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A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (13) com o Ministério Público Federal, a Controladoria Geral da União e a Receita Federal, a Operação 14 Bis. A investigação mira em um esquema de gestores e de empresas que teriam se juntado para fraudar licitações e contratos no âmbito da Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Campus Cornélio Procópio (UTFPR-CP). Há indícios de irregularidades de cerca de R$ 5,7 milhões.

Em nota, a PF informou que cerca de 90 policiais federais e servidores da CGU e da Receita cumprem 20 mandados de prisão temporária e 26 mandados de busca e apreensão, além de sequestro e indisponibilidade de bens. A ação ocorre nas cidades de Uraí, Cornélio Procópio, Nova América da Colina e Maringá, todas no Paraná.

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As investigações apontaram a ocorrência de "irregularidades graves" em contratos celebrados entre a UTFPR-CP e empresas que prestaram serviços de manutenção predial, manutenção de ar-condicionado, manutenção de veículos, fornecimento de materiais de construção e serviços de reprografia.

Entre as irregularidades estão a suspeita de obtenção de informação privilegiada, formação de grupo econômico, uso de documento potencialmente falso ou insuficiente para atesto de capacidade técnica, pagamentos superiores aos valores contratados, superfaturamento, sobrepreço, frustração de concorrência, suspeita de pagamento de materiais não recebidos ou desviados, entre outros.

A PF destacou que a UTFPR recebeu denúncia relativa aos fatos na operação e "imediatamente adotou medidas em âmbito administrativo, como, por exemplo, a realização de auditorias conduzidas por sua unidade de Auditoria Interna, além da demissão, mediante Processos Administrativos Disciplinares, de dois servidores envolvidos nas fraudes".

Os presos serão conduzidos à Delegacia de Polícia Federal em Londrina onde permanecerão à disposição da Justiça.

Os suspeitos poderão responder pelos crimes de associação criminosa, falsidade ideológica, peculato, corrupção passiva, corrupção ativa, crimes contra o processo licitatório, sem prejuízo de outras implicações penais a serem constatadas,

O nome da operação é uma alusão à empresa criada para facilitar os desvios.

O Ministério Público da Suíça informou nesta quinta-feira, dia 1º, que, a pedido da Justiça brasileira, está levantando os documentos e extratos de quatro contas bancárias atribuídas ao ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza. O órgão confirmou ainda ao jornal O Estado de S. Paulo que congelou qualquer movimentação financeira envolvendo as contas no banco Bordier & Cia.

O objetivo é desvendar a origem e o destino das transferências que teriam sido realizadas por Souza - apontado como operador do PSDB - entre 2007 e 2018. Segundo a Justiça brasileira, os recursos somavam R$ 113 milhões antes de serem transferidos das contas suíças para o Caribe. Foi pedido o bloqueio da soma.

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O material apurado pelo MP suíço será enviado ao Brasil para que a Procuradoria-Geral da República possa dar seguimento aos inquéritos. Em declaração nesta quinta, o escritório do procurador-geral da Suíça confirmou que, por solicitação das autoridades brasileiras, "um pedido de assistência mútua legal está atualmente sendo conduzido" em relação ao suspeito.

Os suíços confirmaram que foram eles quem primeiro repassaram ao Brasil, de forma espontânea, a informação da existência das contas. Em 2017, as autoridades suíças encontraram R$ 113 milhões (35 milhões de francos suíços) em quatro contas no país europeu em nome do ex-diretor da Dersa. Ele comandou a estatal paulista entre 2007 e 2010, período que compreende o mandato do ex-governador e atual senador José Serra (PSDB).

Poucos meses depois do primeiro contato entre os suíços e o Brasil, no entanto, em novembro de 2017, a Procuradoria em Berna indicou que recebeu um pedido de cooperação por parte do Ministério Público Federal para que os dados fossem aprofundados. O trabalho dos suíços tem sido o de coletar, no Bordier & Cia, todos os extratos e documentos de transações relativas às quatro contas, desde o dia de sua abertura, em 2007, até hoje.

Conforme apurou o jornal, a descoberta das contas foi revelava pelo próprio banco, que decidiu informar às autoridades de regulação da Suíça sobre a existência do depósito depois de identificar transações suspeitas. Isso teria ocorrido em junho de 2016.

As contas estão vinculadas a uma offshore panamenha e, ainda no ano passado, o suspeito teria transferido os ativos para outro paraíso fiscal, nas Bahamas. A suspeita dos investigadores é de que o dinheiro teria saído da Suíça diante do avanço das apurações do MP suíço contra brasileiros citados em casos da Lava Jato.

As contas, mesmo assim, foram congeladas. Ainda que os valores já não estejam mais na Suíça, a esperança dos procuradores é de que os extratos e documentos bancários ajudem a elucidar a origem dos recursos e quem, durante quase uma década, teria sido beneficiário dos depósitos.

Supremo

O caso ainda foi anexado pelos advogados do ex-diretor da Dersa ao inquérito em curso no Supremo Tribunal Federal, com relatoria do ministro Gilmar Mendes, que investiga o senador José Serra. O procedimento foi autorizado pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato na Corte, com base na delação da Odebrecht - ex-executivos da empreiteira relataram irregularidades em obras do Rodoanel, em São Paulo. Os citados negam.

Defesas

O advogado Daniel Bialski, que defende ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza, disse que "efetivamente" não teve acesso a essa investigação e também aos documentos citados pelo Ministério Público Federal sobre as contas atribuídas fora do País.

