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Vídeos gravados durante um culto na Assembleia de Deus Campo Grande (ADCG), no Rio de Janeiro, mostram um grupo de evangélicos participando de uma espécie de ritual militar, que mesclou uma mímica das saudações do Exército Brasileiro e passagens bíblicas. Os homens estão trajados com uniformes de estampa camuflada, similar ao das Forças Armadas, e usam boinas vermelhas, como fazem os militares de brigadas paraquedistas. 

Por lei, a atividade seria ilegal. Segundo o Estatuto dos Militares (1941), que orienta o uso de fardas por militares das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica), é definido que os trajes são de uso exclusivo em atividade, exceto em eventos oficiais e autorizados. 

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Os fieis gritam trechos da bíblia em tom de ordem, fazem coro, batem continência e até marcham. Eles se identificam como o "Coral Masculino de Vozes do Jordão (CMVJ", um departamento da igreja exclusivo aos homens. O lema do departamento é “juntos somos fortes”, mote popularizado pelo bolsonarismo. 

"O que Ele faz hoje tu não sabes, mas verás depois. Ele é o que é e ai do homem se quiser ser maior do que Ele. Ele não aceita que o seu nome seja escarnecido. Queremos trazer à igreja um pequeno resumo de quem é o 'Eu sou o que sou'. Ele é Jesus, o Deus dos deuses, senhor dos senhores", prega o grupo, em coro, em um dos trechos de vídeo. 

A Assembleia de Deus de Campo Grande é liderada pelo casal de pastores Alessandro e Aline Malafaia, que, apesar do nome da igreja e sobrenome em comum, não têm relações diretas com o bolsonarista Silas Malafaia. Os homens fardados que aparecem nos vídeos não foram identificados.

Em busca do apoio dos parlamentares evangélicos, o governo Lula está assumindo o compromisso de evitar pautas polêmicas - aborto, drogas e costumes. A sinalização tem sido dada aos líderes dos grupos religiosos, como o coordenador da bancada evangélica no Senado, Carlos Viana (PSD-MG), que, segundo disse ao Estadão, considera o gesto um sinal de pacificação e respeito. "Desde que nossas pautas não sejam afetadas, o governo terá o nosso apoio em todas as matérias que forem importantes para o Brasil", afirmou Viana.

Nesse clima de entendimento com o Planalto, Viana comentou a suposta indicação do ex-deputado Jean Wyllys, que ele considera um personagem muito polêmico, para uma função na Secretaria de Comunicação (Secom). Segundo Viana, se Wyllys não tiver nenhuma influência nas decisões do governo, naturalmente que essa será apenas uma questão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do PT.

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No entanto, se Wyllys insistir em assuntos que não contam com o apoio dos parlamentares evangélicos, haverá reação. "Se ele trouxer novamente os assuntos que durante o governo de Dilma Rousseff levaram a um embate e até mesmo a um levante na política brasileira, naturalmente vamos nos manifestar contrários por que entendemos que ele não tem respeito pelos cristãos em nosso Brasil".

Desde a posse de Lula, integrantes da gestão petista e lideranças evangélicas refratárias a ainda manter a imagem colada na do ex-presidente Jair Bolsonaro têm buscado caminhos que resultem num diálogo e numa aproximação. Dessa forma começaram a ser promovidas reuniões e encontros, além de um trabalho de identificação de quem seriam os interlocutores de ambos os lados.

Segundo explicou um desses interlocutores, essas pessoas que fariam a ponte entre os evangélicos e governo seriam aquelas que "comungam das mesmas ideias". Para abrir diálogo com o segmento religioso, de acordo com essa visão, é necessário "saber ouvir e conhecer suas reais demandas".

Pelo lado do governo, esse diálogo tem sido liderado, entre outros, pelos ministros da Advocacia Geral da União (AGU), Jorge Messias; das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e da Secom, Paulo Pimenta que, apresentou aos demais ministros - Messias não conseguiu estar presente - uma pesquisa sobre a influência das igrejas evangélicas no voto dos fiéis.

Segundo esse grupo, existe uma preocupação do governo e de Lula com esse diálogo. O presidente considera que, passado o período eleitoral em que o apoio à candidatura de Bolsonaro foi mais intenso e superadas as marcas que ficaram, estava mais do que na hora de conversar.

O governo quer também identificar os parlamentares e as igrejas abertas a esse diálogo. No PL, por exemplo, a receptividade a essa abertura é pequena. O atual coordenador da bancada evangélica na Câmara, Eli Borges (PL-TO) não quer nem ouvir falar no assunto. Entretanto, seu sucessor já escolhido, Silas Câmara (PSD-AM), pastor evangélico da Assembleia de Deus, já se mostrou disposto a acolher as conversas com o governo.

O deputado André Janones (Avante-MG) evangélico e membro da Igreja Batista da Lagoinha, do pastor André Valadão - fundamentalista e crítico ferrenho dos grupos LGBTQI+ - também rejeitou o diálogo nesses termos. Janones, que cuidou das redes sociais durante a campanha de Lula - disse que o presidente sempre foi contra instrumentalizar a fé. "Ele (Lula) é chefe de Estado, não líder religioso", afirmou.

O deputado Cezinha de Madureira (PSD-SP), também pastor da Assembleia de Deus, avaliou que o diálogo tem avançado por que o governo identificou que o Congresso é conservador e "inteligentemente" focou nas bancadas evangélicas. "Não sendo a pauta ideológica, nós estamos abertos para atender e sabemos que temos a responsabilidade de construir e dialogar", disse Madureira.

Questionado se a posição de parlamentares como Borges, contra o diálogo, não poderia atrapalhar, ele respondeu que "estar contra não descredencia ninguém". "O deputado Eli Borges é um grande líder da minha Igreja e sua opinião deve ser respeitada", observou.

O advogado Cristiano Zanin Martins tem procurado líderes evangélicos para costurar apoio no Senado à sua indicação para o Supremo Tribunal Federal (STF). A religiosos, ele tem dito que, como ministro, não defenderá que a Corte "legisle" sobre pautas conservadoras, como aborto e drogas, caras ao segmento religioso.

O candidato, que defendeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em processos da Operação Lava Jato, precisa ser sabatinado na Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) da Casa. Seu nome passará por votação no colegiado e depois seguirá para o plenário.

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Como mostrou a Coluna do Estadão, Zanin tem conquistado líderes evangélicos e agora vai buscar a maior bancada do Senado, a do PSD. Nessa quarta-feira (7), o advogado se reuniu com senadores na casa do deputado Cezinha de Madureira (PSD-SP), um dos principais atores religiosos do Congresso, apurou o Estadão/Broadcast. O café da manhã contou com a presença de senadores como Hiran Gonçalves (PP-RR) e Vanderlan Cardoso (PSD-GO), presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

Na terça-feira (6), o advogado teve um encontro com o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), segundo-vice-presidente da Câmara e ex-presidente da Frente Parlamentar Evangélica. "É um indicado ao STF que quer dialogar com todos os segmentos da sociedade", disse Sóstenes.

