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Embora a atrofia muscular espinhal (AME) esteja relacionada na quinta etapa de implantação do novo número de doenças que podem ser detectadas pelo Teste do Pezinho, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), não há expectativa de quando ela será efetivada. A Lei 14.154, de 26 de maio de 2021, estabeleceu a ampliação de seis para 50 o número das doenças que podem ser detectadas pelo Teste do Pezinho. A lei federal passou a vigorar em 27 de maio de 2022 e deu aos estados prazo de quatro anos para a incorporação das 50 doenças. A neurofisiologista e neurologista Marcela Câmara Machado, membro da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), disse à Agência Brasil que está se tentando sensibilizar os estados para que se mobilizem e acelerem a implantação das novas doenças, “mas ainda não há previsão para que a AME seja incorporada de fato ao Teste do Pezinho”.

No último mês de julho, o Senado Federal instituiu o dia 8 de agosto como Dia Nacional da Pessoa com Atrofia Muscular Espinhal. “O objetivo desse teste é o diagnóstico precoce. Porque a gente já sabe que todas as medicações por via terapia gênica, que é hoje a terapia mais cara do mundo, têm muito mais efeito se a criança é ainda sem sintomas. Ou seja, a gente diagnostica logo que ela nasce, antes de manifestar os sintomas, para ter uma vida, senão normal, muito próxima do normal”, disse a especialista.

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Estima-se que a incidência seja de uma pessoa com AME para cada 10 mil nascidos. No Brasil, são muitas crianças com essa doença considerada rara. Marcela informou que, na Bahia, são entre 7 e 8 crianças nascidas com a doença, por ano. No Brasil, o número se aproxima de 50 a 60 novas crianças a cada ano. “É um número alto para uma doença tão complexa”. Já de acordo com a Associação Brasileira de Amiotrofia Espinhal (Abrame), o país tem hoje cerca de 300 novos casos de AME por ano.

Sem cura

A AME não tem cura. “Os tratamentos são para otimizar e dão melhor resultado, se os diagnósticos são feitos precocemente. Mas ainda não tem cura, apesar dessa terapia genética que se propõe a melhorar a função do indivíduo, recompor a função que é perdida, do ponto de vista genético. A gente não sabe, inclusive, se essa terapia genética terá de ser repetida na pessoa na fase adulta, por exemplo. Não há ainda estudos para isso”, advertiu a neurologista. O que se sabe, atualmente, é que quanto mais precoce a criança é tratada, ela tem um desfecho melhor, destacou a médica.

De acordo com o Ministério da Saúde, a atrofia muscular espinhal (AME) é uma doença rara, degenerativa, passada de pais para filhos e que interfere na capacidade do corpo de produzir uma proteína essencial para a sobrevivência dos neurônios motores, responsáveis pelos gestos voluntários vitais simples do corpo, como respirar, engolir e se mover. “Os indivíduos nascem com uma alteração genética que perde os neurônios, nervos responsáveis pelos movimentos, que estão na região da medula”. A alteração genética faz com que não haja produção de uma substância que deixa esse neurônio saudável.

Marcela Câmara Machado explicou que na fase um, a criança tem uma perda completa desses neurônios, tem uma fraqueza progressiva que leva a uma insuficiência respiratória. “E essa criança, se não tratada, falece até um ano de vida. Ela precisa de ventilação. Se a gente der suporte ventilatório, ela fica dependente de ventilação da parte respiratória durante toda a vida. No estágio do tipo dois, a criança começa a ter sintomas entre seis meses e 18 meses. O tipo três é acima de 18 meses”. A criança começa uma fraqueza progressiva a partir dessa idade. O desfecho não é mais ventilatório. “No tipo dois, depois de seis meses, a criança não é capaz de andar; fica o tempo todo na cadeira de rodas. Na fase da adolescência, ela tem necessidade de suporte ventilatório. É uma doença muito grave, com impactos social, emocional, psíquico muito grandes nas famílias e no paciente também”.

Medicações

No âmbito do SUS, há um medicamento denominado Spinraza. Recentemente, foi incorporado outro remédio, chamado Risdiplam, mas os médicos estão aguardando sua publicação e atualização do protocolo. “Como é uma medicação oral, que depende de preparo de farmácia, os estados estão se organizado para ver a questão de logística. Está para ser publicado”.

A terceira medicação é a terapia gênica (Zolgensma). A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) já deu parecer favorável, mas o medicamento não foi ainda incorporado pelo guia PCDT (Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas). Essa terapia foi liberada para crianças até seis meses de idade. “Mas se a gente não consegue diagnosticar precocemente, não vai conseguir tratá-las com essa terapia”, ressaltou a médica.

Coalizão

A engenheira Adriane Loper, criadora do Instituto Fernando, em homenagem ao filho que morreu aos 9 anos de idade, em decorrência da doença, e uma das líderes do Universo Coletivo AME, informou à Agência Brasil que agosto é o Mês de Conscientização Mundial da AME. No dia 8 próximo, os membros do Universo Coletivo farão um acendeiro de velas e publicarão fotos nas suas redes sociais, “para manter viva a esperança de dias melhores”. O evento é uma homenagem às crianças e jovens que morreram com atrofia espinhal. “Meu filho é um deles”, destacou. As associações mundiais fazem o mesmo gesto. “Em função de tudo isso, agosto é um mês bem especial para nós”.

As lideranças do movimento estão solicitando audiência com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, para argumentar em prol da aceleração da incorporação da AME no Teste do Pezinho. Adriane afirmou que das 50 doenças listadas e que estão à frente da AME, tem muitas que não têm tratamento e a AME, segundo ela, não precisa de tecnologias que tenham que ser adquiridas. “É uma questão de reagentes, mas não de tecnologias”, comentou.

Citou, ainda, que em congresso realizado este ano nos Estados Unidos, foram apresentados casos de crianças que, em função da triagem neo natal, feita nos últimos anos, tomaram medicação com oito dias de vida “e estão andando, com todos os marcos motores normais”. O filho de Adriane, Fernando, ficou nove anos em uma UTI. Ela defendeu que a AME seja incorporada logo no Teste do Pezinho, para que outras crianças, como seu filho, tenham direito à vida. Disse também que as crianças tratadas com diagnóstico precoce representarão uma “economia gigante” para o Poder Público. Nos Estados Unidos, conforme pesquisas apresentadas no congresso, os custos com tratamento precoce da AME se tornaram sete vezes menores.

O Universo Coletivo AME é a maior coalizão no Brasil pela causa da atrofia muscular espinhal que, se não diagnosticada nos primeiros dias de vida, compromete o funcionamento do sistema nervoso motor e dos músculos de forma acelerada. O Coletivo foi fundado em 2019 pela união de cinco instituições que atuam há mais de 20 anos em diferentes regiões do país e são lideradas por mães que vivenciam a AME no dia a dia: Associação de Doenças Neuromusculares Donem), Instituto Viva Íris, Instituto Nacional da Atrofia Muscular Espinhal (Iname), Instituto Fernando, e Associação Brasileira de Amiotrofia Espinhal (Abrame). O grupo atua no acolhimento, educação, conscientização e em ações voltadas para políticas públicas e visa acelerar a cobertura da AME no Teste do Pezinho, para que o diagnóstico seja precoce e, também, para garantir o acesso de todos os pacientes aos medicamentos disponíveis no SUS.