"Ademais, essa investigação feita em SP afronta decisão anterior proferida em reclamação perante o STF e por isso, a defesa aguarda decisão sobre requerimento feito pedindo a avocação desse novo procedimento à Excelsa Corte e, igualmente, o reconhecimentos da nulidade de seus atos e decisões."

Em nota, a Dersa e o governo do Estado de São Paulo afirmam que Souza não faz parte da empresa desde abril de 2010 e que, desde 2011, instituiu um Código de Conduta Ética e criou canais internos para o recebimento de denúncias.

O texto diz ainda que tanto a empresa quanto o governo paulista têm interesse na apuração dos fatos e no andamento das investigação. "A companhia reforça seu compromisso com a transparência e permanece à disposição dos órgãos de controle para colaborar com o avanço das investigações."

"Se houve conduta ilícita com prejuízo aos cofres públicos, o Estado irá cobrar as devidas responsabilidades, como já agiu em outras ocasiões", afirma a nota.

O senador José Serra (PSDB-SP), que governou o Estado entre 2007 e 2010, disse, em nota, que "não tem nenhuma relação com esses fatos apontados". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu, em alegações finais no âmbito de ação penal no Supremo Tribunal Federal (STF), a condenação do líder do governo no Congresso, André Moura (PSC-SE), por um suposto esquema de desvio de verbas na Prefeitura de Pirambu, no Sergipe. A chefe do Ministério Público Federal ainda requer o pagamento de R$ 3 milhões, equivalente ao triplo das verbas subtraídas dos cofres públicos.

Moura foi prefeito de Pirambu nos períodos de 1997 a 2000 e de 2001 a 2004. Posteriormente, elegeu seu sucessor, Juarez Batista dos Santos.

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No âmbito das investigações, Batista afirmou à Polícia que, mesmo em seu período como prefeito, o município continuava sendo administrado por André Moura.

A procuradora-geral afirma que Batista, no cargo de Prefeito, teria feito diversos desvios a André Moura. Entre eles, a "disponibilização de linhas telefônicas, de veículos e de servidores para atividades políticas e pessoais" ao deputado e seus familiares, "entrega de dinheiro em espécie, sacado dos cofres municipais mediante simples solicitação". "Até mesmo as empresas que forneciam merenda escolar eram obrigadas a fornecer alimentos, bebidas e outras mercadorias", segundo a denúncia.

Segundo Juarez, "com o início da campanha eleitoral de André Moura para Deputado Estadual, nas eleições gerais de 2006, as exigências ilícitas do ex-prefeito foram ampliadas, como por exemplo, o repasse de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) entre os meses de abril e setembro de 200".

O ex-prefeito diz que, sem conseguir atender às demandas municipais, "passou a cortar os desvios de recursos públicos". Ele ainda relatou "que a partir de então recebeu ameaças, algumas do próprio parlamentar".

"No dia 23/06/200710, o vigilante de sua residência, Joseano Zeferino dos Santos, foi ferido ao trocar tiros com quatro homens encapuzados, que tentaram invadir a casa. Sentindo-se ameaçado, decidiu delatar os crimes praticados na administração pública municipal", relata Raquel.

Defesa

A reportagem ligou e enviou mensagens ao deputado federal, mas ainda não obteve resposta. O espaço está aberto para manifestação.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio determinou hoje (5) o arquivamento de um inquérito aberto em 2004 contra o senador Romero Jucá (PMDB-RR). O pedido de arquivamento foi feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em função da prescrição da pretensão punitiva.

O inquérito apurava o envolvimento do senador em um suposto esquema de desvios de recursos oriundos de emendas parlamentares para o município de Cantá (RR) em troca de vantagens indevidas, entre 1999 e 2001.

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Ao solicitar o arquivamento, a PGR afirmou que os dados colhidos durante as investigações foram insuficientes para "colher elementos indicativos ou comprobatórios" da prática de delitos". Para a procuradoria, a prescrição da pretensão punitiva ocorreu em 2017, 16 anos após a data dos supostos crimes.

O ex-prefeito de Belém Duciomar Costa (PTB), o "Dudu", afirmou à Polícia Federal que detém "apenas a posse" de uma área de mil hectares no município de Nova Timboteua, no Pará. "Dudu" prestou depoimento em 1º de dezembro, quando foi preso na Operação Forte do Castelo por suspeita de ligação com esquema de fraudes em licitações e desvios de R$ 400 milhões de recursos públicos durante sua gestão (2005/2012) - agora, o ex-prefeito está em regime domiciliar.

"Possui apenas a posse de uma área rural em Nova Timboteua, há aproximadamente dois anos; esclarecendo que a referida propriedade possui área aproximada de 1.000 hectares", declarou o ex-prefeito em depoimento.

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Os investigadores da Operação Forte do Castelo suspeitam que o gari Célio Araújo de Souza tenha sido usado como "laranja" do ex-prefeito. Em nome de Célio estão registrados dois imóveis, a Fazenda Tangará I e a Fazenda Tangará II.

O ex-varredor de rua de Belém experimentou um estupendo aumento patrimonial. Em 2006 era dono de um carro popular. Em 2015, detinha R$ 1,6 milhão e "grande quantidade de gado’ - um salto de 6.567%. Ele é acusado por improbidade administrativa em três de seis ações que o Ministério Público Federal no Pará ajuizou contra o ex-prefeito.