Apesar de causar polêmica o fato de Lula ter indicado seu próprio advogado ao STF, Zanin tem causado boa impressão nesses encontros. "Acho oportuno que ele possa ter a possibilidade de apresentar aos senadores conservadores o que ele pensa sobre nossos assuntos, aí cada senador poderá fazer seu juízo de valor", afirmou Sóstenes.

Nas conversas com os religiosos, Zanin tem se apresentado e contado a trajetória de sua família, com histórias sobre a mulher e os filhos. De acordo com relatos à reportagem, o advogado tem pedido que os líderes atuem como "pontes de diálogo" com os evangélicos onde houver qualquer sinal de resistência à sua indicação ao STF.

Fontes ouvidas pelo Estadão/Broadcast avaliam que, diante de uma composição mais conservadora do Senado, Zanin tem tentado abrir maior diálogo com a bancada evangélica. Segundo pessoas que conversaram com o advogado, ele tem reforçado que a discussão sobre temas polêmicos cabe ao Congresso. O julgamento sobre a descriminalização do porte de drogas para consumo próprio já está na pauta deste ano do STF. Há a expectativa de que a descriminalização do aborto seja também incluída.

O prefeito do Recife, João Campos (PSB), atendeu ao pedido da vereadora Michele Collins (PP) e sancionou a lei que tornou a "Marcha para Jesus" Patrimônio Cultural Imaterial da capital. O texto foi publicado no Diário Oficial do município na última sexta-feira (9).

Com edições em diversos estados do Brasil e, inclusive, no exterior, a Marcha para Jesus reúne evangélicos em uma caminhada entre louvores para difundir a fé cristã. Geralmente promovido no segundo semestre, em 2023, o evento foi marcado para outubro.

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Perto das eleições do ano passado, em agosto, a Marcha reuniu milhares de fiéis na Avenida Boa Viagem, na Zona Sul da capital. Com shows e pregação em trios elétricos, então candidatos que buscavam votos em Pernambuco, como Anderson Ferreira, ao governo do Estado, Gilson Machado, ao Senado, e Clarissa Tércio, à Câmara dos Deputados, participaram da edição.

LeiaJá também: Motociata no Recife não se unirá à Marcha para Jesus

O evento teve como ponto alto o discurso do ex-presidente Jair Bolsonaro e da esposa Michelle. Com menos apoio que o adversário Lula no Nordeste, o então candidato à reeleição não pediu votos de forma expressa, mas se apoiou no posicionamento usado em palanques sobre guerra ideológica e perda de liberdades individuais.

Um novo relatório elaborado pela Casa Galileia, organização que reúne pesquisadores e promove iniciativas plurais para o público cristão, divulgou diferentes perspectivas do alcance que tem tido o discurso bolsonarista nas bolhas conservadoras. O foco do último estudo, que foi divulgado pelo Uol, foi a narrativa utilizada por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) para tentar impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

De acordo com os pesquisadores, esses discursos perderam força nas redes evangélicas nos últimos meses. A tática inclui notícias falsas como uma suposta fraude às urnas e até mesmo uma doença grave que Lula teria escondido da mídia e que poderia impedi-lo de cumprir o futuro mandato. 

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O monitoramento apontou uma mudança nos conteúdos compartilhados pelas redes da extrema-direita evangélica, que agora publica mensagens de cunho mais religioso, deixando de lado a política. As eleições foram o tema principal das publicações de páginas e perfis ligados ao grupo na reta final da campanha eleitoral.  Ao todo foram analisadas mais de três mil postagens no Facebook, Instagram e Youtube de 308 perfis.  

“A extrema-direita evangélica segue denunciando a perseguição e a censura aos cristãos por parte do presidente eleito Lula e do ministro Alexandre de Moraes [do Tribunal Superior Eleitoral], desmobilizando as narrativas de fraude eleitoral ou de apoio às manifestações golpistas”, aponta o documento. 

Todos contra Moraes 

Apesar da mudança do conteúdo, ainda são encontradas mensagens em apoio aos atos golpistas que acontecem na frente dos quartéis desde o dia 30 de outubro. “É importante destacar que, apesar desses vídeos permanecerem concentrando números consideráveis de visualizações, os vídeos de conteúdos políticos nos canais evangélicos foram pouco mais de 10% na lista dos maiores engajamentos da semana”, cita um outro trecho. 

No rol das postagens que têm como tema a política, o foco se tornou o ministro presidente do Superior Tribunal Eleitoral, Alexandre de Moraes. O pastor Silas Malafaia foi um dos que mais publicou conteúdo contra o magistrado, reiterando a tese falsa de fraude eleitoral. “[Ele] Voltou a chamar Moraes de ditador da toga e sugeriu que os ministros do TSE pedissem demissão”, diz o texto.  

As decisões do ministro quanto a desmonetização de canais propagadores de fake news também têm um amplo espaço nos grupos, que apontam estar havendo censura no Brasil, ignorando que a incitação de golpe militar é crime contra o Estado Democrático de Direito. A mais recente desinformação veiculada pelas redes da extrema-direita evangélica é a suposta doença de Lula, que não teria condições de se tornar mandatário. 

 

O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, o ministro Joaquim Barbosa, deu um recado aos evangélicos no seu perfil do Twitter neste sábado (22), e disse que eles estão “sendo enganados e ludibriados”, com relação ao que é pregado pelos pastores bolsonaristas nas igrejas. Ele também exaltou que não se deve misturar fé com política pois, “historicamente, essa mistura sempre teve como resultado catástrofes sociais, guerras civis, etc. Não se deixe iludir”. 

O ex-presidente do STF contou que convive com pessoas evangélicas desde os 6 anos de idade, quando a sua mãe, dona Benedita, tornou-se evangélica. “Evangélicos, no geral, são pessoas que primam pela simplicidade, pela bondade, pelo espírito de comunidade, de mútua ajuda”, disse. Joaquim Barbosa observou, ainda, que respeita todos os credos, que não é praticante de nenhuma religião, mas que a igreja tem um grande significado intelectual para ele, que visita os templos em todo canto do mundo. 

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“Aos evangélicos que não se deixam influenciar facilmente, digo: vocês estão sendo enganados e ludibriados. Sei do que estou falando. Conheço muita gente que está sendo 'intoxicada' pela lenga-lenga bolsonarista”, apontou. Ele fez questão de mencionar o desmonte na educação proporcionado por Bolsonaro. “Pense bem no seguinte, seja você evangélico ou não: Educação! Sem ela você não sairá do lugar. E tem que ser educação de qualidade, viu? Em quatro anos, Bolsonaro alguma vez demonstrou interesse pela educação dos pobres? Não”, afirmou. 

A primeira-dama Michelle Bolsonaro, chorou durante evento “Mulheres com Bolsonaro”, ao mencionar um episódio envolvendo a filha Laura, nesta quarta-feira (19), em São Paulo. No local, ela também fez uma série de ataques ao candidato Lula  (PT) e ao PT. “Estamos aqui para lutar para que esse câncer do partido das trevas se dissipe, saia da nossa nação”, afirmou. As informações são do site metrópoles.   

