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Antes desprezado ou usado como adubo sem tratamento, o grande volume de excremento produzido diariamente por 84 mil galinhas poedeiras da Granja Haacke, no município de Santa Helena, a 110 km de Foz do Iguaçu (PR), hoje vira combustível para automóveis. Ao participar de um programa que transforma os dejetos em gás biometano, o proprietário da fazenda resolveu vários problemas.

"O dejeto tinha cheiro forte, incomodava, atraía moscas e prejudicava o meio ambiente", afirma Nilson Haacke. Ele investiu R$ 700 mil em equipamentos para decompor as fezes até virarem biogás. Seu parceiro no projeto, o Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás), que tem a hidrelétrica de Itaipu como principal mantenedora, entrou com R$ 400 mil na instalação de um biodigestor, cuja função é purificar o biogás e transformá-lo em biometano.

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A Itaipu Binacional adquire o gás veicular de Haacke para abastecer sua exclusiva frota de 43 veículos movidos a biometano. O produto foi regulamentado pela Agência Nacional de Petróleo há cerca de um ano.

Por ser combustível verde, o biometano atrai interesse das montadoras. A Scania iniciou a produção de um ônibus a gás na fábrica de São Bernardo do Campo (SP), com chassi importado da Suécia. Uma unidade será testada em São Paulo em maio, mas o grupo já tem contratos de exportação para Colômbia e México. Um ônibus da marca, também trazido da Suécia, rodou com biometano no fim de 2014, no transporte de funcionários de Itaipu e em outros cinco Estados, e comprovou a eficiência do combustível.

Abastecer a frota não é a única razão para a usina difundir o novo combustível alternativo. "O Paraná é o maior produtor de proteína animal e, no processo de confinamento, é gerada enorme quantidade de dejetos que, se descartada inadequadamente, polui águas, mata peixes e chega aos reservatórios da usina", diz Rodrigo Regis Galvão, presidente do CIBiogás.

Segundo Galvão, as características do biometano são as mesmas do gás natural, mas a origem é verde (vem de matéria orgânica), enquanto o GNV é de origem fóssil (vem dos poços de petróleo). Além das fezes da galinha, o gás pode ser obtido de suínos, bovinos, bagaço de cana e lixo em geral. Como biogás, é muito usado na geração de energia.

Após separado o gás, o líquido que sobra pode ir direto para a lavoura como fertilizante natural. "O Brasil importa 90% do fertilizante químico usado na agricultura", diz Marcelo Alves de Sousa, gerente de relações institucionais da CIBbiogás. O centro desenvolve projeto para transformar o líquido em flocos para ser revendido no mercado.

Com as galinhas, que também fornecem ovos vendidos na Ceasa local, Haacke consegue produzir 700 m³ por dia de biometano, que é armazenado em cilindros e levado até Itaipu, onde há um posto de abastecimento. Ele gera ainda a energia usada na granja durante o dia, por um motogerador, que resulta em economia mensal de R$ 8 mil na conta de luz. Também utiliza o fertilizante na plantação de milho e outros produtos.

Haacke começou a produzir biometano no fim de 2014 e, por enquanto, só fornece para Itaipu. "Quando tiver demanda, vou produzir em escala comercial", afirma o agricultor de 53 anos. Ele iniciou a criação de galinhas aos 28 anos, com 600 aves. Hoje, tem 200 mil - das quais 84 mil são confinadas para o projeto biometano - e 900 cabeças de gado, cujos dejetos também viram biogás. Emprega 28 funcionários e conta com ajuda do filho, de 25 anos, e da filha, de 20.

Frota

A frota de Itaipu é formada em grande parte por modelos Siena, da Fiat, adquiridos pela hidrelétrica na versão tetrafuel - aceita etanol, gasolina com adição de etanol, gasolina pura e GNV. Três Mitsubishi L200 e um Chevrolet Cobalt foram alterados para receber o kit de gás.

Segundo a Fiat, no primeiro trimestre deste ano, foram vendidas entre 500 e 700 unidades do Siena tetrafuel. O modelo tem grande procura entre taxistas.

Até o fim do ano, a usina de Itaipu terá 86 carros a biometano, e quer incentivar o aumento da escala de produção do combustível não só para seu uso. O País tem hoje 1,18 milhão de veículos movidos a gás natural, segundo a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás). A grande maioria é de modelos que passaram por modificações em oficinas e podem usar o biometano.

De acordo com Sousa, o custo do biometano é, em média, 40% inferior ao da gasolina e 30% menor que o do etanol, além de garantir maior autonomia. Na comparação com o diesel, é 28% mais em conta, informa Silvio Munhoz, diretor da Scania. "Quando produzido em larga escala, também poderá competir em vantagem com o GNV", diz.

A ideia do CIBiogás é que o biometano seja um combustível regional, especialmente nas áreas do agronegócio. "Ele só tem viabilidade em um determinado raio, pois não demanda estrutura de um gasoduto, que é cara", afirma Galvão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ao menos sete pessoas morreram queimadas e trinta ficaram gravemente feridas nesta quinta-feira (17) no Haiti pela explosão de um caminhão que transportava combustível, informou a Defesa Civil. A tragédia ocorreu em Hinche, cidade situada 110 km ao norte de Porto Príncipe.

Segundo testemunhas, o caminhão colidiu contra um muro e derramou a gasolina quando entrava para descarregar o combustível em um posto da empresa francesa Total. O combustível se inflamou ao entrar em contato com o fogo ateado por comerciantes ambulantes de alimentos no posto, o que provocou a explosão do caminhão.

