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Uma mudança de posicionamento dos ministros Dias Toffoli e Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), embaralhou o julgamento que já tinha maioria formada para obrigar o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), a substituir servidores comissionados por concursados no Ministério Público do Estado.

O julgamento se arrasta desde fevereiro no plenário virtual. O desfecho foi adiado por três pedidos de vista em sequência, dos ministros Alexandre de Moraes, Luiz Fux e Kassio Nunes Marques.

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Toffoli foi um dos primeiros a votar, ainda em fevereiro, para declarar inconstitucional uma lei do Espírito Santo que criou os cargos de confiança no Ministério Público do Estado. A instituição tem hoje mais funcionários comissionados (519) do que efetivos (517). Ao devolver a vista, Moraes votou no mesmo sentido.

Entre o início da votação e a retomada do julgamento neste mês, a Assembleia Legislativa aprovou e o governador sancionou uma lei para reestruturar o quadro de cargos do MP. O texto prevê a criação de 778 postos administrativos efetivos.

Com a promulgação da lei, a Procuradoria-Geral da República (PGR), que era a favor da ação, passou a defender o arquivamento do processo por perda de objeto. "É caso, portanto, de extinção do processo, sem resolução de mérito", defendeu a procuradora-geral interina Elizeta Maria de Paiva Ramos em parecer enviado ao STF na semana passada.

Na retomada do julgamento, o ministro André Mendonça endossou o posicionamento da PGR, argumentando que as normas questionadas deixaram de valer. Para o ministro, a aprovação da lei "promoveu alteração substancial" no contexto. "Imperioso o reconhecimento da perda do objeto da demanda, com a consequente prejudicialidade da ação direta", escreveu.

Toffoli e Moraes decidiram mudar de voto para acompanhar a divergência aberta por Mendonça, o que provocou uma reviravolta no julgamento. O placar está agora empatado.

A Federação Nacional dos Trabalhadores do Ministério Público (Fenamp), que acompanha o processo como amicus curiae, divulgou uma nota nesta quinta-feira questionando a efetividade da aprovação da lei. Para a entidade, houve uma tentativa de "burlar" o julgamento no STF. A preocupação da associação é que os cargos tenham sido criados no papel, para esvaziar a ação no Supremo, mas que não seja efetivamente preenchidos em prazo razoável.

O tema é importante pelo efeito em cascata: outros dez Estados aguardam julgamento do Supremo em ações semelhantes. O temor é que a manobra possa ser usada por outros Estados.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse anteontem que deve encaminhar à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) uma reforma administrativa com redução de 5 mil cargos em comissão, com possibilidade de chegar a 10 mil cargos a menos.

O governador afirmou, durante o ExpertXP, que recursos privados são necessários para o Estado. "Temos limitação de ordem fiscal muito severa. Não tem outra opção se quisermos impulsionar investimentos. Temos de buscar investimentos privados", disse.

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Tarcísio afirmou ainda que o programa estadual de parcerias e investimentos mira a expansão do metrô para a região metropolitana, das linhas da CPTM, bem como a privatização da Empresa Metropolitana de Águas e Energia.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

No primeiro dia do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, 1.204 servidores que desempenhavam funções de confiança na gestão de Jair Bolsonaro foram exonerados. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, confirmou que haverá mais dispensas de comissionados, mas negou qualquer viés ideológico nas demissões.

Ao tomar posse na segunda-feira (2), Costa disse que o governo Bolsonaro apagou obras não concluídas do sistema federal de monitoramento e, a exemplo de Lula, classificou a herança recebida como "caos".

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Dezenove dos 37 ministros foram empossados ao longo do dia. Uma das cerimônias mais concorridas foi a de Alexandre Padilha, novo titular da Secretaria de Relações Institucionais, realizada no Salão Nobre do Palácio do Planalto. Embora também tenha dirigido críticas à gestão Bolsonaro, Padilha adotou tom de conciliação. Um dia depois de ter dito que o Centrão é apenas "um conceito que não existe", o responsável pela articulação política entre o Planalto e o Congresso sustentou que vai tratar todos os partidos "com civilidade e harmonia", mesmo aqueles contrários a Lula.

Na plateia, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), foi vaiado ao ter o nome anunciado pelo locutor. A ex-presidente Dilma Rousseff, por sua vez, recebeu muitos aplausos. "Dilma, guerreira, da Pátria brasileira", gritavam militantes do PT, no Salão Nobre. Até o ex-presidente José Sarney ganhou palmas. Só Lira foi hostilizado.

"Nesse ministério está proibido insultar, agredir, ameaçar qualquer agente político, seja de qual partido for", disse Padilha. "Não existe aqui alguém que vai falar de metralhada contra a oposição. Essa época acabou", emendou ele, numa referência a declarações de Bolsonaro, que fez elogios à ditadura militar e disse que ia "metralhar" petistas no Acre.

Enquanto ministros tomavam posse, Lula estava no Itamaraty, onde recebeu líderes estrangeiros. Eles disseram que o Brasil estará "de volta" ao cenário internacional e organismos multilaterais com o novo governo.

"Lula é um líder regional e vai dar o impulso à América Latina muito importante. Sua presença é a volta do Brasil a todos os fóruns internacionais. A ausência brasileira nos fóruns internacionais foi muito evidente (nos últimos quatro anos)", resumiu o presidente da Argentina, Alberto Fernández. Lula viajará para a Argentina no próximo dia 23 e participará de um encontro da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), em Buenos Aires.

Marcelo Rebelo de Sousa, presidente de Portugal, que também esteve com Lula, disse ver o retorno de um "Brasil multilateral". "Brasil multilateral, Brasil na cena internacional, Brasil nas organizações, que faz muita falta", afirmou Rebelo. Ele elogiou o fato de Lula ter valorizado a proteção ambiental em seu discurso de posse, no domingo, 1º.

MDB

O presidente também decidiu extinguir a Fundação Nacional da Saúde (Funasa) e dividir suas atribuições entre os ministérios da Saúde, comandado por Nísia Trindade, e de Cidades, nas mãos de Jader Filho, do MDB. O partido ficará responsável pelo setor que faz obras em saneamento e concentra a maior fatia do orçamento da Funasa.

O Estadão apurou que parlamentares do MDB querem uma reunião com Jader Filho, Rui Costa e Alexandre Padilha para debater o destino da Funasa. A fundação é tradicionalmente disputada por partidos do Centrão pela oportunidade de controlar orçamento bilionário. Em 2022, mais de R$ 3,4 bilhões foram direcionados para lá.

A missão da Funasa é levar saneamento básico e água de qualidade à população. Nas mãos do Centrão, porém, tornou-se um duto de escoamento do dinheiro do orçamento secreto. Durante a gestão de Bolsonaro, a Funasa era área de influência do PSD.

Costa disse que sua prioridade será destravar as conclusões de obras com recursos federais. "Nem sabemos quantas obras no Brasil estão paralisadas. Cada um tem um número. Nem o próprio ministério consegue precisar quantas obras temos paralisadas hoje. Isso é a demonstração do caos que estamos recebendo", afirmou o ministro, em discurso.

Em seus últimos pronunciamentos, Lula tem dito que há 14 mil obras paradas no Brasil. "Ao buscar detalhar isso, a transição verificou que obras foram deletadas dos arquivos, como se concluídas estivessem. É como se o governo federal dissesse: 'Aquela creche que está com 70% de execução, como a responsabilidade é do prefeito, não é mais minha. Apaga do sistema'", destacou.

