Investigadores espanhóis estão tentando determinar a causa do acidente ferroviário que matou 77 pessoas e feriu mais de 140 nesta quarta-feira, véspera de um grande festival cristão na cidade de Santiago de Compostela.
O trem, que levava 218 passageiros, descarrilou antes de chegar a Santiago e os oito vagões começaram a colidir entre si. O descarrilamento ocorreu na ferrovia que une Madri a Ferrol, na curva mais fechada do percurso entre as cidades de Ourense e Santiago.
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Foram encontrados 73 mortos no local do acidente e outras quatro pessoas não resistiram a ferimentos e faleceram no hospital, disse Maria Pardo Rios, porta-voz do tribunal de justiça da região da Galícia. Pelo menos, 141 pessoas ficaram feridas e algumas estão em estado grave.
Segundo o chefe da companhia ferroviária estatal Renfe, Julio Gomez-Pomar Rodriguez, o trem não tinha "problemas técnicos" e havia sido inspecionado poucas horas antes. "O que sabemos é que o trem não tinha quaisquer problemas técnicos. O trem tinha passado por uma inspeção naquela mesma manhã", disse Rodriguez disse a emissora de rádio Cadena Cope após descarrilamento de quarta-feira.
As autoridades não identificaram as causas do acidente, mas uma porta-voz do Ministério do Interior da Espanha disse nesta quinta-feira que a possibilidade de que o descarrilamento foi causado por um ataque terrorista havia sido descartada. Ela falou em condição de anonimato por causa da política do ministério.
Sobreviventes retirados dos destroços e moradores da região disseram a repórteres que o trem parecia estar viajando em alta velocidade em uma curva muito acentuada. "Eu ouvi o que parecia ser uma bomba e, em seguida, houve uma grande nuvem de poeira", disse um morador à televisão espanhola.
O representante do governo central na região da Galícia, Samuel Juarez, disse que não havia "indícios" de crime e que os investigadores estavam trabalhando com a hipótese de que a causa foi acidental. A ministra do Desenvolvimento, Ana Pastor, afirmou que os investigadores e autoridades montaram uma sede improvisada perto do local do acidente, mas acrescentou que é prematuro especular sobre a causa.
Este foi o pior acidente de trem na Espanha desde 1972, quando um trem colidiu com um ônibus no sudoeste do país, matando 86 pessoas e ferindo 112. O primeiro-ministro Mariano Rajoy, que nasceu em Santiago de Compostela, visitou a cena do acidente com a equipe de resgate e, em seguida, foi a um hospital para visitar os feridos. Autoridades da cidade cancelaram as cerimônias do festival religioso, que atrai anualmente dezenas de milhares de cristãos de todo o mundo.
O governo da Espanha declarou três dias de luto oficial pelas vítimas do acidente, informou o primeiro-ministro Mariano Rajoy nesta quinta-feira.
"Hoje eu vou assinar um decreto declarando três dias de luto oficial em toda a Espanha", disse ele a repórteres em Santiago de Compostela.
O rei Juan Carlos e o príncipe Felipe cancelaram seus compromissos públicos desta quinta-feira após o acidente. O presidente da Galícia, onde ocorreu o acidente, Alberto Núñez Feijóo, anunciou sete dias de luto na região. Fonte: Dow Jones Newswires e Associated Press.