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Por conta dos baixos estoques da vacina Coronavac, Estados e municípios atrasam o início da imunização de crianças de 3 e 4 anos contra Covid-19. Isso faz com que a aplicação ocorra de forma desigual no País. Enquanto Rio, Salvador e Manaus avançam, pois ainda têm vacinas em estoque, outras capitais como São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre não têm cronograma definido. Algumas cidades começaram a vacinar as crianças mesmo sem imunizantes suficientes.

Em São Paulo, o secretário de Saúde, Jean Gorinchteyn, afirma que as vacinas disponíveis estão comprometidas com as pessoas que não completaram o ciclo de vacinação nos municípios. "São Paulo não tem e nunca teve estoque. O Estado faz a distribuição para os municípios onde as vacinas estão relacionadas aos faltosos de segunda, terceira e quarta doses", disse ao Estadão.

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Nesse cenário, o Estado aguarda as negociações entre o Ministério da Saúde e o Instituto Butantan, responsável por fabricar a Coronavac, para receber mais vacinas.

Nas contas da pasta, são necessárias 2,2 milhões vacinas para a primeira e a segunda doses. Só na capital são cerca de 310 mil crianças nesta faixa etária, de acordo com a Prefeitura. "O cronograma passa a existir quando existirem as tratativas do Ministério da Saúde e do Butantan para a chegada dos imunizantes", conclui o secretário estadual.

RECOMENDAÇÃO

A vacinação desta faixa etária começou de acordo com recomendação do Ministério da Saúde e a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), divulgadas na semana passada.

A pasta afirma que "segue em tratativas para aquisição de novas doses" e que a "decisão será formalizada em nota técnica aos Estados, bem como o cronograma de entrega de doses adicionais". O órgão afirma ainda que a "nota técnica deve sair nos próximos dias".

A formulação é a mesma da que é aplicada no Brasil em crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos e adultos acima de 18 anos. A Coronavac deve ser administrada em duas doses, com 28 dias de intervalo, o que já acontece em outras faixas etárias.

O Instituto Butantan, responsável por fabricar a Coronavac, afirma que só vai se pronunciar sobre a produção ou importação de doses depois que o Ministério de Saúde incluir o imunizante no Programa Nacional de Imunizantes (PNI) e definir as quantidades necessárias.

A imunização de crianças de 5 anos já havia sido autorizada pelos órgãos com a vacina pediátrica da Pfizer.

INCERTEZA

Nesse contexto de incerteza, algumas cidades iniciaram a vacinação mesmo sem a quantidade suficiente de vacinas. Das sete capitais que já iniciaram a aplicação - Salvador (BA), Fortaleza (CE), São Luís (MA), Boa Vista (RR), Belém (PA), Manaus (AM) e Rio de Janeiro (RJ) -, pelo menos três informaram quantidades apenas para o início da imunização (Fortaleza, São Luís e Belém).

O Estado de Pernambuco criou uma regra particular e começou a vacinar apenas crianças de quatro anos. "A decisão de iniciar a imunização das crianças com quatro anos visa a garantir a aplicação das duas doses desse público, diante do baixo quantitativo de estoque e a incerteza quanto à expectativa de envio de novos quantitativos pelo Ministério da Saúde", informou a secretaria de Saúde.

Nos 216 municípios maranhenses vivem 120 mil crianças entre 3 e 4 anos, mas o Estado tem 19 mil doses em estoque, como explica Tiago Fernandes, secretário de Saúde. É menos de 10% do necessário. "Assim que recebermos as novas doses do Ministério da Saúde, vamos criar estratégias para a vacinação em escolas e creches", diz Fernandez.

O cenário é semelhante no Ceará. A Secretaria da Saúde (Sesa) informa que 262.214 crianças podem ser vacinadas. A reserva técnica é de 64 mil doses, quantidade suficiente para proteger apenas 12% do público-alvo (considerando-se a necessidade de duas doses). Os municípios também têm seus estoques, não contabilizados nesses 64 mil doses, e podem fazer sua própria estratégia de vacinação.

RITMO. Carlos Lula, ex-presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), alerta para a queda do ritmo de vacinação infantil. "Nosso ritmo de vacinação é muito menor no público infantil do que nas outras faixas etárias. O Brasil só vacinou 39% das crianças de 5 a 11 anos (com duas doses)", argumenta.

Especialistas afirmam que a vacinação das crianças é particularmente importante diante do aumento de casos. Dados do Instituto Butantan mostram que 15% das internações ocasionadas por covid-19 são de menores de 5 anos no País. Além disso, a média de óbitos nesta população é de duas mortes por dia, o que torna o grupo o mais vulnerável à doença neste momento.

NOVAS VARIANTES

"O surgimento de novas variantes atingiu as faixas etárias mais baixas e mostrou a necessidade de incluir as crianças no Plano de Imunização para protegê-las, diminuir a circulação viral e o surgimento de novas cepas", afirma Marcos Gadelha, secretário da Saúde do Ceará.

O Ministério da Saúde recomendou na sexta-feira passada que Estados e municípios apliquem a vacina Coronavac para crianças de 3 a 5 anos. A Anvisa já havia aprovado a aplicação na quarta-feira, dois dias antes. O Instituto Butantan pleiteava a liberação do imunizante em crianças a partir dos 3 anos desde janeiro.

Com a demanda em queda livre por conta da inflação, as redes de supermercados têm trabalhado com estoques menores e buscado equilibrar pedidos, ao encomendar apenas a previsão do que o consumidor vai de fato comprar. Com essa maior seletividade, porém, tem aumentado a queda de braço entre lojistas e indústria, que tem sido mais criteriosa nos descontos para grandes encomendas.

Os mercados têm acertado em suas previsões. O índice geral de rupturas (produtos que faltam nas prateleiras) calculado pela Neogrid, empresa especializada em cadeias de suprimentos, teve ligeira queda em junho e ficou em 11%, comparado aos 11,5% de maio. Esse não é um indicador de desabastecimento, mas, sim, de faltas pontuais, que ocorrem em razão de estoques menores e entregas postergadas.

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Segundo Robson Munhoz, diretor da Neogrid, o varejo alimentar vem trabalhando com o menor índice de estoques em dois anos. "As varejistas não estão mais comprando por oportunidade, mas sim por necessidade. Diversas indústrias têm limitado os volumes e, por isso, os descontos concedidos têm sido mais criteriosos", afirma.

Para ele, as varejistas estão aprendendo a calcular a demanda do ponto de vista do consumidor. "É um ensaio mais apurado sobre o que de fato vende", diz. "Estão aprendendo a entender a demanda principalmente pelo uso de tecnologia."

Mais negociações

O vice-presidente institucional da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Marcio Milan, afirmou na quinta-feira, 14, que a entidade tem estimulado os associados a negociar mais intensamente com a indústria. A lógica é entender os aumentos de preços e identificar determinadas altas injustificáveis. Ele diz que as negociações têm sido mais longas, exigido mais informações e que isso não tem causado desabastecimento nas lojas.