Em pouco mais de 10 minutos de discurso, Michelle relembrou de um comentário feito pela jornalista Bárbara Gância, no qual afirmava que para a bolsonarista “quando a filha do Bolsonaro se arruma, ela parece uma puta”. Esse comentário fez referência a polêmica declaração do presidente de que “pintou um clima” com as garotas venezuelanas que ele encontrou em Goiás. 

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No local, ao lado de várias lideranças religiosas, a maioria evangélica, e políticos bolsonaristas, incluindo o candidato a governador Tarcísio de Freitas (Republicanos),a primeira-dama também pediu votos para seu marido e continuou fazendo uma série de ataques à esquerda, com falas de cunho religioso, e sobre corrupção.

  Ela finalizou dizendo que o governo do PT “atrasou as obras para escravizar o povo” e ironizou um dos motes da campanha de Lula. “Um homem que não conseguiu levar água para o Nordeste, agora promete picanha para o povo”.

Ela ainda apelou para o discuso de que a eleição é a luta do “bem contra o mal” e recorreu à Bíblia para criticar os adversários. “A própria Bíblia diz que os sábios se inclinam para a direita e os tolos, para a esquerda”.  

Depois de forte pressão de aliados, o candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, fará nesta quarta-feira (19) a leitura da carta ao povo evangélico e vai reafirmar o compromisso, se eleito, com a liberdade de culto no País. O texto, obtido pela reportagem, diz que os evangélicos são bem-vindos para participar do Executivo e retoma os acenos de Lula ao segmento enquanto foi presidente, como a sanção da Lei da Liberdade Religiosa.

A leitura da carta aos evangélicos será feita em evento com pastores em um hotel na zona sul de São Paulo. Participam do encontro os deputados federais eleitos Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) e Marina Silva (Rede-AP), além de lideranças petistas.

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"Posso lhes assegurar, portanto, que meu Governo não adotará quaisquer atitudes que firam a liberdade de Culto e de Pregação ou criem obstáculos ao livre funcionamento dos Templos", afirma o documento. "É bem-vinda a participação de Evangélicos nas diversas formas de participação social no Governo, como Conselhos Setoriais e Conferências Públicas", acrescenta, sem compromisso com a participação em ministérios, por exemplo.

Na carta, Lula se compromete a jamais utilizar os símbolos da fé para fins políticos-eleitorais, em uma crítica indireta ao presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro, e ainda reitera ter a família como um valor central na sua vida. "Lar e a orientação dos pais são fundamentais na educação de seus filhos", afirma o petista. "Para mim, a vida é sagrada, obra das mãos do Criador", segue.

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Veja a carta aos evangélicos na íntegra:

"Meus Amigos e Minhas Amigas, nesta reta final do segundo turno, decidi escrever esta Carta Pública ao Povo Evangélico. A grande maioria dos brasileiros e brasileiras que viveram os oito anos em que fui Presidente da República, sabe que mantive o mais absoluto respeito pelas liberdades coletivas e individuais, particularmente pela Liberdade Religiosa. Como todos devem se lembrar, no período de meu governo, tivemos a honra de assinar leis e decretos que reforçaram a plena liberdade religiosa. Destaco a Reforma do Código Civil assegurando a Liberdade Religiosa no Brasil, o Decreto que criou o dia dedicado à Marcha para Jesus e ainda o Dia Nacional dos Evangélicos.

Mantenho o mesmo respeito e o mesmo compromisso que me motivou a apoiar essas conquistas do povo evangélico. E o nosso Povo sabe também que cuidei, com especial carinho, dos mais pobres e injustiçados e assim, sob as Bênçãos de Deus, meu governo contribuiu para melhorar a vida de milhões de famílias brasileiras. Sempre penso, neste sentido, no trecho bíblico que diz: "a verdadeira religião é cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades..." (Tiago, 1,27) Vivemos, entretanto, um período em que mentiras passaram a ser usadas intensamente com o objetivo de provocar medo nas pessoas de boa fé, e afastá-las do apoio a uma Candidatura que justamente mais as defende.

Por isso senti a necessidade de reafirmar meu compromisso com a liberdade de culto e de religião em nosso País. Todos sabem que nunca houve qualquer risco ao funcionamento das Igrejas enquanto fui Presidente. Pelo contrário! Com a prosperidade que ajudamos a construir, foi no nosso Governo que as Igrejas mais cresceram, principalmente as Evangélicas, sem qualquer impedimento e até tiveram condições de enviar missionários para outros países. Não há por que acreditar que agora seria diferente. Posso lhes assegurar, portanto, que meu Governo não adotará quaisquer atitudes que firam a liberdade de Culto e de Pregação ou criem obstáculos ao livre funcionamento dos Templos.

Envio-lhes esta mensagem, portanto, em respeito à Verdade e ao apreço que tenho a esse Povo crente no Verdadeiro Deus da Misericórdia e a seus dedicados pastores e pastoras. Se Deus e o povo brasileiro permitirem que eu seja eleito, além de manter esses direitos, vou estimular sempre mais a parceria com as Igrejas no cuidado com a vida das pessoas e famílias brasileiras. Sei muito bem que em todas as regiões do Brasil há Igrejas com Irmãos e Irmãs que trabalham ativamente nas suas comunidades com a propagação do Evangelho e com o cuidado do povo, dedicando-se a tornar mais leve os fardos espiritual e social de milhões de pessoas. Declaro meu respeito e minha admiração pela fé, dedicação e amor com que os evangélicos realizam sua missão, seja na área da difusão do evangelho, seja na área da assistência social, proteção da infância, da juventude, das mulheres, dos idosos e das pessoas com deficiência. Da mesma forma é bem-vinda a participação de Evangélicos nas diversas formas de participação social no Governo, como Conselhos Setoriais e Conferências Públicas.

Em meio a este triste escândalo do uso da Fé para fins eleitorais, assumo com vocês este compromisso: meu Governo jamais vai usar símbolos de sua Fé para fins político-partidários, respeitando as leis e as tradições que separam o Estado da Igreja, para que não haja interferência política na prática da Fé. Esse é um ensinamento que a própria Bíblia nos dá: andar pelo caminho da Paz com todos. Jesus nos mostra que a casa dividida não prospera. A religião é para ser respeitada e vivida de acordo com a livre escolha de cada pessoa.

Portanto, a tentativa de uso político da fé para dividir os brasileiros não ajuda ninguém, nem ao Estado, nem às igrejas, porque afasta as Pessoas da mensagem do Evangelho. Jesus Cristo nos ensinou Liberdade e paz, respeito e união, disso precisamos. E os cristãos evangélicos têm dado mostras, ao longo da História, de seu compromisso com a paz, seguindo o que Jesus ensinou: "Dai a César o que é de César, dai a Deus o que é de Deus" (Mateus, 22,21).