O secretário de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento e Orçamento, Paulo Bijos, afirmou nesta quarta-feira, 22, que não foi incluído o custo adicional do reajuste de salário mínimo para R$ 1.320 no Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias do 1º bimestre de 2023, divulgado nesta quarta. O impacto da medida, segundo ele, seria na ordem de R$ 4,5 bilhões, incluindo os efeitos nos custos da Previdência, abono salarial, seguro-desemprego e Benefício de Prestação Continuada (BPC).

O secretário esclareceu que o novo valor do salário mínimo não foi incluído no relatório por não estar na grade de parâmetros da Secretaria de Política Econômica (SPE). "Consideramos o salário mínimo vigente, de R$ 1.302, essa é a nossa metodologia", disse. Se houver decisão de que o novo salário mínimo seja considerado nas novas estimativas, a SPE irá incorporar na grade e o novo valor será levado em conta das projeções para o próximo relatório, segundo o secretário.

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Bijos afirmou, por outro lado, que o aumento do salário mínimo não afetaria a essência do que foi apresentado no relatório, e tampouco seria necessário um contingenciamento para incluir essa despesa. Isso porque, segundo ele, o espaço fiscal no orçamento hoje é na ordem de R$ 13 bilhões. "LOA (Lei Orçamentária Anual) permanece integralmente disponível para empenho", reforçou.

O anúncio da renegociação do passivo pela Marisa Lojas, ontem, expôs a escassez nas linhas de crédito, especialmente para o varejo, causado pela suspeita de fraude e um rombo de mais de R$ 20 bilhões na Americanas. Com o caixa apertado e vencimentos próximos, a loja de roupas se antecipou e vai conversar com os bancos credores para tentar reescalonar dívidas que somam cerca de R$ 600 milhões, segundo apurou o Estadão/Broadcast. Diferentemente da Americanas, a companhia não entrou com pedido de recuperação judicial.

Especialistas em reestruturação de dívidas e advogados afirmam que o caso Americanas afetou a confiança e a capacidade de crédito das varejistas, com impacto na cadeia de fornecedores. Pesaram o escândalo e a imprevisibilidade da insolvência da varejista agora em recuperação judicial.

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FILA GRANDE

Segundo um especialista em reestruturação de empresas que pediu para não ser identificado, outras varejistas recorrerão às renegociações. Ele diz que "a fila vai ser grande".

Outras varejistas tiveram medo da contaminação do ambiente de crédito em razão da Americanas e correram desde o início da crise para dizer aos bancos que suas estruturas financeiras eram diferentes. Para aquelas que conseguiram mostrar capacidade de pagamento e balanços mais transparentes, o crédito está disponível. No caso da Marisa, porém, os problemas já eram mais antigos.

HISTÓRICO

A empresa começou uma reestruturação em 2017. Dificuldades da pandemia, vendas fracas e inadimplência alta nos serviços de crédito deterioraram a operação. Marcelo Pimentel, que comandou a empresa de 2019 a 2022, não conseguiu mostrar resultados mais claros no processo de reestruturação e saiu da companhia para assumir o comando do GPA.

A companhia estava à venda, mas não encontrou compradores. O interesse da família fundadora da Marisa no negócio era baixo. Além disso, a alta das taxas de juros no País limitou o impulso para operações de fusões e aquisições no segmento.

No caso da recuperação judicial da Americanas, todo o sistema bancário foi pego de surpresa. A dívida da companhia com os maiores bancos do País soma por volta de R$ 20 bilhões, conforme lista de credores levada pela empresa à Justiça - o documento ainda pode ser revisto. O valor está descoberto de garantias, dada a característica desses créditos, que são "relativamente" seguros, já que são lastreados por recebíveis e de prazo curto. Essa é a característica da maior parte das dívidas de varejistas.

CREDORES RECEPTIVOS

Pessoas envolvidas com as negociações disseram que a ideia da Marisa, por outro lado, não é viabilizar um corte do valor devido, mas alongar prazo de pagamento. A Marisa está fazendo uma renegociação direta com seus credores, os quais, de acordo com interlocutores da empresa e de bancos, estão receptivos. Bradesco, Safra, Daycoval, Alfa, ABC, Itaú e Caixa estariam na lista dos bancos de credores da Marisa.

Segundo o diretor de um banco credor da Marisa, o caso da rede de vestuário é muito menor que o da Americanas, mas ilustra um problema "gritante" no setor, que tem sentido os efeitos da desaceleração da economia e juros altos - e que devem se manter em dois dígitos. Este executivo argumenta que as varejistas vão enfrentar um ambiente mais desafiador para o crédito em 2023.

BANCOS

O reforço bilionário que as instituições financeiras fizeram em provisões no quarto trimestre de 2022 em razão dos problemas da Americanas já sinaliza a abordagem muito mais cautelosa no crédito, diz um executivo de um banco. O Santander fez provisões de R$ 1,1 bilhão, enquanto o Itaú reservou R$ 1,3 bilhão.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que deve retomar na semana que vem viagens a Estados para inaugurar ou recomeçar obras paradas e fazer a "roda gigante da economia girar".

"Se a gente conseguir fazer com que todas as rodas gigantes que estão paradas comecem a funcionar e a gente comece a terminar algumas delas obras, a gente pode contribuir para fazer com que a economia brasileira não seja um desastre previsto pelo FMI [Fundo Monetário Internacional] na última reunião deles", disse o presidente, repetindo críticas do governo de Jair Bolsonaro às previsões econômicas do organismo internacional.

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O FMI prevê alta de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil este ano.

Na abertura da reunião do Conselho Político de Coalizão, Lula mencionou que fará uma reunião com os ministérios na semana que vem, sobretudo da área da infraestrutura, após o retorno da viagem para os Estados Unidos, porque já se identificou que muitas obras podem ser retomadas.

No dia 14, Lula vai à Bahia inaugurar um conjunto habitacional do Minha Casa Minha Vida e depois, segundo ele, deve ir a Sergipe.

O presidente ainda disse que o encontro desta quarta-feira é o começo de nova relação entre o Poder Executivo e Legislativo e defendeu que haja um compromisso do Planalto para que as reuniões sejam contínuas e dos parlamentares de criarem o hábito de usar o espaço para discutir os problemas do País.

Os primeiros atos do novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apontando para uma gestão mais intervencionista na economia, e a falta de maiores detalhes sobre qual será a agenda do ministro Fernando Haddad ligaram o sinal de alerta entre investidores no mercado financeiro.