"Não identificamos falta de produtos em razão da maior negociação de supermercados com indústria", afirmou. Ainda assim, eventuais quebras no fornecimento podem acontecer de maneiras pontuais. "Ruptura é algo inerente à operação dos supermercados. Em momentos inflacionários, normalmente há uma tendência disso aumentar", diz.

Isso ocorre porque, na tentativa de melhorar o preço de compra da mercadoria, os estoques diminuem e faltam determinados itens nas gôndolas até que se chegue a um acordo com o fornecedor. Como a demanda está menos aquecida, porém, essas quebras estão menos frequentes. O consumo nos lares brasileiros subiu 0,39% em maio em relação ao mesmo mês de 2021. Na comparação com o mês imediatamente anterior, porém, houve queda de 3,47%, influenciada pela sazonalidade. Os dados são da pesquisa Consumo nos Lares Brasileiros da Abras.

Para Joelson Sampaio, professor de economia da FGV, o cenário de inflação eleva o desafio para indústria e varejo na mesa de negociações. "As varejistas têm de aumentar a pesquisa e comparação de preços e produtos para conseguir melhorar as negociações. O atual momento demanda mais estratégias para se obter um bom planejamento."

Mesmo com a perspectiva de melhora da crise do combustível, por conta da recente medida do governo envolvendo o ICMS, a continuidade da ruptura na cadeia produtiva deve seguir tendo impacto para o varejo e a indústria, afirma. "A falta de insumos e produtos na indústria acaba dificultando as negociações", diz.

O que falta

A indisponibilidade do leite longa vida nas gôndolas dos supermercados em junho atingiu o maior patamar em um ano, e o segundo maior desde janeiro de 2019. De acordo com dados da Neogrid, a falta do item nas prateleiras registrou índice de 19,4% em junho, ante 18,8% no mês anterior. Outro produto que também registrou alta de ruptura em junho, de 19,4% - a segunda maior no ano -, foram os ovos, que acabam substituindo a proteína animal em muitas mesas. Em maio, o índice foi de 17%.

No caso do leite, Munhoz afirma que a ruptura elevada deve se manter até o fim deste trimestre. Entre os motivos, estão estiagem, aumento no custo da ração do gado e do valor do leite no varejo. "Isso afeta também parte dos derivados, como leite condensado, iogurte, queijos, entre outros", afirma.

Já os ovos obedecem a outro fenômeno: "O dólar aumentando, a situação ainda de guerra na Ucrânia, a inflação elevada e o aumento nas tarifas de luz causam efeitos em toda a cadeia de abastecimento. A indústria não consegue sustentar aumentos e precisa repassar parte do custo - com supermercados registrando margens muito apertadas e também não conseguindo segurar o reajuste dos valores. Isso afeta o consumidor final - que passa a buscar mais ofertas, marcas mais baratas, troca proteínas pelas mais em conta", diz Munhoz.

Diferentemente do leite que, no mesmo período do ano passado estava em um patamar parecido de rupturas (em 19,2% frente os 19,4% de agora), os ovos estão 2,4 pontos porcentuais acima do registrado em junho de 2021.

O aumento da produção permitiu uma melhora dos estoques na indústria de veículos, que fechou o mês passado com 103,8 mil unidades nos pátios de montadoras e concessionárias, um volume suficiente para 18 dias de venda. No fim de outubro, os estoques, de 93,5 mil veículos, cobriam 16 dias.

Durante a apresentação do dado, Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, a associação que representa o setor, disse que, apesar das dificuldades relacionadas à falta de componentes e gargalos logísticos, as montadoras conseguiram completar veículos que estavam parados nos pátios.

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"Até que foi um bom mês", comentou o executivo, ao falar da produção de 206 mil veículos do mês passado, a maior do ano.

Moraes acrescentou que parte do aumento da produção reforçou os estoques, mas esta é uma situação temporária. Dado o quadro de aperto na oferta, "provavelmente" os veículos já foram liberados para as concessionárias e clientes, observou o executivo.

Os estoques do Banco de Sangue de São Paulo estão em estado crítico. Segundo a instituição, há necessidade, especialmente, dos tipos sanguíneos negativos O, A e B.

O tipo sanguíneo O negativo é fundamental por ser considerado doador universal, usado em casos de extrema urgência, quando não há tempo para comprovar exames do paciente.

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De acordo com a líder de captação do banco de sangue, Bibiana Alves, a pandemia do novo coronavírus tem impactado na doação, o que contribuiu para reduzir os estoques. “Esperamos que agora, neste começo de ano, quando temos uma esperança no enfrentamento à Covid-19, com o início da vacinação, as pessoas se sensibilizem mais para a questão da doação de sangue".

O banco de sangue, localizado na região do Paraíso, zona sul paulistana, está seguindo os protocolos para evitar a disseminação do novo coronavírus e garantir a segurança dos doadores.

Requisitos

Para fazer a doação é preciso levar um documento de identificação; ter entre 16 e 60 anos; pesar no mínimo 50 quilos; não ter ingerido bebidas alcoólicas nas últimas 12 horas.

Algumas doenças crônicas, como diabetes com necessidade de insulina, e doenças sexualmente transmissíveis podem ser impedimentos à doação. É preciso esperar pelo menos um ano após procedimentos com piercings e tatuagens.

Devido aos protocolos ligados à Covid-19, pessoas que tiveram sintomas gripais devem aguardar pelo menos 30 dias antes de fazer a doação e após viagem ao exterior, 15 dias.

O Banco de Sangue de São Paulo funciona na Rua Tomas Carvalhal, 711, no bairro do Paraíso. O telefone de contato é 11 3373 2000.

Os estoques de automóveis nas fábricas e concessionárias entram em 2021 no seu menor nível de todos os tempos. Segundo dados divulgados pela Anfavea, a associação que reúne as fabricantes do setor, o volume de carros hoje é suficiente para apenas 12 dias de venda. Em condições normais, esse estoque gira em torno de 30 a 35 dias de venda.

Uma das principais causas dessa situação é a falta de peças, um problema que se arrasta desde o ano passado e que tem se mostrado um limitador à retomada da produção. Além disso, as montadoras ainda têm de lidar com as restrições impostas pela Covid-19, com a exigência de distanciamento social impedindo o pleno funcionamento das linhas de produção.

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A indústria vem tentando contornar esses problemas com horas extras (para compensar os atrasos de produção), transporte aéreo de componentes - uma solução cara, que visa a encurtar os prazos de entrega - e até mesmo substituição, quando possível, de materiais.

Ainda assim, no caso das autopeças, nem sempre é possível evitar interrupções nas linhas, como aconteceu na General Motors (GM). A empresa foi obrigada a adiar em três dias a volta do recesso de fim de ano na fábrica de São José dos Campos (SP), porque não havia peças suficientes para retomar a produção da picape S10 e do utilitário esportivo TrailBlazer.