Costa disse, ainda, que desde o governo Dilma há casas prontas do Minha Casa, Minha Vida, nunca habitadas por falta de condições básicas. Algumas, por exemplo, não têm vias de acesso aos condomínios residenciais. "Isso é inadmissível. Todas serão habitadas ainda no primeiro semestre deste ano", afirmou o novo chefe da Casa Civil, que é ex-governador da Bahia.

Ao falar sobre a herança de dificuldades recebida de Bolsonaro, Costa negou que a máquina pública será paralisada com as demissões e insistiu que é preciso fazer o ajuste porque o governo ampliou o número de ministérios de 23 para 37 sem aumentar os cargos. "Quase todos os 23 ministérios que existiam perderam cargos. Só Justiça e Defesa não perderam", observou Costa.

Conselhão

Padilha, por sua vez, anunciou a volta do chamado "Conselhão", grupo formado por representantes da sociedade civil para discutir políticas públicas. O colegiado terá agora o nome de Conselho de Fomento Econômico-Social e Sustentável. "Nós temos urgência de combinar responsabilidade social, ambiental e a responsabilidade fiscal. Um país que não tem responsabilidade social e ambiental é um país entregue à barbárie. Um país que não tem responsabilidade fiscal é um país entregue à insegurança econômica", argumentou Padilha, que foi titular da mesma pasta no segundo mandato de Lula e ministro da Saúde sob Dilma.

Outro ministro que tomou posse ontem, no Planalto, foi Márcio Macêdo, encarregado de ouvir os movimentos sociais. Deputado, vice-presidente do PT e tesoureiro da campanha de Lula, Macêdo disse que, sob sua gestão, o Planalto será "o endereço oficial para que a sociedade possa apresentar as suas reivindicações".

"O antigo governo fechou a porta do palácio para o povo, destruiu os conselhos e as conferências", criticou o novo chefe da Secretaria-Geral da Presidência. "Está na hora de deixar para trás esse passado de ódio e intolerância." Na prática, o trio formado pelos petistas Macêdo, Costa e Padilha compõe a chamada "cozinha" do Planalto, que auxilia Lula na gestão política do governo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Quando assumir o comando do governo, em 1.º de janeiro de 2023, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva herdará da administração de Jair Bolsonaro 9.587 cargos comissionados para distribuir na Esplanada, sem contar instituições de ensino e agências reguladoras. Desse contingente, 60% das posições devem ser ocupadas por servidores de carreira e as demais estão liberadas para qualquer pessoa. Após negociar o loteamento de ministérios com partidos, para obter apoio no Congresso, esses postos podem entrar na partilha com a legenda ou ainda ser distribuídos a outras agremiações, se a gestão do ministério vir a ser compartilhada entre aliados.

Existem, ainda, 31.185 funções comissionadas, que só podem ser preenchidas por servidores públicos efetivos. Nestes casos, o servidor ganha adicional no salário para fazer um trabalho diferente daquele para o qual foi contratado.

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As informações foram levantadas pelo Ministério da Economia, a pedido do Estadão, e dizem respeito somente aos cargos que são indicados diretamente pelo governo. A conta não inclui agências reguladoras, universidades, institutos federais (IFs) nem o Banco Central, pois estas instituições têm autonomia para preencher os postos. Quando consideradas, o total de cargos e funções hoje ocupados no Executivo sobe para 90,1 mil. O número representa quase 16% de toda a força de trabalho, formada por 568,4 mil servidores, sem contar as empresas estatais.

A fatia a ser preenchida pelo novo governo dará a Lula a possibilidade de instalar em postos de chefia servidores concursados ligados a partidos, como o próprio PT, que foram alocados em funções de baixa relevância na gestão de Bolsonaro. O troca-troca na administração federal ainda envolverá uma situação a ser administrada pelo presidente eleito: a destituição de militares da ativa ou da reserva que passaram a ocupar cargos de confiança no atual governo. Como mostrou o Estadão, entre 2013 e 2021 houve um crescimento de 193% no número e militares nessas funções. O levantamento mais recente indicava que havia pelo menos 1 mil oficiais em postos que antes eram de civis.

A partir de janeiro, há previsão de que novos cargos comissionados sejam criados para atender à nova configuração da Esplanada, que passará a ter 37 ministérios - ainda que a ideia seja manter um gasto total similar ao que existe hoje. Ao longo deste mês, coube ao futuro presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, definir a estrutura e a quantidade de cargos disponíveis para cada ministério. Boa parte dos atuais comissionados deverá ser exonerada, mas não todos: em alguns casos, é impossível fazer a troca imediatamente sem paralisar a máquina pública.

Apesar de grande, o número de posições que podem ser ocupadas não se compara ao que existia em maio de 2016, quando o PT deixou o poder após o afastamento da então presidente Dilma Rousseff. Naquele momento, eram 21.155 cargos do tipo DAS (Direção e Assessoramento Superior), sem contar outros tipos de comissionados.

Lula já deu início a conversas com aliados que poderão definir o destino de pelo menos parte destes cargos e funções. O presidente eleito teve reuniões separadas com dirigentes do PSB, do Cidadania e do PDT, para tratar da montagem do governo. Para ter um mapa preciso de quais serão as posições a preencher, a equipe de transição solicitou ao governo atual informações sobre a quantidade de cargos comissionados, ocupados e vagos, em cada uma das pastas.

FORÇA

De acordo com os últimos dados disponíveis no Painel Estatístico de Pessoal (PEP), o ministério com mais cargos a serem preenchidos é o de Economia, que hoje concentra quase 1,2 mil posições. Nem toda essa força de trabalho, porém, estará à disposição do futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pois o atual modelo de Economia, montado por Paulo Guedes, será desmembrado.

Em seguida nesse ranking vem a própria Presidência da República, com 850 posições; a Agricultura, com 751; e a Cidadania, com 511. Na Advocacia-Geral da União (AGU) são mais 365 postos e 363 no Ministério da Defesa. Os dados do Painel estão atualizados até outubro.

Professora da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a cientista política Gabriela Lotta se dedica a estudar a burocracia brasileira. Na sua avaliação, o país não tem hoje um excesso de cargos de livre nomeação, mas, sim, um excesso de funções comissionadas, o que acaba resultando na politização de postos que deveriam meramente ser técnicos.

"Se a gente olhar só para esses 9 mil, a gente não tem um número absurdo de cargos, na comparação com outros países. É um número proporcional ao tamanho da nossa máquina pública (...). A questão é que, quando a gente junta as funções gratificadas, aí você cria um problema, que é a politização excessiva dos cargos de médio escalão, mesmo que sejam restritos às pessoas concursadas", disse Lotta. "Esses cargos descem muito (na hierarquia) e politizam a máquina pública. Então, são pessoas que trabalham em áreas-meio. É o gerente de recursos humanos, a pessoa da Corregedoria. Áreas que deveriam ter um caráter técnico, até para proteger o servidor público, ficam à disposição do governo de turno", completou.

Para o cientista político e professor do Insper Fernando Schuler, a grande quantidade de cargos e funções é coerente com o modelo de Estado que se consolidou no Brasil, no qual a prestação dos serviços públicos é feita diretamente pela administração pública.