Sete pessoas morreram no incêndio e trinta ficaram gravemente queimadas, sendo transferidas a centros de saúde da região de Porto Príncipe, informou a defesa civil haitiana. "Vi pessoas gritando quando se queimavam, mas ninguém podia ir ajudá-las", contou à AFP o motorista de um moto-táxi, um meio de transporte comum no Haiti.

Como na maioria das cidades de província do Haiti, Hinche não tem corpo de bombeiros. Os capacetes azuis da ONU baseados na zona se dirigiram ao local e conseguiram controlar o incêndio. Além das vítimas, quatro casas próximas ao posto e 22 veículos foram destruídos pelas chamas, segundo um balanço preliminar fornecido pelas autoridades locais.

Proprietários de postos de combustíveis conseguiam comprar álcool direto de usinas sem passar pelas distribuidoras credenciadas nem pagar o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Os participantes do esquema foram alvos da Operação Avaxi, deflagrada pela Polícia Civil em parceria com a Secretaria da Fazenda (Sefaz-PE), na quinta-feira (3). Nesta sexta-feira (4), os investigadores detalharam as ações dos suspeitos.

A Polícia Civil solicitou a prisão dos envolvidos, mas o Judiciário autorizou apenas conduções coercitivas. Foram cumpridos 14 mandados de condução coercitiva e 23 mandados de busca e apreensão. Dois alvos se destacam entre os demais: Paulo Fernando Ferreira, dono de nove postos de combustíveis, proprietário de distribuidora de combustível e suspeito de adulterar o contador das bombas; e Eduardo José Santos Pragana, gerente das usinas Cachool, no município de Escada, e Estreliana, no município de Ribeirão, que distribuía álcool diretamente aos postos.

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Segundo a delegada da Delegacia de Combate aos Crimes Contra a Ordem Tributária (Deccot), Wedyja de Andrade e Silva, o combustível deveria seguir a uma distribuidora credenciada, onde a sua qualidade é avaliada e o tributo é adicionado. “Descobrimos que vários postos estavam recebendo álcool sem nota fiscal. O gerente das usinas tinha contato direto com donos de postos e outros empresários”, comenta. As diligências policiais ocorreram em dois postos no Recife e em Vitória de Santo Antão, Glória do Goitá, Bezerros, Lagoa do Carro, Escada e Ribeirão. Há fortes indícios de que os diretores das usinas Cachool e Estreliana também participavam do esquema, por isso as investigações continuam. 

Entre as estratégias para evitarem serem flagrados pela Secretaria da Fazenda, os suspeitos adulteravam os encerrantes, que são os contadores das bombas, o que podia ser feito até por controle remoto. Com isso, as equipes da Sefaz não conseguiam determinar num primeiro momento se havia alguma irregularidade. De acordo com o diretor de Operações da Sefaz-PE, Anderson Alencar, a adulteração teria o consentimento de técnicos. “Essas máquinas passam por manutenção feitas por técnicos autorizados. Esses grupos já conseguiram corromper esses técnicos, que faziam a adulteração”, detalha Alencar.

A organização também reutilizava as mesmas notas fiscais diversas vezes. Em 2015, consta que um total de 15 milhões de litros de etanol foram destinados ao estado do Ceará, mas é provável que estes documentos tenham sido usados outras vezes, para justificar mais entregas.

O esquema pode ser interestadual. Além do Ceará, há movimentações estranhas para distribuidoras de Minas Gerais e Espírito Santo. A suspeita é que nesses casos as distribuidoras sejam empresas fantasmas.

Segundo Anderson Alencar, esse tipo de organização está trazendo prejuízos imensos para Pernambuco. “A gente estima, em relação a essa prática de desvio de etanol, estar perdendo cerca de 10% da arrecadação mensal do Estado, o que representa em torno de R$ 20 milhões por mês”, explica o diretor de operações. Em janeiro de 2016, a arrecadação do estado só com combustível representou 19,49% de tudo que foi coletado. 

Para o chefe da Polícia Civil, delegado Antonio Barros, o fato da Justiça não conceder os mandados de prisão prejudicou o andamento das investigações. “Já temos provas que houve prejuízo na coleta de provas em razão das pessoas não terem sido presas”, relata. A Sefaz-PE irá fazer um confrontamento de dados entre o que é produzido na usina e o que o posto revendedor adquiriu. 

Apesar de não terem sido detidos, os alvos foram indiciados por crime contra a ordem econômica, associação criminosa para sonegação fiscal e, em alguns casos, falsidade ideológica. Entre os suspeitos estão pessoas que alteram os contadores das bombas, que escondem máquinas de cartão de crédito da fiscalização e donos de transportadoras. 

Os consumidores também podem ficar atentos. Segundo a Sefaz-PE, há um grande risco do combustível nesses postos não serem de qualidade. Os clientes devem sempre solicitar o cupom fiscal, desconfiar de postos que não possuem bandeira clara e preferir postos de combustíveis de uma rede confiável. 

Os preços do etanol hidratado nos postos brasileiros caíram em cinco Estados, subiram em outros 20 e no Distrito Federal e não se alteraram no Amapá na semana passada. Os dados são da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). No período de um mês, os preços subiram em todo o País.

Em São Paulo, principal Estado produtor e consumidor, a cotação subiu 0,57% na semana, para R$ 2,296 o litro. No período de um mês, acumula alta de 16,96%. Na semana, o maior avanço das cotações foi registrado no Acre (5,34%), enquanto o maior recuo ocorreu na Bahia (1,12%). No mês, o etanol subiu mais em Goiás (25,50%).

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No Brasil, o preço mínimo registrado para o etanol foi de R$ 1,899 o litro, em Mato Grosso, e o máximo foi de R$ 3,79 o litro, no Acre. Na média, o menor preço foi de R$ 2,050 o litro, também em Mato Grosso. O maior preço médio foi verificado no Acre, de R$ 3,196 o litro.