O retorno dos operários, previsto para segunda-feira desta semana, só aconteceu na quinta-feira. Segundo informações do sindicato local, não comentadas pela montadora, pouco antes do recesso a GM já tinha parado por um dia o segundo turno dos modelos produzidos em São José pelo mesmo motivo.

Peças de aço e pneus seguem entre os itens mais escassos. Porém, também há relatos de falta de materiais plásticos e vidro. Ontem, durante a divulgação dos resultados finais da indústria automotiva em 2020, a Anfavea jogou um balde de água fria na esperança, manifestada por alguns industriais, de normalização do quadro já na segunda quinzena deste mês.

A tendência é que o problema de desabastecimento se arraste até, pelo menos, fevereiro, já que restrições decorrentes da segunda onda de contaminações da covid-19 prejudicaram produção e logística de fornecedores no exterior.

Segundo o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, a reescalada da pandemia provoca atrasos de produção, muda as rotas logísticas e torna mais lento o desembaraço de suprimentos nos portos. "Não dá para afirmar que o assunto está totalmente resolvido. Esperamos que a segunda onda não traga mais problemas para que a gente possa administrar isso da forma mais serena possível. O risco, porém, ainda existe."

Cadeia

O desarranjo não é uma exclusividade da produção automotiva, mas tem sido acentuado neste setor por se tratar de uma cadeia longa, de muitos elos. Não só no Brasil, mas em todo mundo, a cadeia de suprimentos não consegue acompanhar a arrancada, superior às expectativas, observada nas linhas de montagem de bens de consumo depois do choque da pandemia. Com os protocolos de prevenção, o número de operários trabalhando simultaneamente nas fábricas teve de ser reduzido, levando a uma nova cadência das linhas e, consequentemente, uma fila de espera entre clientes.

Como não é possível acelerar muito mais o ritmo durante o expediente normal, mesmo num momento de alta ociosidade na indústria, as fábricas vêm trabalhando, em alguns casos, por mais tempo. Montadoras como a Fiat e a Volkswagen Caminhões, que produz veículos comerciais pesados no sul do Rio de Janeiro, não pararam, como costuma acontecer, nas duas últimas semanas do ano. A exceção, claro, foram os feriados de Natal e ano-novo.

"Desde que as fábricas voltaram a funcionar após várias semanas de paralisação, todas adotaram rigorosos protocolos sanitários. Eles já começam no transporte dos colaboradores, e seguem com medição de febre em vários períodos, divisórias de acrílico e espaçamento nos refeitórios, higienização constante de vestiários, banheiros, postos de trabalho, equipamentos e ferramentas, e também com o escalonamento das equipes", diz Moraes. "Tudo isso reduz um pouco a cadência de produção, sem falar nos afastamentos de funcionários de grupos de risco, daqueles com suspeita de doença ou positivos para Covid."

Os estoques de petróleo nos Estados Unidos caíram 562 mil barris, para 499,534 milhões de barris, na semana passada, informou o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) do país. Analistas ouvidos pelo Wall Street Journal previam queda de 3,1 milhões de barris no período.

Os estoques de gasolina caíram 1,125 milhões de barris, a 237,754 milhões de barris, ante expectativa de alta de 600 mil de barris. Já os estoques de destilados recuaram 2,325 milhões de barris, a 148,934 milhões de barris, ante projeção de baixa de 1 milhão de barris.

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A taxa de utilização das refinarias, por sua vez, caiu de 79,1% para 78%, ante previsão de alta a 79,80%. Os estoques de petróleo em Cushing recuaram 26 mil barris, a 58,383 milhões de barris. Fonte: Dow Jones Newswires.

Hemocentros de várias partes do País estão sendo afetados pela falta de doadores de sangue durante a pandemia do novo coronavírus. Segundo a Coordenação-Geral de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde, foi registrada uma queda em torno de 20% nos estoques de hemocomponentes em outubro, na comparação com o mesmo período do ano passado.

Em São Paulo, a Fundação Pró-Sangue está com o estoque em situação crítica, quadro que pode afetar cirurgias eletivas de médio e grande portes, que podem ser canceladas.

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"Não está vindo doador. Procuramos saber pela rede nacional e vimos que vários Estados estão em situação de penúria. Estamos pensando se, com essa situação, teremos de suspender cirurgias eletivas", afirma Vanderson Rocha, diretor-presidente da Fundação Pró-Sangue e professor titular de hematologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

Até a quinta-feira, 12, a entidade contava com apenas 30% das bolsas necessárias para suprir mais de 100 instituições públicas de saúde na Região Metropolitana de São Paulo.

"Os sangues do tipo O+, O-, B+, B- e A- estão em estado de emergência, garantindo o abastecimento para menos de um dia", informa a instituição.

Diretor técnico-científico da Fundação Pró-Sangue, Alfredo Mendrone Junior diz que o medo de infecção pelo vírus afastou doadores. "Os postos de doação estão inseridos em centros hospitalares, e a maioria dos doadores chega de transporte público, mas o hemocentro instituiu medidas de segurança para evitar a contaminação."

Momento mais crítico em 36 anos

Medrone Junior classifica o quadro como o "mais crítico" desde a fundação da Pró-Sangue, em 1984. "Pela extensão do tempo, é o momento mais crítico que a fundação já viveu. Fomos afetados pela greve dos caminhoneiros, tivemos paralisação por causa dos ataques do PCC, mas foram períodos curtos. Esta situação está perdurando por meses. É o pior cenário que já vivemos."

Segundo Carla Luana Dinardo, diretora de relações externas da fundação, a entidade precisa recuperar o estoque nos próximos 15 dias. "Precisamos de todos os tipos de sangue, mas o que mais precisa é o tipo O, porque a maior parte da nossa população é de tipo O e a maior parte dos pacientes é também. Uma bolsa de sangue pode salvar até quatro vidas."

O agendamento pode ser feito pela internet, e quem teve covid-19 deve esperar 30 dias para doar.

Em nota, o Ministério da Saúde informou que, diante do risco de desabastecimento na pandemia, a Coordenação-Geral de Sangue e Hemoderivados acionou o Plano Nacional de Contingência para Grandes Eventos. Segundo a pasta, isso "possibilitou a mobilização de hemocomponentes por todo o território nacional, transferindo para Estados mais afetados um total de 2.106 hemocomponentes de janeiro a outubro, garantindo a continuidade do tratamento dos brasileiros que necessitaram de transfusão".

Outros Estados

Além de São Paulo, outros Estados estão com níveis críticos em ao menos um tipo de sangue. Em Alagoas, este é o caso dos tipos AB+, O- e B+. Lá o estoque de A- está vazio. No Amazonas, este é o quadro dos tipos AB+ e O-. Na Bahia, O+. Em Minas Gerais, O-, O+ e A+.