"O Estado brasileiro arrecada 33% do PIB. É um Estado grande. E tem a ver com o modelo de gestão pública que construímos, que começa no governo de Getúlio Vargas (no período do Estado Novo, de 1937 a 1945), passa pela ditadura militar (1964-1988) e se consolida com a Constituição de 1988", observou ele.

REFORMULAÇÃO

Os cargos comissionados no Executivo foram reformulados por uma medida provisória em setembro de 2021, durante o governo Bolsonaro. Aprovada pelo Congresso, a MP simplificou a estrutura existente antes e criou um novo tipo de posto, chamado de Cargo Comissionado do Executivo (CCE), que hoje forma a maior parte das posições, junto com os antigos DAS. No caso dos DAS, há certa defasagem dos salários, que hoje chegam a R$ 16,9 mil. Já os novos CCEs pagam até R$ 17,3 mil brutos para os ocupantes.

Na teoria, os ocupantes de cargos comissionados são profissionais comprometidos com o projeto político que venceu as eleições e integram a administração pública para ajudar os governantes de turno a adotar a agenda escolhida pela população no voto. Dos 9,5 mil cargos comissionados na estrutura do Executivo, 70% (ou 6,7 mil) estão em Brasília.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em seus últimos atos como vereador do Recife, Renato Antunes (PL) questionou a abertura de 114 cargos comissionados na Prefeitura junto com o concurso público que prevê a criação de 340 cargos na Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb) e na Autarquia de Urbanização do Recife (URB). O projeto de lei proposto pelo prefeito João Campos (PSB) foi aprovado nessa segunda-feira (5).    

O deputado estadual eleito criticou a disposição dos cargos de chefia aos futuros comissionados e considerou o percentual desproporcional em relação aos concursados. “Em 2024, a projeção é de R$ 27 milhões para os efetivos de carreira e R$ 11 milhões para os comissionados. Ou seja, um quarto do orçamento para inchar a máquina com mais cargos comissionados. Espero que essa pressa em aumentar os custos com cargos comissionados não seja para compensar os apoios políticos do PSB”, disparou. 

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Em seu entendimento, as contratações podem prejudicar a austeridade das contas públicas. A matéria foi aprovada em regime de urgência. 

“Reconheço a importância destas duas autarquias para a sociedade recifense, mas questiono a efetividade e necessidade de criação de novos cargos comissionados na prefeitura. Essa decisão da gestão é exclusivamente por questão técnica? Estamos vivenciando uma das maiores crises econômicas da história e não podemos aumentar os gastos, pelo contrário, a hora é de redução e economia”, apontou Renato. 

O governador Paulo Câmara (PSB) vetou o aumento do salário e do auxílio-saúde de cargos comissionados da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Ele afirmou que os dois projetos de reajuste solicitados pela mesa diretora são inconstitucionais.

O projeto de lei 1860/21 estipula que comissionados e servidores da Alepe recebessem um aumento de salário a partir de janeiro de 2022. Enquanto o projeto de lei 1859/21 indica o reajuste do auxílio-saúde para 5% da remuneração, que pode chegar a R$ 1845 mensais, e sugere um mês de licença-prêmio como verba indenizatória anual.

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Com a sinalização contrária de Paulo Câmara, as propostas voltam para a Alepe, onde o veto pode ser mantido ou derrubado pelos deputados estaduais. Na visão do gestor, a intenção da Casa é inconstitucional por desobedecer a Lei Complementar Federal 173/20, que institui as diretrizes de enfrentamento à pandemia e proíbe o aumento de gastos com pessoal até o fim de 2021.

Ele ainda considera que ainda não há como afirmar que, até o fim do próximo ano, os impactos da crise econômica potencializada pela pandemia já tenham sido revertidos.

"O fato é que, dada a notória insuficiência de macrogestão da crise sanitária nacional em saúde pública pelo governo federal, não há garantia de que o país terá superado tamanha crise sanitária (e fiscal) até o final do presente ano de 2021, nem tampouco que as causas que motivaram a edição da Lei Complementar Federal 173, de 2020, não esteja mais presentes, de modo que o risco de comprometimento do equilíbrio fiscal é significativo", comunicou em ofício enviado ao presidente da Alepe, o deputado estadual Eriberto Medeiros (PP).

A Assembleia Legislativa de Roraima publicou na sexta-feira, 24, a nomeação em massa de 1.542 comissionados, entre assessores parlamentares legislativos, militares e pessoal para a mesa diretora.

As resoluções assinadas pela superintendente de Gestão de Pessoas da Alerr, Georgia Amália Freire Briglia, ocupam 191 páginas da edição do Diário Oficial nº 3157 da Casa e ainda duas páginas da edição suplementar do caderno do mesmo dia.

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A maioria das nomeações publicadas na última sexta contempla cargos de assessoria parlamentar, de diferentes níveis e áreas, como administrativa, legislativa e militar. Alguns nomes já haviam sido beneficiados em nomeação anterior.

A Superintendência de Comunicação da Assembleia Legislativa esclarece que todo final de ano é realizado um ato administrativo de exoneração de praticamente todos os servidores comissionados para verificar as necessidades, atualização de cadastro dos servidores e lotação conforme necessidade dos setores, ato conhecido como decretão, a exemplo do que acontece em outras instituições. No início do ano, de forma gradativa, os servidores são nomeados novamente ou substituídos, conforme o reinício das atividades da Assembleia Legislativa. Não há criação de novos cargos ou aumento no número de cargos já existentes criados em resolução específica.

Para o cargo de assessor parlamentar Administrativo Especial, por exemplo, houve 110 nomeações, distribuídas em níveis que preveem salários de R$ 6 mil a R$ 7,2 mil.

A Assembleia é presidida pelo deputado Jalser Renier Padilha (SD).

O grande contingente de comissionados na Assembleia de Roraima já foi questionado em outubro do ano passado, quando a Procuradoria Regional do Trabalho da 11.ª Região e o Ministério Público do Estado entraram com ação pedindo indenização de R$ 2 milhões pelo "excesso" de cargos em comissão.

A peça indicava que para cada servidor efetivo da Assembleia havia 34 comissionados.

Segundo o texto, o resumo da folha de pagamento da Casa indica que a Assembleia pagou, em agosto de 2019, 2.529 servidores, sendo apenas 72 deles efetivos.

O gasto correspondente aos funcionários concursados foi de R$ 704.086,99. Já o total pago aos 2.457 comissionados foi de R$ 9.061.320,63.

A ação está relacionada ao caso revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo em maio. Uma planilha da Assembleia entregue ao Ministério Público do Estado apontou que a Casa tinha, até 15 de abril, 24 deputados e 2.684 funcionários - uma média de 111 servidores para cada parlamentar.

Do total de funcionários, 2.609 eram comissionados e 75 efetivos.

Uma audiência de conciliação sobre o caso havia sido marcada para o dia 24 de outubro de 2019, mas foi adiada a pedido da Assembleia Legislativa. Ainda não há nova data para a reunião.