Outro compromisso que assumo: fortalecer as famílias para que os nossos jovens sejam mantidos longe das drogas. Nós queremos nossa Juventude na escola, na iniciação profissional, realizando atividades esportivas e culturais para que tenham mais oportunidades e exerçam cidadania de forma produtiva, saudável e plena. O respeito à família sempre foi um valor central na minha vida, que se reflete no profundo amor que dedico à minha esposa, aos meus filhos e netos. Por isso compreendo o lugar central que a família ocupa na fé cristã. Também entendo que o lar e a orientação dos pais são fundamentais na educação de seus filhos, cabendo à escola apoiá-los dialogando e respeitando os valores das famílias, em a interferência do Estado. A preocupação com as Famílias Brasileiras deve ser integral.

O povo brasileiro está numa condição de desespero, e precisaremos muito da ajuda das Igrejas para, o quanto antes, reverter esta situação. De nada adianta se dizer defensor da Família e ao mesmo tempo destruí-las pela miséria, pelo desemprego, pelo corte das políticas sociais e de moradia popular. Queremos dar às famílias, prosperidade e segurança. O Lar é a garantia de proteção. É inaceitável que milhões de brasileiros e brasileiras não tenham um teto. Por isso, vamos retomar o vitorioso programa Minha Casa Minha Vida, com toda intensidade, para que todas as Famílias brasileiras tenham uma casa onde possam viver com segurança e dignidade.

Nosso governo implementará políticas públicas consistentes para que nenhuma família brasileira enfrente o flagelo da fome. Sobretudo, não pouparei esforços para que possam adquirir os necessários e suficientes meios, para viver dignamente por seu trabalho, sem ter que depender da ajuda do Estado. Nosso Projeto de Governo tem compromisso com a Vida plena em todas as suas fases. Para mim a vida é sagrada, obra das mãos do Criador e meu compromisso sempre foi e será com sua proteção. Sou pessoalmente contra o aborto e lembro a todos e todas que este não é um tema a ser decidido pelo Presidente da República e sim pelo Congresso Nacional.

Meus Queridos e Minhas Queridas, peço que recebam essas palavras como uma demonstração de meu desejo sincero de servir, de ajudar e trabalhar pelo bem de nosso país. E estejam certos de minha estima e meu compromisso com todo o povo cristão de nosso país. Reitero meu compromisso, que é o mesmo de vocês: paz, união e fraternidade entre todos os brasileiros e brasileiras. Com as bênçãos de Deus, haveremos de honrar nossa dupla condição, de cidadãos e cristãos, pois não há contradição entre elas quando o propósito é servir, buscando a paz e o entendimento. E digo tudo isso com muito amor pelo nosso querido Brasil e pelo Povo Brasileiro: "Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes Amor uns pelos outros!" (João,13,35).

JUNTOS PELO BRASIL!

Luiz Inácio Lula da Silva

São Paulo, 19 de outubro de 2022.

No Recife para cumprir agenda de campanha, o presidente Jair Bolsonaro discursou durante um evento que reúne líderes religiosos na Zona Sul da capital pernambucana e disse, nesta quinta-feira (13), que conta com eles para virar votos e fazer com que o "Brasil siga sendo do Senhor". Os pastores e lideranças evangélicas participam do Fórum Cidadania AD Brasil no Hotel Transamérica, em Boa Viagem; eleitores aguardam um discurso do presidente em frente ao local, a imprensa não pode acompanhar o evento interno. 

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Depois de listar pautas conservadoras e lembrar ser contra o aborto, a legalização das drogas e a ideologia de gênero, o candidato à reeleição disse: “Há uma diferença enorme sobre os dois nomes que disputam a eleição no próximo dia 30. Que cada um procure buscar virar votos para que tenhamos a certeza que o Brasil continuará sendo do Senhor”. O discurso foi transmitido ao vivo pelo Facebook do presidente.

Os temas conservadores também vem sendo alvos de discursos do ex-presidente Lula, adversário de Bolsonaro nas urnas, que vem tentando conquistar o eleitorado evangélico.

Jair Bolsonaro pontuou também que é católico, mas a esposa, Michelle, é evangélica e tem cumprido agendas pelo país ao lado da senadora eleita pelo Distrito Federal (DF), Damares Alves. “Vocês sabem que sou católico, minha esposa é evangélica. Ela fala muito bem, grita em casa em Libras, mas realmente é uma cristã evangélica exemplar. Falei para ela ontem, encontrei em casa sem querer, que quero que ela participe de alguns programas de televisão para tratar sobre os assuntos que já vem tratando”, afirmou, recordando ainda que seu casamento havia sido celebrado pelo pastor Silas Malafaia, também presente no evento. "Deve durar uns 50 anos", cravou.

Folha da saúde e pedidos de desculpas

Ainda durante o discurso que durou cerca de vinte minutos, Bolsonaro declarou ter feito “o possível” para combater a Covid-19 no Brasil e voltou a pediu desculpas pelo que chamou de “exagero” durante diversas declarações sobre a pandemia. O país registra cerca de 700 mil mortes por Covid.

"Acredito que tenha feito o possível para ajudar no combate à Covid. Houve, da minha parte, algum exagero por parte de algumas palavras. Peço desculpas, mas faz parte da emoção. Talvez da educação que eu tive em casa - bastante rígida, e agradeço a meus pais - e também dos 15 anos no Exército brasileiro", frisou.

O candidato também afirmou que o governo pode desonerar a folha do setor de saúde.

"Pedi para ele [Paulo Guedes] desonerar a folha [de pagamento] da saúde no Brasil, são 17 setores que já estão desonerados, e ele falou que eu poderia anunciar a desoneração da saúde no Brasil. O impacto é compatível. [...] A desoneração passa a ser de 1% a 4% do faturamento bruto da empresa. Vai ser vantajoso e vamos dar mais uma sinalização para questão do piso da enfermagem no Brasil", declarou o presidente.

Veja o discurso completo:

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Nesta segunda-feira (10), o candidato à Presidência pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, lança a "Carta Compromisso aos Evangélicos". No documento, o petista deve pedir maior participação dos evangélicos em diversas áreas governamentais, como políticas destinas à prevenção às drogas, com o fortalecimento das comunidades terapêuticas, e proteção às mulheres.

"As igrejas evangélicas têm um papel fundamental na sociedade brasileira. Em lugares onde o Poder Público não consegue chegar, há congregações com irmãos e irmãs que trabalham ativamente nas suas comunidades com a propagação do Evangelho, se dedicam em levar paz, conforto espiritual às famílias e desenvolvem forte trabalho social. Vale destacar com ênfase a mulher evangélica, aguerrida em sua fé, dedicadas à oração e ao cuidado com suas famílias", diz trecho da carta.

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No documento, também será salientado as leis destinadas às comunidades evangélicas durante os dois mandatos de Lula. "A defesa da ampla liberdade religiosa sempre marcou a minha vida política e a minha conduta pessoal como cristão. Valorizando a verdade, destaco que sancionei leis importantes como a da Marcha Para Jesus, Dia Nacional do Evangélico e da Liberdade Religiosa."