Ontem, no primeiro dia útil após a posse de Lula, o Ibovespa - principal referência da B3, a Bolsa brasileira - registrou queda de 3,06%, aos 106. 376 pontos. O indicador foi influenciado pelo desempenho dos papéis de empresas estatais: as ações do Banco do Brasil perderam 4,23%, enquanto as da Petrobras recuaram mais de 6%. Já o dólar fechou em alta de 1,51%, cotado a R$ 5,3597.

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A leitura dos analistas é a de que Lula não abordou no seu discurso de posse os principais pontos de atenção dos investidores com a economia brasileira, em especial sobre qual será a nova regra fiscal do País - em substituição ao teto de gastos - e sobre como o governo planeja encaminhar uma reforma tributária.

"Ao longo do ano, os mercados tentaram identificar o que pode vir a ser esse governo Lula 3 na economia. Na campanha (presidencial), o discurso era o mesmo, e o mercado já vinha precificando um pouco isso, mas sempre com aquela expectativa de que, depois da eleição, o discurso mudaria. Mas ele não mudou", afirmou Silvio Campos Neto, economista da consultoria Tendências. "É uma linha (de discurso) muito intervencionista, estatizante e que acredita nesse poder do Estado indutor."

Na posse, Lula prometeu rever políticas mais liberais, como a reforma trabalhista e as privatizações de estatais, e chamou o teto de gastos de "estupidez". O presidente também defendeu o controle pelo Estado de empresas estatais e de bancos públicos para preservar o "patrimônio nacional".

Ainda no domingo, Lula fez um "revogaço" de atos do ex-presidente Jair Bolsonaro. Na economia, ele retirou do processo de privatização empresas como Petrobras, Correios e EBC. Ele também já manifestou o interesse em abandonar a paridade de preços internacionais adotada pela petroleira.

"Eu não sei de onde o mercado tirou a ideia de que o discurso de Lula seria diferente. Ele não mentiu para ninguém. O que o presidente disse ontem (domingo) é o que ele vem falando há 40 anos e nos últimos meses", afirmou Sergio Vale, economista-chefe da consultoria MB Associados.

Leitura semelhança foi feita no mercado em relação ao discurso de posse de Haddad no Ministério da Fazenda, em cerimônia realizada ontem cedo. Executivos destacaram que o novo ministro "tem tentado falar a linguagem do mercado", mas ainda sobram dúvidas sobre o seu grau de independência no cargo em relação ao grupo político próximo de Lula.

Haddad reafirmou que irá apresentar já nos primeiros dias do novo governo medidas econômicas necessárias para retomar a confiança de investidores. Também disse que deve definir no primeiro semestre uma nova regra fiscal para o País. "Não estamos aqui para aventuras. Estamos aqui para assegurar que o País volte a crescer para suprir as necessidades da população em saúde, educação, no âmbito social e, ao mesmo tempo, para garantir equilíbrio e sustentabilidade fiscal", disse ele.

Disputa no governo

Os investidores reagiram mal à decisão do presidente de editar uma medida provisória para renovar por dois meses a isenção dos impostos federais sobre a gasolina, e por tempo indeterminado para o diesel e gás de cozinha. A decisão foi vista como uma derrota de Haddad dentro do governo. Antes da posse, ele havia pedido para o ex-ministro da Economia Paulo Guedes não prorrogar a desoneração de impostos sobre combustíveis, o que ajudaria a melhorar as contas públicas do governo, num cenário complicado depois da aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição.

"Os discursos de posse do presidente Lula e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deixaram o mercado com o pé atrás, principalmente pela manutenção da desoneração dos combustíveis, ao contrário do que foi negociado por Haddad com o ex-ministro Paulo Guedes", disse Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da corretora Treviso. "A percepção é de que pode haver forte interferência do presidente nas pautas econômicas", afirmou.

Na leitura de Vale, da MB Associados, Haddad não se coloca como um contraponto ao presidente Lula, uma vez que os dois pensam da mesma forma. Ainda de acordo com ele, ambos estariam errados: o ministro, ao focar suas ações para equilibrar as contas públicas em aumento da arrecadação, em vez de privilegiar a redução de despesas; e o presidente, ao manter a desoneração pautado por critérios políticos.

"Se estivéssemos falando em uma prorrogação por 15 dias, tudo bem. Mas são dois meses. Na verdade, essa desoneração não era nem para ter acontecido. O erro de nascença é do governo anterior", afirma, considerando erro econômico e ambiental. Segurar preço de combustível sob o argumento de controlar a inflação, lembra Vale, foi um dos erros da gestão da ex-presidente Dilma Rousseff na visão do mercado.

No caso da atual desoneração, a medida foi adotada às vésperas da eleição pelo então presidente Jair Bolsonaro para tentar segurar os preços nas bombas e melhorar seu desempenho nas pesquisas de intenção de voto.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Pix bateu um novo recorde no número de transações diárias na última quarta-feira, 30: foram realizadas 99,4 milhões de transações pelos usuários, segundo dados do Banco Central. A data do recorde coincidiu com o último dia para o pagamento da primeira parcela do 13º salário.

O recorde anterior havia sido de 93,6 milhões de transações feitas em apenas 24 horas, no dia 7 de outubro.

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O Pix é um sistema de pagamentos instantâneos, desenvolvido pelo Banco Central e implementado em 2020.

Em outubro, o número de usuários "pessoa física" cadastrados para utilizar o serviço era de mais de 127,8 milhões. No mesmo mês, o Pix teve mais de 2,5 bilhões de transações, movimentando cerca de R$ 1 trilhão.

O sistema, que completou dois anos de funcionamento em novembro, também tem as modalidades Pix Saque e Pix Troco, lançadas no fim de 2021 e que permitem que os usuários façam saques em estabelecimentos comerciais, não apenas em caixas eletrônicos.

A oferta das duas modalidades é opcional e depende dos estabelecimentos.

Para alertar sobre os riscos de medicamentos anticoncepcionais, a influenciadora canadense Sienna Quast produziu um vestido com a bula de uma pílula. Entre os efeitos colaterais, os remédios para evitar a gravidez podem aumentar as chances de trombose arterial.

"Eu fiz um vestido de uma única folha de informações de controle de natalidade", apontou.

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O tamanho da bula usada para confeccionar o vestido surpreendeu os seguidores e abriu o debate sobre a quantidade reações, entre elas aumento de peso, dores de cabeça, alterações de humor.

 

 

A decisão do governo de zerar o imposto de importação de etanol, café, margarina, queijo, macarrão e óleo de soja e de reduzir em 10% as alíquotas de importação sobre itens de informática e bens de capital terá impacto limitado para conter a alta de preços e segurar a inflação, segundo economistas ouvidos pelo Estadão.

Mesmo com essa medida, eles mantêm as previsões para o ano do Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) na faixa de 7%. Na prática, a zeragem do imposto tem muito mais um caráter populista, no sentido de o governo demonstrar preocupação com a inflação em ano eleitoral, do que equacionar a forte pressão inflacionária, que mantém os índices em 12 meses em dois dígitos.

