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Em meio a manifestações raras e generalizadas contra a política de "covid zero" da China, os manifestantes estão recorrendo à criatividade para evitar a repressão, como utilizar de folhas de papel em branco para denunciar a censura e fazendo trocadilhos inteligentes para exigir a renúncia do presidente Xi Jinping, de modo a evitar termos "proibidos" que são rapidamente retirados da Internet.

Manifestantes de várias cidades, incluindo Pequim, exibiram no domingo, 27, folhas de papel em branco de tamanho A4 em sinal de solidariedade e um aceno à falta de liberdade de expressão da China. Outros publicaram quadros brancos em seus perfis do WeChat.

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Fotos de alunos da renomada universidade chinesa Tsinghua circulam nas redes, com cartazes mostrando as equações de Friedmann, escolhidas pela semelhança entre o nome do físico e a frase "freed man" (homem liberto) ou "freedom" (liberdade).

Em reação aos mecanismos de busca que bloqueiam palavras-chave e nomes de lugares relacionados a protestos, tags com significados "positivos" floresceram no WeChat e no Weibo. Nesta segunda-feira, 28, muitas postagens e referências às folhas em branco foram excluídas, embora publicações semelhantes continuem circulando.

Os usuários das redes sociais também recorreram a trocadilhos elaborados para falar sobre os protestos, usando termos como "casca de banana", que tem as mesmas iniciais do nome do presidente Xi Jinping em chinês, e "mousse de camarão", que soa semelhante à frase "renúncia".

Sarcasmo

Durante o fim de semana, alguns manifestantes pediram explicitamente a renúncia de Xi e gritaram slogans como "Não aos testes de covid, sim à liberdade", em referência a uma faixa pendurada por um manifestante em Pequim pouco antes do Congresso do Partido Comunista em outubro.

Outros, mais cautelosos, prestam homenagens com flores e velas às vítimas de um incêndio mortal em Xinjiang na semana passada, que provocou uma onda de indignação.

Em Pequim, uma multidão reunida ao longo do rio Liangma na noite de domingo gritava "quero fazer o teste de covid! Quero escanear meu código QR de saúde!", inspirando os usuários do Weibo a postar frases igualmente sarcásticas.

Vídeos de Xi, assim como suas declarações, foram editados para parecer apoiar as manifestações em massa, incluindo um vídeo no qual ele diz: "Agora o povo chinês está organizado e não se pode brincar com ele".

Em vários lugares da China, grupos cantaram o hino nacional e a Internacional em seus comícios, antecipando-se às acusações das autoridades de que os protestos eram antipatrióticos ou instigados por forças estrangeiras.

Um vídeo que foi rapidamente retirado pelos censores mostrava estudantes em um dormitório universitário cantando a música do grupo pop cantonês Beyond, "Boundless Oceans, Vast Skies", uma ode à liberdade que também foi abraçada pelos manifestantes pró-democracia de Hong Kong no início da pandemia.

Os internautas também divulgaram memes sobre a Copa do Mundo do Catar, com imagens de torcedores sem máscara, para zombar da rígida política chinesa.

Desafio para Xi

Apenas um mês depois de receber novos poderes como potencial líder vitalício da China, Xi Jinping enfrenta uma onda de raiva pública do tipo não vista há décadas, provocada por sua estratégia "covid zero" que em breve entrará em seu quarto ano.

Manifestações generalizadas não têm precedentes desde que o exército esmagou o movimento pró-democracia liderado por estudantes em 1989, na Praça da Paz Celestial de Pequim.

A maioria dos manifestantes concentrou sua raiva nas restrições que podem confinar as famílias em suas casas por meses e foram criticadas por não serem científicas nem eficazes. Alguns reclamaram que o sistema não está respondendo às suas necessidades.

Os gritos pela renúncia de Xi e pelo fim do Partido Comunista que governa a China há 73 anos podem ser considerados sedição, punível com prisão.

Em resposta, a polícia em Xangai usa spray de pimenta para afastar os manifestantes, e dezenas foram detidos e levados em vans e ônibus da polícia. O vasto aparato de segurança interna da China também é famoso por identificar pessoas que consideras encrenqueiras e pegá-las mais tarde, quando poucos estão observando.

A possibilidade de mais protestos não é clara. Os censores do governo limpam a internet de vídeos e mensagens de apoio a eles. E os analistas dizem que, a menos que surjam divisões, o Partido Comunista deve ser capaz de conter a dissidência.

Burlar a 'Grande Muralha'

Redes sociais como Twitter e Instagram são bloqueadas na China pelo "Great Firewall" (jogo de palavra em inglês com a Grande Muralha), um sistema que censura a internet, mas alguns cidadãos com experiência em tecnologia conseguem publicar informações sobre os protestos usando um software especial de rede privada virtual (VPN).

Para espalhar a mensagem além das fronteiras da China, contas anônimas do Twitter recebem vídeos enviados de todo o país, enquanto várias transmissões ao vivo dos protestos são organizadas no Instagram.

Estudantes chineses no exterior organizaram manifestações semelhantes em todo o mundo, inclusive em várias cidades americanas e europeias. (Com agências internacionais).

Autoridades da China relaxaram restrições em algumas regiões do país nesta segunda-feira (28) mas reafirmaram seu compromisso com a estratégia severa de "covid zero", após multidões demandarem a renúncia do presidente Xi Jinping durante os protestos contra o confinamento de milhões de cidadãos.

O governo da capital Pequim anunciou que não vai mais colocar portões para bloquear o acesso a complexos de apartamentos onde as infecções são registradas. Já a metrópole manufatureira e comercial de Guangzhou, principal ponto crítico da última onda de infecções na China, anunciou que alguns residentes não precisarão mais passar por testes em massa, de forma a "conservar recursos".

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O governo não fez comentários sobre os protestos ou críticas a Xi, a mais ampla demonstração de oposição ao Partido Comunista em décadas. Não houve informações oficiais sobre quantas pessoas foram detidas depois que a polícia usou spray de pimenta contra manifestantes em Xangai e lutou para reprimir manifestações em outras cidades, incluindo Pequim. Autoridades não mencionaram um incêndio mortal na semana passada que desencadeou os protestos após perguntas raivosas online sobre se bombeiros ou vítimas tentando escapar foram bloqueados por portas trancadas ou outros controles antivírus.