Competitividade

De acordo com os dados da ANP, o etanol continua competitivo ante a gasolina em Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná e São Paulo pela segunda semana consecutiva, conforme a compilação do AE-Taxas. No restante do País, a gasolina segue mais vantajosa.

Segundo o levantamento, o etanol equivale a 59,01% do preço da gasolina em Mato Grosso; em Minas Gerais, 69,02%; no Paraná, 69,90%; e em São Paulo, 68,85%.

A gasolina está mais vantajosa principalmente no Amapá, onde o etanol custa o equivalente a 87,27% do preço da gasolina - a relação é favorável ao biocombustível quando está abaixo de 70%.

Em São Paulo, a gasolina tem cotação média de R$ 3,335 o litro, enquanto o etanol hidratado, de R$ 2,296 o litro.

Um posto de combustível de Olinda foi interditado por adquirir nove mil litros de etanol sem nota fiscal. A fiscalização ocorreu durante a operação em postos de combustíveis realizada nesta semana pela Secretaria da Fazenda de Pernambuco (Sefaz-PE), Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e Instituto de Pesos e Medidas do Estado de Pernambuco (Ipem-PE).

O estabelecimento em Olinda será autuado pela aquisição irregular e terá suas transações dos últimos meses investigadas. A força-tarefa constatou que o posto revendedor havia adquirido nove mil litros de etanol sem nota fiscal. Amostras dos combustíveis serão encaminhadas para análise nos laboratórios conveniados da ANP. A liberação das bombas e tanques só acontecerá mediante o pagamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e das multas devidas e após laudo atestando a qualidade do combustível comercializado.

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A operação está averiguando a qualidade dos combustíveis comercializados, a correta vazão/metrologia dos equipamentos medidores e os aspectos tributários das operações de compra e venda dos produtos. A força-tarefa está percorrendo os municípios de Recife, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Paulista e Moreno, na Região Metropolitana. 

A presidenta Dilma Rousseff participou nessa quarta-feira (22), em Piracicaba (SP), da inauguração da Unidade de Produção de Etanol 2G da Raízen, empresa de energia. A fábrica possui capacidade de produção de 42 milhões de litros por ano de etanol 2G, combustível que emite 15 vezes menos dióxido de carbono se comparado ao comum. O etanol de segunda geração é obtido a partir do reaproveitamento do bagaço da cana e produz energia limpa e renovável.

Em discurso na solenidade de inauguração, Dilma Roussef afirmou que o etanol 2G é uma conquista para o Brasil e a “materialização de um sonho”. Para a presidenta, a Raízen está na vanguarda da produção de etanol . “É simbólico que esta planta que representa o futuro nos combustíveis renováveis esteja localizada na Costa Pinto, unidade onde nasceu a Cosan. Aqui, se encontram tradição e inovação”, destacou Dilma, observando que a tecnologia tornará a produção do combustível eficiente e sustentável.

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O projeto obteve 90% de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que aportou R$ 207,7 milhões. A seleção foi feita pelo programa Inova Empresa, parte do Plano Nacional de Apoio à Inovação Tecnológica e Industrial dos Setores Sucroenergético e Sucroquímico.

Segundo Dilma Rousseff, o etanol 2G representa um grande salto para o Brasil, possibilitando o aumento da produção em 50% sem ampliação da área de cultivo. Ela ressaltou a importância da inovação tecnológica para o novo ciclo de crescimento brasileiro.

“Estamos em um ano de travessia”, afirmou Dilma, destacando que o ano de 2015 abre novas possibilidades para o Brasil. “Estamos atualizando as bases da economia para podermos voltar a crescer dentro do nosso potencial e, ainda, ampliar esse potencial para consolidar a expansão da classe média e nos dar competitividade em relação aos demais países do mundo”.

Liderança internacional - Dilma Rousseff destacou ainda que o etanol 2G fortalece a posição do Brasil como liderança no uso de fontes renováveis na matriz energética. “Ele nos qualifica ainda mais nas negociações internacionais sobre mudanças climáticas”, observou Dilma, referindo-se à participação do Brasil na COP 21, a conferência do clima que ocorrerá em Paris no final do ano.

Fonte: Portal Brasil | Arte: Reprodução/Site da Raízen

O Partido dos Trabalhados (PT) divulgou no seu site oficial, nesta quinta-feira (9), que a autoria dos adesivos com imagens da presidente Dilma Rousseff (PT) de pernas abertas é de uma mulher do Recife. Segundo a legenda, as informações foram oficializadas pelo Mercado Livre à Secretaria de Políticas para as Mulheres.

Os adesivos, já retirados da internet após denúncia de usuário, foram vendidos a quatro pessoas. O produto, com caráter misógino ironiza o aumento da gasolina e simulava que no momento do abastecimento do combustível a pistola fosse introduzida em região íntima da presidente.

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O combate ao incêndio no pátio da Ultracargo/Tequimar, em Santos, litoral sul de São Paulo, entra no quarto dia neste domingo. Após mais de 71 horas de trabalho ininterrupto do Corpo de Bombeiros, três tanques ainda estão em chamas. Na madrugada deste domingo, as equipes conseguiram extinguir o fogo em um dos tonéis, na área industrial da Alemoa. Os bombeiros mantêm a estratégia de resfriamento constante da área, jogando água - retirada do mar pela embarcação Governador Fleury e transferida aos caminhões tanques -, em conjunto com uma espuma especial que tenta abafar o fogo.

No sábado (dia 4), o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), informou que pediu ajuda ao governo federal, por meio do vice-presidente Michel Temer, e também à Petrobras. A estatal enviou caminhões com uma espuma específica para combate a fogo em combustível. Os tanques da Ultracargo atingidos pelo incêndio armazenam etanol e gasolina.