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Nas contas de André Braz, coordenador de índices de preços do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV/Ibre), o etanol e os alimentos, cujas alíquotas estão zeradas até o final do ano, representam menos de 3% do orçamento familiar. "Eles pesam menos do que a conta de luz, que responde por 5% do IPCA", compara.

Além de o peso desse grupo de itens ser pequeno na inflação, como os preços são livres e o momento atual é de muita volatilidade, a isenção do imposto não necessariamente se traduz em preços menores ao consumidor, diz o economista. A decisão pode, no máximo, impedir um aumento maior no preço final, observa.

O motivo é que as cotações das commodities, como soja, trigo, milho, petróleo, seguem muito pressionadas no mercado internacional por causa da guerra entre Rússia e Ucrânia. "Parece que essa decisão está na conta de medidas em torno das eleições, do interesse do governo de se posicionar melhor na corrida eleitoral."

O economista Fábio Silveira, sócio da consultoria MacroSector, concorda com Braz. "O anúncio desse pacote tem um caráter populista e eleitoreiro." Ele diz que a desaceleração da inflação no segundo semestre já é prevista por causa de outros fatores e que o efeito da zeragem do imposto é muito pequeno. "Não é isso que vai conter preços."

Entre os fatores que devem levar a uma desaceleração da inflação no segundo semestre, apesar de a sua projeção do IPCA para o ano continuar na faixa de 7% por causa da disparada de preços do primeiro semestre, o economista aponta a alta dos juros no mundo, especialmente nos Estados Unidos. "A subida dos juros dos títulos do Tesouro americano reduz os movimentos especulativos de fundos que apostam em commodities e impulsionam os preços", explica.

Outro fator apontado por Silveira é a entrada, no segundo semestre, das safras de grãos no mercado internacional, o que amplia a oferta de produtos e segura os preços. Além disso, a valorização do dólar em relação ao real deve limitar a alta da inflação no Brasil.

CÂMBIO

"Se o câmbio continuar se valorizando, ele terá impacto muito mais importante para segurar a inflação do que essas reduções de impostos", afirma o economista Guilherme Moreira, Tcoordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fipe.

Moreira pondera que toda a redução de imposto é bem-vinda, mas destaca que o problema da inflação neste momento é muito maior do que os itens nos quais o governo decidiu zerar ou reduzir o imposto de importação. "A inflação está muito espalhada."

No Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de fevereiro, o último dado disponível, 74,8% dos 377 itens que compõem o indicador registraram aumento de preços, um recorde histórico, aponta levantamento da LCA Consultores.

Fabio Romão, economista da LCA, diz que a decisão do governo pouco vai influir na inflação. No caso do etanol, ele observa que o produto importado respondeu por apenas 3,8% da oferta no mercado interno no ano passado. "É muito pouco, não tem oferta", argumenta. Além disso, o etanol importado é produzido a partir do milho, que está em alta no mercado internacional. "Não deve ter um efeito relevante para o preço da gasolina", afirma. O economista não alterou a previsão de alta de 10% para a gasolina neste ano e de um IPCA de 6,7%.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O pagamento do auxílio emergencial evitou, mesmo que apenas momentaneamente, um agravamento da miséria no País em 2020, em meio ao choque provocado pela pandemia de covid-19. Apesar da injeção bilionária de recursos extraordinários, praticamente um em cada quatro brasileiros ainda viveu abaixo da linha de pobreza no ano passado, quase 51 milhões de pessoas, segundo os dados da Síntese dos Indicadores Sociais (SIS) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 3.

Não fossem os programas de transferências de renda para enfrentar a pandemia, incluindo também programas estaduais e municipais complementares, os 10% mais pobres da população teriam sobrevivido com apenas R$ 13 por mês, o equivalente a R$ 0,43 por pessoa a cada dia.

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Com os benefícios governamentais, esse grupo de 21 milhões de brasileiros mais pobres sobreviveu em 2020 com R$ 128 mensais por pessoa da família, ou R$ 4,27 por dia, o maior valor já registrado na série histórica da Pnad Contínua, iniciada em 2012.

Embora ainda insuficiente para uma vida livre de restrições básicas, o montante representa uma alta de 14,9% ante os R$ 111 mensais recebidos em 2019. Sem essas transferências de renda, o rendimento médio por pessoa dos 10% mais pobres teria tombado 75,9%, demonstrando a importância da continuidade da política.

Mesmo com o pagamento do auxílio emergencial, 12,046 milhões de brasileiros, o equivalente a 5,7% da população, viveram abaixo da linha de miséria no ano passado. Se excluído o recebimento de programas sociais, esse contingente de miseráveis teria subido a 27,313 milhões, ou 12,9% dos habitantes do País. Em 2019, a proporção de brasileiros na miséria era de 6,8%.

Sem os recursos obtidos através das transferências de renda, o total de brasileiros abaixo da linha de pobreza iria de 50,953 milhões (24,1% da população) para 67,729 milhões (32,1% da população). Em 2019, a proporção de brasileiros vivendo na pobreza era de 25,9%.

Pelos critérios dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas e recomendações do Banco Mundial, a pobreza extrema é caracterizada por uma renda familiar per capita disponível inferior a US$ 1,90 por dia, o equivalente a um rendimento médio mensal de R$ 155 por pessoa em 2020, na conversão pelo método de Paridade de Poder de Compra (PPC) - que não leva em conta a cotação da taxa de câmbio de mercado, mas o valor necessário para comprar a mesma quantidade de bens e serviços no mercado interno de cada país em comparação com o mercado nos Estados Unidos.

Já a população que vive abaixo da linha de pobreza é aquela com renda disponível de US$ 5,50 por dia, o equivalente a R$ 450 mensais por pessoa em 2020.

A onda de casos de Covid-19 na Malásia, país crucial na cadeia de suprimentos de semicondutores, impôs novos desafios na batalha para superar os problemas de produção industrial que se espalharam pelos setores durante a escassez global de chips. Interrupções no local acabam com as esperanças de um alívio no segundo semestre deste ano e ameaçam prolongar as incertezas sobre 2022.

A crise de oferta na Malásia, causada principalmente pela falta de profissionais, ligada a medidas de controle do vírus e combinadas com um forte aumento na demanda global, representa um novo problema para a indústria automobilística. No primeiro semestre deste ano, a escassez se deu, sobretudo, por empresas que subestimaram o ritmo de recuperação econômica e não encomendaram peças suficientes.

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Agora, enfrentam dificuldades para conseguir as peças necessárias, porque os surtos de Covid-19 estão prejudicando a produção.

"Achamos que o abastecimento está resolvido e, de repente, surge um problema em outro lugar", diz Ravi Vijayaraghavan, sócio e especialista em semicondutores da consultoria Bain & Company. Algumas das principais fabricantes de automóveis do mundo, como Toyota, Ford, General Motors e Nissan, divulgaram grandes cortes de produção, atribuídos sobretudo à escassez de chips nas fábricas da Malásia.