A política de "covid-zero", que visa isolar todas as pessoas infectadas, ajudou a manter o número de casos da China menor do que o dos Estados Unidos e outros países importantes. Mas as pessoas em algumas áreas ficaram confinadas em casa por até quatro meses e dizem que carecem de suprimentos confiáveis de alimentos.

O governo chinês prometeu reduzir as restrições alterando a quarentena e outras regras. Mas a aceitação do público está se esgotando depois que um aumento nas infecções levou as cidades a apertarem os controles, alimentando reclamações de que o excesso de fiscalização está prejudicando a população. O jornal do Partido Comunista, People's Daily, pediu que sua estratégia antivírus fosse executada de forma eficaz, indicando que o governo de Xi não tem planos de mudar de rumo.

Nesta segunda, o número de novos casos diários subiu para 40.347, incluindo 36.525 sem sintomas. Fonte: Associated Press.

O grupo de comunicação britânico BBC informou no domingo (27) que um de seus jornalistas na China foi detido e apanhou da polícia enquanto cobria protestos em Xangai contra a política anticovid.

"A BBC está extremamente preocupada com o tratamento dado ao nosso jornalista Ed Lawrence, que foi detido e algemado enquanto cobria os protestos em Xangai", afirmou um porta-voz da BBC em comunicado enviado à AFP.

A nota acrescenta que Lawrence "foi espancado e chutado pela polícia" durante as várias horas de detenção, apesar de ser um jornalista credenciado no país.

Centenas de pessoas protestaram ao longo do fim de semana em várias cidades chinesas, como Xangai e Pequim, contra os confinamentos e restrições impostas pelas autoridades no combate à Covid-19.

O ministro britânico para as Empresas, Grant Shapps, considerou "inaceitáveis e preocupantes" os atos de violência denunciados.

"A liberdade de imprensa deve ser sacrossanta", afirmou o ministro à rádio LBC.

O porta-voz da BBC afirmou que o grupo não recebeu "nenhuma explicação ou pedido de desculpas das autoridades chinesas, além da alegação dos oficiais, que posteriormente o libertaram, de que o tinham detido para seu próprio bem, caso contraísse covid da multidão".

"Não consideramos que seja uma explicação crível", completou.

Lawrence tuitou nesta segunda-feira para agradecer a seus seguidores e acrescentou que ao menos um cidadão chinês "foi detido depois de tentar impedir que a polícia me agredisse".

O repórter voltou mais tarde ao local dos protestos.

O ministério chinês das Relações Exteriores afirmou nesta segunda-feira que Lawrence não se identificou como jornalista.

"Com base no que sabemos das autoridades competentes de Xangai, ele não se identificou como jornalista e não mostrou de maneira voluntária sua credencial de imprensa", afirmou o porta-voz do ministério, Zhao Lijian, antes de pedir aos repórteres estrangeiros a "seguir as leis e normas chinesas quando estão na China".

Centenas de pessoas se manifestaram neste domingo (27) em Xangai, em universidades de Pequim e em outras cidades da China, onde cresce a indignação contra a política draconiana de “zero covid” imposta pelas autoridades há quase três anos.

Em Xangai, uma cidade de mais de 25 milhões de pessoas que sofreu um confinamento de dois meses este ano que causou escassez de alimentos, centenas de pessoas marcharam em silêncio pelo centro da megalópole.

Uma testemunha explicou à AFP que os manifestantes mostraram folhas de papel em branco - um gesto que se tornou um símbolo de protesto contra a censura na China - e flores brancas.

A polícia chegou mais tarde e os dispersou, disse a testemunha, que pediu anonimato.

Horas antes, uma multidão se reuniu perto da rua Wulumuqi - o nome em mandarim da cidade de Urumqi - com pessoas gritando "Xi Jinping, renuncie, renuncie!" em uma rara demonstração de rejeição ao presidente chinês, de acordo com um vídeo divulgado nas redes sociais e geolocalizado pela AFP.

Em Urumqi, na região de Xinjiang (oeste), dez pessoas morreram em um incêndio na quinta-feira. O incidente gerou indignação nas redes sociais por considerar que os confinamentos prejudicaram o resgate das vítimas.

- "Pessoas corajosas" -

Um participante dos protestos de Xangai, que pediu para não ser identificado, disse à AFP que chegou a uma manifestação às 02h00 quando "um grupo de pessoas prestou homenagem e deixou flores na calçada, enquanto outro grupo gritava palavras de ordem".

Houve pequenos confrontos, mas em geral a polícia se comportou de maneira "civilizada", disse ele.

"É emocionante ver tantas pessoas com a mesma opinião se unindo", acrescentou. "É incrível que, nas circunstâncias atuais, ainda existam pessoas corajosas de pé."

As autoridades rapidamente removeram as postagens nas redes sociais sobre os protestos assim que os vídeos começaram a circular.

Em Pequim, centenas de estudantes da prestigiosa Universidade Tsinghua manifestaram-se no campus neste domingo, de acordo com uma testemunha ocular contatada pela AFP e vídeos postados online.

- "Isso não é uma vida normal" -

"Isso não é uma vida normal, estamos fartos. Nossas vidas não eram assim antes", exclamou um palestrante.

Na Universidade de Pequim, perto da Universidade de Tsinghua, também foi realizada uma vigília em memória das vítimas do incêndio de Urumqi. De acordo com um estudante que participou, os protestos começaram na noite de sábado e entre 100 e 200 pessoas se reuniram.

"Ouvi gritarem: 'não aos testes de covid, sim à liberdade'", explicou à AFP com imagens e vídeos que corroboravam os fatos.

De acordo com outras gravações, houve manifestações em Nanjing (leste), bem como em Xian, Wuhan (centro) e Cantão (sul), mas a AFP não conseguiu autenticar as imagens.

Os protestos acontecem em meio ao cansaço da população devido à estratégia do governo de tolerância zero com a covid.

A China é a última grande economia a manter a estratégia "zero covid", com confinamentos, quarentenas extensas e testes em massa para erradicar as fontes de contágio assim que elas aparecerem.

Neste domingo, a China registou 39.506 infeções locais de covid-19, um número recorde para este país de 1,4 bilhão de habitantes.