"Tomando-se por base os dados do Cadastro Ambiental Rural é possível observar que Célio Araújo de Souza, também investigado na operação Forte do Castelo, teria sido utilizado como suposto proprietário da Fazenda Tangará I para registro na Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas/PA)", afirma a Procuradoria em ação de improbidade administrativa contra o ex-prefeito.

Os investigadores identificaram que a Tangara I tem 713 hectares e é "muito mais extensa" que a Tangara II - 90 hectares.

"Embora o investigado Célio Araújo de Souza esteja registrado na Semas/PA como proprietário dessas duas fazendas, em consulta às suas Declarações de Imposto de Renda, verificou-se que este não declarou à Receita Federal possuir qualquer propriedade rural. Já Duciomar Costa declarou uma das fazendas à Receita Federal, muito embora não seja registrado como proprietário de qualquer fazenda junto a Semas/PA", afirma a Procuradoria da República.

No depoimento, "Dudu" foi questionado sobre a propriedade da fazenda. O ex-prefeito de Belém afirmou que "não é proprietário da Fazenda Tangara, esclarecendo que apenas detém a posse".

A PF quis saber de "Dudu" sobre a relação com o ex-varredor de rua e com a Fazenda Tangara. O ex-prefeito afirmou não saber. "Não sabe o porquê consta o nome de Célio no registro da Fazenda na Semas/PA. Neste particular esclarece não conhece pessoa de nome Célio Araújo de Souza", disse. "Parte das reses da fazenda Tangara é do declarante (Duciomar Costa), não sabendo de quem são as demais". O prefeito informou possuir "entre 300 e 400 cabeças de gado".

Segundo o Ministério Público Federal no Pará, Célio está ligado a quatro empresas. Entre 2007 e 2009, ele foi um dos controladores da Metrópole Construção e Serviços de Limpeza. No mesmo período, esteve à frente da SBC Sistema Brasileiro de Construção. Atualmente é responsável pela Prestibel Construções e pela ST - Sistema e Transporte. Todas as empresas estão na mira da Forte do Castelo.

A investigação aponta que no mesmo período em que esteve ligado às empresas, Souza tinha outras ocupações. De 2007 a 2011, atuou como varredor de rua, auxiliar de escritório, coletor de lixo domiciliar e ajustador ferramenteiro.

A Operação Forte do Castelo identificou que a empresa SBC, da qual Souza foi sócio, firmou contratos com a prefeitura da capital paraense no montante total de R$ 288 milhões, entre 2009 e 2011. A SBC também é controlada por Elaine Baia Pereira, mulher de "Dudu".

Duciomar foi senador entre 2002 e 2004 e prefeito de Belém entre 2005 e 2012. O Ministério Público Federal aponta que, em 2003, o patrimônio pessoal de "Dudu" alcançou R$ 1 milhão. Segundo a Procuradoria, no final do ano de 2015, esteve "próximo de R$ 3 milhões".

Defesa

A reportagem entrou em contato com a defesa de Duciomar Costa "Dudu". O espaço está aberto para manifestação.

A empresária Elaine Baia Pereira, mulher do ex-prefeito de Belém Duciomar Costa (PTB), o "Dudu", afirmou em depoimento à Polícia Federal que os R$ 7,7 milhões pagos pela Andrade Gutierrez à empresa Metrópole Construção e Serviços de Limpeza estão ligadas a "serviços de locação de equipamentos".

As transferência ocorreram, segundo a Operação Forte do Castelo, entre 18 de setembro de 2006 e 2 de fevereiro de 2012. A Metrópole é controlada pela mulher do ex-prefeito, que declarou não lembrar quem seriam seus clientes.

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"Dudu" foi senador entre 2002 e 2004 e prefeito de Belém entre 2005 e 2012. O ex-chefe do Executivo da capital paraense é o alvo maior da investigação.

A PF e a Procuradoria suspeitam que "Dudu" comandava organização criminosa que teria desviado R$ 400 milhões dos cofres públicos por meio de fraudes a licitações durante sua gestão na capital paraense, entre 2005 e 2012, nas secretarias de Comunicação, Habitação e Urbanismo. O prejuízo já identificado pela Operação Forte do Castelo inclui recursos federais do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), convênios celebrados com o Ministério do Esporte e repasses do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) e do Fundo Nacional de Saúde (FNS).

"Dudu" e Elaine foram presos pela Polícia Federal em 1º de dezembro, mesma data em que prestaram depoimento. O casal está em regime domiciliar.

A Forte do Castelo investiga duas empresas de Elaine Baia Pereira. O Ministério Público Federal no Pará identificou que a empresa SBC (Sistema Brasileiro de Construção) firmou contratos com a prefeitura da capital paraense no montante total de R$ 288 milhões, entre 2009 e 2011. Já a Metrópole Construção e Serviços de Limpeza firmou contratos com o Executivo de Belém sem ter empregados registrados.

A PF questionou a mulher do ex-prefeito sobre os motivos dos repasses de R$ 7,7 milhões pela Andrade Gutierrez à Metrópole. "(Elaine Baia Pereira) informou que se deve ao serviço de locação de equipamentos que a Metrópole realizava para a Andrade Gutierrez. Não sabe precisar o número de funcionários Metrópole", respondeu Elaine. "Os equipamentos alugados, quando há regras que assim determina, possuem número de registro nos órgãos competentes."