"Ao longo dos meses, o nivel dos estoques chegou a um quadro crítico em São Paulo, Pernambuco, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Amazonas", afirma Medrone Junior.

A situação da interrupção do abastecimento de energia elétrica no Amapá é outra preocupação. "No Amapá, além da falta de doadores, o apagão prejudicando o armazenamento de sangue e Distrito Federal e o Pará vão ajudar com bolsas de sangue."

Nesta sexta-feira, 13, a Fundação Hemopa vai enviar 140 bolsas de sangue para o Hemocentro do Amapá. A entidade paraense realizou uma campanha nos dias 10 e 11.

Segundo o Ministério da Saúde, a Coordenação Geral de Sangue e Hemoderivados começou a fazer um monitoramento da situação no Estado e reorganizou os estoques de medicamentos hemoderivados refrigerados.

"Além disso, foram mobilizadas plaquetas - hemocomponente mais lábil e, portanto, mais escasso - dos Estados do Pará e Distrito Federal para o Amapá, além de o Estado ter realizado uma grande campanha de doação de sangue em caráter emergencial, que garantiu o restabelecimento dos estoques de hemácias e outros hemocomponentes que não necessitaram ser mobilizados para o Estado."

O ministério informou que o hemocentro do Amapá está funcionando com geradores.

A cada bolsa de sangue doada, até quatro vidas podem ser salvas no país, segundo estatísticas do Ministério da Saúde. No Dia Nacional do Doador de Sangue, comemorado nesta segunda-feira (25), a rede pública de saúde de todo o país reforça a importância da doação regular desse insumo vital. A data foi criada por meio de um decreto presidencial, em 1964, para marcar a fundação do primeiro centro de doadores voluntários de sangue no país. No Brasil, cerca de 3,3 milhões de pessoas são doadoras de sangue. Isso significa que 16, a cada mil pessoas, doam sangue regularmente. 

"A nossa situação de doação de sangue no Brasil está atualmente em conformidade com o que a OMS [Organização Mundial da Saúde] preconiza para a segurança, que é entre 1% e 3% da população. Nós temos tido um percentual de 1,6% da população brasileira doando em serviços de coleta que fornecem sangue para a rede SUS, ou seja, para o Sistema Único de Saúde", afirma Rodolfo Duarte Firmino, coordenador-geral de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde.

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Apesar de estar dentro do padrão de doação recomendado internacionalmente, o Ministério da Saúde trabalha para ampliar o número de doadores, especialmente o de doadores regulares. Dados divulgados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mostram que 42,9% das doações feitas em 2017 foram de primeira vez, 42% de repetição e 15% esporádicas. Além disso, a agência divulgou que, nas doações, há a prevalência dos tipos O+ e A+, contabilizando 43% e 30,7% das doações realizadas em 2017, respectivamente.

"São os doadores regulares que a gente percebe que mantêm abastecidos os bancos de sangue ao longo do ano", diz Firmino. "Não tem nenhum substituto farmacêutico para o sangue, é um produto usado na medicina que só vem por meio da doação. Então, essas pessoas que foram lá no hemocentro de sua cidade fazer a doação esporádica, que retornem regularmente para doar, para não só termos os bancos de sangue abastecidos de forma mais perene, mas também porque a gente tem uma segurança desse sangue por a gente conhecer mais o doador", acrescenta. 

No Distrito Federal, mais de 2,2% da população é doadora de sangue, percentual superior à média nacional. Principal referência na coleta de sangue na região, a Fundação Hemocentro de Brasília vem conseguindo manter os estoques estáveis, mas segundo a diretora-presidente do órgão, Bárbara Simões, o trabalho de conscientização tem que ser permanente.  

"A gente precisa ficar, de fato, lembrando o doador para retornar. É importante, porque o sangue tem uma validade. Os concentrados de hemácias duram de de 35 a 42 dias, plaquetas duram de três a cinco dias e o plasma pode durar mais de um ano congelado. Nesse sentido, sempre precisamos repor estoques de plaquetas e hemácias", explica.

Vidas salvas

Até setembro de 2019, 2,4 milhões de bolsas de sangue foram coletadas no Brasil. Levando em consideração que cada bolsa de sangue pode salvar até quatro vidas, o quantitativo doado poderia salvar quase 10 milhões de pessoas, caso houvesse necessidade. A quantidade de bolsas de sangue coletadas no mesmo período de 2018 foi igual, 2,4 milhões. Em relação às regiões, o Sudeste foi o que realizou maior número de coletas de janeiro a setembro de 2019, com 1 milhão de bolsas de sangue, seguido pela Região Nordeste (603 mil), Sul (435 mil), Centro-Oeste (211 mil) e Norte (178 mil). O país tem 32 hemocentros coordenadores e mais 2.066 serviços de coleta ligados ao Sistema Único de Saúde. 

Doador regular desde 2012, o economista Zilber Sepúlveda, de 29 anos, vai ao Hemocentro de Brasília pelo menos três vezes ao ano. Para ele, cuja doação já se tornou um hábito, sua qualidade de vida melhorou após essa rotina. 

"Antes de começar a doar, inclusive, eu não malhava, não comia direito. Indiretamente, por doar sangue, você se preocupa com isso. Até porque é um pouco chato você chegar lá e descobrir, por exemplo, que sua doação anterior não pôde ser aproveitada por alguma motivo, aí a gente passa a ter essa preocupação de comer bem, de se cuidar", afirma.  

O procedimento para doação é simples. O doador passa inicialmente por uma identificação pessoal, seguida de um triagem clínica, onde ele deve prestar informações gerais sobre seu quadro de saúde, incluindo informações sobre hábitos alimentares, histórico de doenças e uso de medicamentos. A coleta em si dura cerca de 15 minutos, mas todo o procedimento dura, em média, cerca de 40 minutos, a depender do fluxo do dia na unidade de saúde onde está sendo feita a doação.

Quem pode doar

No Brasil, pessoas entre 16 e 69 anos podem doar sangue. Para os menores (entre 16 e 18 anos) é necessário o consentimento dos responsáveis e entre 60 e 69 anos, a pessoa só poderá doar se já o tiver feito antes dos 60 anos. É preciso pesar no mínimo 50 quilos e estar em bom estado de saúde. O candidato deve estar descansado, não ter ingerido bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores à doação, não fumar e não estar de jejum. No dia da doação, é imprescindível levar documento de identidade com foto.

A frequência máxima de doações por ano é quatro vezes para o homem e três para a mulher. O intervalo mínimo deve ser de dois meses para os homens e de três meses para as mulheres. 

"O que eu posso dizer para quem quer doar é que não precisa ter medo. Muita gente acha que é um processo doloroso e que vai ser prejudicado de alguma forma. Ao contrário, já que dá até mais saúde, pois ao tirar um pouco de sangue, o corpo cria mais resistência para voltar àquela quantidade anterior", diz Zilber Sepúlveda.

