O e-commerce (comércio eletrônico) brasileiro teve um crescimento de 47%, a maior alta dos últimos 20 anos, impulsionado pelo isolamento social por conta da pandemia do coronavírus (Covid-19). Os dados são de ma pesquisa feita pela Ebit/Nielsen.
Segundo o estudo, o número de consumidores que compram pela internet aumentou 40%, totalizando 41 milhões de pessoas. Nesse universo, 58% são considerados "heavy users", pessoas que realizam mais de quatro compras online no semestre. Em 2019, o número de "heavy users" era de 53%.
##RECOMENDA##A pesquisa indica que o pico de crescimento das compras online ocorreu no período entre 5 de abril e 28 de junho, quando o comércio eletrônico cresceu 70% em comparação com a mesma época de 2019.
Nordeste e Norte: em alta
O Nordeste teve uma alta de 107% no faturamento de e-commerce em relação ao mesmo período do ano passado e foi responsável por 18% das vendas totais do país. Já o Norte obteve um crescimento de 93% e atingiu 7% das vendas no país.
O levantamento também indica um crescimento nas lojas que atuam no segmento online mas que também possuem lojas físicas, conhecidas como “bricks and clicks”. Elas tiveram um crescimento de 61% no faturamento e atingiram 73,1% das vendas digitais do país.
Segmentos
As lojas exclusivas do ambiente online, chamadas “pure players”, também tiveram altas nas vendas. Segundo a pesquisa, esse modelo de negócio teve um aumento de 26% no faturamento.
Diferente dos demais, as lojas de fabricantes apresentaram uma queda de 8% e o valor médio de compras feitas neste segmento caiu para R$ 213, uma redução de 35% se comparado ao mesmo período em 2019.
A ascensão do delivery
Outro aumento significativo indicado pela pesquisa foi o dos aplicativos de entrega em domicílio (delivery). Dos 2.140 consumidores entrevistados no período de 10 a 13 de julho, alguns começaram a usar os aplicativos ou passaram a usar com mais frequência durante a quarentena. Entre os motivos, 77% alegam o fato de não precisar sair de casa e 36% usam por conta das promoções.
Os dados apontam que os serviços de farmácia e supermercados foram os principais responsáveis para a adesão de novos consumidores do delivery, com aumento de 10% e 14% respectivamente.
Entregas mais demoradas
Com o aumento do volume de produtos comercializados pela internet, um efeito colateral foi o aumento de alguns prazos de entrega. No primeiro semestre de 2020, o prazo médio de entrega foi de 11,3 dias, sendo que no mesmo período de 2019, o tempo era 10,6 dias. Entretanto, a taxa de pedidos entregues dentro do prazo foi de 14%, o que representa um aumento de 2% em relação ao ano passado.