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Para acompanhar o incidente e integrar os trabalhos, o governo de São Paulo montou em Santos um gabinete de crise, com participação do vice-governador, Márcio França; os secretários Saulo de Castro (Governo), José Roberto Rodrigues de Oliveira (Casa Militar), Alexandre de Moraes (Segurança Pública) e Patrícia Iglecias (Meio Ambiente); o comandante do Corpo de Bombeiros, Marco Aurélio Alves Pinto; o subsecretário de Comunicação, Marcio Aith; o prefeito Paulo Alexandre Barbosa, além das Secretarias Municipais de Segurança, Defesa Civil, Meio Ambiente e Saúde. Exército, Marinha e Aeronáutica apoiam a ação.

"Não há necessidade de remoção dos moradores da área, a população pode ficar tranquila porque a evolução está sendo positiva com todas essas medidas preventivas. Se houver necessidade, estamos preparados com a união de todas as forças para qualquer situação de emergência.", disse o prefeito de Santos, que também falou sobre os efeitos da fumaça produzida pela queima dos combustíveis, situação monitorada pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB). "Não há registro de prejuízos à saúde da população", garantiu Barbosa.

Moradores de bairros próximo, principalmente Piratininga e São Manoel, recebem avisos oficiais por telefone, e visitas às casas, sobre uma possível evacuação. A Prefeitura afirma que está preparada para a situação, com base na legislação que obriga o Poder Público a contar com um plano de emergência, que pode ser acionado quando necessário.

O pátio tem 58 tanques, que armazenam etanol, gasolina, óleo diesel, óleos vegetais, fertilizantes líquidos e outros produtos químicos, inclusive solventes. Além do combate ao fogo, as equipes estão fazendo a inertização do conteúdo de alguns tonéis e transferindo o que está armazenado na área para outros locais. No total, a Ultragargo é dona de 175 tanques, espalhados pela região.

Meio Ambiente. A Cetesb informou na última sexta-feira (dia 3), que foram registradas mortes de peixes no canal do estuário da Alemoa, mas a companhia minimizou o incidente, sem explicar os motivos. Segundo a Prefeitura de Santos, a situação está em análise e um laudo será emitido em 30 horas. De qualquer forma, a população foi orientada a não consumir os pescados.

Para Antônio Carlos Vendrame, professor, engenheiro e especialista em segurança no trabalho, saúde e meio ambiente, o maior risco está em possível vazamento do combustível para o solo. "A coluna de fumaça assusta porque é grande e escura, mas a quantidade de oxigênio na atmosfera e na Serra do Mar é muito maior. Por isso, a possibilidade de dano ambiental é desprezível. O alerta é necessário para a possibilidade de vazamento do combustível no solo. Essa sim seria uma catástrofe", explica Vendrame.

Multa. A secretária estadual do Meio Ambiente, Patrícia Iglecias, esteve no local do incêndio no sábado (dia 4) e falou sobre possíveis penalidades à Ultracargo. "Existe uma legislação estadual. E também é possível aplicar Decreto Federal o nº 6.514. A multa chegaria a R$ 50 milhões, mas a aplicação depende de uma análise mais detalhada", diz.

O aumento da mistura de etanol anidro na gasolina, que passou de 25% para 27%, tem potencial para tornar a safra 2015/16 de cana no Centro-Sul do Brasil ainda mais alcooleira. Isso porque, enquanto ocorriam as discussões a respeito do novo porcentual, o dólar disparou ante o real e pressionou as cotações internacionais do açúcar. "Pela lógica dos fundamentos, a produção de álcool é estimulada pela mistura. A tendência, hoje, é de que a temporada seja mais alcooleira", disse ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, o sócio-diretor da Canaplan, Luiz Carlos Corrêa Carvalho.

Até agora, as previsões divulgadas por consultorias especializadas mostram que aproximadamente 57% da oferta de cana será destinada à fabricação do biocombustível no ciclo que começa oficialmente em 1º de abril. A avaliação é de que, com a nova mistura, esse porcentual possa subir um pouco mais e se aproximar dos 60%.

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Só neste ano, o dólar acumula valorização de 22% ante a moeda brasileira, ao passo que o açúcar negociado na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) cedeu 14%. Por conta disso, a expectativa é de que as usinas aumentem a produção de etanol, visando a suprir a demanda adicional por anidro, estimada em 1 bilhão de litros.

A mistura de 27% foi decidida pelo Conselho Interministerial de Açúcar e Álcool (Cima) no último dia 4, após meses de negociações com o setor sucroenergético e a indústria automobilística. O Cima é formado pelos ministérios da Agricultura, Fazenda, Desenvolvimento e Minas e Energia e levou em conta testes feitos pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). A entidade deve terminar no fim deste mês as averiguações de durabilidade para decidir se a mistura pode passar de 25% para 27% também na gasolina premium.

Mais anidro?

Representantes da cadeia produtiva de açúcar e álcool ouvidas pelo Broadcast relataram que já há novas reuniões agendadas com o governo para se discutir uma mistura ainda maior de anidro na gasolina. A primeira delas será em 8 de abril, com o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil), para tratar do porcentual de 27,5%, limite da banda vigente.

Já o diretor de um importante sindicato sucroalcooleiro afirmou que há também um encontro agendado para o início de maio com o governo, no qual será discutida a possibilidade de uma mistura de 30%. Conforme a fonte, a ideia dos 30% foi apresentada pela primeira vez em Brasília em janeiro de 2011. "Existe esse pleito, existe essa demanda. Alguns dos testes feitos até agora, inclusive, foram com o porcentual de 30%", complementou um representante do segmento em São Paulo. "Nossa primeira 'briga' será pelos 27,5%, mas vamos discutir os 30% também."