Sangue seguro

Todos os litros de sangue coletados na rede pública de saúde passam por um teste de sorologia para identificação de doenças. Além disso, é realizado outro exame, chamado Teste NAT, que reduz a chamada janela imunológica para HIV, Hepatite C e B, tempo em que o vírus já está presente no doador e ainda não é possível sua detecção. A coleta das bolsas de sangue é feita com material descartável, estéril e de uso clínico.

No Dia Mundial do Doador de Sangue, celebrado nesta quinta-feira (14), o deputado federal Jean Wyllys (PSOL) lamentou o fato de que os LGBTs não possam doar sangue. O psolista falou que a proibição vai muito além da discriminação. “Não se trata apenas de reduzir a discriminação, mas de garantir que mais pessoas possam, de fato, doar sangue e colaborar com a manutenção de estoques vitais à medicina. As milhares de vidas que precisam de estoques de bolsas de sangue agradecem“, opinou. 

“Uma única doação pode ajudar no tratamento de até sete pessoas, e isto depende da boa vontade e da colaboração voluntária de milhares de doadores. Infelizmente, outros milhares são simplesmente rejeitados por questões que não encontram amparo na ciência moderna. Homens gays e pessoas trans, ainda que com parceiros fixos, casados e com boa saúde, são impedidos por uma norma interna do Ministério da Saúde de doar sangue ainda na entrevista”, ressaltou o deputado. 

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Jean Wyllys falou que a entrevista é um critério muito frágil e até perigoso. “É plenamente possível que uma pessoa cisgênero e heterossexual omita situações que a levariam ao impedimento da doação, ou pior: que desconheça que seu parceiro ou parceira possa vivenciar situações de risco de contágio de DSTs - um dos principais fatores que expõem mulheres casadas ao contágio pelo HIV, índice que vem aumentando ano após ano e que preocupa as autoridades da saúde pública”.

O parlamentar é autor do projeto de lei  6297/2016, que visa acabar com as restrições dos doadores LGBTs.

 

 

A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) divulgou nota em que alerta para a redução dos estoques devido aos protestos dos caminhoneiros. Segundo a entidade, os estoques de produtos não perecíveis, que tem duração média de 15 dias, já estão pela metade. As manifestações da categoria chegaram ao nono dia nesta terça-feira (29).

A Abras acrescenta que, mesmo após o encerramento do movimento de caminhoneiros, serão necessários de cinco a dez dias para que o abastecimento dos supermercados voltem a se normalizar.

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"Medidas urgentes precisam ser tomadas para garantir a qualidade no abastecimento da população. O setor tem sofrido mais com a falta de abastecimento de produtos perecíveis, prejudicando as seções de hortifruti, açougue e laticínios e derivados”, informa a nota.

O Mercado Livre lança esta semana um serviço de armazenamento de produtos e distribuição. O movimento, embora restrito ao campo da logística, é decisivo diante do atual cenário competitivo de multiplicação do número de empresas que ofertam plataformas de "marketplace", um shopping virtual em que outros vendedores comercializam produtos.

Lidar com estoque nunca foi parte da rotina do Mercado Livre. Uma das maiores do e-commerce no Brasil, a companhia não tem produtos próprios. Seus clientes são vendedores que disponibilizam mercadorias para comercialização na plataforma.

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O modelo muda com o lançamento pela companhia do "fulfillment", um serviço que realiza a gestão do armazenamento, da embalagem e entrega de produtos de diversos vendedores a partir de um centro de distribuição, incluindo também o serviço de pós-venda e atendimento ao cliente. As operações no centro de distribuição e o transporte são feitos por empresas parceiras, mas a gestão passa a ser responsabilidade da companhia de e-commerce e não mais do vendedor.

Com um centro de distribuição em Louveira (SP), na região de Campinas, o Mercado Livre começará atendendo 130 vendedores entre os que mais vendem em volume de itens. O produto continua pertencendo a outros, mas o novo serviço aproxima a operação da companhia à de outros gigantes.

"Começaremos pequenos, mas podemos escalar rápido", disse ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, Leandro Bassoi, diretor do Mercado Envios, braço logístico do grupo. "Vemos uma parcela importante da nossa venda no futuro vindo desse negócio", afirmou, acrescentando que investimentos em outros centros de distribuição no País poderiam ocorrer no futuro.

B2W, Via Varejo e Magazine Luiza têm estoque próprio, mas vêm reforçando suas operações de marketplace. A nova iniciativa do Mercado Livre começa a tornar esses modelos - antes díspares - mais parecidos. A B2W já oferta uma estratégia de "fulfillment" desde 2015, voltada para armazenagem, distribuição e atendimento ao cliente.

O Mercado Livre movimentou em transações no segundo trimestre um total de US$ 2,7 bilhões em todos os países onde atua. Não há dados específicos para o Brasil, mas a companhia afirma que o País representa em média metade do total de seus resultados.

Segundo Bassoi, o "fulfillment" deve permitir uma redução "significativa" do prazo médio de frete. O novo serviço, no entanto, não deve gerar receita. A companhia decidiu não cobrar dos vendedores, o que é visto como um investimento para que o negócio ganhe escala.

O Mercado Livre tem uma verba de R$ 1 bilhão para este ano, a qual está sendo gasta em diferentes iniciativas destinadas a gerar volume de vendas. A empresa tem ofertado frete grátis, navegação gratuita em seu aplicativo e, agora, lança a gestão de estoque grátis para os clientes.

O lançamento ocorre ainda num momento em que cresce no mercado a expectativa de que a Amazon lance no Brasil o seu "marketplace". Analistas e empresários do setor de comércio eletrônico afirmam que a gigante norte-americana já sondou vendedores no Brasil sobre o lançamento de sua plataforma.

Bassoi diz não ver, no entanto, a Amazon como uma ameaça. "Naturalmente buscamos aumentar nossa participação e, de alguma forma, defender o nosso mercado", afirmou. "Mas não nos pautamos pela Amazon", acrescentou.

O governo federal prepara a criação da faixa 4 do programa habitacional Minha Casa Minha Vida (MCMV), destinado a famílias com renda mensal de até R$ 9 mil, conforme apurou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, com fontes próximas do assunto. Hoje, o limite é de R$ 6,5 mil.

Os beneficiários deste novo segmento poderão comprar imóveis de até R$ 300 mil, utilizando financiamento com recursos originados no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) a juros anuais de 9,16%. Essa taxa é maior do que nas outras faixas do MCMV, que chegam a 8,16% ao ano. Entretanto, é mais atrativa do que os valores cobrados pelos bancos fora do programa, que vão de 10% a 14% ao ano.

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A medida será anunciada na segunda-feira, 6, durante cerimônia às 15h30, em Brasília, com a participação do presidente, Michel Temer, além de ministros e empresários.