Defesa

A Assembleia Legislativa de Roraima divulgou a seguinte nota:

"A Superintendência de Comunicação da Assembleia Legislativa esclarece que todo final de ano é realizado um ato administrativo de exoneração de praticamente todos os servidores comissionados para verificar as necessidades, atualização de cadastro dos servidores e lotação conforme necessidade dos setores, ato conhecido como decretão, a exemplo do que acontece em outras instituições. No início do ano, de forma gradativa, os servidores são nomeados novamente ou substituídos, conforme o reinício das atividades da Assembleia Legislativa. Não há criação de novos cargos ou aumento no número de cargos já existentes criados em resolução específica.

A Mesa Diretora salienta que estes servidores não atuam apenas nos serviços legislativos. Desde 2015, quando teve início a gestão do deputado Jalser Renier à frente do Poder Legislativo, a Casa ampliou suas atividades e passou a atuar de forma mais próxima à sociedade, com a oferta de serviços por meio de programas permanentes que proporcionam atividades extraclasse para crianças (Abrindo Caminhos), cursos preparatórios (Escola do Legislativo), defesa do consumidor (Procon Assembleia), fiscalização dos serviços públicos (FiscalizaRR), apoio às gestões municipais (Centro de Apoio aos Municípios) e defesa dos direitos e proteção das mulheres (Procuradoria Especial da Mulher), ações para as quais são necessários recursos humanos. Estas ações já atenderam quase 70 mil pessoas e embora tenham sido ampliadas nos últimos anos, ainda têm demanda superior ao que vem sendo oferecido atualmente, evidenciando a importância de políticas públicas nestas áreas."

O presidente Jair Bolsonaro editou, na sexta-feira (3), medida provisória (MP 918/2020) que transforma cargos comissionados em funções comissionadas destinadas à Polícia Federal. De acordo com o Planalto, não haverá aumento de despesas decorrente da MP. O texto foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União.

A ação transformou 281 cargos em comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores (DAS), alocados na Polícia Federal, em 338 Funções Comissionadas do Poder Executivo (FCPE) e seis Funções Gratificadas (FG). Além disso, a MP criou 45 FCPE e 471 FG para a Polícia Federal.

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*Da Agência Senado

 

O ex-deputado de Roraima pelo PP Brito Bezerra, hoje conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, afirmou que nomeou o filho de sua companheira para seu gabinete "pelo critério de merecimento". O nome do enteado, Henrique Pinheiro, consta de planilha entregue pela Assembleia Legislativa do Estado ao Ministério Público. Em nota, Brito Bezerra argumentou que não é casado, "portanto Henrique Pinheiro não é seu enteado".

Pinheiro iniciou sua jornada ao lado de Bezerra "como voluntário" no antigo gabinete da Assembleia. Após completar 18 anos e começar a cursar a Faculdade de Direito, "foi contratado pelo critério de merecimento, pelo esforço, dedicação e pelo gosto pela política roraimense", segundo o conselheiro.

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Brito Bezerra foi eleito deputado em 2010, 2014 e 2018. Ele tomou posse como um dos sete conselheiros do Tribunal de Contas no dia 2 de abril deste ano durante uma sessão especial no plenário da Corte.

Após a saída da Assembleia, Pinheiro foi exonerado do gabinete do padrasto no dia 3 de abril e nomeado, em 21 de maio, para um novo cargo comissionado na Casa - assessor parlamentar legislativo III.

"Mesmo após a sua saída para assumir o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas de Roraima, o servidor Henrique Pinheiro permanece trabalhando na Assembleia confirmando que é um servidor responsável e preenche os requisitos para continuar sendo funcionário daquela casa legislativa", afirmou Brito Bezerra.

O conselheiro de Contas mantém um relacionamento com a irmã do deputado Chico Mozart (PRP) - 1.º secretário da Mesa Diretora da Assembleia - ao menos desde março de 2017.

Mozart, segundo a planilha, era o campeão dos comissionados. Os dados apontaram que o deputado tinha 44 comissionados vinculados a seu gabinete.

Já Brito Bezerra, antes de deixar a Assembleia rumo ao Tribunal de Contas, abrigava 31 servidores.

Após o jornal O Estado de S. Paulo revelar que os 24 deputados da Assembleia de Roraima tinham, em média, à sua disposição 111 comissionados, o Tribunal de Contas informou que fiscaliza os gastos da Assembleia "por meio do acompanhamento da gestão fiscal dos jurisdicionados".

A Corte afirmou que produz "relatórios de análise de gestão que são encaminhados ao relator das contas e emitidos alertas aos órgãos jurisdicionados quando necessário".

"Ressaltamos que o Tribunal aprovou a Instrução Normativa nº 005/2004, que dispõe sobre a remessa de informações mensais relativas à folha de pagamento de todos os jurisdicionados desta Corte, como a forma, prazo de apresentação, processamento interno e as penalidades cabíveis na hipótese de descumprimento, com o intuito de fiscalizar a evolução da folha de pagamento de cada ente jurisdicionado constantemente e inviabilizar o aumento da folha na época de eleição", registrou a Corte.

"O Tribunal de Contas do Estado de Roraima possui um sistema de controle e fiscalização chamado AFP-Net (Auditoria em Folha de Pagamento) que é responsável pela recepção, tratamento, formatação e análise dos dados relativos à Folha de Pagamento das Unidades Jurisdicionadas do Tribunal, possibilitando, desta forma, o aparato informático à análise dos referidos dados por seu corpo técnico. Na última remessa de dados feita pela Assembleia Legislativa de Roraima consta o número de 2.599 servidores comissionados, 75 efetivos e 39 temporários, totalizando 2.713."

Defesa

"O conselheiro Francisco José Brito Bezerra esclarece, primeiramente, que não é casado, portanto Henrique Pinheiro não é seu enteado. Informa, também, que o servidor Henrique Pinheiro iniciou seus trabalhos como voluntário no seu antigo gabinete da Assembleia Legislativa e, após completar 18 anos de idade e começar a cursar a Faculdade de Direito, foi contratado pelo critério de merecimento, pelo esforço, dedicação e pelo gosto pela política roraimense. Inclusive, Henrique Pinheiro é hoje presidente do PSDB jovem em Roraima".

"E, mesmo após a sua saída para assumir o cargo de conselheiro do TCERR, o servidor Henrique Pinheiro permanece trabalhando na assembleia confirmando que é um servidor responsável e preenche os requisitos para continuar sendo funcionário daquela casa legislativa."

Planilha da Assembleia Legislativa de Roraima entregue ao Ministério Público do Estado aponta que a Casa tem 24 deputados e 2.684 funcionários - uma média de 111 servidores para cada parlamentar. Do total, 2.609 (ou 97,2%) são comissionados e 75 (2,7%) são efetivos. O deputado Chico Mozart (PRP) é o campeão dos comissionados. Tem 44 funcionários diretamente vinculados a seu gabinete.

Depois, na lista dos que mais empregam comissionados, estão a deputada Aurelina Medeiros (Podemos), com 43, e os deputados Jânio Xingu (PSB), com 42, e Soldado Sampaio (PC do B), com 41. Os parlamentares Ione Pedroso (SD) e Odilon (Patriotas) têm 39 comissionados, cada um.

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Roraima, na fronteira com a explosiva Venezuela de Nicolás Maduro, tem cerca de 570 mil habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A capital Boa Vista abriga aproximadamente 375 mil pessoas, mais da metade da população do Estado.