Tal porcentual chegou a ser incluído na carta redigida e assinada pelos governadores dos principais Estados produtores de etanol, no início do mês, em Goiânia (GO). O documento, que enumera medidas de apoio às usinas, defende a mistura de 30%, o que gerou críticas por parte da ministra da Agricultura, Kátia Abreu. "O porcentual de 30% não foi testado, não está em discussão e seria ilegal", escreveu ela em nota enviada ao Broadcast em 6 de março.

De fato, para se chegar aos 30% seria necessário alterar a banda de mistura. Pela lei vigente, o governo pode aplicar um porcentual entre 18% e 27,5% para o anidro misturado à gasolina. A banda consta da Medida Provisória 647, aprovada pelo Congresso em setembro de 2014 e sancionada pela presidente Dilma Rousseff no mesmo mês.

Procurada pela reportagem, a Anfavea disse que só comentará o assunto quando os últimos testes de durabilidade forem concluídos. Já a Casa Civil informou que ainda não está na pauta do governo a mistura de 30%, mas sim a de 27,5%.

Você sabia que o smartphone pode ser um importante aliado para driblar o alto preço dos combustíveis? Com aplicativos gratuitos que ajudam a encontrar os postos com as melhores ofertas, localizar caronas para compartilhar gastos ou, ainda, verificar com qual tipo de combustível é melhor abastecer, o reajuste na gasolina, determinado pelo governo no mês passado, pode parar de pesar no bolso do motorista conectado.

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Por que nossa gasolina é tão cara?

Confira abaixo quatro aplicativos que todo motorista precisa em seu smartphone:

1. Gazo

Para Android e iOS, o Gazo é um aplicativo que permite encontrar os melhores preços quando chega a hora de abastecer. Com um localizador, também é possível saber os postos mais próximos do usuário e o preço dos combustíveis em cada um deles.

O Gazo está disponível na App Store e Google Play

2. Waze

Um dos mais populares do mundo, o Waze não poderia ficar de fora dessa lista. Ao invés de ficar parado no congestionamento, use seu combustível para chegar ao destino através de rotas alternativas. A ferramenta ainda exibe o preço dos postos de combustível na rota do usuário.

O Waze está disponível na App Store, Google Play e Windows Phone Store.

3. Gasolina ou álcool, Chefia?

Este aplicativo faz o cálculo de qual combustível vale mais a pena colocar na hora de abastecer. Basta inserir o preço do álcool e da gasolina para a ferramenta realizar uma comparação instantânea e indicar o melhor resultado.

O Álcool ou Gasolina, Chefia? está disponível na App Store e Google Play.

4. Carango

O Carango fornece informações desde abastecimentos, pneus, consumo de óleo, manutenção, seguro e outros serviços, como limpeza, estacionamento, licenciamentos, multas, impostos e pedágios. 

O Carango está disponível na Google Play.

O preço dos combustíveis no Brasil é uma das contradições que não são compreendidas pelos brasileiros. Como pode escutarmos que o nosso país é autossuficiente na produção de petróleo e a gasolina vendida no país ser uma das mais caras do mundo? Hoje, a gasolina está quase 70% mais cara no Brasil do que no exterior.

São vários os motivos que fazem o preço da gasolina disparar no Brasil. O primeiro deles é que não somos autossuficientes na produção do “ouro negro”. O petróleo que extraímos tem densidade média ou pesada e nossas refinarias foram construídas na década de 70 para refinar o petróleo leve, oriundo do Oriente Médio. Assim, o petróleo que extraímos não nos serve totalmente.

Segundo especialistas, um dos fatores que mais influencia no preço da gasolina por aqui é de carga tributária. Quase 60 por cento (57,13%) do preço é apenas imposto, mais da metade do preço do litro. Fazendo um comparativo com outros países, nos Estados Unidos, por exemplo, o imposto é de 15%. Já na Europa, em média, o imposto chega a 65% e ainda assim, o combustível europeu é mais barato que o brasileiro. 

Na Europa, o preço da gasolina acompanha o valor do barril de petróleo no exterior, que está em queda. A mesma tendência não acontece no Brasil. Ao contrário. Enquanto a gasolina estava com autos preços no exterior, a cotação era mais baixa no Brasil. Quando o valor começou a cair lá fora, o inverso aconteceu no nosso País. 

No Brasil, as principais taxações sobre a gasolina nacional são as cobradas pelo ICMS, que representa 32% do valor pago e a CIDE (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico), que representa 21% do valor pago. Essa sigla agrupa PIS, COFINS e PPE (Parcela de Preço Específica). O PIS Confis sofreu reajuste no inicio de fevereiro e o Cide, taxa que estava zerada desde 2012 e deve retornar entre abril e maio deste ano. Isso significa que, provavelmente, o preço da gasolina ainda irá aumentar um pouco mais. 

Há outros detalhes que influenciam na alta da gasolina brasileira. Um deles é que a nossa gasolina não é pura. O governo pode exigir que o percentual da mistura de etanol na gasolina varie de acordo com a necessidade da economia. A lei determinava que esse percentual variasse entre 20% e 25%. Entretanto, em 2013, o governo anunciou o aumento para 25%. 

A justificativa veio na necessidade de fomentar a produção de etanol no Brasil e diminuir a importação de gasolina. Vale lembrar que o preço do álcool é afetado pelo período de entressafra da cana-de-açúcar e pela redução da produção das usinas, que alternam entre a fabricação de etanol e de açúcar, de acordo com a cotação internacional do produto.

A alta da gasolina brasileira é apenas mais um indício de como é importante e necessária a reforma tributária no Brasil. É preciso que as mudanças comecem o quanto antes, para que nosso país continue se desenvolvendo e se torne cada vez mais igualitário para os brasileiros.