O governo da China ordenou o confinamento de seis milhões de pessoas na cidade de Zhengzhou, sede da maior fábrica de iPhones do mundo, onde protestos violentos foram registrados pelas condições salariais e o isolamento dos trabalhadores.

A estratégia restritiva "covid zero" do país asiático está encurralada pelos vários surtos de coronavírus no país, que registrou nesta quinta-feira (24) o maior número de casos diários desde o início da pandemia.

O mal-estar com a imposição contínua de medidas provoca manifestações como as de centenas de funcionários da fábrica de iPhones em Zhengzhou, que na quarta-feira enfrentaram policiais e agentes de outras forças de segurança com trajes de proteção e cassetetes.

Em um cenário de crise, as autoridades municipais ordenaram testes em larga escala da população e o confinamento de vários distritos nesta cidade da região central da China a partir de sexta-feira.

Os moradores do centro da cidade só podem sair desta área com um teste negativo de covid e permissão das autoridades. Também não podem sair de casa, "exceto em caso de necessidade".

As restrições afetarão mais de seis milhões de pessoas, quase metade da população de Zhengzhou, mas não abrangem a zona onde está localizada a fábrica de iPhone, cujos trabalhadores enfrentam restrições há várias semanas.

Um funcionário explicou, sob anonimato, à AFP que o protesto começou por uma disputa relacionada ao pagamento de um bônus prometido pelo grupo de tecnologia taiwanês Foxconn, que confinou os trabalhadores dentro do complexo.

De acordo com a fonte, a Foxconn havia prometido um pagamento adicional de 3.000 yuanes (420 dólares), mas os funcionários receberam apenas 30 yuanes.

Além disso, muitos trabalhadores reclamavam das condições de vida "caóticas" dentro da fábrica, segundo o funcionário.

A empresa taiwanesa apresentou nesta quinta-feira um pedido de desculpas e atribuiu o problema a um "erro técnico" no sistema de pagamentos de salários.

Também afirmou que "entende completamente" as inquietações dos funcionários e que "tentará fazer o máximo para solucionar as preocupações e demandas razoáveis" da equipe.

- Cansaço -

As medidas adotadas em Zhengzhou são parte da estratégia "covid zero" da China para erradicar o vírus de seu território, o que inclui confinamentos, restrições de viagens e testes em larga escala.

Porém, depois de quase três anos de pandemia, o número de casos de covid-19 no país é mais elevados do que nunca.

O Escritório Nacional de Saúde registrou 31.444 novos contágios nesta quinta-feira.

Embora o número seja pequeno para uma população de 1,4 bilhão de pessoas, especialmente quando comparado as balanços do resto do mundo no pior momento da pandemia, os surtos provocam múltiplas restrições no país.

O caráter vago e mutável das medidas e seu impacto na segunda maior economia do mundo deixam a população esgotada.

Várias cidades, como Pequim, Xangai, Guangzhou e Chongqing, aumentaram as restrições devido ao aumento de casos.

A capital passou a exigir um teste negativo de covid nas últimas 48 horas para permitir a entrada em centros comerciais, hotéis ou edifícios públicos. Além disso, as escolas retomaram o ensino à distância.

O centro manufatureiro de Guangdong (sul), que registrou um terço dos casos no país, construiu milhares de leitos hospitalares temporários para acomodar os pacientes.

As medidas rígidas em várias regiões do país foram anunciadas pouco depois de o governo central divulgar ações para uma tímida reabertura, como a redução do tempo de quarentena exigido para os viajantes que chegam do exterior.

Porém, mesmo a cidade de Shijiazhuang, vizinha de Pequim e considerada um teste piloto das estratégias de reabertura, revogou esta semana a maioria das medidas de flexibilização decretadas.

"O caminho para a reabertura pode ser lento, caro e turbulento", afirmou Ting Lu, economista-chefe para a China do banco japonês Nomura.

Protestos violentos por melhores salários e condições de vida foram registrados na maior fábrica de iPhones do mundo, de propriedade da taiwanesa Foxconn no centro da China, com confrontos entre funcionários e agentes de seguranças.

Vídeos postados nas redes sociais Weibo e Twitter mostraram trabalhadores protestando em plena luz do dia em Zhengzhou, com alguns entrando em confronto com a polícia de choque e pessoas em trajes de proteção.

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A Foxconn confirmou os distúrbios nesta quarta-feira (23).

Em uma gravação feita à noite, dezenas de trabalhadores são vistos em confronto com policiais, gritando: "Vamos defender nossos direitos, vamos defender nossos direitos!"

Em outro vídeo, um homem aparece com o rosto ensanguentado enquanto alguém fora da câmera diz: "Estão batendo nas pessoas, batendo nas pessoas. Eles têm consciência?"

Outra voz fala de "bombas de fumaça" e "gás lacrimogêneo".

A AFP verificou a autenticidade desses vídeos em parte graças à geolocalização que mostra características distintas, como um prédio e barricadas perto dos dormitórios dos trabalhadores no terreno da fábrica.

Em um vídeo feito de dia, vários caminhões de bombeiros cercados por policiais em trajes de proteção aparecem perto dos blocos habitacionais enquanto uma voz é ouvida em um alto-falante dizendo: "Todos os trabalhadores, por favor, voltem aos alojamentos, não se associem a uma pequena minoria de elementos ilegais".

Uma foto tirada durante o dia mostra os restos carbonizados de uma porta, aparentemente queimada à noite.

A hashtag do Weibo "Distúrbios na Foxconn" parece ter sido censurada ao meio-dia desta quarta-feira, embora algumas postagens referentes a esses protestos tenham permanecido online.

A Foxconn é o maior empregador privado da China, com um milhão de pessoas trabalhando em 30 fábricas e institutos de pesquisa espalhados por todo o país.

A principal terceirizada da Apple registrou um aumento nos casos de Covid-19 em sua fábrica de Zhengzhou nos últimos meses e decidiu fechar o vasto complexo industrial para conter o vírus.

A Foxconn confirmou nesta quarta-feira atos de "violência" em protestos em sua fábrica de Zhengzhou e prometeu "evitar incidentes semelhantes" no futuro.

Em nota, a empresa afirma que os trabalhadores reclamaram dos baixos salários e das condições na fábrica, mas negou que tenha alojado novos trabalhadores junto a funcionários que testaram positivo para Covid-19.