Os investigadores quiseram, então, saber da mulher do ex-prefeito como a Metrópole "prestava serviços e recebeu valores anteriormente de diversas empresas, entre elas a Andrade Gutierrez, entre 2007 a 2009, se apenas passou a ter empregados a partir de 2009".

Elaine informou "que pode ter apenas alugado seus equipamentos para tais empresas, quando não é necessária a participação de funcionários, ou ter realizado os serviços mediante contrato de terceirização".

"Perguntada sobre quais as experiências que as empresas Metrópole Construção e Serviços de Limpeza Ltda., SBC - Sistema Brasileiro de Construção Ltda. tinham antes de contratar com o município de Belém, informou não se recordar quais são elas, nem se recorda quem seriam esses clientes, mas que tinha os requisitos necessários para atender ao edital das licitações", afirma o depoimento.

Durante o depoimento, Elaine declarou à PF que "tanto o patrimônio da empresa Metrópole como o seu patrimônio pessoal estão regularmente declarados".

Quando os repasses da Andrade Gutierrez foram tornados públicos, no início de dezembro, a empreiteira se manifestou desta forma: "A Andrade Gutierrez informa que segue colaborando com as investigações em curso dentro do acordo de leniência firmado pela empresa com o Ministério Público Federal e reforça seu compromisso público de esclarecer e corrigir todos os fatos irregulares ocorridos no passado".

O juiz da 3ª Vara Federal Criminal, Rubens Rollo D’Oliveira, de Belém, mandou bloquear R$ 416.131.044,82 do ex-prefeito da capital paraense Duciomar Costa, o "Dudu" (PTB), na Operação Forte do Castelo. O confisco do mesmo valor alcança ainda a mulher dele, Elaine Baia Pereira, e sua cunhada Ilza Baia Pereira.

A PF e a Procuradoria suspeitam que Dudu comandava organização criminosa que teria desviado R$ 400 milhões dos cofres públicos por meio de fraudes a licitações durante sua gestão na capital paraense, entre 2005 e 2012, por meio de contratos no âmbito das Secretarias de Comunicação, Habitação e Urbanismo.

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O prejuízo já identificado pela Operação Forte do Castelo inclui recursos federais do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), convênios celebrados com o Ministério do Esporte e repasses do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) e do Fundo Nacional de Saúde (FNS). Duciomar foi senador entre 2002 e 2004 e prefeito de Belém entre 2005 e 2012.

A Justiça ordenou também o bloqueio de duas empresas controladas pela mulher de Dudu: R$ 231.005.839,49 da Metrópole Construção e Serviços de Limpeza e R$ 181.620.244,80 da SBC (Sistema Brasileiro de Construção).

O Ministério Público Federal no Pará identificou que a empresa SBC firmou contratos com a prefeitura da capital paraense no montante total de R$ 288 milhões, entre 2009 e 2011. Já a Metrópole Construção e Serviços de Limpeza fechou contratos com o Executivo de Belém sem ter empregados registrados.

Por ordem do juiz da Forte do Castelo, as duas empresas e também a Brasil Ambiental não podem mais receber pagamentos da prefeitura de Belém. Rubens Rollo D’Oliveira determinou ainda o confisco de veículos em nome dos investigados e a indisponibilidade de um imóvel do ex-prefeito.

As defesas de Duciomar Costa e Elaine Pereira foram procuradas mas não responderam. O espaço está aberto para as manifestações delas.

A ex-prefeita de Ribeirão Preto (SP) Dárcy Vera prestou depoimento à Justiça pela primeira vez na manhã desta terça-feira (5) e negou ter recebido propina. Dárcy é acusada de envolvimento no desvio de R$ 45 milhões da prefeitura.

Presa desde maio passado e investigada sob a suspeita de ter se beneficiado com R$ 7 milhões, ela se negou a responder a perguntas que não fossem feitas por sua defesa. Dárcy confirmou, porém, ter recebido R$ 120 mil de uma advogada citada no esquema de corrupção, mas alegou que foi um empréstimo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A Polícia Federal (PF), com apoio da Receita Federal, abriu nesta terça-feira, 5, a Operação Kali. A investigação mira uma suposta organização criminosa envolvida em desvio de recursos públicos, corrupções ativa e passiva e lavagem de dinheiro nos Estados de Alagoas, Pernambuco e Maranhão.

Na ação, foram empregados 110 policiais federais e equipes da Receita Federal para cumprimento de 25 mandados de busca e apreensão, ordens de sequestro de bens e bloqueios de contas e veículos, expedidos pela 2ª Vara Federal de Alagoas.

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A investigação é um desdobramento da Operação Astaroth, deflagrada em julho de 2017 que desvelou um grande esquema de desvio de recursos públicos da Prefeitura Municipal de Marechal Deodoro, ocorrido entre os anos de 2009 e 2016.

O nome "Kali" é uma alusão à deusa hindu que é considerada a destruidora da maldade e ceifadora de demônios.

A Operação Forte do Castelo - ação integrada da Polícia Federal, Procuradoria e Controladoria -, aponta o suposto envolvimento do ex-senador e ex-prefeito de Belém Duciomar Costa, o "Dudu" (PTB), em desvios de verbas públicas no âmbito de cinco obras na capital paraense. O Ministério Público Federal no Pará vê indícios de fraude até em licitação para urbanização de favelas.