Devido à valorização do dólar e à recuperação do preço da gasolina nos EUA, o valor do combustível no Brasil voltou a ficar abaixo do patamar praticado no mercado internacional. Segundo cálculos da DATAGRO, após manter-se acima do mercado externo por quase três meses, a gasolina esteve, no dia 03 de março, 1,9% abaixo do valor negociado na Costa do Golfo dos EUA.

No entanto, esta defasagem não inclui os custos de frete, descarga e internação relacionados à importação de gasolina, que se somam ao custo praticado no mercado. Durante o período de 2011 até outubro de 2014, a defasagem média no preço da gasolina calculada pela DATAGRO foi em média de 16%, atingindo um pico de 27%.

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DATAGRO - É a maior consultoria de etanol e açúcar do Brasil e uma das maiores do mundo, com unidades em São Paulo, Recife, Santos, Ribeirão Preto e Nova York (EUA). A empresa tem clientes em mais de 40 países. É formada por produtores de açúcar, etanol e biodiesel, trading companies, bancos, distribuidores de combustíveis, fornecedores de insumos, governos, fundos de investimentos, empresas de logística e agências de informação. Desde 1985 a empresa tem assessorado o Governo Federal em todas as iniciativas relacionadas com planejamento energético, desregulamentação do setor sucro-alcooleiro e negociações internacionais do comércio de commodities agrícolas.

Com informações de assessoria

Trabalhadores sindicalizados interromperam as atividade em três refinarias norte-americanas neste fim de semana, incluindo a maior produtora de combustível do país, ampliando a greve que já dura quase um mês. Após o término das mais recentes negociações na sexta-feira, os trabalhadores da Motiva Port Arthur Refinery, no Texas, a maior produtora do país, interromperam o trabalho logo depois da meia-noite. Eles foram seguidos um dia depois pelos funcionários das refinarias Motiva Convent, Motiva Norco e Shell Chemicals Norco. A Motiva Enterprises LLC é controlada também pela Shell e uma subsidiária da Saudi Aramco.

Mais de 6.500 membros do United Steelworkers estão agora em greve em 15 unidades petroquímicas, afirmou o sindicato, neste domingo (22), incluindo 12 refinarias que representam 19% da capacidade de refino dos EUA.

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O principal ponto de discórdia é o pedido dos trabalhadores para que os proprietários das refinarias substituam trabalhadores de manutenção por membros do sindicato, de acordo com a Royal Dutch Shell, que está conduzindo a negociação para a indústria de energia.

O sindicato afirma que seus membros "são mais qualificados e melhor treinados para desempenhar as funções que são necessárias para manter o equipamento funcionando de forma segura", disse Hoot Landry, representante do United Steelworkers. Até agora, a greve teve pouco impacto sobre a produção, ou os preços da gasolina. As unidades mantiveram as operações, embora uma refinaria localizada na Califórnia, que tinha fechado parcialmente para manutenção quando a greve começou, continue fechada ainda.

No entanto, os preços do petróleo podem perder força, se outra grande refinaria for fechada devido às paralisações, afirmou o diretor global de análise de energia do Serviço de Informação de Preço do Petróleo, Tom Kloza. A perda da demanda das refinarias poderia significar "mais problemas para o mercado de petróleo", acrescentou. O preço de referência para o petróleo bruto dos EUA caiu 50% desde junho, para menos de US$ 51 o barril, em grande parte devido ao aumento da produção de petróleo americana. Fonte: Dow Jones Newswires.

A reunião que deve oficializar o aumento da mistura de etanol anidro na gasolina terá início às 10 horas de segunda-feira, 2, informou ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, o presidente do Fórum Nacional Sucroenergético, André Rocha. Ele é um dos convidados para o encontro com o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, em Brasília.

De acordo com Rocha, foram chamados também os ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Armando Monteiro, e da Agricultura, Kátia Abreu. Devem comparecer também os presidentes da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, e da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), Elizabeth Farina, bem como o secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia (MME), Marco Antônio Martins Almeida, e representantes da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas e Similares (Abraciclo).

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A expectativa é de que a mistura passe dos atuais 25% para 27%. Em entrevista ao Broadcast na última quarta-feira, 28, Rocha destacou que o setor, ainda assim, lutará pela implementação do porcentual de 27,5%, inicialmente pedido há um ano pela cadeia produtiva de açúcar e álcool.

Caso o governo de fato defina na próxima segunda-feira o porcentual a ser aplicado, o setor sucroenergético pedirá que a medida entre em vigor em 15 de fevereiro. Pela lei atual, o governo pode aplicar um porcentual entre 18% e 27,5% para a mistura de anidro na gasolina. A banda consta da Medida Provisória 647, aprovada pelo Congresso em setembro e sancionada pela presidente Dilma Rousseff no mesmo mês. O aumento da mistura deve gerar uma demanda adicional de aproximadamente 1 bilhão de litros de anidro.

As usinas de açúcar e etanol do País receberam bem o anúncio feito pelo governo federal, na noite de segunda-feira (19), da elevação das alíquotas PIS/Cofins e a reintrodução da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre a gasolina. "A notícia é boa para o setor. O impacto será positivo, se a Petrobrás fizer o repasse dos impostos na gasolina, como já sinalizou", afirmou ao ‘Estado’, Roberto Rodrigues, presidente do conselho da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Única). "A indústria fica mais competitiva, mas ainda é preciso a adoção de outras medidas, como a elevação da mistura do álcool anidro à gasolina e redução do ICMS sobre o etanol", disse.