A Ford suspendeu o trabalho por cerca de uma semana em uma fábrica de F-150 em Kansas City, no Missouri, e em uma de Fiesta em Colônia, na Alemanha, por causa da falta de peças.

A Toyota, por sua vez, anunciou que reduziria a produção global em cerca de 40% em setembro.

A General Motors comunicou que espera fabricar 100 mil veículos a menos na América do Norte no segundo semestre do ano.

Os problemas na Malásia se devem à pior onda de Covid-19 no país desde o início da pandemia. A nação de aproximadamente 32 milhões de pessoas já registrou mais de 1,6 milhão de casos e cerca de 15 mil mortes, sendo mais da metade neste verão (no Hemisfério Norte).

As reações adversas das vacinas da Covid-19 podem ser controladas com medicação. Em meio à polêmica sobre o uso do Paracetamol, parte dos vacinados apostaram na substância após sofrer por cerca de dois dias com febre, moleza e dores no corpo.

Em entrevista ao LeiaJá, o doutor em farmacologia e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Almir Wanderley lembrou que qualquer medicamento ou vacina podem causar efeitos adversos, geralmente de baixa intensidade. “Isso não são em todas as pessoas. É em uma parcela relativamente pequena da população”, ressalta.

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Sobre o uso de substâncias para controlar os efeitos já esperados dos imunizantes, ele orienta que “não tem problema nenhum. Se o indivíduo se encontra com algum tipo de reação, ele pode tomar um analgésico, um medicamento para febre, que rapidamente isso vai desaparecer. Isso não é problema para que haja a desistência da vacina”.

Porém, Wanderley prega cautela sobre o uso do Paracetamol que, a depender da dose, pode causar intoxicação no fígado. Tal efeito não tem relação direta com as substâncias das vacinas. Ele também desaconselha o uso de remédios não periódicos antes de ir se vacinar.

“O paracetamol realmente pode promover uma intoxicação no nosso organismo e chegar até a dar uma hepatite, mas isso acontece quando ele é tomado em altíssimas doses”, esclarece. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já havia alertado para uma eventual a hepatite medicamentosa decorrente do remédio.

O farmacologista explica que tal sintomatologia ocorre porque o sistema imunológico foi estimulado e que alguns efeitos, como dor no local da aplicação, geralmente são causados pelo próprio nervosismo do paciente, que acaba tensionando a musculatura do braço.

Em todos os cenários é importante repousar e se hidratar com frequência, principalmente nos imunizados que desenvolverem diarreia, complementou.

O setor de serviços depende do avanço da imunização da população brasileira contra a covid-19 para conseguir engatar uma recuperação mais consistente, defendeu Rodrigo Lobo, gerente da Pesquisa Mensal de Serviços apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na passagem de março para abril, o volume de serviços prestados no País cresceu 0,7%, após ter recuado 3,1% no mês anterior. O resultado confirma um comportamento ainda moderado do setor de serviços, avaliou Lobo.

"A vacinação em massa é fundamental para uma recuperação mais folgada para os serviços de caráter presencial", defendeu o pesquisador do IBGE. "Boa parte dos serviços presenciais ainda sentem os efeitos da pandemia e demoram mais a recuperar o patamar pré-crise", completou.

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O pesquisador do IBGE aponta que o mês de março foi mais impactado que abril pelos decretos com medidas restritivas para conter a disseminação do novo coronavírus.

"Os efeitos restritivos foram bem maiores e março do que em abril", disse Lobo. "Os serviços cresceram. Isso obviamente significa que a parte não afetada pela prestação presencial acabou trazendo o setor de serviços para o terreno positivo como um todo, mas mesmo a parte presencial, com restrições maiores em março do que em abril, como os restaurantes, acabaram dando uma contribuição positiva", contou.

Na passagem de março para abril, houve expansão em informação e comunicação (2,5%), acumulando um ganho de 4,7% nos últimos três meses, e em serviços prestados às famílias (9,3%), que recupera apenas uma pequena parte da queda de 28,0% registrada em março.

Na direção oposta, houve perdas nos serviços profissionais, administrativos e complementares (-0,6%), a segunda taxa negativa seguida, e nos outros serviços (-0,9%), que elimina parte do ganho acumulado de 6,2% entre fevereiro e março.

O setor de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio ficou estável (0,0%) em abril, após ter recuado 3,1% em março.

Com a morte de Bruno Covas, o MDB assume pela primeira vez, no período democrático, o comando da Prefeitura de São Paulo. Ricardo Nunes (MDB), que concorreu como vice do tucano nas eleições de 2020, agora exerce o posto. Isso significa que o partido vai comandar o quinto maior orçamento do Brasil, que supera 24 Estados.

O MDB nunca teve muita expressão na capital paulista. Durante a ditadura militar, o então PMDB teve dois prefeitos biônicos, que eram nomeados pelos governadores após ratificação da Assembleia Legislativa: Francisco Altino Lima, que ficou no cargo por 57 dias em 1983, e Mário Covas, avô de Bruno, prefeito entre 11 de maio de 1983 e 31 de dezembro de 1985.

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O cargo de prefeito de São Paulo dá visibilidade nacional ao titular. Os três antecessores de Covas na função, João Doria (PSDB), Fernando Haddad (PT) e Gilberto Kassab (PSD) são hoje nomes relevantes no País e têm influência na eleição presidencial de 2022.

Em 2020, o MDB conquistou o maior número de prefeituras no País (784). A legenda também detém o comando da maior quantidade de capitais (5).

Ano passado, a sigla venceu com Sebastião Melo, em Porto Alegre (RS); Maguito Vilela, em Goiânia (GO); Dr. Pessoa, em Teresina (PI); Arthur Henrique, em Boa Vista (RR) e Emanuel Pinheiro, em Cuiabá (MT). Maguito, porém, morreu de covid-19 e não chegou a assumir o cargo, que é exercido por Rogério Cruz (Republicanos).

Apoio

O presidente nacional do MDB, deputado federal Baleia Rossi (SP), declarou que a legenda vai dar todo o suporte possível para Ricardo Nunes administrar a capital paulista. Baleia afirmou estar bastante triste com a morte de Bruno Covas e lembrou que exerceu junto com ele o mandato de deputado estadual, além de sempre estarem dentro do mesmo grupo político na cidade.

"Ricardo Nunes terá todo o apoio do partido para manter toda a equipe, que está fazendo um belo trabalho na capital, buscando executar o plano apresentado por Bruno e por ele na campanha", afirmou o presidente do MDB ao jornal O Estado de S. Paulo, procurando desfazer a ideia de que o partido vá aproveitar a chegada ao poder em São Paulo para ampliar seu espaço no primeiro e segundo escalões do governo municipal.

Baleia reproduziu o tom adotado pelo próprio novo prefeito, que tem falado em "continuidade" da gestão.