"Dudu" e mais três investigados foram presos temporariamente na sexta-feira, 1. A Justiça converteu a custódia do ex-prefeito e de sua mulher Elaine Baia Pereira em regime domiciliar.

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A PF e a Procuradoria suspeitam que "Dudu" comandava organização criminosa que teria desviado R$ 400 milhões dos cofres públicos por meio de fraudes a licitações durante sua gestão na capital paraense, entre 2005 e 2012, nas secretarias de Comunicação, Habitação e Urbanismo.

O prejuízo já identificado pela Operação Forte do Castelo inclui recursos federais do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), convênios celebrados com o Ministério do Esporte e repasses do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) e do Fundo Nacional de Saúde (FNS).

Os desvios na gestão "Dudu" teriam ocorrido por meio de fraudes a licitações e contratos com empresas da construção civil firmados com as áreas da Habitação e Urbanismo e Comunicação no período em que ele administrou Belém.

Os investigadores descobriram, ainda, subcontratações.

Ao pedir a prisão de "Dudu", a Procuradoria indicou as licitações com indícios de irregularidades: três concorrências públicas (obras de infraestrutura nas Sub Bacias 3 e 4 da Estrada Nova, Requalificação do Complexo Viário do Entroncamento e contratação de empresas de comunicação) e duas tomadas de preço (obras da Sub-Bacia II da Estrada Nova - Urbanização de favela - e urbanização da Bacia do Paracuí).

Os investigadores da Operação Forte do Castelo descobriram que o grupo ligado ao ex-senador e ex-prefeito de Belém não tinha capacidade financeira, mas ainda assim, durante sua gestão na capital paraense (2005/2012), assumiu o controle de empresas e passou a receber "volume significativo de recursos públicos". Além de "Dudu", são alvo da operação investigados ligados a ele.

"Tais pessoas acompanharam Duciomar Costa em seus diversos cargos públicos, e, ao iniciar-se a gestão dele como prefeito, tornaram-se titulares de empresas que foram contratadas pelo município de Belém, direta ou indiretamente, com uso de recursos de variadas fontes, dentre os quais valores federais, sendo que tais pessoas não possuíam capacidade financeira para serem responsáveis por empresas que, repentinamente, passaram a receber um volume significativo de recursos públicos, em contratos diretos com a Prefeitura de Belém ou em subcontratações por empresas que venceram/tiveram dispensadas licitações junto ao município", diz o Ministério Público Federal.

A PF informou que o nome da operação que levou "Dudu" para a cadeia, em seguida para o regime domiciliar, faz referência à construção levantada sobre a Baía do Guarajá no ano de 1616, ano da fundação da cidade de Belém, para conter ataques de saqueadores que rondavam a região.

Forte do Castelo teve origem após auditoria da Controladoria em licitações da prefeitura de Belém, entre 2005 e 2012.

A investigação foi aberta após solicitação do Ministério Público Federal à Controladoria para analisar processos licitatórios da prefeitura de Belém com a participação de quatro empresas investigadas.

As fiscalizações da CGU constataram "indícios de fraude ao caráter competitivo e o direcionamento de licitações para beneficiar as empresas, todas vinculadas ao grupo de pessoas ligadas ao ex-prefeito".

"Dudu" e seus aliados deverão ser indiciados por fraudes em licitações, crimes de apropriação de recursos públicos, corrupção e associação criminosa.

Defesa

A reportagem tentou contato com a defesa do ex-prefeito, mas não havia obtido sucesso até a publicação desta matéria.

A Polícia Federal, com a participação do Ministério Público Federal, Ministério Público do Estado do Amapá, da Controladoria-Geral da União e do Tribunal de Contas da União, deflagrou na manhã desta terça-feira, 31, a Operação Senhores da Fome. A investigação mira o desvio de recursos destinados a merenda escolar do Amapá.

Em nota, a PF informou que estão sendo cumpridos quatro mandados de prisão temporária, sete mandados de condução coercitiva e 18 mandados de busca e apreensão em Macapá. Cerca de 120 policiais federais participam da ação.

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A operação investiga a atuação de empresários, diretores de escolas e servidores da Secretaria de Educação do Estado do Amapá no desvio de aproximadamente R$ 2 milhões, destinados a merenda escolar de vários municípios do Estado.

Com o desvio, pelo menos 52 escolas da capital amapaense ficaram sem os alimentos da agricultura familiar. De acordo com as investigações, no início de 2016, vários diretores assinaram o termo de recebimento dos alimentos sem, entretanto, recebê-los. Algumas dessas entregas teriam sido feitas, inclusive, no período de férias escolares.

Os investigados irão responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de peculato, associação criminosa e falsidade ideológica.

O prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre (PT), e sua mulher Gicélia Viana foram conduzidos coercitivamente pela Operação Buracos, deflagrada nesta segunda-feira, 30, pela Polícia Federal em ação conjunta com a Procuradoria e a Controladoria-Geral da União que investiga desvios de cerca de R$ 700 milhões em recursos públicos no âmbito do Departamento de Estradas de Rodagem do Acre e do DNIT de Rondônia.

Marcus Alexandre, que foi diretor-presidente do Departamento de Estradas do Acre, é aliado do governador Tião Viana (PT). No sábado, o prefeito foi lançado pré-candidato pelo partido à sucessão de seu padrinho político.

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O esquema investigado envolve servidores do Deracre e do DNIT/RO, além de empresários. Os valores eram pagos por serviços não executados e materiais que nunca seriam entregues. O grupo também se utilizava de funcionários fantasmas.

