O acesso à queda d'água mais visitada das Cataratas do Iguaçu, no nordeste da Argentina, foi fechado à visitação por causa da cheia do rio Paraná, provocada pelas fortes chuvas, o que gerou também um alerta entre agricultores e moradores de suas extensas margens, informou esta quinta-feira (27) à AFP um funcionário do Parque Nacional.
"O Parque Nacional do Iguaçu está aberto, mas a passagem para a Garganta do Diabo foi fechada. Acreditamos que pode ter havido danos na estrutura do mirante e é preciso esperar que a água baixe mais para poder avaliá-los e consertá-los", afirmou Andrés Lanfiutti, guarda do parque.
As chuvas contínuas que caem na região deste a sexta-feira passada forçaram as autoridades da hidrelétrica de Itaipu, na fronteira entre o Brasil e o Paraguai, a manter abertas as comportas para deixar passar a água da represa, aumentando a vazão que chega às cataratas.
A Garganta do Diabo é a maior queda das 275 de até 80 metros de altura que compõem as Cataratas do Iguaçu, declaradas Patrimônio da Humanidade pela Unesco e que a Argentina compartilha com o Brasil. Em 2011, as Cataratas do Iguaçu também foram declaradas uma das sete maravilhas naturais do mundo.
Na alta temporada, chegam a ser visitadas por 13.000 turistas ao dia no lado argentino, onde as cachoeiras podem ser vistas de perto de um circuito de passarelas, uma das quais vai até a imponente Garganta do Diabo, acrescentou a fonte.
Segundo Lanfiutti, esta é uma das maiores cheias dos últimos anos, embora seja inferior a uma ocorrida em 1998, a maior em décadas. "O grave não é tanto a altura do nível do rio, mas o volume d'água", explicou o guarda.
Ele disse, ainda, que "o habitual é que o volume d'água que chega às Cataratas seja de 1.500 metros cúbicos d'água por segundo, mas hoje (quinta-feira), temos 11.000 metros cúbicos por segundo e ontem (quarta) chegaram a ser 17.000 metros cúbicos por segundo".
Nesta quinta, no porto Iguaçu, a altura do rio era de 34 metros, com leve tendência à baixa, quando o normal são 12 metros. A cheia do Paraná deixou ainda 700 famílias afetadas no Paraguai, informou na quarta a Secretaria de Emergência Nacional (SEN) desse país.