O líder do MDB na Câmara, Isnaldo Bulhões (AL), adotou o mesmo raciocínio. "A expectativa é que o prefeito, assumindo em uma adversidade dessa, deverá dar uma linha de continuidade", afirmou o deputado. "Nunes tem uma sintonia muito grande com o prefeito Bruno, logicamente imprimindo seu estilo. Não há o que comemorar, muito pelo contrário. A consequência no cenário (o MDB no cenário nacional), isso aí o tempo dirá dentro do trabalho que ele fizer lá." 

Os American Depositary Receipts (ADR), recibos de ações negociadas em Nova York, da Petrobras tiveram queda de 16,22%% antes da abertura do mercado nos Estados Unidos nesta segunda-feira (22) após o presidente da República, Jair Bolsonaro, indicar o general e ex-ministro da Defesa Joaquim Silva e Luna, atualmente diretor-geral brasileiro de Itaipu Binacional, para assumir a presidência da petroleira e um assento no Conselho de Administração da estatal. A decisão final sobre a substituição cabe ao conselho de administração da empresa, que se reúne na terça-feira (23).

O EWZ, maior fundo de índice (ETF, na sigla em inglês) do Brasil em Nova York, registrou perda de 4,95% antes da abertura do mercado.

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O anúncio de Bolsonaro deve mexer com as ações da Petrobras nesta segunda também no Brasil. Na sexta-feira (19), as declarações do presidente provocaram pânico no mercado financeiro e as ações tiveram queda de quase 8%.

Num único dia, a Petrobras perdeu R$ 28,2 bilhões em valor de mercado. Em Nova York, as perdas na sexta-feira também foram fortes após o fechamento do mercado, depois de Bolsonaro ter anunciado a mudança no comando da empresa.

A XP já rebaixou a recomendação para as ações da Petrobras de neutro para venda e revisou o preço-alvo de R$ 24 por ação para os papéis ON e PN ante R$ 32 mantido anteriormente.

"Vemos esse anúncio (da troca no comando da empresa) como uma sinalização negativa, tanto de uma perspectiva de governança, dados os riscos para a independência de gestão da Petrobras, como também por implicar riscos de que a companhia continue a praticar uma política de preços de combustíveis em linha com referências internacionais de preços, ou seja, que reflitam as variações dos preços de petróleo e câmbio", explica a XP.

No documento assinado pelos analistas Gabriel Francisco e Maira Maldonado, a casa justifica ainda que existem muitas incertezas para justificar uma tese de investimento na Petrobras: "Acreditamos que as ações deverão daqui em diante negociar com um desconto mais alto em relação ao histórico e a outras petroleiras globais", dizem. "Além disso, as incertezas para a política de preços de combustíveis da Petrobras implicam uma menor correlação das ações em relação aos preços do petróleo daqui para frente, dados os riscos de que não sejam totalmente repassados aos preços dos combustíveis. Com isso, esperamos uma deterioração nos resultados no futuro, não apenas devido às margens de refino mais baixas, mas também devido aos riscos que a Petrobras deva realizar importações de combustível com prejuízo para evitar qualquer risco de desabastecimento no mercado local", afirmam.

Trabalhadores que tiveram a jornada e o salário reduzidos durante a pandemia do novo coronavírus terão direito a 13º salário e férias integrais, de acordo com nota técnica da Secretaria do Trabalho do Ministério da Economia. Já os funcionários que tiveram o contrato suspenso terão cálculo proporcional de 13º e férias, conforme o número de meses em que se trabalhou 15 dias ou mais.

A nota técnica é o resultado de uma discussão interna no governo, antecipada pelo jornal O Estado de S. Paulo e pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) no início de outubro, para reduzir a insegurança jurídica sobre como deve ser feito o cálculo da gratificação natalina no caso dos trabalhadores que firmaram os acordos.

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Como revelou a reportagem à época, o entendimento da equipe econômica já era o de que, para a redução da jornada, o 13º deveria ser calculado sobre o salário integral, sem o efeito do corte no salário, enquanto para a suspensão de contrato a interpretação seguiria as regras do lay-off.

Mas como a lei que criou a gratificação natalina prevê que a base é o salário de dezembro, havia o temor de que empresas com acordos em vigor no último mês do ano acabassem pagando um valor menor, ou ainda, num caso extremo, que empregadores fizessem novos acordos apenas com o propósito de reduzir o 13º.

O governo também quer, com a nota, evitar interpretações "alternativas" de que o valor do 13º deveria ser uma "média" do recebido no ano, lógica que só vale para funcionários que recebem por comissão.

De abril a outubro, foram realizados 10,5 milhões de acordos para a redução de jornada e salário, em proporções de 25%, 50% ou 70%. Outros 8,25 milhões de acordos de suspensão de jornada e salário foram estabelecidos entre trabalhadores e empresas.

No entendimento da Coordenação-Geral de Políticas Públicas e Modernização Trabalhista, a interpretação literal da lei do 13º (que prevê o pagamento com base no salário de dezembro) teria efeitos sobre todos os meses trabalhados anteriormente, resultando em "efeito totalmente inesperado pelo trabalhador" e "implicando numa redução salarial superior à acordada", sem compensação paga pelo governo.

Além disso, os técnicos ressaltaram que a Constituição prevê pagamento de 13º "com base na remuneração integral". "Portanto, a aplicação literal da Lei 4.090 de 1962 (do 13º), nas hipóteses em que alteração do contrato de trabalho para redução proporcional da jornada e salário em dezembro, não é compatível com a Constituição", diz a nota.

A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) teve o mesmo entendimento, embora tenha alertado que "não há parâmetros para prever a direção que a jurisprudência dos Tribunais irá seguir". O órgão recomendou a edição de uma lei com a previsão expressa do pagamento integral do 13º, mas a Secretaria do Trabalho argumentou que isso não seria adequado "considerando o exíguo prazo para o início do pagamento do 13º e também os trâmites no Parlamento, que seguem rito próprio de debates". A primeira parcela da gratificação natalina é paga no próximo dia 30 de novembro.

No caso da suspensão do contrato, o cálculo terá como referência a remuneração integral, mas de forma proporcional ao número de meses trabalhados - sendo que é considerado mês trabalhado aquele em que se atuou por 15 dias ou mais. Se o funcionário ficou com o contrato suspenso por cinco meses, ele irá receber 7/12 de sua remuneração como 13º salário. Além disso, o período não trabalhado será desconsiderado para obter o direito a férias remuneradas.

Hemocentros de várias partes do País estão sendo afetados pela falta de doadores de sangue durante a pandemia do novo coronavírus. Segundo a Coordenação-Geral de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde, foi registrada uma queda em torno de 20% nos estoques de hemocomponentes em outubro, na comparação com o mesmo período do ano passado.

Em São Paulo, a Fundação Pró-Sangue está com o estoque em situação crítica, quadro que pode afetar cirurgias eletivas de médio e grande portes, que podem ser canceladas.