De acordo com o site G1, a "Carta Compromisso aos Evangélicos" contará, pelo menos, com sete pontos. Confira:

- Garantia da liberdade religiosa, da defesa da família e da vida;

- Garantia de que nenhum templo será fechado e nenhum culto proibido;

- Não enviar ao Congressos leis, nem alterar qualquer norma que envolva valores cristãos, da família e da vida;

- Combate a qualquer tipo de preconceito contra evangélicos;

- Participação efetiva de evangélicos nas diferentes áreas do governo;

- Defesa da participação de evangélicos nas políticas públicas, em especial na prevenção às drogas;

- Valorização de projetos já desenvolvidos nas áreas de assistência social.

Pastor, bispo, missionário estes termos passaram a ser a cada eleição mais comuns entre os parlamentares do Brasil e dos que pleiteiam por um assento nas câmaras municipais, estaduais, na federal e no Senado. Com projetos, em sua grande maioria, focados nas pautas de costumes, os deputados e senadores da Frente Parlamentar Evangélica (composta também por católicos e espíritas) ampliam não só em número no Congresso Nacional, bem como são eleitos com votações expressivas e até recordes pelos eleitores de seus estados.

Do púlpito de suas igrejas ao plenário do Congresso Nacional, eles apresentam discursos eloquentes e que empolgam seus apoiadores, especialmente quando apresentam projetos contrários ao aborto, ideologia de gênero, a adoção de crianças por casais homoafetivos e casamento homoafetivo. Nos embates, eles contextualizam com versículos bíblicos, frisando que tais assuntos têm como objetivo preservar os valores cristãos e da família que intitulam “tradicional brasileira”.  Tais discursos são veiculados em suas redes sociais para ganhar ainda mais apoio e engajamento para seus mandatos.

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A trajetória dos evangélicos na política

Em 1961 foi eleito o primeiro deputado federal evangélico e em 1986 na Assembleia Nacional Constituinte foram eleitos 33 postulantes evangélicos. No entanto, apesar da bancada evangélica ter sido formada em 1990 sob a liderança da Igreja Universal, a Frente Parlamentar Evangélica só foi criada em 2003 e sua oficialização ocorreu em 2015 - cuja composição é 181 deputados e 8 senadores, dois quais 46% são evangélicos e 43% católicos, cuja participação advém de 80% dos partidos, segundo dados do Instituto de Estudos da Religião (ISER).

Ascenção evangélica na política

O doutor em ciência política, o professor Pedro Soares elenca algumas das estratégias dos evangélicos para ascender politicamente no Brasil. “Desde 1980 os evangélicos estabeleceram um projeto, em primeiro lugar, esse projeto é estabelecer uma série de interlocuções com umas lacunas que o Estado (os governos municipais, estaduais e federal) constrói, ou seja, os evangélicos eles atuam na periferia, na pobreza, no âmbito das desigualdades, das falhas que o Estado estabelece. Ou seja, atua entre as famílias que estão desestruturas pelo tráfico de drogas. Você tem uma série de questões, por exemplo, no quesito da fome, que é um outro âmbito que eles atuam bastante. Então é uma série de desigualdades, de lacunas que o Estado não se encontra presente e os evangélicos, a partir do momento que atuam, eles terminam fidelizando um público e esse público tem crescido exponencialmente. Assim definem sua base eleitoral”, contextualizou ao frisar como os evangélicos conquistam o eleitorado.

Maneiras de incursões

Para o estudioso, o contexto desigualdades sociais contribuem para essa ampliação dessa bancada, tendo em vista, o aumento das políticas neoliberais implementadas pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), que dialoga com o grupo de maneira eficiente, bem como atende as demandas dessas lideranças e as priorizam. “O governo Bolsonaro adotou políticas neoliberais tão fortes, a ponto de que quando a gente olha para esse projeto evangélico, a gente entende exatamente o porquê (da ascensão dos evangélicos no Congresso). A partir do momento que ele (Bolsonaro) adota esse projetos neoliberais e vemos o aumento da miserabilidade, da pobreza, da fome, por que ele está fazendo isso? Porque ele (Bolsonaro) tem uma ala evangélica coesa, a ponto de a gente ver o que ocorreu no primeiro turno destas eleições. Um deputado estadual daqui (Pernambuco), um pastor (Júnior Tercio) foi eleito com um quantitativo de votos extremante expressivo e para a esposa desse pastor (Clarissa Tercio) como deputada federal. Aí você observa que esses evangelizados têm um trabalho de base tão forte nas igrejas evangélicas, a ponto de tornar inquestionável as suas eleições”, considerou.

Neste viés de eleições com votação ampla, em Pernambuco, por exemplo, André Ferreira (PL) foi o deputado federal mais votado do estado e de toda a região Nordeste, com 273.267 votos, seguido de Clarissa Tercio (PP), com 240.511 votos e reelegeu o pastor Francisco Eurico (PL) a deputado federal com 100.811 votos.

A esquerda e os evangélicos

Em relação ao diálogo da esquerda brasileira com esses líderes religiosos e integrantes da Parlamentar Evangélica, o cientista político recorre a análise feita pelo sociólogo Boaventura de Sousa Santos, em seu livro “Esquerdas do mundo, uni-vos!”. “A pluralidade da ideologia de esquerda e ela em um contexto de extrema crise como estamos vivendo agora. E eu não me refiro a apenas uma crise econômica, a uma crise política, de acirramento político, de embate político. Mas me refiro também numa crise ideológica, que nem a esquerda, nem a direita consegue se unificar de maneira completa, a ponto de se levantar gigante contra o outro lado e essa pulverização a gente encontra, principalmente, na esquerda. Porque historicamente, desde a metade do século XIX, que é quando a esquerda começa a se aglutinar, em pequenos grupos e aí cada uma defendendo um fato diferente, um elemento. Você por exemplo, a ala extremamente Marxista, você tem Marxismo mais voltado para o revisionismo de Rosa Luxemburgo, você tem o Marxismo que vai se transformar no Leninismo (de Lenin), no castrismo de Fidel Castro. Então você reconhece uma pulverização dessa ideia do Marxismo, do socialismo, do que vem a ser o comunismo. E por todos esses elementos você encontra uma certa dificuldade de unificação, por esses elementos particulares, especialmente no Brasil”, o estudioso ainda reforça que os padrões culturais, religiosos e ideológicos acabam por dificultar essa unificação da esquerda, por torná-la muito peculiar.

Soares rememora que o fato de criar um “discurso demonizador da esquerda”, classificando-a como pedófila, anticristã, abortista, é originado desde a metade do século XIX, pontualmente em 1948, quando acontece a “Primavera dos Povos”, em Paris, na França. “É a primeira tentativa da esquerda, primeira tentativa proletária dos trabalhadores e instalar um governo na cidade de Paris. Aí, desde aquele momento para cá você tem um esquema muito combativo, no significado dessa esquerda. Isso acontece na Europa e vai ser exportado para o mundo”, contextualizou. “Então existe um discurso acadêmico, social e até mesmo político de criar uma normalização de padrões burgueses. Tudo que não for burguês, vai ser considerado como estranho, aquele que a gente tem que escorraçar, demonizar. E a esquerda, ela tem um histórico, o último discurso de demonização da esquerda de maneira internacional, eu diria global, é a instalação do comunismo. O Brasil vai virar o comunismo, no Brasil vai se instalar o comunismo. Mas o que é o comunismo? Será que o Brasil se verteria a esse comunismo pela história que tem? Onde se tem elementos coloniais fortes e que vem de  uma monarquia absolutista que veio para o Brasil e saiu como uma classe fortalecida, porque tem uma elite que ascende dessa nobreza imperial que se instala no Estado que não estabeleceu uma pauta republicana, sem saber no mínimo qual o significado de ser República”, cravou.

