De pontes, rios e muita história se forma o Centro do Recife, mas nem esses elementos ofuscam os defeitos incrustados nessa área da cidade. Mau cheiro, sujeira, trânsito, poluição sonora: o caos. Esses são aspectos defrontados pelos transeuntes e moradores no local formado pelos bairros do Recife, São José, Santo Antônio e Boa Vista precisam conviver.
[@#video#@]
##RECOMENDA##
“A gente anda com a bolsa na frente, com medo de ser assaltada”, conta a estudante Rebeca Vitória. Apontar violência como um dos pontos negativos dessa localidade faz parte do discurso de inúmeras pessoas, embora a Polícia Militar diga que tem dado atenção a esta área da cidade.
A PM afirma que equipes de patrulhamento - viaturas e motocicletas - priorizam os locais conhecidos como “hotspots” (pontos quentes), mapeados através de planejamento prévio. As patrulhas atuam em vários tipos de ocorrência, desde roubos em locais de risco, até operação de combate ao roubo de coletivos (Operação Transporte Seguro).
Andando, mesmo que amedrontado, o cidadão ainda se depara com mau cheiro e sujeira espalhada pelas vias. “A gente queria ter menos lixo nas ruas. Que as pessoas fossem mais educadas e não sujasse a própria cidade”, apela a vendedora Ednalva Brito.
Quem se depara com o cenário nem acredita que o chão destes bairros são varridos e lavados. Segundo a Prefeitura do Recife, são sim. Além disso, o poder público municipal diz haver cerca de 580 lixeiras espalhadas pelos bairros do Centro do Recife e disse que implantará uma “fiscalização nos locais para inibir ações de despejo irregular de lixo”.
Em meio à tormenta de mau odor e insegurança, o cidadão ainda esbarra em outra agonia: o trânsito. “Fazer compra no Centro tem um agravante. Apesar de encontrar de tudo, não se encontra estacionamento. É muito ruim de estacionar aqui. São poucas vagas”, opina a administradora Raquel de Oliveira. As cerca de três mil vagas de estacionamento rotativo – Zona Azul – parecem não ser o suficiente para a quantidade de pessoas que trabalha, mora e, principalmente, vem ao Centro atraído pelo comércio variado.
[@#galeria#@]
“A cidade precisa de mais atenção. Tá desorganizada”, frisa Givaldo Balbino, técnico em enfermagem. A sua atenção também inclui, em meio às belas paisagens e prédios históricos dos quatro bairros que formam o Centro do Recife, aqueles que fazem das calçadas e bancos de praça o seu lar. Um levantamento da Secretaria de Desenvolvimento Social, Juventude, Políticas sobre Drogas e Direitos Humanos apontou para a existência de 800 pessoas vivendo em situação de rua em todo o Recife, dessa parcela, alguns ocupam os espaços da área central da cidade.
Mesmo diante das mazelas que afrontam quem trafega ou faz desse lugar morada, é unânime a opinião de que nenhuma outra parte do Recife traz tantos atrativos e agrega diferenças e semelhanças em um só local. Apesar da casca com várias camadas de problemas, o Centro ainda tem seus amantes.
LeiaJá também
--> Centro do Recife: um colecionador de apaixonados