Três servidores do DNIT/RO foram afastados de seus cargos por suspeita de envolvimento com a organização.

São investigados os crimes de peculato, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

O nome da operação faz referência a uma assertiva de que "no Estado do Acre, buracos dão lucros para poucos!"

Segundo a PF, foram apreendidos com um alvo da Operação Buracos R$ 15 mil em dinheiro e um revólver calibre 38. O inquérito foi aberto em 2013.

O delegado Jacob Melo, que conduz a operação, afirmou que a PF não tem interesses políticos em suas missões e se empenha na defesa da sociedade. "Temos interesse em investigar os fatos." Segundo ele, a PF investiga "do mendigo ao presidente da República".

A reportagem tentou contato com a prefeitura de Rio Branco, mas ainda não obteve retorno.

A Polícia Federal fez buscas nesta sexta-feira, 20, na residência e no escritório da executiva Isabel Izquierdo Mendiburo Degenring Botelho, suspeita de realizar a abertura e a gestão de contas de Maurício de Oliveira Guedes, o "Azeitona", e Paulo Cezar Amaro Aquino, o "Peixe", ex-gerentes da Petrobras, mantidas e abastecidas com propinas da Odebrecht junto ao Banco Société Générale.

Isabel mora e atua no Brasil. Documentos obtidos pelo Ministério Público Federal mediante cooperação jurídica internacional revelam que ela providenciou a papelada para abertura de contas de "Azeitona" e "dois ex-gerentes da estatal petrolífera, por meios das quais foram movimentados milhões no exterior".

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O esquema descoberto na nova fase da Lava Jato, que não ganhou nome da PF pela primeira vez, mostra que um grupo de quatro ex-gerentes da estatal petrolífera recebeu R$ 95 milhões em propinas, por meio de contratos aditivados com a empreiteira. Desse total, pelo menos R$ 32 milhões foram remetidos para contas no exterior.

Em depoimento à PF, Maurício "Azeitona" admitiu que abriu uma conta no Banco Société Générale, da Suíça, por sugestão do executivo da Odebrecht Rogério Santos de Araújo e que foi surpreendido pela realização de um depósito. Ele afirmou que procurou Rogério e disse a ele "que não concordava com aquilo e não queria estar envolvido em nada relacionado a propina".

"Azeitona" declarou que "não ficou com o dinheiro". Para abrir a conta, disse à PF, teria contado com o auxílio de Isabel.

Os procuradores dizem que Isabel era representante ou agente do Banco Société Générale no Brasil, tendo ela também auxiliado a abertura da conta em nome da offshore Kateland International utilizada por Paulo Cezar Amaro Aquino, o "Peixe".

A pedido da Procuradoria, o juiz federal Sérgio Moro autorizou buscas de provas nos endereços de um outro ex-dirigente da Petrobras, Djalma Rodrigues de Souza, o "Jabuti" - ex-diretor de Novos Negócios da Petroquisa - e também de Isabel Izquierdo Mendiburo Degenring Botelho e de suas empresas.

"O quadro probatório é mais do que suficiente para caracterizar causa provável a justificar a realização de busca e apreensão nos endereços dos investigados", destacou Moro. "No caso de Isabel Izquierdo Mendiburo Degenring Botelho, a busca terá por objetivo verificar se abriu contas no exterior para outros executivos da Petrobras ou para outros agentes públicos."

"Os mandados terão por objeto a coleta de provas relativa à prática pelos investigados dos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, associação criminosa, evasão fraudulenta de divisas, além dos crimes antecedentes à lavagem de dinheiro", anotou Moro.

A reportagem procurou o Société Générale Brasil e aguarda retorno.

Em nova etapa da Operação Lava Jato, deflagrada nesta sexta-feira (20) a Polícia Federal mira corrupção na Petrobras. Agentes cumprem 10 mandados judiciais decorrentes de investigação que tramita perante a 13ª Vara Federal de Curitiba, sob tutela do juiz federal Sérgio Moro, para apurar o pagamento de vantagens indevidas a executivos da estatal por meio do Setor de Operações Estruturadas, o departamento de propinas do Grupo Odebrecht. Um dos alvos de mandado de prisão é o ex-gerente executivo da área Internacional da Petrobras Luis Carlos Moreira.

Em nota, a PF informou que estão sendo cumpridos quatro mandados de busca e apreensão, um mandado de condução coercitiva e um mandado de prisão temporária. Estão sendo ainda realizadas três intimações determinadas pelo Juízo Federal com a imposição de outras medidas cautelares conforme estabelece os artigos 282 e 319 do Código de Processo Penal.

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De acordo com as investigações, há indícios concretos de que um grupo de gerentes da Petrobras uniram-se para beneficiar a Odebrecht em contratações com a petroleira, mediante o pagamento de valores de forma dissimulada em contas de empresas off-shores estabelecidas no exterior.

Os investigados responderão pela prática dos crimes de associação criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro.

O investigado preso temporariamente será conduzido à carceragem da Polícia Federal em Curitiba/PR.

Em outro procedimento e atendendo também à determinação da 13ª Vara Federal de Curitiba/PR, a Polícia Federal deu cumprimento a um mandado de prisão preventiva de réu condenado em ação penal.

Também neste caso o réu será conduzido à Superintendência da Polícia Federal em Curitiba/PR.

