Os contratos futuros de petróleo operam em baixa nesta segunda-feira, 17, mas continuam sujeitos a fatores tão diversos que ainda não existe um quadro claro nos mercados da commodity após o referendo da Crimeia.
Segundo David Hufton, analista da corretora PVM, os preços do petróleo "estão emaranhados numa complexa teia de riscos".
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"Crescentes tensões geopolíticas, possíveis interrupções da oferta de energia da Rússia, ameaças ao crescimento global e a possibilidade de uma violenta mudança no sentimento de risco", enumerou Hufton. "Esses (fatores) pairam sobre a dose diária de incertezas em relação à oferta da Líbia, Nigéria e Irã."
Na Líbia, o campo de petróleo de El Sharara voltou a ser fechado, depois de ter sido reativado na semana passado. Andrey Kryuchenkov, da VTB Capital, afirma que as notícias da situação líbia aumentaram o nervosismo na sexta-feira e devem continuar tendo o mesmo efeito nesta semana.
Kryuchenkov acrescentou, no entanto, que o mercado está em "equilíbrio hesitante", com risco de baixa para o brent.
"Nós ainda apostaríamos numa recuperação do brent a partir de agora, mas as tensões com a Ucrânia vão manter os negócios incertos, com o mercado ainda se movimentando de acordo com as notícias e o sentimento, e não com os fundamentos," disse o especialista da VTB Capital.
Em referendo realizado no domingo, 16, mais de 96% da população da Crimeia decidiu votar a favor de separar a região da Ucrânia e voltar a integrá-la à Rússia. O resultado da votação já era esperado.
Às 8h04 (de Brasília), o brent para maio recuava 0,55%, a US$ 107,62 por barril, na plataforma eletrônica ICE, em Londres, enquanto na Nymex, o petróleo para abril caía 0,23%, a US$ 98,66 por barril. Fonte: Dow Jones Newswires.