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A 13ª edição da Parada da Diversidade acontece neste domingo (21), com concentração no Parque Dona Lindu, na Zona Sul do Recife. As atrações musicais estavam previstas para começar às 9h, mas o público só começou a se formar por volta das 10h, ainda assim com uma presença baixa. Apesar disso, a expectativa dos organizadores do evento é que 600 mil participem do evento cujo tema deste ano é "Onde houver ódio, que eu leve amor".
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O clima geral é de otimismo. A coordenadora Íris de Fátima representa o colegiado lésbico do Fórum LGBT de Pernambuco. Segundo ela, a causa conseguiu uma série de conquistas recentes. “Entre outras coisas, temos centros de referência estadual e municipal”, ela cita. “Uma conquista muito importante foi a comunicação. Tivemos mais espaço, o que deixou a conscientização mais tranquila”, diz. Para Thiago Rocha, do colegiado gay, passar a mensagem está mais fácil, a dificuldade é recebê-la. “A sociedade como um todo é ensinada a ser machista. Temos que continuar fazendo o nosso trabalho, para tentar reverter isto”, comenta Rocha.
No pátio, em frente ao palco, o clima é de irreverência. Pessoas em roupas coloridas, fantasias, ou simples adornos – como chifres de diabo ou quepe policial -, aproveitam a oportunidade de celebrar sem serem discriminados. “Curtição!”, disse Chachai, em uma fantasia rosa choque de gata, enquanto definia o principal motivo para participar de todas as edições. “Eu não sinto preconceito. Acho que essa questão melhorou muito”, ela disse.
O gastrônomo Ademir Santos e o aposentado Johnny Max são casados há cinco anos – mesmo tempo também que prestigiam a Parada da Diversidade. Ao contrário de Chachai, eles conseguem relatar situações em que a orientação sexual resultou em preconceito. “Já tentamos alugar duas casas e não conseguimos. Em uma das situações, disseram que não alugam casa para pessoas ‘assim’”, comenta Ademir. “Para que essa mentalidade mude vai demorar. Espero que mude, mas vai demorar”, lamenta Johnny.
Sarita Metálica se intitula a drag queen “mais badalada”. É outra que sempre está presente. Nesta edição, ela veio carregando um cartaz com o papa Francisco. “Ele é o primeiro papa em defesa dos homossexuais”, Sarita explica. Ao contrário de Metálica, a estudante Meridge Ariens, que é lésbica, participa da parada pela primeira vez. “Não vejo tantas situações de homofobia contra mim. Acho que o cenário tem melhorado”.
O evento também atrai pessoas que não são LGBT. A empresária Adriana Silva é heterossexual. Ela não só veio prestigiar o evento, mas também trouxe a filha Gabriela, de seis anos. “É importante para ensiná-la a não ter preconceitos no futuro”. O casal carioca Giovani e Roseli Tulice deram o passeio pelo local do evento. Apesar de heterossexuais, eles têm amigos próximos de orientação distinta e sabem o preconceito que eles sofrem. “Infelizmente tudo que é diferente sofre preconceito. Mas a diversidade está aí para ser conhecida”, comenta Roseli.
O senhorzinho Luciano Lopes é comerciante do bairro de Santo Amaro, na área central do Recife, mas vende seus produtos em todos os eventos. Desse em particular, ele gosta bastante. “É um pessoal lutando por sua independência, é bom de ver”, comenta Luciano.
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