A fábrica, localizada em Zhengzhou, capital da província de Henan (centro), é um enorme parque industrial, apelidado de "a cidade do iPhone", que costuma empregar cerca de 200 mil pessoas, a maioria morando no local em dormitórios.

Quando os casos de covid começaram a ser detectados, a fábrica passou a funcionar em uma bolha de "circuito fechado".

Este mês, circularam nas redes sociais imagens de trabalhadores assustados deixando o local em massa a pé, reclamando das precárias condições da fábrica.

Vários funcionários relataram à AFP o caos e a desorganização nas oficinas e dormitórios.

Para compensar a fuga de trabalhadores, a empresa ofereceu bônus e outros incentivos aos funcionários que permaneceram, e o governo local enviou novos trabalhadores na tentativa de manter a fábrica funcionando.

A Apple reconheceu este mês que a situação "afetou temporariamente" a produção desta fábrica, a joia da coroa da empresa taiwanesa, com uma produção de iPhones que não existe em nenhum outro lugar.

A China é a última grande economia do mundo a manter uma política de covid zero por meio de confinamentos em massa, testes e longas quarentenas.

A China informou, nesta segunda-feira (21), a morte de duas pessoas por Covid-19, em Pequim, enquanto várias grandes cidades continuam impondo restrições sanitárias, apesar das recentes promessas de flexibilização.

O ministério da Saúde anunciou cerca de 27 mil novos casos de Covid-19 (assintomáticos, na grande maioria) nas últimas 24 horas. Trata-se de um número elevado para a China, que não costuma reportar mais do que algumas dezenas ou, no máximo, centenas de novos casos.

Os falecidos são uma mulher de 91 anos e um homem de 88. Ambos tinham antecedentes médicos graves, como acidentes cardiovasculares, segundo as autoridades.

A China é a única grande economia mundial que continua a aplicar uma rígida política de saúde, denominada “covid zero”, para impedir contágios e óbitos. Ainda assim, em 11 de novembro, o governo anunciou diversas medidas para “otimizar” essa estratégia.

As novas disposições buscam simplificar os deslocamentos e reduzir os períodos de quarentena, sobretudo, para os viajantes procedentes do exterior.

A política de “covid zero” inclui confinamentos, quando aparecem casos, quarentenas para pessoas que testam positivo à Covid-19 e testes de PCR quase diários.

No domingo (20), a China anunciou seu primeiro morto por Covid-19 desde maio, um cidadão de Pequim, de 87 anos. Nesta segunda, Pequim registrou 962 novos casos, ante 621 detectados na véspera nesta cidade de 22 milhões de habitantes.

Cerca de 600 áreas da capital, principalmente prédios residenciais, são consideradas de "alto risco", motivo pelo qual seus habitantes devem permanecer confinados em casa, ou em centros de quarentena. Outras grandes cidades também estão aplicando restrições em massa, como Cantão (Guangzhou, ao sul), onde dezenas de milhares de casos foram notificados em uma semana.

A China anunciou neste domingo a primeira morte por Covid-19 desde maio, um homem de 87 anos que morava em Pequim, onde o aumento de casos provocou o fechamento progressivo de estabelecimentos comerciais.

A Comissão Nacional de Saúde anunciou mais de 24.000 novos casos positivos locais em 24 horas no país, a grande maioria assintomáticos.

A grande província manufatureira de Guangdong (sul), onde ficam as metrópoles de Guangzhou e Shenzhen, é a mais afetada.

Pequim registrou 621 novos casos. Parte da população está em confinamento em suas casas e muitas pessoas foram enviadas para centros de quarentena.

Mas, ao contrário dos surtos anteriores, as autoridades parecem querer evitar no momento a imposição de restrições generalizadas a uma população cada vez mais irritada com as medidas anticovid.

Grandes centros comerciais de Pequim anunciaram o fechamento neste domingo. Outros reduziram o horário de funcionamento e alguns restaurantes adotaram restrições - muitos não recebem clientes, mas as entregas ainda são permitidas.

O homem que faleceu na capital do país apresentava um quadro de covid leve, mas o quadro piorou com uma infecção bacteriana, segundo o canal de televisão público CCTV.

Esta é a primeira morte oficial por covid no país desde o fim de maio.

Muitos edifícios comerciais do distrito Chaoyang, que abriga empresas e embaixadas, pediram aos funcionários que retomassem o teletrabalho.

Algumas escolas retomaram o ensino à distância. Parques, áreas esportivas e academias também fecharam as portas.

As autoridades pediram no sábado aos moradores que evitassem deslocamentos "não essenciais" entre os distintos distritos de Pequim para conter a propagação do vírus.

A metrópole de Guangzhou, que anunciou mais de 8.000 novos casos positivos, iniciou neste domingo testes em larga escala no distrito central de Haizhu, onde moram quase 1,8 milhão de pessoas.

A China anunciou em 11 de novembro uma flexibilização da estratégia de 'covid zero', com medidas como a redução das quarentenas, em particular para as pessoas que chegam do exterior.

Mas o retorno à normalidade permanece distante, com vários confinamentos, quarentenas e testes em larga escala.

Duas pessoas foram atropeladas e mortas após um carro da Tesla, que possui piloto automático, seguir em alta e desgovernado velocidade pelas ruas da cidade de Chaozhou, na província de Guangdong, na China. 

Um vídeo que viralizou nas redes sociais mostra o exato momento que o veículo começa a disparar pelas vias da cidade e atropelar uma moto e dois carros. O impacto é tão brutal que um dos veículos fica totalmente estraçalhado. 

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O fato aconteceu no último dia cinco de novembro, mas a gravação começou a viralizar nesta semana. Segundo a mídia local, três pessoas ficaram feridas.

Confira a gravação

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O presidente americano, Joe Biden, chegou à Ásia neste sábado (12) com a promessa de pedir a seu homólogo chinês, Xi Jinping, que contenha as "piores tendências" da Coreia do Norte, quando os dois se reunirem pela primeira vez pessoalmente, durante a cúpula do G20 em Bali, Indonésia.

Em sua reunião durante a cúpula do G20 em Bali, na próxima segunda-feira (14), Biden dirá a Xi que a China tem "interesse em conter as piores tendências da Coreia do Norte", afirmou o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, a repórteres.

Biden chegou hoje a Phnom Penh, capital do Camboja, para participar da cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) antes de seguir para Bali.