Para ele, o movimento que parte das igrejas evangélicas faz ao se alinhar ao Estado, se coloca como legitimadora de suas pautas neoliberais. "Então essa demonização, essa tentativa de construção de narrativa de que a esquerda é anticristã, pedófila, abortista, é na verdade uma tentativa burguesa, uma tentativa desse Estado, desses elementos do Estado e quando me refiro a esses elementos, eu incluo as igrejas evangélics que se colocam perto do Estado (governos) e que se coloca como legitimadora estatal, de defesa desse Estado. Mas quando a gente olha para perto dessas esquerdas, a gente observa que ela é a favor do proletário, do trabalhador. Ela surge como um movimento trabalhista e continua até hoje”, avaliou.

Muito discurso, votações recordes e poucos projetos

De acordo com um levantamento do observatório do Legislativo Brasileiro (OLB), do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da UERJ, apenas 62 dos 4.879 projetos propostos na pauta de costumes na Câmara foram aprovados. Desse total, só quatro são de autoria da Frente Parlamentar Evangélica.

Os assuntos mais pautados nos projetos de parlamentares da base evangélica são: processo legislativo e atuação parlamentar (49%), direito penal e processual penal (48%) e defesa e segurança (48%). Finanças públicas (44%), administração pública (31%) e direitos humanos e minorias (19%).

 

No dia em que recebeu o presidente Jair Bolsonaro (PL), nessa terça-feira (4), a direção da Assembleia de Deus declarou que vai punir fiéis que defenderem pautas de esquerda. O alerta foi emitido em um informe assinado pela 49º Assembleia Geral Ordinária da Convenção Fraternal das Assembleias de Deus de São Paulo (Confradesp). 

A carta ameaça representar membros contrários à ideologia defendida por Bolsonaro ao conselho de ética para que sejam aplicadas de medidas cautelares. O alvo seria àqueles que "defendem pautas de esquerda dentro da cosmovisão marxista", sob a justificativa de se basear em uma "filosofia em choque com princípios cristãos". 

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A convenção é comandada por José Wellington Bezerra da Costa, pai do deputado federal bolsonarista Paulo Freire da Costa (PL). O documento ainda destacou outros pontos para influenciar o voto dos fiéis. Segundo a Folha de S. Paulo, que obteve acesso ao circular, a diretoria da Assembleia de Deus rechaçava a participação de Lula (PT) na eleição e reforçava o "apoio expresso" do ex-presidente a "religiões demonistas". 

De acordo com os líderes evangélicos, a candidatura do petista "defende pautas favoráveis à desconstrução da família tradicional, à legalização total do aborto, à erotização das crianças, à ideologia de gênero, à liberação das drogas ilícitas, à relativização da Bíblia Sagrada, à censura à liberdade religiosa e ao aparelhamento da educação com ideologia marxista". Contudo, nenhum dos pontos é abordado no plano de governo do ex-presidente.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta terça-feira (4), em São Paulo, que o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), quando questionado sobre propostas, só apresenta "respostas vazias". Ele citou como exemplo o caso em que o petista disse não saber como gerar mais empregos no País.

Ele também ironizou o ex-presidente ao dizer que "lugar de bandido é na cadeia". "Já que ele falou lugar de pastor é na igreja e de militar é no quartel, eu diria que lugar de bandido é na cadeia", afirmou durante encontro com evangélicos.

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O chefe do Executivo voltou a dizer que, ao longo do seu governo, não cedeu às tentações do poder, sem citar o alinhamento a partidos do Centrão. Ele reforçou que, ao escolher um presidente, é necessário "ver quem é a família" dele.

"A minha (família) é Marcos Pontes, Guedes, Tereza Cristina. Essa é a minha família ministerial. A do outro lado, ele não fala, mas vocês sabem quem é", disse, citando as denúncias de corrupção envolvendo as gestões do PT.

A menos de dez dias das eleições, a campanha do candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai intensificar o movimento em busca do voto evangélico, segmento no qual o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem ampla vantagem. A ex-ministra Marina Silva (Rede), que declarou apoio público ao petista, e o candidato a vice Geraldo Alckmin (PSB) serão escalados para atrair esses eleitores religiosos.

Marina é evangélica e é identificada como alguém com grande respeitabilidade entre o segmento. Alckmin é católico praticante, mas também foi designado para atrair esses eleitores. A campanha está traçando possíveis programações para os dois nos próximos dias, de acordo com o pastor presbiteriano Luís Sabanay, que coordena o núcleo de evangélicos da sigla.

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Como mostrou o Broadcast Político, a campanha instituiu um Comitê Evangélico para dar organicidade às ações em busca dos eleitores do segmento. O núcleo organizou uma agenda de atividades diárias para dialogar diretamente com esse público e que terão continuidade nessa reta final. Batalhas nas redes sociais com postagens que abordam temas do cotidiano imediato da eleição, massificação de material nas redes em horários de picos e panfletagens com mensagens aos religiosos em todo o Brasil serão intensificadas. O cronograma vai até primeiro de outubro, um dia antes das eleições.

Com foco nos colégios eleitorais mais representativos do País, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro serão prioridades também do Comitê. Na próxima terça-feira (27), o fundador e coordenador nacional da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito, Ariovaldo Ramos, que participa da comunicação da campanha junto aos religiosos, se reunirá em Minas com o candidato ao governo apoiado pelo PT, Alexandre Kalil (PSD), em um encontro com evangélicos.

"Nós pedimos para cada coordenação estadual fazer com que a campanha de Lula e Alckmin seja visível. E como se dá isso? Através de testemunho. Qual a diferença da nossa campanha e da campanha do Bolsonaro? Não instrumentalizamos religião", disse Sabanay. De acordo com a pesquisa Datafolha divulgada na última quinta-feira (22), o chefe do Executivo lidera entre os evangélicos com 50%, enquanto Lula aparece com 32%. A diferença reduziu: no dia 9 de setembro, o placar era de 51% a 28%, respectivamente. A melhora é atribuída às ações promovidas neste último mês.

O objetivo da campanha não é, no entanto, reverter os índices, mas reduzir a distância. O foco na busca pelos votos continua sendo, essencialmente, a mulher evangélica, maior parte negra e periférica, que cuida do lar e da família, que rejeita a pauta armamentista por preservar a segurança dos filhos e temer a violência dentro de casa e que sente diariamente as consequências da crise econômica - temas que contrastam, justamente, com o perfil do principal adversário na corrida presidencial. A estratégia foi reverberada por pesquisas qualitativas encomendadas pela campanha.