O orçamento para 2019 ainda não foi sancionado pelo governador, o bolsonarista Antonio Denarium. Em 2018, a despesa estimada com a Assembleia Legislativa de Roraima foi de R$ 217 milhões.

A Assembleia de São Paulo tem um custo estimado de R$ 1,3 bilhão para 2019. Segundo dados da Transparência paulista, o Palácio Nove de Julho, no Ibirapuera, tem 2.514 servidores comissionados e 618 efetivos para 94 deputados estaduais.

A Promotoria de Roraima abriu em março deste ano um procedimento para apurar se houve nomeação excessiva de comissionados desde janeiro. O Ministério Público investiga também se a Assembleia cometeu irregularidades ao nomear os funcionários em detrimento de servidores aprovados em concurso público.

"Verifique-se no endereço eletrônico da Assembleia Legislativa do Estado de Roraima listagem de servidores da aludida Casa Legislativa, identificando a proporção entre servidores efetivos e comissionados", determinou o promotor de Justiça Adriano Ávila em ofício no dia 20 de março.

A resposta da Assessoria Jurídica da Promotoria foi enviada cinco dias depois. "Certifico que, atendendo a determinação do promotor de Justiça Adriano Ávila, em horários diferentes dos dias 20, 21, 22 e 25 de março de 2019, tentamos acesso ao 'portal da transparência' da Assembleia Legislativa do Estado de Roraima do órgão com fim de obter listagem de servidores do órgão, contudo não obtemos sucesso em realizar conexão."

No dia 23 de abril, em nota à reportagem, a Assembleia informou que seu Portal da Transparência estava fora do ar por "problemas tecnológicos e mudança nos sistemas de gestão e plataforma de processamento de dados".

Segundo a Assembleia, "foram mantidas todas as publicações em Diário Oficial como garantia de segurança das informações". "Em 10 dias, no máximo, estará tudo atualizado", afirmou a Casa.

Com o Portal da Transparência fora do ar, não é possível acessar dados sobre os funcionários nem valores dos salários e onde eles estão alocados. Até a sexta-feira, 3, o site não havia voltado a funcionar.

Os dados

De acordo com planilha dos comissionados, do total de 2.609 empregados neste regime, 36 estão em cargos cedidos "com ou sem ônus". O restante (2.573) está diretamente vinculado à Assembleia.

Os números que foram entregues estão atualizados até o dia 15 de abril. Ainda consta da planilha o ex-deputado Brito Bezerra (PP), que tomou posse como conselheiro do Tribunal de Contas de Roraima no dia 2 de abril. A deputada Ângela Portella (PSC) assumiu sua cadeira.

A Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor e da Cidadania do Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR) recebeu na última semana denúncia relatando desproporcionalidade no quadro de servidores comissionados e efetivos da Assembleia Legislativa do Estado de Roraima.

Porém, após análise prévia, encaminhará a demanda à Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público, a qual tem atribuição para acompanhar o caso.

Defesas

A reportagem fez contato por e-mail e por telefone com a Assembleia de Roraima. Foram diversas tentativas entre quinta-feira, 2, e sexta-feira, 3. Da mesma forma, tentou falar com os deputados citados na matéria, sem sucesso, O espaço está aberto para manifestação da Casa e dos parlamentares.

O governo extinguiu nesta quarta-feira (13) cargos em comissão e funções de confianças, além de limitar a ocupação, a concessão ou a utilização de gratificações. A medida atinge 21 mil cargos, funções e gratificações em diversos níveis do Poder Executivo Federal. De acordo com a publicação, a economia anual com as extinções será de mais de R$ 194 milhões.

Dos cargos em comissão e funções de confiança, 5.100 estão extintos a partir de hoje. Mais 12.408 serão extintos em 31 de julho. No caso das gratificações, 1.487 estão vedadas a partir de hoje, 2.001 não poderão ser concedidas a partir de 30 de abril e quatro a partir de 31 de julho.

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Aquelas pessoas que ocupam os cargos em comissão e as funções de confiança que deixam de existir ou os cargos que dependem das gratificações estão automaticamente exoneradas ou dispensadas, nas datas correspondentes.

O decreto, publicado no Diário Oficial da União, traz o detalhamento de todos os cargos, funções e gratificações atingidas.

Depois de enxugar o quadro e cortar "na carne" quase três mil cargos comissionados, o Ministério da Economia passa agora por uma briga interna por funcionários. A junção de estruturas na pasta, que agregou os extintos ministérios da Fazenda, Planejamento e Indústria, somada à redução de pessoal, desencadeou uma disputa entre secretários por servidores, com secretarias reclamando de esvaziamento e outras chamando de volta seus concursados, segundo apurou o 'Estadão/Broadcast'. Isso tem tomado tempo e energia em várias áreas da pasta e impedido o avanço de projetos.

Em uma das longas reuniões para tratar do tema, o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, chegou a fazer um desabafo e disse que "não quer envelhecer no serviço público", pois se perde muito tempo com questões cotidianas como essa. De acordo com fontes da pasta, Almeida foi chamado para arbitrar uma disputa relacionada a critérios para cessão de pessoal e, depois de uma hora e meia, teria feito a reclamação, o que levantou suspeitas se ele estaria deixando o cargo.

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O secretário não tem planos de deixar o governo em breve, mas já sinalizou que pretende que Paulo Guedes seja o último ministro para quem trabalha, segundo apurou a reportagem. Almeida também foi secretário nas gestões dos ex-ministros da Fazenda Henrique Meirelles e Eduardo Guardia.

Com a fusão dos ministérios, houve redução de 243 cargos de Direção e Assessoramento Superior (DAS), 389 Funções Comissionadas do Poder Executivo (FCPE) e mais de 2.355 funções gratificadas, totalizando 2.987 cargos de confiança, 15% do total existente anteriormente. Isso gerou uma economia de R$ 43,6 milhões por ano, de acordo com dados do ministério.

Desde o fim do governo Temer, já com a perspectiva da criação do "superministério", responsáveis pela gestão de cada área começaram a se movimentar. Concursados de carreiras como a de analistas de finanças, do Tesouro, e de analistas de Orçamento, da Secretaria de Orçamento, muitas vezes espalhados por diferentes lotações na área econômica, começaram a ser convocados de volta para seus órgãos de origem.

Com isso, algumas secretarias ficaram esvaziadas, como a Secretaria de Acompanhamento Econômico e de Comércio Exterior. "Está em curso um processo autofágico dentro da Economia. Um esforço desnecessário para manter servidores, o que tira o foco da área fim das secretarias", afirma uma fonte da equipe econômica.

Com a reclamação de várias áreas, o ministério discute centralizar a gestão das carreiras dos servidores. Uma das ideias é que a lotação de cada funcionário seja decidida pelo secretário especial de Fazenda, e não pela área de gestão de cada carreira, como é hoje. Procurado, o Ministério da Economia não quis comentar.

Tesouro

No dia 21 de dezembro de 2018, o Tesouro Nacional publicou duas portarias determinando o retorno de 52 servidores ao órgão em, no máximo, 45 dias, sob pena de corte do pagamento após esse prazo. Mas, diante das especificidades de cada caso de cessão de servidores, o órgão foi obrigado a voltar atrás em 4 de fevereiro.

Uma nova portaria excluiu 14 servidores da primeira lista e aumentou o prazo de retorno de 18 funcionários para períodos de dois a 12 meses, sendo que quatro deles só precisarão voltar quando deixarem seus cargos em outros órgãos.

Segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores e Técnicos Federais de Finanças e Controle (Unacon), Rudinei Marques, atualmente cerca de um terço dos 900 servidores do Tesouro estão lotados em outros locais, entre elas áreas do Ministério da Economia, Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) e Receita Federal: "Todos eles estão cumprindo missões importantes e relevantes. Muitos chefes de alto escalão se mobilizaram para não devolverem os servidores."

O mesmo aconteceu na Secretaria de Orçamento Federal (SOF). Em 24 de janeiro, alegando "a necessidade de ajustar e recompor o quadro de pessoal da secretaria", uma portaria do órgão convocou cinco analistas de planejamento a retornarem a seus postos originais em até 30 dias.

Poucos dias depois a Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Planejamento e Orçamento (Assecor) pediu o adiamento do prazo para a reapresentação dos convocados pela SOF. A entidade também solicitou que novas convocações só ocorram a partir de 6 de setembro, quando os projetos de lei para o Plano Plurianual e para o Orçamento de 2020 já estarão finalizados.

"Também pedimos a deliberação imediata a respeito dos pedidos de cessão, requisição e exercício descentralizado, além da construção de um plano para realocação dos servidores com base nas atribuições dos órgãos e perfil dos servidores antes de novas convocações", afirma a presidente da Assecor, Roseli Faria.

No momento em que o debate sobre a quantidade de servidores públicos no Executivo e no Legislativo ganha força por causa da reforma da Previdência, um levantamento do Estadão/Broadcast mostra que a Câmara dos Deputados mantém 80% do seu quadro de funcionários com indicações políticas. Ao todo, são 11.817 cargos comissionados, número que deve aumentar com contratações feitas pelos novos parlamentares.

Na prática, boa parte desses servidores dá expediente nas bases eleitorais dos congressistas e, em alguns casos, funcionam como uma espécie de "cabo eleitoral" durante os quatro anos do mandato parlamentar. Há também situações em que os cargos são usados para contratar políticos sem mandato, como a ex-senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), nomeada no mês passado no gabinete da deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) após não se reeleger. A ex-parlamentar afirma que, após 30 anos de mandatos, não ficou rica e precisa trabalhar.

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Quem defende o preenchimento das vagas na Casa com indicações políticas argumenta que, embora em maior número, os comissionados custam menos aos cofres públicos. Enquanto a folha de pagamento dos comissionados soma R$ 1,1 bilhão ao ano, as despesas com os funcionários de carreira (como consultores e policiais legislativos) chegam a R$ 1,3 bilhão.

Esta relação entre comissionados e servidores efetivos observada na Câmara, no entanto, é bem diferente em outros órgãos. No Executivo, são 633,6 mil funcionários ativos. Os indicados políticos, por sua vez, equivalem a menos de 2% desse total e eram 12,5 mil em julho de 2018, o dado mais atual disponível. Havia ainda 12,1 mil "funções comissionadas", que, embora também sejam preenchidas por indicações políticas, só podem ser ocupadas por servidores efetivos.

O Ministério da Economia já anunciou que vai apertar as regras para todos os órgãos pedirem abertura de novos concursos públicos e cortar 21 mil cargos, comissões e funções gratificadas. Uma reforma nas carreiras do Executivo também está sendo elaborada. Na Câmara, o último grande concurso para preenchimento de vagas ocorreu em 2012.

Custos

Cada deputado tem R$ 111.675,59 por mês para pagar salários a até 25 funcionários do gabinete - os "secretários parlamentares". Eles podem receber de R$ 1.025,12 a R$ 15.698,32. Encargos trabalhistas como 13.º salário, férias e auxílio-alimentação são bancados com recursos da Câmara.

Para integrantes do comando da Câmara, é interesse dos servidores públicos explorar a discrepância no número de funcionários de carreira e indicados políticos no momento em que são discutidas a proposta de reforma da Previdência e a estabilidade do funcionalismo. Estes parlamentares argumentam, porém, que os cargos temporários - vinculados ao regime geral do INSS - custam bem menos do que a folha dos servidores ativos e inativos, que soma, por ano, quase R$ 4 bilhões.

Em média, um servidor de carreira custa R$ 457,5 mil ao ano, em comparação a R$ 94,9 mil do ocupante do cargo indicado pelo parlamentar. Isso porque o salário médio do funcionário de carreira da Câmara é de R$ 30 mil.

Em alguns casos, o servidor pode se aposentar com o mesmo salário que possuía quando estava em atividade, enquanto o teto do INSS é de R$ 5.839,45.

Um dos pontos defendidos pelo governo na reforma da Previdência é justamente a necessidade de se equilibrar as condições de aposentadoria entre servidores e da iniciativa privada para ajustar as contas públicas.

Sindicato

Na direção inversa, o presidente do SindCâmara, Ezequiel Nascimento, diz que a quantidade de servidores já saiu do padrão de racionalidade. "Esse número de cargos comissionados não é razoável", afirmou. Segundo ele, o próprio presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), citou em seu discurso de posse o grande número de cargos comissionados.

Parlamentares da bancada do Novo, partido que conta com oito deputados, já anunciaram que vão contratar no máximo 12 dos 25 servidores a que têm direito. Eles também decidiram cortar 50% da cota parlamentar que têm direito e que varia entre R$ 30 mil a R$ 45,6 mil, dependendo de cada Estado.

Para o líder do Novo, deputado Marcel Van Hattem (RS), a prática atual acaba dificultando a renovação política, pois em muitos casos as vagas são dadas a políticos da região que não foram eleitos ou parentes. "É um problema. É um vício", afirmou o parlamentar.

Em palestra recente, o presidente da Câmara defendeu ser preciso ter "coragem" de enfrentar as despesas e criticou as corporações por atuarem contra as reformas da Previdência e administrativa. Ele lembrou que salários no setor público são em média 67% superiores aos do setor privado. Maia também defendeu na ocasião uma mudança na carreira dos servidores da Câmara. Procurada, a assessoria da Câmara não quis comentar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em uma sessão acalorada e com uma reviravolta, a Câmara dos Vereadores de Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife (RMR), aceitou, nesta terça-feira (26), a denúncia que pedia a abertura de um processo de impeachment contra o prefeito da cidade, Demóstenes Meira (PTB). A votação inicialmente terminou empatada e a denúncia havia sido rejeitada, mas o denunciante, de acordo com uma brecha na legislação encontrada pelo jurídico da Casa, passou a ter direito ao voto e a denúncia foi acatada.

No primeiro momento, quatro vereadores votaram a favor da denúncia, quatro contra e quatro se abstiveram. E o empate havia resultado na rejeição, mas o presidente da Câmara, Antônio Oliveira (PTB), que não votou em primeira instância e era o proponente da denúncia consultou o departamento jurídico, que baseado em uma brecha na lei autorizou o voto. A autorização causou euforia entre os presentes que entoaram gritos constantes de "fora Meira", uma vez que o voto autorizaria o prosseguimento. "Mostrando que Camaragibe tem moral e independência, voto sim", declarou Antônio ao votar.