Biden também dirá a Xi que, se o acúmulo de mísseis e de armas nucleares da Coreia do Norte "continuar nesse caminho, isso significará simplesmente um aumento da presença militar e de segurança dos Estados Unidos na região".

Falando a bordo do avião presidencial Air Force One pouco antes de aterrissar no Camboja, Sullivan disse que Biden não fará exigências à China, mas dará a Xi "sua perspectiva".

Ele observou que "a Coreia do Norte representa uma ameaça não apenas para os Estados Unidos, não apenas para a Coreia do Sul e o Japão, mas para a paz e a estabilidade de toda a região".

Se a China irá pressionar a Coreia do Norte, "será uma decisão deles", disse Sullivan.

No entanto, com a expectativa de que a Coreia do Norte teste uma arma nuclear e aumente suas capacidades de mísseis, "a situação operacional é mais grave no momento", concluiu Sullivan.

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, engrossou o coro dos países que pedem uma ação internacional concertada para interromper o programa de mísseis de Pyongyang durante conversas com ASEAN, China e Coreia do Sul.

Tóquio e Seul estão cada vez mais alarmadas com a recente série de lançamentos de mísseis, incluindo um míssil balístico intercontinental.

Líderes das duas maiores economias do mundo, Biden e Xi conversaram por telefone várias vezes desde que Biden assumiu o cargo em janeiro de 2021, mas nunca se encontraram pessoalmente.

- Rivalidade regional -

Os dois terão muito o que conversar, em meio às inúmeras disputas entre Washington e Pequim sobre comércio e direitos humanos na região chinesa de Xinjiang e Taiwan.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu aos dois países que trabalhem juntos e advertiu, na sexta-feira (11), sobre o "crescente risco de que a economia mundial se divida em duas partes lideradas pelas duas maiores economias, Estados Unidos e China".

Antes do G20, Biden buscará fortalecer a influência de Washington no Sudeste Asiático em reuniões com governantes da ASEAN para contrabalançar a influência chinesa na região.

Nos últimos anos, a China vem intensificando sua presença por meio do comércio, da diplomacia e de seu poderio militar, em uma região que considera como sua área de influência.

Nesse sentido, Sullivan afirmou que Biden chega a Phnom Penh com uma agenda que enfatiza a política de seu governo de "aumentar" sua presença no Sudeste Asiático como um garantidor de estabilidade.

Biden disse que os Estados Unidos desejam colaborar com a ASEAN para "se defender das significativas ameaças que pesam sobre a ordem baseada em regras e no Estado de Direito".

- Xi presente, Putin ausente -

Biden e Xi chegam ao G20 apoiados por conquistas em casa. O Partido Democrata, de Biden, apresentou resultados surpreendentemente positivos nas eleições de meio de mandato americanas, enquanto Xi garantiu um histórico terceiro mandato presidencial.

No congresso do Partido Comunista da China em outubro, Xi advertiu para um clima geopolítico desafiador, sem citar os Estados Unidos diretamente.

A cúpula de Bali também marcará o retorno diplomático de Xi desde o início da pandemia da covid-19, quando ele interrompeu suas viagens internacionais.

Xi também se reunirá com o presidente francês, Emmanuel Macron, antes de viajar para Bangcoc para a cúpula do fórum Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC).

Quem não estará em Bali é o presidente russo, Vladimir Putin, rejeitado por países ocidentais após a invasão da Ucrânia. Estará representado por seu ministro das Relações Exteriores, Serguei Lavrov.

No encontro, Lavrov argumentará que os Estados Unidos desestabilizam a região da Ásia-Pacífico com sua política de confrontação, segundo a agência de notícias russa TASS.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, participará virtualmente da cúpula do G20, depois que a ASEAN rejeitou seu pedido para falar.

A China anunciou nesta sexta-feira (11) a redução de algumas restrições contra a covid, em particular as vinculadas às viagens internacionais, mas a situação continua muito diferente da maior parte do planeta.

O país asiático é a última grande economia mundial a persistir com a estratégia "covid zero", que inclui confinamentos, testes em larga escala e quarentenas que prejudicam a atividade empresarial e as cadeias de abastecimento.

Em uma reunião na quinta-feira do Comitê Permanente do Politburo do Partido Comunista, o presidente Xi Jinping e os outros seis membros do órgão mais poderoso do país aprovaram uma redução das medidas.

De acordo com o anúncio publicado pelo governo nesta sexta-feira, o país reduz o período de quarentena para os viajantes que chegam ao país de 10 para oito dias, cinco em centros de isolamento do estado e três em casa.

Durante o período, os viajantes que chegam ao país devem ser submetidos a seis testes PCR e não poderão sair às ruas de maneira livre, segundo o governo.

Outra mudança: os viajantes precisarão apresentar apenas um teste PCR com resultado negativo para covid-19 realizado nas 48 horas anteriores ao embarque em um avião para a China, e não os dois atuais.

As novas regras permitem que ""pessoas do mundo dos negócios" e "grupos esportivos" evitem a quarentena desde que permaneçam em um "circuito fechado" durante sua estadia.

As autoridades também acabaram com um sistema repentino de cancelamento de voos como punição às companhias aéreas com aviões que registram uma determinada proporção de casos positivos de covid entre os passageiros.

- Isolar apenas os contatos diretos -

O influente comitê do Partido Comunista também acabou com algumas restrições que afetavam a vida diária dos cidadãos.

A partir de agora, as autoridades de saúde não solicitarão mais a identificação e o isolamento dos "contatos próximos secundários", com o isolamento apenas das pessoas que estiveram em contato direto com uma pessoa infectada.

Também reduziram o sistema de risco doméstico do vírus, que passa de três para dois níveis, divididos em zonas de "alto risco", submetidas a restrições, e de "baixo risco", com medidas mínimas.

As pessoas que viajam de áreas de alto risco para áreas de baixo risco terão que passar sete dias de quarentena em casa, em vez de permanecer em instalações do Estado.

Uma zona será definida como de baixo risco se não registrar nenhum contágio de covid durante cinco dias consecutivos.

Os trabalhadores de setores onde a exposição ao vírus é maior, como a tripulação de aviões, funcionários de centros de quarentena ou trabalhadores de aeroportos, terão quarentenas mais curtas.

