funarte
Rua da Imprensa, nº 16, sala 1.308
CEP: 20030-120 – Rio de Janeiro/RJ

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