Outra novidade será a correção nos limites de renda nas demais faixas do programa em cerca de 6,5%, visando acompanhar a inflação. Com isso, a renda mensal máxima das famílias para enquadramento na faixa 1,5 deve subir de R$ 2,3 mil para aproximadamente R$ 2,6 mil; na faixa 2 de R$ 3,6 mil para R$ 3,9 mil; e na faixa 3 de R$ 6,5 mil para R$ 7,0 mil.

Esses números ainda estão sendo ajustados e arredondados pelo governo federal, podendo ter algumas alterações no anúncio de segunda-feira. Também não está confirmada se a correção abrangerá a faixa 1, válido para famílias com renda de até R$ 1,8 mil. Neste segmento, o imóvel é praticamente todo pago com dinheiro do Tesouro Nacional, ao contrário das demais faixas, que usam recursos do FGTS e do FAR.

O governo federal também subirá em 10% o preço máximo dos imóveis contratados pelo programa habitacional nas faixas 2 e 3. Dessa forma, os valores passarão de R$ 225 mil para R$ 250 mil nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal. A última alteração nas faixas de renda e preços dos imóveis do Minha Casa Minha Vida ocorreu em outubro de 2015, ainda durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff.

As reformas no MCMV atendem a reivindicações de empresários do setor da construção. Os representantes dos principais sindicatos e associações reclamam que os valores dos imóveis no programa estão defasados, o que inviabiliza a realização de novos projetos nas cidades onde os terrenos são mais valorizados, como nas regiões metropolitanas.

Além disso, a aceitação de mais famílias dentro do MCMV ajuda a aliviar a crise no mercado imobiliário. Fora do programa, o financiamento para compra de moradias é mais caro, o que se tornou um dos principais responsáveis por esfriar as vendas de casas e apartamentos, bem como gerar distratos.

Estoques

O governo federal ainda estuda dar um empurrão nas vendas dos estoques das incorporadoras. Para isso, cogita aumentar o valor máximo dos imóveis que podem ser financiados com recursos do FGTS no mercado. O limite atual de R$ 950 mil, válido para São Paulo, Rio e Brasília, pode ir para um patamar entre R$ 1,2 milhão ou R$ 1,5 milhão.

Essa medida, porém, seria restrita para a compra de imóveis prontos no estoque das incorporadoras. Portanto, não incluiria unidades usadas, nas mãos de pessoas físicas. Além disso, permaneceria válida até serem liberados R$ 500 milhões do fundo. Depois disso, voltaria a valer o teto anterior, de R$ 950 mil.

Os preços futuros do petróleo operaram com volatilidade nesta quarta-feira, 16, e acabaram terminando em queda. Enquanto os investidores encontraram algum apoio nos comentários do ministro de Energia da Rússia, Alexander Novak, de que apoiaria um acordo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), por outro, o mercado recebeu negativamente mais um aumento nos estoques da matéria-prima nos EUA, o que acabou prevalecendo.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para dezembro fechou em baixa de 0,52%, a US$ 45,57 por barril. Na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres, o Brent para janeiro caiu 0,68%), a US$ 46,63 por barril.

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Os estoques de petróleo dos Estados Unidos aumentaram 5,274 milhões de barris na semana encerrada em 11 de novembro, segundo o relatório oficial do Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês), para 490,28 milhões de barris. Analistas ouvidos pelo The Wall Street Journal previam alta menor, de 1,1 milhão de barris. Após o dado, a commodity aprofundou as perdas, que já vinham de uma realização de lucros.

No entanto, comentários de Novak, de que a Rússia apoiaria um acordo da Opep de congelar a produção e de que vê grandes chances de que o acordo seja finalizado na reunião do dia 30 de novembro, em Viena, fizeram com que o petróleo ficasse volátil e até subisse em alguns momentos. Novak disse também que pode se reunir com o ministro de Energia da Arábia Saudita, Khalid al-Falih, em uma conferência em Doha nesta semana.

"Parece que os membros da Opep estão tendo muitas reuniões a portas fechadas para tentar chegar a algum tipo de consenso", disse Matt Smith, diretor de pesquisa sobre commodities da ClipperData. "Mais ênfase deve ser colocada sobre isso do que retórica da Rússia", acrescentou.

Os membros da Opep se propuseram a uma redução da produção coletiva entre 32,5 milhões e 33 milhões de barris por dia. No entanto, o cartel bombeou um recorde de 33,83 milhões de barris por dia em outubro.

No entanto, os dados do DoE exerceram mais força sobre o petróleo, com a perspectiva de que o mercado continua saturado. Nos últimos tempos, sinais de que a demanda estaria se equilibrando à oferta têm feito os preços do petróleo subirem, e o oposto promove o caminho inverso.

Além disso, em um relatório divulgado na terça-feira, 15, a Agência Internacional de Energia disse que a demanda global de petróleo não vai diminuir em breve, apesar das promessas feitas na cúpula climática de Paris no ano passado para limitar as emissões de gases de efeito estufa. Fonte: Dow Jones Newswires

Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda nesta quinta-feira, 9, pressionados pelo fortalecimento do dólar, em um dia de cautela nos mercados internacionais. A commodity continuou, porém, perto de máximas em dez meses, em meio a problemas na produção e ao recuo dos estoques dos Estados Unidos.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o WTI para julho fechou em queda de 1,30%, a US$ 50,56 o barril. Na plataforma ICE, em Londres, o Brent para agosto caiu 1,06%, a US$ 51,95 o barril.

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Os dois contratos avançaram mais de 80% desde que bateram mínimas em vários anos no início de 2016. Problemas na produção geraram a expectativa de que o quadro de excesso de oferta pudesse se reverter em breve.

Analistas disseram que o que moveu os mercados da commodity nesta quinta-feira não foi, em grande medida, os fundamentos do setor. No caso desta quinta, o dólar parece ter tido mais peso, já que a moeda se valorizou, após dados mais fracos da China, que reduziram o apetite por risco e fortaleceram a moeda dos EUA ante divisas emergentes e commodities. Como o petróleo é cotado em dólar, nesse caso ele se torna mais caro para os detentores de outras moedas, o que reduz o apetite dos investidores.

"O principal fator foi o dólar e as preocupações sobre a moeda", disse Phil Flynn, da corretora Price Futures Group, de Chicago. Segundo ele, o momento é de mais estabilidade no mercado da commodity, à espera do que ocorrerá mais adiante.

Ainda que o dia tenha sido de queda, a redução nos estoques dos EUA e problemas na produção da Nigéria continuam a apoiar os preços do petróleo. Analistas do Commerzbank avaliaram que, em meio a problemas na produção que ainda existem, é possível esperar que os preços continuem com tendência de alta.

Na quarta-feira, os EUA informaram que os estoques de petróleo do país recuaram 3,2 milhões de barris na última semana. Segundo analistas do Credit Suisse, os estoques norte-americanos devem recuar mais durante o verão local, com o maior consumo de gasolina pelos motoristas. Fonte: Dow Jones Newswires.