De acordo com o anúncio feito pelo governo, a Cide voltará efetivamente em três meses, com incidência de R$ 0,22 por litro de gasolina. Em fevereiro, retornará em R$ 0,10 por litro, enquanto as alíquotas PIS/Cofins, em R$ 0,12 por litro. "A Cide dá vantagem competitiva ao etanol hidratado (concorrente direto da gasolina) e a elevação da mistura na gasolina (de 25% para 27,5%) dará vantagem ao anidro (usado na mistura)", disse o ex-ministro, que desde o ano passado está à frente da Unica para traçar estratégias para o setor. "As usinas que estão bem, vão continuar bem; as que estão em situação mais delicada, terão um alívio." A elevação da mistura ainda está em discussão e deverá ser aprovada nas próximas semanas, segundo fontes de mercado.

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A Unica informou na terça-feira (20) que as usinas do Centro-Sul têm estoques suficientes para atender à demanda por etanol, tanto hidratado quanto anidro "até o fim de abril". A nova safra, a 2015/16, que se inicia em abril, "deverá ser ainda mais alcooleira" do que a atual. A presidente da entidade, Elizabeth Farina, destacou que "está na agenda da entidade" lutar pela reintrodução integral da Cide no preço da gasolina.

ICMS

Está prevista ainda para este mês uma reunião entre os governadores dos nove Estados produtores de cana - São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pernambuco, Alagoas e Paraná - para discutir a redução do ICMS sobre o etanol, o que daria maior competitividade ao combustível renovável. Minas deverá aprovar a redução dos atuais 19% para 14% e aumento do imposto sobre a gasolina de 27% para 29%.

De acordo com Roberto Rodrigues, o retorno da Cide e a elevação da mistura, quando aprovada, ajudará o setor como um todo, mas ressalta que o governo federal precisa discutir qual o papel do etanol na matriz energética do País. "O governo atual deu um grande passo ao retomar a conversa com o setor." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente do Fórum Nacional Sucroenergético, André Rocha, confirmou nesta segunda-feira (1º) que o aumento da mistura de etanol anidro na gasolina deverá entrar em vigor em fevereiro, como havia adiantado mais cedo ao Broadcast o presidente da Associação dos Produtores de Álcool e Açúcar do Paraná (Alcopar), Miguel Rubens Tranin.

Segundo Rocha, o anúncio deverá ser feito ainda neste mês, para que todas as contratações de biocombustível, necessárias para atender ao aumento de demanda, sejam feitas com tempo hábil. O mais provável, segundo ele, é que o anúncio da data ocorra no dia 12 de dezembro, quando será realizada nova reunião da Mesa Tripartite, coordenada pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e que reúne integrantes do governo, de distribuidores de combustíveis e da cadeia produtiva de açúcar e álcool.

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Nesta data, o governo terá em mãos os números fechados de produção de etanol referentes à safra deste ano no Centro-Sul do País. Em termos práticos, o processamento terminou ontem na região, que começa agora a entressafra, até março. De acordo com Rocha, se o governo achar que os números ainda não oferecem garantias de abastecimento, poderá adiar o anúncio.

Amanhã, representantes do setor sucroenergético, incluindo o próprio presidente do Fórum Nacional, se encontrarão com o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, no período da tarde, para discutir a questão. Rocha não descarta que Mercadante informe amanhã a data em que o porcentual de anidro na gasolina passará de 25% para 27,5%.

A escolha por fevereiro para implementar o aumento da mistura é estratégica porque algumas usinas já estarão processando a próxima safra. A retomada da produção reduz eventual risco de desabastecimento de anidro para atender à demanda adicional.

O governo federal convocou uma reunião com representantes do setor produtivo de etanol e da indústria automotiva no dia 21, sexta-feira, às 14h30, em Brasília, para discutir o aumento de 25% para 27,5% na mistura do álcool anidro à gasolina. No encontro o governo deve apresentar os estudos técnicos que mostraram que o aumento da mistura não traz risco para os motores dos veículos, uma exigência das montadoras para concordar com o pleito dos usineiros.

Participarão da reunião comandada pela Casa Civil representantes dos ministérios das Minas e Energia e do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior. Pelo setor de etanol, estarão presentes lideranças da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica) e do Fórum Nacional Sucroenergético e a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) foi convocada para representar as montadoras.

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O presidente do Fórum Nacional Sucroenergético, André Rocha, disse ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, que o setor, além de defender o aumento da mistura, pretende dar garantias ao governo de que haverá oferta necessária para que o porcentual de 27,5% de anidro à gasolina seja autorizado já a partir de 1º de janeiro de 2015. O governo ainda tem dúvidas sobre qual o período ideal para autorizar a variação da mistura e avaliação inicial é que o aumento seria a partir de abril de 2015, quando a oferta aumentará com o início da nova safra de cana-de-açúcar.

No entanto, as entidades produtoras de etanol pretendem preparar um documento técnico garantindo que os estoques de anidro na entressafra da cana seriam suficientes para atender a demanda excedente. Essa demanda, criada pelo aumento da mistura para 27,5%, é estimada entre 800 milhões e 1 bilhão de litros ao mês.

Cide

Outro pleito do setor de etanol, o retorno da Contribuição e Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre a gasolina, pode estar perto de ocorrer, ao menos na avaliação do deputado federal Duarte Nogueira (PSDB). Durante debate hoje no Congresso Nacional de Bioenergia, em Araçatuba (SP), o parlamentar disse ter conversado com deputados governistas que teriam garantido a ele o retorno escalonado dos R$ 0,28 da Cide por litro da gasolina, o que daria uma maior competitividade econômica ao etanol.

Nogueira não quis falar quais parlamentares da oposição teriam falado sobre o aumento, mas disse que o escalonamento seria em R$ 0,10 este ano, o mesmo valor em 2015 e os R$ 0,08 restantes em 2016. "Vamos lutar para que a Cide volte de uma vez", afirmou.