Na quinta-feira, a imprensa estatal informou que os membros do Comitê Permanente do Politburo se comprometeram a manter a estratégia covid zero de maneira "inabalável".

O Comitê Permanente do Escritório Político do Comitê Central do Partido Comunista da China, liderado pelo presidente Xi Jinping, reafirmou em reunião nesta quinta-feira (10) seu compromisso com a estratégia em andamento para enfrentar a Covid-19. Nota na agência estatal Xinhua destaca a necessidade dessas medidas, com o argumento de que ainda há uma situação de pandemia, com novos casos domésticos aparecendo, em um país com grande população e também de grupos vulneráveis, além do desenvolvimento regional "desequilibrado" e com recursos médicos "insuficientes".

A Xinhua diz que mutações no vírus e fatores climáticos afetam sua disseminação. Com isso, o comando do país afirma que é preciso manter a estratégia de prevenção e controle dos casos.

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A comunicação oficial ocorre em meio a especulações sobre um eventual relaxamento na política contra a covid por Pequim, já que a estratégia de buscar evitar ao máximo os novos casos pesa na atividade econômica local.

A Apple impôs restrições ao compartilhamento de arquivos nos iPhones vendidos na China, um recurso que pode ser usado para burlar a censura e divulgar informações hostis, ou críticas, ao poder.

A funcionalidade AirDrop de um iPhone permite o compartilhamento ilimitado de arquivos com outro aparelho Apple nas proximidades.

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Na quarta-feira (9), uma atualização nos telefones do fabricante americano vendidos na China desativa essa função, automaticamente, após 10 minutos. Essa restrição torna quase impossível receber arquivos, inesperadamente, de usuários desconhecidos.

Essa mudança ocorre depois de essa função ter sido usada para divulgar material crítico do Partido Comunista Chinês em locais públicos, como aconteceu em um incomum protesto antigoverno em outubro.

A Apple não respondeu imediatamente a um pedido enviado pela AFP sobre comentários a respeito dessa mudança.

Na quinta-feira, alguns internautas comemoraram a notícia na rede social Weibo, afirmando que se trata de uma medida positiva destinada a "reduzir significativamente” o assédio por parte de desconhecidos.

Outros criticaram o CEO da Apple.

“Então, agora Tim Cook é membro do Partido Comunista?”, ironizou uma pessoa na rede.

A China monitora de perto a Internet no país, e há censores que excluem conteúdos críticos da política de Estado.

A China registrou, nesta segunda-feira (7), o maior número de contágios de covid-19 em seis meses, apesar dos confinamentos que afetam a indústria, as escolas e a vida cotidiana.

O país registrou mais de 5.600 novos casos de covid-19 em 24 horas, quase metade deles na província de Guangdong, um centro de manufatura no sul do país com vários portos comerciais.

O governo de Pequim acabou no fim de semana com as esperanças de uma possível flexibilização da rígida política de 'covid zero', que inclui confinamentos, quarentenas e testes em larga escala para conter, inclusive, o menor surto de contágios.

Uma onda de crises ligadas aos confinamentos, com moradores que reclamando de condições inadequadas, falta de alimento e atrasos no atendimento médico, abalaram a confiança da população nas medidas.

Em Pequim, foram detectados quase 60 novos contágios, o que provocou o fechamento de escolas no distrito de Chaoyang. Algumas empresas também pediram aos funcionários que retornassem ao teletrabalho.

E tudo acontece apesar do anúncio das autoridades da cidade, feito nesta segunda-feira, de que os recentes "surtos sucessivos" foram "controlados de maneira efetiva".

Um confinamento na maior fábrica de iPhones do mundo, em Zhengzhou, levou a Apple a advertir no domingo que a produção foi "impactada temporariamente" e que os clientes deverão enfrentar atrasos na entrega dos pedidos.

"A fábrica (de Zhengzhou) opera atualmente em uma capacidade significativamente reduzida", afirmou a Apple em um comunicado.

O grupo de tecnologia taiwanês Foxconn, que administra a fábrica, revisou para baixo seu lucro trimestral devido ao confinamento.

A Comissão Nacional de Saúde da China anunciou no sábado a manutenção da política de 'covid zero', acabando com os rumores de que Pequim flexibilizaria a rígida política de saúde.

Vários incidentes, no entanto, diminuem o apoio da opinião pública chinesa à estratégia.

O suicídio de uma mulher de 55 anos na cidade de Hohhot, na Mongólia Interior, provocou muitos protestos no fim de semana, depois que as autoridades admitiram que os protocolos de confinamento provocaram um atraso na resposta de emergência.

A região registra um grande foco desde o fim setembro, quando foi detectada pela primeira vez uma nova variante da ômicron. Pouco antes de a mulher pular de uma janela, seus familiares informaram às autoridades da região que ela sofria de um transtorno de ansiedade e havia demonstrado intenções suicidas.

E na quinta-feira passada, as autoridades chinesas tiveram que pedir desculpas após a morte de um menino de três anos privado de cuidados médicos devido às medidas drásticas de saúde.

Imagens que viralizaram nas redes sociais na terça-feira mostraram moradores de Lanzhou (noroeste) tentando desesperadamente reanimar uma criança após intoxicação por monóxido de carbono.

Em mensagem, seu pai reclamou da lentidão da chegada de ajuda e que não havia conseguido sair de sua residência devido ao confinamento da cidade. Alguns moradores expressaram sua indignação.

A China registrou nesta segunda-feira (7) o maior número de contágios de Covid-19 em seis meses, apesar dos confinamentos que afetam a indústria, as escolas e a vida cotidiana.

O país registrou mais de 5.600 novos casos de Covid-19 em 24 horas, quase metade deles na província de Guangdong, um centro de manufatura no sul do país com vários portos comerciais.

O governo de Pequim acabou no fim de semana com as esperanças de uma possível flexibilização da rígida política de 'covid zero', que inclui confinamentos, quarentenas e testes em larga escala para conter inclusive o menor surto de contágios.

Uma onda de crises ligadas aos confinamentos, com moradores que reclamaram de condições inadequadas, falta de alimento e atrasos no atendimento médico, abalaram a confiança da população nas medidas.

Um confinamento na maior fábrica de iPhone do mundo, em Zhengzhou, levou a Apple a advertir no domingo que a produção foi "impactada temporariamente" e que os clientes devem enfrentar atrasos na entrega dos pedidos.