As cotações do petróleo fecharam em alta nesta quinta-feira, com muitos participantes fechando posições mais pessimistas para a commodity, em uma sessão de poucos negócios.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), os contratos de petróleo bruto para fevereiro fecharam a US$ 38,10, em alta de 1,6%; na Intercontinental Exchange (ICE), os contratos do petróleo Brent para fevereiro encerraram a US$ 38,39 por barril, em alta de 1,3%, recuperando um prêmio sobre os contratos dos Estados Unidos.

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Ontem, a Agência de Informações de Energia, do Departamento de Energia (EIA/DoE) dos Estados Unidos informou que os estoques de petróleo bruto do país caíram 5,9 milhões de barris na semana passada, surpreendendo investidores que aguardavam o anúncio de um ligeiro aumento. Mas participantes avaliam que a perspectiva de longo prazo para o petróleo permanece baixista, dado o excedente mundial do produto. No acumulado do ano, o petróleo já desvalorizou 28,5%. Fonte: Dow Jones Newswires.

A percepção dos empresários da Região Metropolitana de São Paulo em relação aos estoques teve alta em novembro, aponta pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). O Índice de Estoques (IE), calculado pela entidade, atingiu 94,6 pontos, alta de 2,9% ante o resultado de outubro (91,9 pontos) e recuo de 15,4% em relação a novembro do ano passado (111,8 pontos).

O movimento foi puxado pelo aumento do porcentual de comerciantes que consideram o volume de mercadorias estocadas como adequado, de 45,8% em outubro para 47,2% em novembro. Por sua vez, 37,8% dos empresários ouvidos pela FecomercioSP consideraram seus estoques acima do adequado, o mesmo número do mês anterior e o segundo maior da série histórica, iniciada em junho de 2011. Já o montante de empresários com estoques abaixo do esperado passou de 16,0% em outubro para 14,9% em novembro. Ainda assim, a assessoria econômica da entidade ressalta que o patamar é maior do que o observado no mesmo mês do ano passado, quando marcou 13,3%.

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"A razão pode ser a estratégia que alguns empresários adotaram de reduzir o mix de produtos para garantir maior giro de mercadorias e menores custos de estoques", diz a nota técnica da FecomercioSP. A entidade acredita que, neste fim de ano, os pedidos dos varejistas aos fornecedores devem ter sido bem menores do que em 2014, já que as expectativas de vendas para 2015 são de 5% a 10% inferiores em relação ao mesmo período do ano passado.

Desta forma, com os estoques ainda elevados às vésperas Black Friday e do Natal, a FecomercioSP acredita que pode haver promoções e liquidações neste final de ano. "Com isso, os assessores econômicos da entidade acreditam que o ciclo de estoques paulistano tende a se equilibrar mais adequadamente no início de 2016, resultado das vendas de fim de ano e do conservadorismo cada vez maior dos empresários", afirma a nota da entidade.

Metodologia

O IE é apurado mensalmente pela FecomercioSP por meio da entrevista com cerca de 600 empresários do comércio e varia de 0 (inadequação total) a 200 pontos (adequação total), sendo a marca dos 100 pontos o limite entre inadequação e adequação.

Pela análise dos números, é possível identificar se os empresários estão com sensação de estoques "acima", ou seja, com excesso de mercadorias, ou "abaixo", isto é, com falta de itens disponíveis para suprir a demanda em curto prazo.

Denúncia de falta de medicamentos no Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), no Recife, acendeu um alerta para os pacientes atendidos pela unidade de saúde pública. Nesta segunda-feira (6), o Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) exigiu do hospital um posicionamento, até as próximas 48 horas, sobre a situação. 

Segundo informações divulgadas pelo Cremepe, o estoque de antineoplásicos (utilizados para coibir e destruir a ação de células malignas, que podem se tornar tumores) está “zerado”, comprometendo o tratamento de pacientes da oncologia e hematologia da unidade médica. 

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Remédios como carboplatina, ciclofosfamida, etoposídeo, entre outros, compõem a lista daqueles inexistentes no Oswaldo Cruz. De acordo com o documento encaminhado à gestão do hospital, desde abril alguns desses medicamentos não estão disponíveis no local, sob a alegação de “indisponibilidade” de orçamento. 

Como medida emergencial, o Cremepe garante que irá cobrar à Secretaria Estadual de Saúde (SES), além da reitoria da Universidade Federal de Pernambuco (que gere o Huoc) e do Ministério Público do Estado. 

Nem as vendas do Dia das Mães, a mais importante data para o varejo no primeiro semestre, devem trazer um alívio para um grande número de empresas do comércio que acumulam um volume de estoques indesejáveis. Em abril, 28,3% das companhias do varejo acumulavam um volume de estoques acima do ritmo de vendas. É a maior marca de empresas com estoques encalhados da série histórica iniciada em março de 2011, segundo pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC).

"A velocidade de vendas na ponta está aquém dos estoques que os varejistas contrataram", observa o economista da CNC, Fábio Bentes. Ele projeta crescimento de apenas 0,5% das vendas do Dia das Mães, o menor resultado desde 2004, quando houve um recuo de 1,9%.

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Esse descompasso entre os estoques e as vendas é maior especialmente nos bens duráveis (31,6%), que são os itens de maior valor, normalmente vendidos a prazo e dependentes do crédito, que está mais caro por causa da subida dos juros para conter o avanço da inflação. As vendas de móveis e de eletrodomésticos devem recuar 2,8% no Dia das Mães, aponta a CNC.

Essa freada nos itens de maior valor e dependentes de crédito já foi sentida nas Lojas Cem, rede varejista especializada em eletroeletrônicos, eletrodomésticos e móveis. "Os negócios deram uma retraída nos últimos dois meses", conta o supervisor geral, José Domingos Alves. A projeção inicial da rede era crescer 20% em relação à mesma data de 2014, mas foi reduzida para 5%.

Alves diz que não há muito o que fazer em termos de condições de pagamento para impulsionar os negócios, uma vez que o desemprego está aumentando e o consumidor ficou mais cauteloso. Ele acredita que o valor médio dos itens vendidos deve ser 15% menor em relação ao do ano passado, com retração dos produtos de maior valor.

Essa tendência já foi observada no primeiro trimestre. Segundo fontes do mercado, as vendas de geladeiras, fogões e lavadoras, caíram 15% em relação ao primeiro trimestre de 2014. Nas TVs, outra linha de produto de alto valor, a retração anual no primeiro trimestre foi ainda maior, de 20%. Neste caso, além da recessão, o resultado foi afetado pela base de comparação forte, que foi a Copa do Mundo de 2014, que puxou as vendas de TVs no primeiro trimestre.