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Durante a votação, populares que acompanhavam o pronunciamento dos vereadores chamaram os que se posicionavam contra de "omissos", "covardes" e "ladrões". Se posicionaram contra a abertura do processo os vereadores Antônio Carlos Tomé, Eugênio Victorino, Hélio Albino e Manoel Rodrigues. Já os que se abstiveram foram Adriano Tabatinga, Paulo André, Renê Cabral e Severino Gomes.  

Além de Toninho, como é conhecido o presidente, votaram a favor Délio Júnior, José Roberto, Leandro Lima e Lindomar Santos.

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O prefeito Demóstenes Meira ficou conhecido no país por ter exigido que os servidores de cargo em comissão participassem de um bloco da cidade no último dia 17, onde a secretária de Assistência Social, Taty Dantas, que é noiva dele, faria um show.

Após isso, Meira passou a ser investigado criminalmente pelo Ministério Público de Pernambuco por improbidade administrativa e peculato. E o Tribunal de Contas do Estado (TCE) proibiu a gestão de gastar verbas com os festejos de Carnaval.

Líder da base governista em Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife (RMR), o vereador Tomé Carlos (PV) argumentou, nesta terça-feira (26), que a prática adotada pelo prefeito Demóstenes Meira (PTB) de exigir a presença dos servidores cargos comissionados no bloco pré-carnavalesco em que a secretária de Assistência Social e sua noiva, Taty Dantas, fez um show é recorrente nas prefeituras pernambucanas. 

Tomé minimizou as acusações de improbidade administrativa e peculato contra Meira e disse que não enxergou ameaças aos servidores nos áudios encaminhados pelo prefeito ao exigir a presença dos comissionados no evento do último dia 17. 

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"Essa prática existe em todas as prefeituras. Trabalhei na época de Jarbas (Vasconcelos) no Recife e isso muitas vezes aconteceu", frisou Tomé Carlos. "O problema neste caso é que ele declarou algo em favor da sua noiva. Se ele tivesse colocado apenas pelo grande evento, já tradicional, talvez não tivesse acontecido essa repercussão", completou. 

Indagado se acreditava que os áudios ameaçaram os servidores, o aliado de Meira negou. "Não enxergo como ameaça não. Correto não é, mas não dá impeachment isso não", salientou. 

Mesa Diretora 

O imbroglio para a abertura de um processo de impeachment contra o prefeito de Camaragibe, contudo, vai além e também enfrenta um impasse na Câmara. De acordo com o líder governista, não há uma Mesa Diretora formada para a tramitação do processo. Isto porque, de acordo com Tomé, o atual presidente Antônio Oliveira (PTB), que é autor da denúncia, não tem legitimidade para presidir a Casa. 

No fim do ano passado foi realizada uma eleição para formar a Mesa Diretora, mas que foi suspensa pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco e o presidente anterior, no caso Toninho, voltou a assumir o posto.

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A situação do prefeito de Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife (RMR), Demóstenes Meira (PTB), tende a se complicar caso os vereadores do município aceitem, nesta terça-feira (26), o pedido de abertura de um processo de impeachment contra ele. A denúncia é de autoria do presidente da Casa, Antônio Oliveira (PTB), mais conhecido por Toninho.

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O prefeito ficou conhecido no país por ter convocado os servidores de cargo em comissão para participar de um bloco da cidade, onde a secretária de Assistência Social Taty Dantas, que é noiva dele, faria um show. Após isso, Demóstenes Meira passou a ser investigado criminalmente pelo Ministério Público de Pernambuco por improbidade administrativa e peculato. A denúncia que, se aceita, pode levar o prefeito a sofrer um processo de cassação tem a postura do prefeito como base.

"O prefeito com essa atitude coagiu, fez ameaças diretas aos cargos comissionados e deixou todos com medo de perder seus cargos", argumentou Toninho, em conversa com jornalistas antes do início da reunião plenária. 

Com o quórum completo, ou seja a presença dos 13 vereadores, a sessão desta terça iniciou por às 9h35. Na galeria, enquanto estava sendo lida a ata da reunião anterior, moradores de Camaragibe entoaram gritos de "fora Meira" e pediram que os parlamentares aceitassem a denúncia que será apresentada. 

Para ser aceita, a maioria simples dos 13 vereadores precisa votar a favor do pedido apresentado pelo vereador Toninho. Caso isso aconteça, serão sorteados três vereadores para compor uma comissão que analisará a denúncia em cinco dias e opinará se arquiva ou convoca Demóstenes Meira para se explicar no prazo de 15 dias. Todo o processo deve durar cerca de 45 dias.

Após a polêmica envolvendo o prefeito de Camaragibe, Demóstenes Meira (PTB), e os funcionários de cargos comissionados da Prefeitura, muito se questionou sobre direitos e deveres dos profissionais que atuam sob esse regime dentro da administração pública.

Mas, afinal, o que é um cargo comissionado? De acordo com o advogado trabalhista Pedro Sobreira, é uma ocupação temporária por uma pessoa que não faz parte do quadro de funcionários do serviço público. “São pessoas que não passaram pela aprovação em concurso público ou outra forma de seleção. Esses cargos comissionados são uma exceção à regra de acesso aos cargos públicos”, explicou.

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No último domingo (17), Meira exigiu que todos os profissionais comissionados da Prefeitura de Camaragibe comparecessem a um bloco de carnaval em que sua noiva, a cantora Taty Dantas, se apresentaria. O aviso, dado através de um áudio em um aplicativo de trocas de mensagens, teve tom ameaçador pois o prefeito afirmou que iria filmar os comissionados presentes para poder ter controle.

Segundo Pedro Sobreira, os cargos comissionados não podem ser criados de forma livre. É preciso levar em consideração a real necessidade do setor público no momento de criar as vagas. “Os cargos devem obrigatoriamente ser criados por uma lei específica, que determine quais as atribuições serão executadas, quais os direitos e os deveres e o valor da remuneração”, comentou.

É neste ponto que o prefeito entra em contradição pois, em entrevista, ele afirmou que os comissionados têm que estar à disposição da Prefeitura a qualquer momento, causando, assim, a intimidação dos funcionários. A legislação trabalhista afirma que o cargo comissionado é, sim, de livre nomeação e exoneração, ficando essa avaliação sob responsabilidade da autoridade.

Porém, segundo o advogado Pedro Sobreira, o abuso de poder e a ordenação de atividades não condizentes à demanda do profissional “são passíveis de medidas judiciárias e  penalizações, como peculato e improbidade administrativa”. Mas, respeitando os limites e os direitos do funcionário, a exoneração não precisa de motivação que a justifique e nem de processo administrativo, como acontece com outros cargos.

Desta forma, o cargo comissionado não se torna efetivo e não há garantia de permanência na função. Entretanto, o mal estar causado entre a administração pública e o funcionário comissionado pode gerar muitos desconfortos, principalmente quando se fala em questões políticas. E a repercussão, como se viu, pode ser bastante negativa e gerar consequências sérias. O prefeito de Camaragibe, por exemplo, passou a ser investigado pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) pelos crimes de improbidade e peculato. 

O Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE) recomendou que o prefeito de Camaragibe, Demóstenes Meira (PTB), não pague nenhuma despesa relativa ao Carnaval de 2019, inclusive patrocínios e apoio. A medida, adotada nesta terça-feira (19) pelo conselheiro Carlos Porto, diz que a prefeitura não deve gastar com atrações carnavalescas até que o órgão faça uma nova análise do processo que averigua não existência de aprovação da Lei Orçamentária da cidade deste ano.