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"Não está vindo doador. Procuramos saber pela rede nacional e vimos que vários Estados estão em situação de penúria. Estamos pensando se, com essa situação, teremos de suspender cirurgias eletivas", afirma Vanderson Rocha, diretor-presidente da Fundação Pró-Sangue e professor titular de hematologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

Até a quinta-feira, 12, a entidade contava com apenas 30% das bolsas necessárias para suprir mais de 100 instituições públicas de saúde na Região Metropolitana de São Paulo.

"Os sangues do tipo O+, O-, B+, B- e A- estão em estado de emergência, garantindo o abastecimento para menos de um dia", informa a instituição.

Diretor técnico-científico da Fundação Pró-Sangue, Alfredo Mendrone Junior diz que o medo de infecção pelo vírus afastou doadores. "Os postos de doação estão inseridos em centros hospitalares, e a maioria dos doadores chega de transporte público, mas o hemocentro instituiu medidas de segurança para evitar a contaminação."

Momento mais crítico em 36 anos

Medrone Junior classifica o quadro como o "mais crítico" desde a fundação da Pró-Sangue, em 1984. "Pela extensão do tempo, é o momento mais crítico que a fundação já viveu. Fomos afetados pela greve dos caminhoneiros, tivemos paralisação por causa dos ataques do PCC, mas foram períodos curtos. Esta situação está perdurando por meses. É o pior cenário que já vivemos."

Segundo Carla Luana Dinardo, diretora de relações externas da fundação, a entidade precisa recuperar o estoque nos próximos 15 dias. "Precisamos de todos os tipos de sangue, mas o que mais precisa é o tipo O, porque a maior parte da nossa população é de tipo O e a maior parte dos pacientes é também. Uma bolsa de sangue pode salvar até quatro vidas."

O agendamento pode ser feito pela internet, e quem teve covid-19 deve esperar 30 dias para doar.

Em nota, o Ministério da Saúde informou que, diante do risco de desabastecimento na pandemia, a Coordenação-Geral de Sangue e Hemoderivados acionou o Plano Nacional de Contingência para Grandes Eventos. Segundo a pasta, isso "possibilitou a mobilização de hemocomponentes por todo o território nacional, transferindo para Estados mais afetados um total de 2.106 hemocomponentes de janeiro a outubro, garantindo a continuidade do tratamento dos brasileiros que necessitaram de transfusão".

Outros Estados

Além de São Paulo, outros Estados estão com níveis críticos em ao menos um tipo de sangue. Em Alagoas, este é o caso dos tipos AB+, O- e B+. Lá o estoque de A- está vazio. No Amazonas, este é o quadro dos tipos AB+ e O-. Na Bahia, O+. Em Minas Gerais, O-, O+ e A+.

"Ao longo dos meses, o nivel dos estoques chegou a um quadro crítico em São Paulo, Pernambuco, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Amazonas", afirma Medrone Junior.

A situação da interrupção do abastecimento de energia elétrica no Amapá é outra preocupação. "No Amapá, além da falta de doadores, o apagão prejudicando o armazenamento de sangue e Distrito Federal e o Pará vão ajudar com bolsas de sangue."

Nesta sexta-feira, 13, a Fundação Hemopa vai enviar 140 bolsas de sangue para o Hemocentro do Amapá. A entidade paraense realizou uma campanha nos dias 10 e 11.

Segundo o Ministério da Saúde, a Coordenação Geral de Sangue e Hemoderivados começou a fazer um monitoramento da situação no Estado e reorganizou os estoques de medicamentos hemoderivados refrigerados.

"Além disso, foram mobilizadas plaquetas - hemocomponente mais lábil e, portanto, mais escasso - dos Estados do Pará e Distrito Federal para o Amapá, além de o Estado ter realizado uma grande campanha de doação de sangue em caráter emergencial, que garantiu o restabelecimento dos estoques de hemácias e outros hemocomponentes que não necessitaram ser mobilizados para o Estado."

O ministério informou que o hemocentro do Amapá está funcionando com geradores.

O pagamento do 13º salário aos trabalhadores brasileiros injetará R$ 208 bilhões na economia ao fim deste ano, calculou a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O montante é 5,4% menor que o total pago em 2019, já descontada a inflação do período. A queda é a mais acentuada da série histórica do levantamento, iniciado em 2012.

Segundo o economista Fabio Bentes, responsável pelo levantamento da CNC, o valor da gratificação será afetado pela deterioração do mercado de trabalho, a suspensão temporária de contratos e a redução da jornada de trabalho. Em 2019, o pagamento do 13º salário tinha totalizado R$ 216,2 bilhões.

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O valor médio pago em 2020 ficará em R$ 2.192,71, um recuo de 6,6% ante os R$ 2.347,55 recebidos em 2019. Os Estados de São Paulo (R$ 61,5 bilhões), Rio de Janeiro (R$ 22,3 bilhões), Minas Gerais (R$ 20,2 bilhões) e Rio Grande do Sul (R$ 14,9 bilhões) concentrarão mais da metade do 13º salário a ser recebido pelos trabalhadores este ano.

O levantamento se baseou em dados da massa salarial paga aos trabalhadores formais da iniciativa privada, do setor público, empregados domésticos com carteira de trabalho assinada, além dos beneficiários dos Regimes Geral e Próprio da Previdência Social.

"Além dos inevitáveis impactos sobre o mercado de trabalho, decorrentes da recessão, a queda no montante pago em 2020 também deriva das medidas previstas na Medida Provisória nº 936. Sancionada em abril e prorrogada até o final deste ano, a MP regulamentou a redução da jornada de trabalho proporcional ao salário e ainda a suspensão temporária do contrato de trabalho como forma de preservar os empregos", ressaltou a CNC, em nota oficial.

O levantamento menciona informações do Ministério da Economia, mostrando que foram firmados 16,1 milhões de acordos entre patrões e empregados no âmbito da MP 936 entre abril e agosto: a suspensão do contrato de trabalho somou 7,2 milhões, enquanto a redução de 70% na jornada totalizou 3,5 milhões.

O estudo lembra que o desconto no 13º salário será proporcional ao período não trabalhado nos casos de suspensão do contrato de trabalho. Em caso de redução da carga horária, o valor do benefício só será reduzido para os cortes de 70% nas horas trabalhadas.

Em conversa com apoiadores, o presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou, nesta terça-feira (27), que o país resgatou a credibilidade internacional. Isso gerou, segundo ele, recomendação de compra da moeda brasileira e mostra que a economia está "dando certo". Acompanhado do ministro da Economia, Paulo Guedes, o chefe do Executivo citou como exemplo de bom desempenho a geração de novos empregos.

"O Brasil é um país que resgatou a credibilidade lá fora", disse ele.

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O presidente atribuiu o desempenho econômico a atuação dos ministros das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e da Agricultura, Tereza Cristina. "A prova tá aqui, brasileiro está vendo mais, está produzindo mais, mais emprego", comentou, durante interação com dois apoiadores que trabalham no setor de produção de soja. Sem entrar em detalhes, emendou: "Lá fora estão recomendando comprar Real."