Discriminação dos mandados:

RIO DE JANEIRO/RJ

3 mandados de busca e apreensão

1 mandado de condução coercitiva

1 mandado de prisão temporária

3 intimações de medidas alternativas

1 mandado de prisão preventiva (ação penal)

RECIFE/PE

1 mandado de busca e apreensão

A defesa do deputado Carlos Marun (PMDB-MS) se manifestou sobre a ação que o parlamentar responde por improbidade administrativa. Na ação, o relator da CPMI da JBS é acusado de lesar o erário em 16,6 milhões quando era presidente da Agência de Habitação Popular de Mato Grosso do Sul (Agehab).

Por meio de seus advogados, Marun argui que durante a sua gestão na Agehab "foram atendidas as exigências do Ministério Público Estadual - não renovação do contrato com a (empresa) Dighito e realização de concurso para preenchimento de pelo menos 70% das vagas de trabalho".

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Afirma, ainda, que os funcionários terceirizados não exerceram atividade-fim, como alega o MPE. Cita depoimentos de 25 funcionários que corroboram a afirmação. Na defesa da Dighito, o advogado Ronaldo de Souza Franco argumenta que "todos os serviços remunerados foram prestados na medida exata daquilo que fora contratado".

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta segunda-feira (3) em parceria com o Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União (CGU) a Operação Rota 26, para desarticular uma organização criminosa, formada por servidores do Incra, empresários e ex-prefeitos que teria desviado recursos públicos de obras de implantação e recuperação de estradas vicinais em projetos de assentamento de municípios do Tocantins. O prejuízo estimado é de cerca de R$ 1,5 milhão.

As apurações dos dois órgãos constataram irregularidades como: deficiência na elaboração de projetos de engenharia, impropriedades no acompanhamento e fiscalização de obras, sobreposição de projetos para um mesmo trecho, serviços não executados e pagos e obras executadas fora da área dos assentamentos ou fora da área de acessos a estes.

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Os projetos eram executados e fiscalizados pela Superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária do Estado (Incra/TO). Segundo a PF, teriam sido investidos R$ 4,2 milhões nas obras.

Ao todo, participam da operação cerca de 90 pessoas, entre policiais federais e auditores da CGU. Estão sendo cumpridos 21 mandados de busca e apreensão e 18 de condução coercitiva.

O nome da operação - Rota 26 - é uma alusão à lendária estrada americana que foi desativada em razão do surgimento de estradas mais modernas. O número 26 é mencionado para identificar a Superintendência Regional do Incra no Estado do Tocantins (SR-26).

A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo prendeu nesta quinta-feira (9) o tenente coronel da PM Afonso Adriano Filho, acusado de liderar um esquema de desvios de verba do Quartel Geral da corporação estimados em R$ 7 milhões. A prisão é preventiva e havia sido autorizada pela Justiça.

Há 21 inquéritos policiais militares instaurados para apurar as denúncias contra o esquema que teria sido montado pelo coronel. A suspeita é de que ele e outros policiais tenham fraudado várias licitações feitas pela PM.

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No inquérito que terminou com a prisão desta quinta, a Corregedoria apurou que o coronel fez 200 licitações que tiveram com vencedoras uma mesma empresa, a Construworld, que segundo a investigação pertencia ao próprio coronel Adriano.

A reportagem ainda não conseguiu contato com os defensores do coronel.

O processo corre em segredo de Justiça. A Corregedoria não quis se pronunciar. Os agentes dessa divisão da PM de São Paulo também cumpriram nesta quinta-feira mandados de busca e apreensão de dois sargentos suspeitos de participação no esquema.

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), órgão ligado ao Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP), denunciou 11 pessoas pelos crimes praticados no Instituto Butantan. De acordo com o relatório, aconteceram 340 furtos na instituição, entre 2005 e 2008, somando um total de mais de R$ 33 milhões em prejuízos. Com a correção monetária e as atualizações, o valor pode ultrapassar a casa das centenas de milhões.

Ao todo, 11 pessoas foram denunciadas pelos desvios, depois que a quebra de sigilo revelou que todo o dinheiro foi parar nas contas dos acusados. O dinheiro era repassado ao instituto e fundação para financiar pesquisas e a produção de soros e fármacos que combatem diversas doenças. Também consta no processo uma conta, aberta em nome de uma empresa fantasma, que servia para “esconder” o desvio de volumosas quantias de dinheiro.

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Novo diretor

Após o afastamento de Jorge Kalil, envolvido nas fraudes, o cientista e pesquisador da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, Dimas Tadeu Covas, foi nomeado diretor do Instituto Butantan. A auditoria, concluída em 2015, apontou falhas em processos de licitações e aumento de mais de 1000% no número de empregados ligados à presidência.

Quatro professores universitários foram presos, na manhã desta sexta-feira, 9, suspeitos de desviar recursos financeiros envolvendo bolsas de estudos em um programa de pós-graduação. Três docentes são da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e um da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), em São Leopoldo, região metropolitana da capital. As prisões são temporárias e foram realizadas em uma ação da Polícia Federal (PF), denominada Operação PhD, desencadeada no período da manhã.

Agentes policiais cumpriram seis mandados de prisão, dez de busca e apreensão e dois de condução coercitiva. Durante o cumprimento das diligências, duas funcionárias da UFRGS também foram detidas.