Compensação

A compensação parcial da queda nas vendas de itens mais caros e dependentes de crédito pode ocorrer por conta dos artigos de perfumaria e telefone celular, que ainda é objeto de desejo de muitos brasileiros. Segundo a CNC, as vendas de itens de perfumaria vão crescer 7,8% no Dia das Mães

Brian Drummond, gerente de marketing da Mahogany, rede varejista com 160 lojas de perfumaria espalhadas pelo País, está otimista com as vendas no Dia das Mães. "Vamos crescer 8% em relação ao Dia das Mães do ano passado", prevê.

Ele sustenta essa projeção de crescimento em vários fatores. O primeiro é que, com o bolso mais apertado, o brasileiro procura comprar itens que se encaixem no orçamento mais apertado. Outro fator que também contribui para as vendas de perfumaria é a alta do dólar, que encareceu os itens importados.

Drummond observa, no entanto, que mesmo sem crise e sem a alta do dólar, o mercado brasileiro é promissor. "O Brasil é primeiro mercado consumidor de fragrâncias do mundo, superando a França e os Estados Unidos em volumes e valores comercializados", diz.

Os contratos futuros de petróleo terminaram em queda nesta quinta-feira (5) devolvendo a maior parte dos ganhos conseguidos na sessão anterior.

Os preços do barril negociado em Nova York subiram ontem, após comentários do ministro do petróleo da Arábia Saudita, Ali Al-Naimi, sobre uma maior demanda mundial. No entanto, os mercados perceberam hoje que as declarações "não continham nada de relevante", disse o analista da International Energy Agency, Matthery Parry.

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Investidores também digeriram os dados do Departamento de Energia divulgados ontem, que indicaram um aumento de 10,3 milhões de barris na semana que acabou em 27 de fevereiro. O resultado ficou bem acima do esperado por analistas, que projetavam alta de 4,6 milhões de barris.

A commodity também foi afetada pela valorização do dólar, que se fortaleceu ante uma cesta de moedas após as declarações do presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, sobre o programa de compras de bônus (QE, na sigla em inglês), que começa na semana que vem. O petróleo é cotado em dólares, e uma alta da moeda norte-americana deixa o combustível mais caro para compradores que usam outras divisas.

Preocupações sobre a produção na Líbia também pesaram sobre a cotação do Brent. Ontem, a estatal National Oil Co. declarou "Estado de Força Maior" em 11 campos de produção no centro do país, que tem sofrido com os ataques de grupos extremistas a seus campos de produção. O status isenta a empresa de qualquer responsabilidade legal em caso de interrupções futuras de fornecimento.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), os contratos de petróleo bruto para abril fecharam a US$ 50,76 por barril, queda de US$ 0,77 (-1,48%). Já na Intercontinental Exchange (ICE), os contratos do petróleo Brent fecharam a US$ 60,48 por barril, queda de US$ 0,07 (-0,11%). Fonte: Dow Jones Newswires

Os altos níveis de estoques podem atrapalhar as empresas de varejo de moda nos últimos e mais importantes meses do ano para vendas. Algumas das principais redes do Brasil reportaram retração nas vendas no terceiro trimestre deste ano e acumularam estoques de coleções antigas. As empresas agora tendem a aumentar descontos e liquidações para esvaziar as prateleiras ocupadas com peças velhas, o que deve afetar negativamente a margem bruta.

A temporada de divulgação de resultados do terceiro trimestre mostrou que, entre as grandes redes de vestuário de capital aberto, apenas a Renner teve desempenho positivo de vendas. Cia Hering, Marisa e Riachuelo tiveram resultado negativo no indicador vendas mesmas lojas, que abrange unidades abertas há mais de um ano. Com isso, as companhias entraram na temporada de alto verão, a mais importante do ano, com estoques em patamares mais elevados do que o ideal. No caso de Cia Hering, os estoques de lojas multimarcas, que compram os produtos da empresa, são a preocupação.

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"Ainda teremos de conviver com algum excesso de estoque de coleções", disse Márcio Goldfarb, presidente da Marisa, ao comentar o desempenho da empresa no terceiro trimestre. As vendas mesmas lojas da companhia caíram 1,5% ante igual período do ano anterior. Goldfarb reconheceu falhas na concepção da coleção e na alocação de produtos pela companhia.

Embora a empresa tenha dito que novas coleções tiveram melhor desempenho, a evolução nas vendas e na rentabilidade deve ser "gradual", segundo o diretor de Vendas Arquimedes Salles, porque será preciso limpar os estoques antigos.

A necessidade de se desfazer de peças mais antigas e que não venderam também deve afetar a margem bruta da Guararapes, controladora da Riachuelo, no quarto trimestre. O diretor Financeiro Tulio Queiroz afirmou que a empresa trabalha com a perspectiva de margem bruta estável no quarto trimestre de 2014, na comparação com igual período do ano anterior, embora acredite que o desempenho de vendas vai ser melhor. A Guararapes disse esperar que as vendas mesmas lojas voltem a território positivo neste final de ano, depois de retração de 2,7% entre julho e setembro, na comparação com os mesmos meses de 2013.

Preocupada com o acúmulo de peças antigas na rede, a Cia Hering havia promovido uma "limpeza" dos estoques de suas lojas e franquias no segundo trimestre, intensificando promoções. Apesar disso, uma parte relevante das vendas da companhia é feita para lojistas multimarcas, os quais ainda têm problemas. "O canal multimarcas ainda está tentando digerir os problemas que enfrentamos no segundo trimestre, em razão da queda de vendas na Copa do Mundo", explicou Frederico Oldani, diretor Financeiro e de Relações com investidores.

O Bank of America Merrill Lynch considerou ainda em relatório que, mesmo após a limpeza de estoques, os franqueados da Cia Hering podem investir menos. "Um cenário de consumo difícil e altas taxas de juros deve limitar o desejo dos franqueados de tomarem risco com estoques", escreveram em relatório os analistas Melissa Byun, Robert E. Ford Aguilar, Nicole Inui e Vinicius Saraiva.

As expectativas de que o cenário macroeconômico continue desfavorável, com pressão inflacionária e baixa confiança do consumidor, pesam sobre as perspectivas de analistas para o setor.

Ao comentar os resultados da Guararapes, a Brasil Plural considerou que a queda de vendas e de margem bruta no varejo é um sinal de cautela sobre o momento da companhia. Para os analistas Guilherme Assis e Victor Falzoni, é possível que iniciativas promocionais não estejam surtindo efeito ou mesmo que os consumidores estejam mais sensíveis a preço e com isso haja dificuldade para converter visitas às lojas em vendas.

Já no caso da Marisa, além dos indicadores macroeconômicos, pesa a percepção de que a companhia tem cometido erros de gestão. "O resultado da Marisa no terceiro trimestre é um testamento da recente execução pobre da companhia e reafirmamos nossa visão negativa sobre a empresa", disseram em relatório Fabio Monteiro e Thiago Andrade, do BTG Pactual.

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