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O Banco Central avalia que o cenário de maior crescimento global, principalmente de importantes parceiros do Brasil, e de depreciação do real torna a dinâmica da demanda externa mais favorável ao crescimento da economia doméstica.

Segundo o BC, os riscos para a estabilidade financeira global permaneceram elevados, como os derivados do processo de desalavancagem em curso nos principais blocos econômicos e da forte inclinação da curva de juros em importantes economias maduras.

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Para o BC, a volatilidade dos mercados financeiros tende a reagir à publicação de novos indicadores e ou a sinalizações feitas por autoridades que apontem para o início (ou sua iminência) do processo de normalização das condições monetárias nos Estados Unidos.

Apesar de identificar baixa probabilidade de ocorrência de eventos extremos nos mercados financeiros internacionais, o BC pondera que o ambiente nos mercados financeiros internacionais permanece complexo.

O BC alertou para o fato de que a influência do preço do petróleo sobre a inflação doméstica não se materializa apenas exclusivamente por intermédio do preço local da gasolina. Segundo o BC, também há influência via cadeia produtiva do setor petroquímico e pelo canal de expectativas de consumidores e de empresários.

Segundo o Relatório Trimestral de Inflação, divulgado nesta segunda-feira, 30 uma fonte relevante de risco para a inflação reside no comportamento das expectativas de inflação, impactadas negativamente nos últimos meses pelo nível da inflação corrente, pela dispersão de aumentos de preços e por incertezas que cercam a trajetória de preços com grande visibilidade, como o da gasolina e o de transportes urbanos.

O BC destaca que as compras de produtos externos tendem a contribuir para o arrefecimento das pressões inflacionárias domésticas por meio de dois canais. Em primeiro lugar, porque esses produtos competem com os produzidos domesticamente e, assim, impõem maior disciplina aos formadores de preços. Em segundo, porque as importações de bens reduzem a demanda nos mercados de insumos domésticos, contribuindo para o arrefecimento de pressões de custos e, por conseguinte, de seus eventuais repasses para os preços ao consumidor.

Para o BC, as pressões de custos de fatores não amparadas por ganhos de eficiência contribuem para reduzir a competitividade das empresas domésticas no mercado internacional de bens, em ambiente global no qual prevalece excesso historicamente elevado de capacidade ociosa.

O nível de demanda externa, indicador que faz parte da Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), voltou a crescer em maio depois de cinco quedas consecutivas. O indicador pulou de 86,4 pontos em abril para 92,2 pontos no mês seguinte. Em maio de 2011, o indicador alcançou 95,9 pontos.

Nove de 14 setores pesquisados pela FGV apresentaram aumento do nível de demanda externa: minerais não metálicos, mecânica, material elétrico e de comunicações, material de transporte, produtos farmacêuticos e veterinários, têxtil, vestuário e calçados, produtos alimentares e outros produtos. De acordo com o coordenador da sondagem, Aloisio Campelo, minerais não metálicos, mecânica e vestuário e calçados foram os setores que puxaram este indicador para a alta.

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A indústria mecânica registrou aumento do nível de demanda externa ao passar de 66,8 pontos em abril para 83,8 pontos em maio, o melhor patamar desde outubro do ano passado. O setor de minerais não metálicos pulou de 68,8 para 76,5 pontos no mesmo período, enquanto vestuário e calçados teve nível de demanda externa de 82,8 pontos em maio, o mais alto desde fevereiro de 2011, ante 55,9 pontos em abril.

Campelo disse que "há uma possibilidade" de que a valorização do dólar tenha influenciado essa alta do nível da demanda externa. "Com a moeda norte-americana mais valorizada, o empresário pode diminuir o preço de seu produto em dólar que, na conversão, é compensado pelo câmbio", afirmou, em entrevista à imprensa, em São Paulo. "Ele acaba ganhando mercado, mas ainda é cedo para avaliar com precisão o efeito do câmbio."

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