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Conforme a Polícia Federal, a quadrilha teria desviado recursos de R$ 5,8 milhões, que seriam aplicados em pesquisas em saúde coletiva, do Programa de Pós Graduação da UFRGS, ligado à Escola de Enfermagem. A fraude consistia na inclusão de bolsistas sem vínculo com a UFRGS para receber bolsas de R$ 6,2 mil. O valor da bolsa (integral ou parcial) era repassado para os coordenadores dos programas, que gastavam com viagens pessoais, estadias em hotéis entre outras regalias de interesse pessoal.

Durante o processo investigativo, a Polícia Federal constatou que ao menos um aluno adquiriu o certificado de mestre sem frequentar as aulas na Pós-Graduação da Escola de Enfermagem. Os nomes dos suspeitos detidos nesta manhã não foram revelados pela polícia.

A assessoria de imprensa da UFRGS e Unisinos não se manifestaram sobre o assunto. O grupo é investigado por associação criminosa, estelionato e falsidade ideológica.

A Petrobras, a partir de auditorias internas, tem uma estimativa preliminar de que o grupo Odebrecht participou do desvio de pelo menos R$ 7 bilhões da estatal. Os valores levam em consideração não apenas obras de engenharia. Incluem todo um passivo que teria sido criado com superfaturamentos aplicados em contratos de construção de unidades operacionais, de fornecimento de equipamentos, como sondas, e de prestações de serviços, como exploração de petróleo, e que ajudaram a cobrir o pagamento de propinas no esquema de corrupção que envolveu executivos da Petrobrás e políticos.

Segundo relatou ao Estadão uma fonte com trânsito na Petrobrás, o valor não foi divulgado oficialmente e nem informado à própria Odebrecht porque a estatal aguarda o resultado das mais de 70 delações de executivos do grupo Odebrecht. Acredita-se que novos detalhes poderão elevar essa estimativa inicial e deixar a indenização que a Petrobrás vai pleitear ainda mais elevada.

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A lista de negócios do grupo Odebrecht com a Petrobrás é extensa. Os mais lembrados são as obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e do Comperj, o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro. Mas os laços entre o grupo empresarial e a estatal são muitos e diversos.

Odebrecht e Petrobrás são sócias na Braskem. A Odebrecht Óleo e Gás conquistou contratos para perfuração de petróleo. O grupo também participou da reorganização da indústria naval e tornou-se sócio do estaleiro Enseada do Paraguaçu, na Bahia que forneceria sondas. A companhia ganhou até licitação para prestar serviços na área de segurança e meio ambiente em dez países onde a Petrobrás tem atividades. Em muitos negócios, o superfaturamento já foi alvo até de questionamentos do Tribunal de Contas da União.

Estados Unidos.

Segundo o executivo ligado à Petrobrás, além disso, a conta que o grupo Odebrecht terá de pagar por atos ilícitos em diferentes países pode ser mais elevada do que se pressupunha. O Departamento de Justiça dos Estados Unidos avalia cobrar entre US$ 2,5 bilhões e US$ 3 bilhões em multas nos processos em que investiga crimes de corrupção do grupo Odebrecht em diversos países, como Venezuela, Panamá, El Salvador e Equador e que tiveram alguma conexão americana.

Na semana que passou, reportagem publicada pelo Estado mostrou que a Odebrecht negocia com investigadores dos Estados Unidos e da Suíça o maior acordo de leniência da história. O valor inicial em discussão seria da ordem de R$ 6 bilhões. Essa cifra já bateria um novo recorde na história desse tipo de punição, superando a multa mais alta paga até agora, de US$ 1,6 bilhão, aplicada sobre o grupo alemão Siemens.

Odebrecht e a Braskem têm negócios nos Estados Unidos e estão sujeitas à lei americana de anticorrupção no exterior, a FCPA (Foreign Corrupt Practices Act), que proíbe o pagamento de propina a agentes públicos.

A eleição nos Estados Unidos também teria repercussão sobre o processo do grupo brasileiro. Com a vitória de Donald Trump, as equipes de trabalho de vários órgãos serão alteradas, o que inclui áreas responsáveis pelas investigações e pelo acompanhamento dos processos criminais do grupo Odebrecht. Por causa dessa mudança, não se tem clareza sobre os rumos das investigações nos Estados Unidos, nem como será o relacionamento da nova equipe com a força tarefa da Lava Jato no Brasil. A equipe hoje responsável pelo caso prefere acelerar o processo e cobrar as multas o quanto antes.

Procurada pela reportagem por meio de suas assessorias de imprensa, a Odebrecht declarou que não se manifestaria. A Petrobrás não respondeu até o fechamento desta edição.

PARA LEMBRAR

Maior delação da Lava Jato.

A Odebrecht negocia com o Ministério Público Federal a maior delação premiada da Lava Jato, que deve envolver cerca de 70 executivos. As denúncias capitaneadas por Marcelo Odebrecht deverão revelar a atuação de empresas, políticos, partidos e agentes públicos em esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro em negócios com o governo federal e que são ainda desconhecidos pela Justiça. Serão relatadas irregularidades em obras de aeroportos, rodovias, metrôs, usinas de energia, estádios da Copa, contratos nos setores petroquímico, saneamento e defesa, negócios com fundos de pensão e operações com o BNDES, prometendo dar nova dimensão ao escândalo Petrobrás. Até agora a Lava Jato já identificou R$ 6,4 bilhões em esquemas de corrupção na Petrobrás. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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