De acordo com Sabanay, as ações planejadas nessas eleições visam, além de discutir os problemas reais que atingem a maioria do público evangélico, combater as mentiras que afastam o eleitorado religioso de Lula. A Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito dará subsídios à campanha nessa reta final. O movimento está preparando, por exemplo, um roteiro para desmentir um vídeo que circula nas redes sociais e que associa Lula e PT ao aborto e à descriminalização das drogas, temas caros ao público religioso.

No material, uma mulher negra diz que, como mãe e cristã, se preocupa muito "com o que está sendo repassado às nossas famílias". "Eles sempre foram a favor da descriminalização das drogas, da liberação de presos. Eles chegam ao ponto de dizer que veem lógica no assalto. Que o bandido não pode ser preso só porque roubou o celular", diz. O material recupera uma fala antiga de Lula em que afirma que jovens são assaltados e violentados pela polícia, "às vezes inocente ou às vezes porque roubou um celular".

No vídeo, a locutora também critica o que chama de "sexualização" das "nossas crianças" nas escolas e a prática do aborto. "Eles pervertem as nossas crianças e ao mesmo tempo tentam nos convencer que matar um bebê no ventre é questão de saúde pública", afirma. O trecho também recupera um discurso de Lula em que diz que o aborto é "uma questão de saúde pública e todo mundo deveria ter direito".

"(Esse material) tenta enganar as pessoas. Vamos fazer um vídeo que responda a esses temas, como um fio condutor. Para tudo que eles falaram com manipulação da informação, vamos responder linearmente de forma correta", disse a jornalista e uma das coordenadoras da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito Nilza Valéria Zacarias.

A intensificação na propagação de mentiras envolvendo o PT e Lula nessa reta final, alavancado pela rede bolsonarista, tem sido uma das preocupações da campanha para garantir a vitória já no primeiro turno.

O eleitorado evangélico representa 25% da população votante do Brasil. De olho nessa parcela da sociedade, os candidatos à Presidência da República estão intensificado as suas visitas às igrejas e os encontros com os principais líderes religiosos do país, principalmente o ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), principais concorrentes. 

Segundo último levantamento do Datafolha, divulgado na noite de quinta-feira (22), Bolsonaro tem 50% das intenções de voto dos evangélicos, enquanto o petista aparece atrás na preferência, com 32%. Mesmo sendo um número significante para o atual mandatário, a campanha do presidente enxerga que é necessário o máximo de  possível de fiéis engajados para que ele consiga a reeleição.

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Inclusive, Bolsonaro não tem medido esforços para agradar essa parcela da sociedade, investindo - principalmente -, nas pautas morais. Em um sinal claro de que quer mostrar que é o "candidato da família e dos bons constumes", pautas defendidas pelos evangélicos, o presidente levou o pastor Silas Malafaia para o funeral da rainha, o que teve uma grande repercussão na imprensa nacional e internacional.

No dia nove deste mês, o presidente Lula participou de um encontro com lideranças evangélicas em São Gonçalo, Rio de Janeiro. No encontro, o ex-presidente fez um discurso que parecia mais uma pregação e o palco foi transformado num púlpito. O petista, que já chegou a se posicionar favorável ao aborto, por exemplo, tem evitado falar de assuntos que contrariam o que é defendido pelos evangélicos na reta final da campanha. 

Segundo o cientista político Henrique Lucena, os evangélicos conseguiram uma força muito relevante no Brasil de alguns anos para cá. “Principalmente a partir dos anos 90, essas denominações neopentecostais de terceira onda, vinda dos Estados Unidos, começaram a se instalar no Brasil e ganharam força ao longo do tempo, não só ela como vários protestantes como os Luteranos e os batistas. Mas esses neopentecostais de terceira onda, que são as Assembléias de Deus e Universal do Reino de Deus, foram galgando o espaço ao longo do tempo”, destaca.

Lucena acentua que a falta do Estado em alguns segmentos da sociedade, como nas camadas mais pobres, possibilitou a penetração e fortalecimento dos evangélicos nessas localidades. “Eles são uma força que não pode ser ignorada. Lembrando que os evangélicos não são um grupo coeso e uniforme. Existem várias denominações que são extremamente importantes, como a Assembléia de Deus Vitória em Cristo, do pastor Silas Malafaia. Essas sim tem uma atuação militante. E o que acontece é que essas que têm uma atuação militante acreditam que - para se fazer valer a sua missão espiritual -, precisam também entrar na política”, assevera o especialista.

O cientista político lembra que os evangélicos foram importantes para a eleição de Jair Bolsonaro em 2018, mas o então deputado não foi eleito só por causa desse segmento. “O que a gente pode constatar é que em grande medida houve uma migração de votos para ele porque era um candidato antissistema, tínhamos o lavajatismo, o antipetismo. Mas, em resumo, os evangélicos são muito importantes, sim [para definir o futuro presidente]”, pontua Henrique Lucena.

O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, voltou a investir no discurso religioso, voltado para o público evangélico, em evento na noite desta quinta (15), no Rio. A pouco mais de duas semanas do primeiro turno das eleições, ele destacou novamente, em breve discurso, temas caros aos religiosos conservadores. Falou do combate ao aborto, à descriminalização das drogas e à chamada "ideologia de gênero". Nenhum desses pontos, porém, integra os programas de seus adversários, nem tem sido cogitado por eles.

Bolsonaro falou em culto em homenagem ao aniversário de 64 anos do pastor Silas Malafaia, na zona norte carioca.

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"Nós resgatamos os nossos valores, nosso patriotismo, nossa liberdade e nossa fé", disse. "Tem coisas que são muito caras para nós: aborto, ideologia de gênero, drogas, propriedade privada e família."

Ao lado do governador Cláudio Castro e do senador Romário, candidatos do PL no Estado, Bolsonaro disse que "jamais esperava ser presidente". Afirmou ainda que "seria muito mais fácil estar do outro lado da Esplanada". O encontro contou com a participação de pastores e lideranças evangélicas, Um dos presentes era o pastor Cláudio Duarte. Ele é um dos mais aguerridos defensores do presidente na redes sociais.

Foi o segundo encontro religioso com a participação de Bolsonaro em menos de uma semana no Rio. No último sábado (10), ele esteve em Deodoro, na zona oeste. Discursou na Convenção das Assembleias de Deus do Ministério de Madureira. Sua abordagem foi muito parecida com a do culto da noite desta quinta.

O movimento se deu após o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, presidenciável pelo PT, intensificar sua agenda voltada ao público evangélico nas duas últimas semanas. Na sexta (9), o petista se reuniu com pastores em São Gonçalo, na Região Metropolitana fluminense. Os religiosos oraram pela saúde e vitória do postulante do PT.

Pesquisas apontam ampla vantagem do presidente sobre Lula nesse segmento. É um dos poucos onde o presidenciável do PL vence o petista - e com larga vantagem, com o dobro das intenções de voto.