"A fábrica (de Zhengzhou) opera atualmente em uma capacidade significativamente reduzida", afirmou a Apple em um comunicado.

O grupo de tecnologia taiwanês Foxconn, que administra a fábrica, revisou para baixo o lucro trimestral devido ao confinamento.

A Comissão Nacional de Saúde da China anunciou no sábado a manutenção da política de 'covid zero', acabando com os rumores de que Pequim flexibilizaria a rígida política de saúde.

O G7, grupo das economias mais avançadas do planeta, expressou nesta sexta-feira (4) um apoio "inabalável" à Ucrânia diante da invasão russa e posições unidas, ainda que com nuances, contra a China.

Os chefes da diplomacia dos países do G7 (EUA, Canadá, França, Reino Unido, Alemanha, Itália e Japão), reunidos na cidade alemã de Münster, também denunciaram os testes de mísseis da Coreia do Norte e a repressão às manifestações no Irã.

Em relação à Ucrânia, eles concordaram em estabelecer um "mecanismo de coordenação" para ajudar esta ex-república soviética a reconstruir e defender suas infraestruturas de água e eletricidade, bombardeadas pela Rússia nas últimas semanas.

Este mecanismo permitirá coordenar a ajuda dos países para consertar as instalações e entregar "bombas d'água, aquecedores, casas e banheiros portáteis, camas, cobertores e barracas", explicou na quinta-feira a ministra alemã das Relações Exteriores, Annalena Baerbock.

"Reiteramos nosso compromisso inabalável de continuar fornecendo o apoio financeiro, humanitário, político, técnico e de defesa de que a Ucrânia precisa para aliviar o sofrimento de sua população e defender sua soberania e integridade territorial", disse o comunicado da reunião, realizada na mesma sala da Rathaus (Prefeitura) de Münster, onde em 1648 foi assinado o Tratado de Vestefália, que redesenhou a Europa.

Após as recentes mudanças de governo na Itália e no Reino Unido, esperava-se uma declaração de unidade para ilustrar a harmonia do grupo.

"Vamos ajudá-los [os ucranianos] a terminar vitoriosamente o conflito, enquanto for preciso", disse o britânico James Cleverly em entrevista à AFP.

O grupo rejeitou as acusações "falsas" de Moscou sobre a possível preparação de uma "bomba suja" pela Ucrânia e denunciou a "retórica nuclear inaceitável" da Rússia.

O G7 também instou os países produtores de petróleo a aumentar sua produção para ajudar a baixar os preços e aliviar a crise energética causada pela redução do envio de gás russo para a Europa.

- O fator chinês -

A retórica sobre a China foi muito menos contundente do que sobre a Rússia, tanto mais que a reunião do G7 ocorreu à margem de uma controversa visita a Pequim do chanceler alemão, Olaf Scholz.

Em sua declaração final, os países do G7 disseram estar prontos para uma "cooperação construtiva sempre que possível" com a potência asiática, que é ao mesmo tempo parceira, concorrente e rival das potências ocidentais, como disse Baerbock na quinta-feira.

Também pediram à China que "respeite suas obrigações internacionais" e "se abstenha de ameaças ou intimidações", em alusão à ilha de Taiwan, considerada por Pequim uma província rebelde.

O chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, cujo país considera a China um adversário sistêmico, destacou a "crescente convergência entre os Estados Unidos e a Europa na abordagem" daquele país.

Enquanto isso, em Pequim, Scholz optou por "desenvolver ainda mais" as relações econômicas da Alemanha com a China, depois de se reunir com o presidente chinês, Xi Jinping.

Durante a reunião, Scholz pediu a Xi que exerça "sua influência" sobre a Rússia para que acabar com a guerra na Ucrânia.

- Coreia, Irã -

Os ministros do G7 condenaram "firmemente" o lançamento recente de mísseis pela Coreia do Norte, assim como a repressão "brutal" do Irã às manifestações que sacodem o país desde setembro.

"Todo teste nuclear ou qualquer outra ação perigosa terá uma resposta internacional rápida, robusta e unida", afirmaram.

As autoridades chinesas impuseram nesta quarta-feira (2) um confinamento a cerca de 600.000 pessoas na área em torno da maior fábrica de iPhones do mundo, depois que dezenas de trabalhadores fugiram por medo das restrições em razão de um surto de covid no local.

A Zona Econômica do Aeroporto de Zhengzhou (centro), onde está localizada a fábrica da gigante de tecnologia taiwanesa Foxconn, iniciou hoje sete dias de confinamento, segundo um comunicado oficial.

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A fábrica, que emprega mais de 200.000 pessoas, está fechada desde meados de outubro, após um surto de coronavírus. O local fica cerca de 600 km a sudoeste de Pequim.

"Ainda está operando em circuito fechado", disse a Foxconn à AFP nesta quarta-feira.

Segundo analistas citados na imprensa, o complexo industrial, que conta com três fábricas e emprega cerca de 350 mil pessoas, garante a montagem de cerca de 80% dos iPhones 14, modelo mais recente da gigante americana Apple.

Para não ser mais tão dependente da China, a Apple anunciou em setembro que terceirizaria parte de sua produção para a Índia, onde cerca de 3% dos iPhones já são fabricados.

- Reclamações -

Na semana passada, surgiram imagens nas redes sociais chinesas de trabalhadores fugindo da fábrica, alguns pulando uma cerca e voltando para casa a pé depois de percorrer longas distâncias.

Os trabalhadores reclamaram online das más condições de trabalho e disseram que tiveram que fugir da fábrica para evitar as restrições da covid.

A ONG China Labor Watch, citando depoimentos de funcionários, disse que trabalhadores doentes tiveram que continuar trabalhando com os outros, e que muitos casos positivos e de contato foram isolados em um prédio vizinho em construção.

A partir desta quarta, os mais de 600 mil habitantes da zona econômica, exceto voluntários de prevenção à covid e trabalhadores essenciais, "não poderão sair de casa" exceto por razões imperativas, como a realização de testes de covid e tratamento médico de emergência.

As autoridades também indicaram que apenas veículos médicos ou que transportem bens essenciais serão autorizados a transitar. E alertaram que seriam "intransigentes com qualquer tipo de violação".