"A economia está voltando em V como a gente achava que ia voltar", reforçou Guedes. "No mês passado, como disse o presidente, (foram) 250 mil novos empregos e 300 mil novas empresas", afirmou o ministro.

Os dados mais recentes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados em setembro, indicaram a abertura líquida de 249.388 vagas de trabalho em agosto.

Na conversa com apoiadores, Bolsonaro, no entanto, retomou críticas à política de isolamento, que, para ele, prejudicou empresas. "Empresas foram destruídas, aquela história do 'fica em casa'", disse. Ele destacou medidas da equipe econômica para combater os efeitos da pandemia da Covid-19.

"Lembra que eu falava que tinha que tratar do vírus e da economia? E o pessoal dando pancada em mim e 'nhenhenehe'. Olha o problema aí. Se não é o trabalho da equipe econômica, auxílio emergencial, socorro micro e pequenas empresas, rolagem de dívidas de Estados", afirmou o presidente da República.

A demissão do ministro Sérgio Moro fez o presidente Jair Bolsonaro perder seguidores nas redes sociais pela primeira vez desde setembro de 2017. Até a sexta-feira (24), o chefe do Executivo não havia registrado um dia sequer de baixa. Os dados são da consultoria Bites, que começou a acompanhar as publicações de Bolsonaro no Twitter, Instagram, Facebook e YouTube desde 1º de setembro de 2017.

No intervalo de seis horas, entre o pronunciamento do ex-ministro e a coletiva de imprensa do presidente, Bolsonaro e seus filhos - Carlos, Eduardo e Flávio - foram deixados por 86.427 contas.

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O presidente foi o mais atingido. Às 15h20, 48.473 mil perfis já tinham saído de suas redes.

O ex-juiz acusou Bolsonaro de tentar interferir politicamente na Polícia Federal. Já o presidente afirmou que Moro condicionou a troca na PF a uma indicação para o Supremo Tribunal Federal.

Conforme a consultoria, na medição feita às 20 horas, a base de Bolsonaro havia sofrido uma redução de 0,12%.

As postagens com hashtags negativas sobre o presidente somaram 773 mil tuítes às 18 horas de sexta-feira. Na contramão do presidente, Moro conquistou 160.248 novas contas no Twitter e Instagram. 

A saída do ministro da Justiça, Sérgio Moro, não só indica o agravamento da crise política e uma guinada no governo como põe as cartas na mesa para a disputa eleitoral de 2022. Até hoje, o presidente Jair Bolsonaro era um jogador praticamente solitário no campo da direita e da extrema direita, mas agora terá Moro como desafiante de peso.

Bolsonaro já se apresentou como candidato a novo mandato, embora, nos bastidores da política, 2022 seja visto como o ano mais imprevisível dessa temporada. Com a renúncia, Moro jogou o governo nas cordas e abriu caminho para um processo de impeachment. Na prática, ao denunciar que o presidente agia para interferir politicamente na Polícia Federal e queria monitorar relatórios de inteligência, preocupando-se com o rumo de investigações no Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-juiz da Lava Jato expôs o que opositores de Bolsonaro classificam como "farsa" do combate à corrupção.

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Moro se tornou o principal algoz do presidente e alimenta agora a polarização com a esquerda. Em um tempo de pandemia de coronavírus, com Bolsonaro distribuindo cargos em troca de apoio no Congresso e prestes a se casar de papel passado com partidos do Centrão - a quem sempre chamou de "velha política" -, aliados de Moro dizem que "a Lava Jato pulou fora do governo" para não naufragar com ele.

"É o princípio do fim desse governo", resumiu o deputado Capitão Augusto (PL-SP), coordenador da Frente Parlamentar da Segurança Pública. "Vemos com preocupação esta postura intransigente do presidente Jair Bolsonaro, que o fez perder um dos seus grandes aliados na luta pela construção de um Brasil mais justo e honesto".

A cúpula do PT, por sua vez, iniciou a campanha do "Fora Bolsonaro". Em post publicado no Twitter, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - que foi condenado por Moro e ficou 580 dias preso - disse não saber como as instituições ainda não reagiram a Bolsonaro. "É preciso começar o Fora Bolsonaro porque não é possível a gente permitir que ele destrua a democracia", afirmou o petista.

Filiação

Em seu pronunciamento, Moro deu todas as pistas de que almeja uma candidatura ao dizer estar disposto a servir o Brasil a qualquer tempo. "Independentemente de onde esteja, sempre foi estar à disposição do País'', disse. O Podemos, partido do senador Álvaro Dias (PR), é um dos que querem filiar o ex-ministro.

"A saída do ministro Sérgio Moro (...), uma opção do presidente da República, representa o afastamento do governo Bolsonaro do sentimento popular e do combate à corrupção. É a derrota da ética", afirmou Dias, em nota.

No Congresso a bancada lavajatista já se move para lançar o ex-juiz como candidato ao Palácio do Planalto, em 2022.

Na prática, a ferida aberta no bolsonarismo com a demissão do titular da Justiça, até então o mais popular da equipe, é maior do que se imagina. O agora ex-ministro escancarou bastidores de conversas com Bolsonaro com detalhes que deixaram a República perplexa. Ao relatar pressões para defenestrar o então diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, Moro afirmou: "Falei ao presidente que seria interferência política. Ele disse que seria mesmo".

A abertura de inquérito no STF para investigar quem organizou e financiou manifestações em defesa da ditadura militar, no domingo, é apenas uma das pontas dessa história. Há uma CPI das Fake News no Congresso em andamento e outras apurações em curso, envolvendo até mesmo filhos de Bolsonaro.

O jornal O Estado de S. Paulo apurou que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, (DEM-RJ), não pretende autorizar agora um processo de impeachment contra Bolsonaro. Apesar da pressão sofrida por líderes de vários partidos, Maia disse a interlocutores com quem conversou na sexta-feira que é preciso cautela.

A avaliação é de que, embora haja uma grave deterioração do governo Bolsonaro, a pandemia do coronavírus no Brasil deve adiar qualquer decisão sobre impeachment neste momento.

Há na cúpula do Congresso e até do Supremo a percepção de que é preciso aguardar os próximos capítulos da crise. O argumento é o de que não há impeachment sem povo na rua - o que não deve ocorrer nos próximos dias, por causa da covid-19 - e sem o desmoronamento da economia. Mesmo assim, políticos observam que tudo pode mudar a qualquer instante.

No Planalto, Bolsonaro aparece agora como um presidente fraco e encurralado. Vem perdendo apoio até mesmo da ala militar do governo.

Os generais não planejam abandoná-lo, mas, em conversas reservadas, admitem que Bolsonaro pode ter trilhado caminho sem volta por ouvir mais o núcleo ideológico, conhecido como "gabinete do ódio", do que seus antigos companheiros de jornada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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