Três estudos foram apresentados durante a Conferência Internacional da Sociedade Americana Torácica, que aconteceu na Filadélfia, Estados Unidos, trouxeram as novidades sobre as causas e complicações sobre a apneia do sono. Segundo as pesquisas, a asma pode ser considerada como um fator de risco para o surgimento do problema.
Especialistas da Universidade de Wisconsin avaliaram os dados de uma análise feita em 1998, que verificou o risco de 1.500 pessoas desenvolverem apneia do sono em um período de 8 anos. A conclusão é que, quem possui asma, tem 70% a mais de propensão a desenvolver apneia do sono, do que o não asmático. No caso de se adquirir ainda na infância, a chance chega a dobrar.
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Contudo, o fisioterapeuta e diretor geral da TR Médico Hospitalar, Tiago Moura, reconhece que são necessárias pesquisas mais amplas sobre o assunto. "Apenas esses resultados não são suficientes para que o histórico de asma já seja tratado como um forte fator de risco para a apneia do sono", comenta.
Já uma equipe de pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Nova York, avaliou 68 idosos com uma idade média de 71 anos, e concluiu que indivíduos com algum distúrbio respiratório do sono, como a apneia, são mais propensos a ter algum marcador biológico (substância medida para detectar alguma doença ou desequilíbrio no organismo), que indica um estágio inicial da doença de Alzheimer.
O diretor da TR Médico Hospitalar aponta que a análise não explica se o distúrbio do sono causa Alzheimer ou o contrário. "a pesquisa não deixa claro se o distúrbio do sono causa Alzheimer, ou é o Alzheimer que desencadeia o problema, já que a prevalência de apneia do sono na população em geral é de 10% a 20%. Entre pessoas acima dos 65 anos, a incidência vai de 30% a 60%",
Ele explica que a apneia do sono - obstrução nas vias respiratórios que resulta em pausas respiratórias durante a noite - é associada à obesidade, diabetes, pressão alta, ataques cardíacos e derrames. "Pesquisas anteriores já a associaram também a doenças cardiovasculares, depressão e câncer", afirma.
Todavia, a apneia do sono pode ser tratada, reduzindo as chances de aparição de doenças atreladas ao distúrbio. Uma opção é o uso do CPAP - Continuous Positive Airflow Pressure, ou pressão positiva contínua nas vias aéreas -, um equipamento que, através de uma máscara adaptável, mantém uma pressão ventilatória.
O aparelho é normalmente posicionado na mesa de cabeceira e, através de um tubo, conecta-se a uma máscara que adapta-se ao nariz. "Ele normaliza os níveis de saturação de oxigênio enquanto se dorme, além de trazer benefícios como restauração do padrão normal do sono, menos sonolência, melhora na concentração e diminuição no risco de acidentes", detalha o especialista.