Para manter os funcionários, a Foxconn anunciou na terça-feira que os funcionários receberão um bônus diário de 400 yuans (US$ 55) por se apresentarem ao trabalho, quatro vezes o bônus anterior de 100 yuans por dia.

Os funcionários também receberão bônus adicionais se comparecerem ao trabalho por 15 dias ou mais em novembro, até 15.000 yuans se registrarem presença total neste mês.

A Foxconn admitiu que enfrenta uma "longa batalha" contra a covid, mas não especificou o número de funcionários que testaram positivo ou que estão confinados na sua fábrica de Zhengzhou.

A China é a última grande economia do mundo a manter uma estratégia de covid zero, que consiste em eliminar a circulação do vírus por meio de confinamentos, testes em massa e longas quarentenas.

Nesta quarta, a China registrou mais de 2.000 novas infecções pelo terceiro dia consecutivo, levando a novas restrições.

O território de Macau anunciou testes para os seus 700 mil habitantes depois de detetar vários casos, o que provocou o fechamento de um dos seus casinos.

O centro industrial Guangzhou, por sua vez, anunciou fechamentos parciais em vários distritos na segunda-feira e na terça relatou mais de 520 novas infecções.

A maior fábrica de iPhones do mundo, no centro da China, disse a seus funcionários nesta terça-feira (1º) que quadruplicaria seus bônus se eles permanecerem na fábrica, depois que muitos trabalhadores fugiram do confinamento na instalação devido a um surto de Covid-19.

A fábrica da gigante de tecnologia de Taiwan Foxconn, em Zhengzhou, que emprega mais de 200.000 pessoas, está fechada desde meados de outubro após a detecção de um surto de coronavírus. A empresa garante que realiza testes diários em seus funcionários e os mantém em um círculo fechado.

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Mas os trabalhadores denunciam nas redes sociais chinesas as más condições de trabalho e medidas sanitárias inadequadas para os trabalhadores não contaminados.

Vídeos divulgados no fim de semana na Internet mostram funcionários da Foxconn fugindo da empresa, até com malas na mão, para voltar para casa a pé e evitar o confinamento decretado em razão da covid-19.

A fábrica da Foxconn em Zhengzhou afirmou em seu perfil oficial do WeChat que, a partir de segunda-feira, os funcionários receberão um bônus diário de 400 yuanes (55 dólares) por se apresentarem ao trabalho, quatro vezes o subsídio anterior de 100 yuanes por dia.

Os funcionários também receberão bônus adicionais se comparecerem ao trabalho por 15 dias ou mais em novembro, até 15.000 yuanes se registrarem presença total neste mês.

A Foxconn, que fornece iPhones para a Apple, sediada nos Estados Unidos, prometeu fazer mais para ajudar seus funcionários e disse que organizará transporte para levar os funcionários para casa se quiserem sair.

Os governos locais da área ao redor da cidade pediram aos trabalhadores em fuga que se registrem junto às autoridades se voltarem para casa para completar uma quarentena de vários dias ao chegar.

A China é a última grande economia a manter uma estratégia de zero covid, com confinamentos, testes em massa e extensas quarentenas para erradicar surtos. Mas novas variantes de rápida disseminação dificultaram a detecção precoce dos casos.

A China lançou com sucesso nesta segunda-feira (31) o último módulo de sua estação espacial em construção Tiangong, que deve permitir que a estrutura esteja totalmente operacional, como parte de seu ambicioso programa espacial.

O desejo da China de construir sua própria estação espacial foi alimentado em parte pela recusa dos Estados Unidos em aceitar chineses no programa da Estação Espacial Internacional (ISS), uma iniciativa conjunta entre os Estados Unidos, Rússia, Canadá, Europa e Japão.

O módulo chamado Mengtian ("sonho dos céus") foi lançado às 15h27 (4h27 no horário de Brasília) por um foguete LM 5B da ilha tropical de Hainan (sul), segundo a televisão pública CCTV.

Muitas pessoas registraram o evento de uma praia perto do centro de lançamento de Wenchang.

"O módulo experimental Mengtian entrou com precisão na órbita predefinida", disse um oficial da missão, Deng Hongqin, à televisão alguns minutos depois.

"Declaro que este lançamento é um sucesso absoluto", afirmou Deng, cercado por colegas entusiastas na sala de controle.

Mengtian é o terceiro e último elemento principal da estação espacial Tiangong em forma de T.

Tiangong ("Palácio Celestial"), semelhante em tamanho à antiga estação russo-soviética Mir, deve ter uma vida útil de pelo menos 10 anos.

Também deve permitir que a China mantenha uma presença humana de longo prazo no espaço.

Sua montagem exigiu um total de 11 missões. O último desta segunda-feira permitiu a transferência de equipamentos científicos de última geração.

- Atraso recuperado -

"O primeiro relógio atômico frio" também foi enviado ao espaço, comemorou a agência oficial de notícias Xinhua.

O dispositivo permitirá, a longo prazo, ter uma medição mais precisa do tempo.

Desde junho, três astronautas, incluindo uma mulher, estão na estação espacial chinesa para uma missão de cerca de seis meses.

Embora a China não preveja cooperação internacional para sua estação, Pequim garantiu que está aberta à colaboração estrangeira.

O país asiático investiu bilhões de dólares em seu programa espacial nas últimas décadas, o que permitiu recuperar a maior parte de seu atraso em relação aos americanos e russos.

A China enviou seu primeiro astronauta ao espaço em 2003.

Em 2019, o país colocou um dispositivo no lado oculto da Lua, algo inédito.

Em 2020, o país trouxe amostras da Lua e finalizou o Beidou, seu sistema de navegação por satélite - rival do GPS americano.

No ano seguinte, conseguiu pousar um pequeno robô em Marte.

A China planeja enviar homens à Lua até 2030.

 Durante o último debate antes do segundo turno das eleições, o presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmou que caso seja reeleito, o Brasil vai crescer mais que a China.

“Estamos prontos para decolar. Vamos crescer mais que a China", prometeu o presidente.”, enfatizou no debate desta sexta-feira (28). 

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No seu momento de fala, Lula afirmou sobre a ausência de aumento real do salário mínimo que "não se pode ficar acreditando em fantasia". "O salário mínimo não teve aumento na gestão desse homem. A gente vai consertar esse país e a gente vai voltar a ser feliz outra vez”, afirmou o ex-presidente. 

 

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