A recomendação atende a um requerimento da procuradora-geral do Ministério Público de Contas, Germana Laureano, para que o prefeito prestasse informações sobre a existência de patrocínio ou verbas públicas na programação carnavalesca da cidade.

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A decisão do MPCO de oficiar o prefeito foi baseada na divulgação de áudios, por parte de Demóstenes Meira, para exigir a presença de servidores cargos comissionados em uma prévia carnavalesca de Camaragibe, onde a sua noiva Taty Dantas fez uma apresentação no último domingo (17).

O Ministério Público está investigando indícios de peculato e improbidade administrativa por parte do prefeito.   

A procuradora pede ainda que o gestor explique se Taty Dantas, que também é secretária de Assistência Social do município, consta ou não como atração nos blocos carnavalescos que receberam verbas públicas.

Ausência da LOA 2019

Um processo que tramita no Tribunal de Contas analisa a não existência de aprovação da Lei Orçamentária em 2019, estando o município sem orçamento para este ano. A não aprovação do orçamento foi, inclusive, reconhecida pelo prefeito em decreto assinado no início do ano.

Além disso, de acordo com o TCE, não constam no Portal da Transparência da prefeitura de Camaragibe nenhuma informação sobre quaisquer despesa do município em 2019, bem como nenhum dado sobre despesa em 2019 não foi enviado ao TCE (Portal Tome Conta).

“Como aparentemente não tem orçamento aprovado em Camaragibe para 2019, com maior razão não devem ser pagas as despesas com carnaval”, defende a procuradora geral Germana Laureano.

A prefeitura terá um prazo de cinco dias para responder ao ofício do Tribunal de Contas.

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) abriu uma investigação criminal com o objetivo de apurar a prática de intimidação aos ocupantes de cargos comissionados da Prefeitura de Camaragibe. Agora, o prefeito Demóstenes Meira (PTB) tem 72 horas para apresentar esclarecimentos.

O caso foi amplamente noticiado após a divulgação de áudios atribuídos a Meira, em que ele exigia que os funcionários comissionados da prefeitura comparecessem a uma prévia de carnaval em que sua noiva, a cantora Taty Dantas, se apresentaria no último domingo (17).

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O subprocurador-geral de Justiça Clênio Valença expediu um ofício ao prefeito e ele terá que informar se Tatiana Dantas da Silva é servidora municipal ou não. Caso o vínculo com a administração pública exista, o MPPE vai requerer ainda que Meira apresente o ato de nomeação dela e demais documentações que entender cabíveis. Tatiana Dantas é secretária de Assistência Social da cidade.

O Ministério Público também solicitou que o prefeito informe o quantitativo de guardas municipais designados para realizar a segurança do bloco Canário Elétrico, já que em um dos áudios ele menciona a designação de 30 guardas para garantir a segurança dos comissionados que comparecerem. Se isso tiver acontecido, de acordo com o MPPE, se caracteriza a utilização indevida de serviços públicos para atender a interesses privados.

Além disso, o secretário de Educação de Camaragibe e presidente do bloco Canário Elétrico, Denivaldo Freire, será notificado para esclarecer quem efetuou o pagamento das despesas da troça carnavalesca e da apresentação da cantora Taty Dantas no evento.

A cantora se posicionou

Através de suas redes sociais, a cantora e noiva do prefeito, Taty Dantas, emitiu uma nota em que explica o ocorrido no último domingo. Ela lembrou sua carreira na música e sua experiência como secretária na prefeitura de Camaragibe. Confira na íntegra:

"Olá meus amigos, amigas e seguidores das minhas redes sociais. Para quem não me conhece bem e começou a acompanhar minha carreira recentemente, eu sou Taty Dantas, cantora há mais de 20 anos. Muita gente acompanha minha carreira desde os tempos do Bonde do Forro, e agora seguem junto comigo na minha carreira solo. Hoje muitas pessoas me procuraram para falar sobre o show de ontem do bloco Canário Elétrico. Esse show foi um convite que recebi dos coordenadores do bloco desde o começo do ano, e me orgulho muito de ter participado junto com diversas atrações maravilhosas. Tenho sido procurada por diversos produtores de eventos nesse Brasil. Com muito trabalho se Deus quiser, vou alegrar muito as pessoas que gostam da minha música! Sobre a secretaria: Assumi recentemente e estou apurando tudo em relação a esta. Sei na pele o que é necessidade e jamais deixarei ninguém passar por ela enquanto estiver ao meu alcance. Tenho sensibilidade social e estamos elaborando ideias fantásticas, já exitosas em outras municipalidades, que vão surpreender a população mais carente de Camaragibe. Esperem para ver. Minha sala está aberta a qualquer proposta, crítica construtiva e a tudo que diga respeito as melhorias na atuação e efetividade das ações desta pasta junto a população. Que agora a base dessa relação seja amor e respeito, como sempre tive com todos. Obrigada Deus sim, sobretudo, porque nunca me desamparou e estou onde estou por Ele. Obrigada pelo apoio de todos amigos que estão indignados com esse preconceito gigante. Vamos em frente e deixa que dos outros assuntos o tempo e a justiça mostram a vocês."

Áudios atribuídos ao prefeito de Camaragibe, Demóstenes Meira, viralizaram entre moradores da Região Metropolitana do Recife neste domingo (17). Em mensagens de voz, o mandatário exige que os cargos comissionados de sua gestão compareçam ao desfile do "Canário Elétrico", pois entre as atrações está a sua noiva, Taty Dantas. O detalhe é que ele ameaça filmar o local para conferir quem foi ao evento.

A reportagem teve acesso aos áudios, onde é possível reconhecer a voz do prefeito. Além das ameaças aos que não prestigiarem a apresentação de sua noiva, o prefeito ainda revela que usou verbas públicas para patrocinar o “Canário Baleado do nosso secretário de educação Denivaldo Freire”. O bloco Canário Baleado é o atual Canário Elétrico.

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Para garantir que os seus nomeados comparecessem ao evento – que teve início às 12h deste domingo – o prefeito ameaça filmar um setor que estaria cercado por guardas municipais. Nesse “cordão”, ficariam apenas os cargos comissionados.

Em outro trecho, Meira atribui a “oposição” uma interpretação errada de sua mensagem de voz. “Estou convocando apenas os cargos comissionados, que são nomeados e exonerados pelo prefeito. Não convoquei funcionários. Eles tem que voltar para a faculdade ou a escola”, responde.

Confira os áudios:

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O LeiaJá tentou contato com os celulares da assessoria da prefeitura, que respondeu por nota. Confira na íntegra:

"Em resposta à situação envolvendo o prefeito de Camaragibe, Demóstenes Meira, esclarecemos que o mesmo não forçou nenhum funcionário da Prefeitura de Camaragibe a comparecer ao bloco Canário Elétrico. Na verdade foi feita uma convocação apenas daqueles que ocupam cargos comissionados para apoiar o bloco que é tradicional nas prévias carnavalescas do município. Ressaltamos ainda que o órgão municipal não patrocinou a saída do bloco e nenhum show que acontecerá nele. Apenas foi dado apoio com Guarda Municipal e assistência médica, assim como em todos os outros blocos que sairão na cidade."

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