A Petrobras informou nesta quinta-feira (13) que paralelamente às pesquisas para a produção de etanol celulósico, ou de segunda geração, a partir do bagaço de cana-de-açúcar, pesquisadores da estatal avaliam o uso de resíduos na produção do óleo de palma (dendê) para obtenção do combustível. Segundo a companhia, o projeto identificou que um cacho vazio de palma tem 40% de celulose e 20% de hemicelulose - indicativos da concentração de açúcares -, teores bem similares aos do bagaço da cana.

A nova alternativa para produção de etanol a partir de celulose pesquisada pela companhia utiliza processo similar ao aplicado com o bagaço de cana e já foi testada nos laboratórios no Rio de Janeiro. De acordo com a Petrobras, até novembro deste ano estão programados novos ensaios laboratoriais no processo de pré-tratamento do cacho de palma para potencializar a obtenção de açúcares da matéria-prima. Os testes em escala piloto estão previstos para 2015.

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O projeto está sendo desenvolvido no Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), com participação da Petrobras Biocombustível e da Belém Bioenergia Brasil, joint venture da Petrobras Biocombustível com a Galp.

Os preços do etanol hidratado nos postos brasileiros caíram em apenas 9 Estados, subiram em 16 e ficaram estáveis no Amapá e no Distrito Federal nesta semana. Na semana anterior, os preços haviam caído em 11 Estados, subido em 10 e permanecido estáveis em cinco e no Distrito Federal. Os dados são da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e mostram que no período de um mês os preços do etanol não recuaram em nenhum dos 26 Estados e no Distrito Federal. No Amapá, ficaram estáveis.

Em São Paulo, principal Estado consumidor, a cotação subiu 0,6% nesta semana, para R$ 1,859 o litro. No período de um mês, acumula alta de 24%, segundo a ANP - o preço médio era de R$ 1,499 o litro no Estado 30 dias atrás.

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Na semana, o maior avanço das cotações foi registrado no Acre (1,20%), enquanto o maior recuo ocorreu em Santa Catarina (1,15%). No mês, a maior alta ocorreu justamente em São Paulo (24%).

No Brasil, o preço mínimo registrado para o etanol foi de R$ 1,47 o litro, no Estado de São Paulo, e o máximo foi de R$ 3,17/litro, no Amazonas. Na média, o menor preço foi de R$ 1,859 o litro, em São Paulo. O maior preço médio foi verificado no Acre, de R$ 2,963 o litro.

Competitividade

O etanol esteve competitivo em relação à gasolina apenas em Goiás, Mato Grosso, Paraná e São Paulo nesta semana, mostram dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), compilados pelo AE-Taxas. Nos demais Estados e no Distrito Federal a gasolina continua mais competitiva.

Segundo o levantamento, o etanol equivale a 67,83% do preço da gasolina em Goiás. Em Mato Grosso, a relação está em 64,64%; no Paraná, em 67,97%; e em São Paulo, em 65,16%. A gasolina está mais vantajosa principalmente no Amapá, onde o etanol custa o equivalente a 97,15% do preço da gasolina - a relação é favorável ao biocombustível quando está abaixo de 70%.

O preço médio da gasolina em São Paulo está em R$ 2,853 o litro. Na média da ANP, o preço do etanol no Estado ficou em R$ 1,859 o litro.

O estudo técnico sobre o impacto do aumento de 25% para 27,5% de etanol na mistura com a gasolina será discutido, em breve, pelo Conselho Interministerial do Açúcar e do Álcool (Cima), informou ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado,o diretor do Departamento de Cana-de-açúcar e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Cid Caldas. O Cima é formado pelos ministros da Agricultura, Neri Geller; da Fazenda, Guido Mantega; do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Mauro Borges; e de Minas e Energia, Edison Lobão.

Em um primeiro momento o Cima deve ratificar o aumento da parcela de álcool na gasolina e comunicar essa decisão à presidente Dilma Rousseff. Só depois do aval da presidente, entretanto, é que será publicada uma portaria regulamentando a alteração. Cid Caldas, entretanto, não precisou data para a mudança entrar em vigor. "É uma decisão de governo (o aumento)", afirmou. Ou seja, a palavra final será dada por Dilma.

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O passo decisivo para embasar a mudança do porcentual de adição de álcool na gasolina já foi concluído, que é o estudo para avaliar o impacto da nova mistura nos motores da frota nacional. O governo contratou em junho o Centro de Pesquisa da Petrobras (Cenpes) e o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) para a realização de análises, verificando se a alteração na mistura prejudicaria os motores de carros e motocicletas movidos exclusivamente a gasolina. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) havia levantado questionamento sobre esse risco.

Caldas disse que o estudo apontou que não há impacto negativo do aumento do porcentual de álcool no combustível utilizado em carros e motos com motores movidos apenas a gasolina. "O estudo está fechado, mostrando que tecnicamente não há nenhum problema em elevar a mistura", observou.

O Mapa está, neste momento, quantificando os estoques de etanol hidratado no País e a previsão de produção para safra de 2015 para embasar a decisão. Esses dados ajudarão o governo a definir o período de vigência da nova mistura.

A proporção de etanol atualmente é de 25% e o aumento de 2,5 pontos porcentuais é reivindicado pelo setor sucroalcooleiro para reaquecer o segmento. A elevação da mistura de álcool na gasolina seria uma forma de compensar perdas acumuladas pelos produtores de alço por causa do preço controlado da gasolina pelo governo. A decisão de aplicar a nova mistura pode melhorar o relacionamento do Palácio do Planalto com o setor sucroalcooleiro. O setor se afastou de Dilma durante as eleições, dividindo-se entre os candidatos de oposição Aécio Neves e Marina Silva (PSB).

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