No fim do culto, o pastor Silas Malafaia reuniu Bolsonaro, Castro, Romário e os pastores Sóstenes Cavalcante e Samuel Malafaia, candidatos à Câmara dos Deputados, no púlpito da igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, no bairro da Penha. Dirigiu-se aos fiéis. "Nunca na história do Brasil tivemos um presidente que honrasse o povo cristão, a igreja de Cristo e Deus como o presidente Jair Bolsonaro. Nós somos mais de 30% da população, a igreja evangélica. Nós vamos influenciar, sim. Se sindicalista, socialista e comunista influencia, nós vamos influenciar, sim", disse Silas Malafaia.

Após anunciar apoio público ao candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a ex-ministra Marina Silva (Rede), que é evangélica, foi questionada sobre como atrair o voto desse segmento religioso ao ex-presidente. Ela respondeu que nunca fez "do púlpito um palanque ou do palanque um púlpito" e que o caminho é tratar todos "os brasileiros como cidadãos".

"O maior mandamento de Jesus é o mandamento do amor e é o que acho que deve ser sempre a orientação de quem professa a fé cristã. Qualquer coisa que leve para o caminho do ódio, do exclusivismo político ou religioso não é bom para a democracia, para as religiões e desrespeita a nossa Constituição", afirmou.

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Lula também afirmou que "a gente não pede voto por conta da religião". "Quando a gente sai à rua para trabalhar a campanha, a gente faz um programa para o País pensando no povo brasileiro. Não queremos saber de religião. Religião é muito sagrada, é uma coisa de cada um", reforçou.

O voto dos evangélicos tem sido uma preocupação do PT diante da vantagem do presidente Jair Bolsonaro (PL). A campanha de Lula organiza um mutirão nas redes sociais e nas ruas para atrair o voto dos evangélicos indecisos e dar visibilidade aos religiosos que apoiam o ex-presidente.

Ao público evangélico presente na Convenção da Assembleia de Deus de Madureira, o presidente Jair Bolsonaro falou neste sábado, 10, sobre o momento do juízo final e atribuiu a Deus a sobrevivência após sofrer uma facada em 2018. "A minha sobrevida em Juiz de Fora, nas mãos de médicos e enfermeiras, sim. Mas o médico disse que a cada 100 pessoas que tomassem uma facada assim, apenas uma sobreviveria. Mais do que isso, entendo que tenha sido a mão de Deus", disse, recebendo apoio da plateia.

"A omissão também é um pecado. Se lavar as mãos muita coisa de ruim pode acontecer, ainda mais na minha posição. E a do Claudio Castro, governador", disse o presidente, reforçando que é preciso tomar decisões, ainda que difíceis, pois todos serão cobrados no "último dia". "Temos pela frente que tomar decisões. Temos grupos que defendem o aborto, relativizam o aborto como se fosse uma extração de dente. Não quer mais, vai ao dentista e arranca. Vai ao médico e aborta. Temos grupos que falam em liberar as drogas. Esse grupo não sabe o que é o sofrimento de uma mãe com um filho no mundo das drogas", afirmou.

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Bolsonaro disse ainda que tem, há poucos anos, o hábito de rezar para pedir força e sabedoria. "Quando assumimos a Presidência da República, passamos por momentos difíceis. E eu tenho uma rotina, que começou há poucos anos, confesso. É dobrar meu joelho, rezar um Pai Nosso e pedir mais que sabedoria. Força para resistir. E coragem para decidir. Não é fácil tomar decisões."

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato à Presidência da República, voltou a defender a ampliação de direitos trabalhistas, a criação de empregos e a retomada de programas sociais que marcaram a sua gestão, como o Minha Casa, Minha Vida, o Bolsa Família e o investimento em universidades públicas, na manhã desta sexta-feira, 9.

Durante comício com pastores e evangélicos em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio de Janeiro, o petista seguiu a estratégia da campanha e focou nas questões econômicas e sociais ao falar ao eleitorado religioso.

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"Colocamos o Bolsa Família no nome da mulher porque elas têm mais responsabilidade que homens (...) A carteira verde amarela cortou direito a férias, Natal, Ano Novo. O povo precisa de garantias. Vamos voltar a ter aumento de salário mínimo todo ano", disse o ex-presidente ao lado de seu candidato a vice, Geraldo Alckmin (PSB).

Lula criticou o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) por "usar a religião e as igrejas" para ganhos eleitorais. Em um aceno ao público, o petista disse que o Estado não deve ter religião ou igreja.

"O Estado não deve ter religião, não deve ter igrejas. Ninguém deve usar o nome de Deus para ganhar votos como é feito hoje. Já fui candidato 5 vezes. Nunca fui pedir votos em igrejas. Se tem um brasileiro que não precisa provar que acredita em Deus, esse brasileiro sou eu", disse.

O petista relembrou que foi criada em seu governo a Lei da Liberdade Religiosa, em 2003, e disse que fará um governo sem distinção de cor, credo ou classe social.

O ato eleitoral contou com a participação de pastores da Assembleia de Deus, de igrejas Batista, Quadrangular, Presbiterianas, entre outras determinações evangélicas. O comício começou por volta das 10h, com discursos de líderes religiosos em defesa do ex-presidente Lula.

Os discursos foram intercalados com vídeos de campanha voltados para o público evangélico e apresentações gospel. O tradicional jingle "Sem medo de ser feliz", reedição da música usada na primeira campanha presidencial de Lula, em 1989, ficou de fora do repertório do evento. A versão atual conta com a voz de Pablo Vittar, Duda Beat e Martinho da Vila.

Em aceno ao segmento evangélico, no qual o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem ampla vantagem segundo as pesquisas eleitorais, o candidato à Presidência pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, fez um discurso dizendo que Bolsonaro é "mentiroso" e usa "o nome de Jesus em vão para tentar enganar a boa-fé dos homens e mulheres". O petista evocou apoiadores a agir contra "a fábrica de mentiras" que atuou em 2018, quando Fernando Haddad (PT) disputou o Planalto.

"A maior mentira que (Bolsonaro) conta por dia é evocar Deus toda hora. Ele está mentindo. Ele usa o nome de Jesus em vão para tentar enganar a boa-fé dos homens e mulheres", criticou Lula neste domingo (4) durante encontro com trabalhadoras domésticas no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, na Grande SP.

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"Nós queremos restabelecer uma outra relação com a sociedade. Estado não tem religião. Estado não pode ter religião. Estado precisa tratar todas as religiões com respeito", defendeu. Lula voltou a relembrar que em 2003, durante sua gestão, foi criada a lei de Liberdade Religiosa e em 2009 a Marcha por Jesus. Disse também que durante o governo Dilma Rousseff (PT) foi sancionada a Lei do Evangelho.

Diante da disseminação de fake News sobre a relação entre governos do PT e evangélicos, Lula pediu ajuda de apoiadores para desmentir notícias falsas nas redes sociais. "Precisa ficar atento a essa quantidade de mentiras que é contada todo santo dia. Vocês precisam aproveitar o zap de vocês para não deixar que a mentira corra", disse. Segundo o ex-presidente, "a mentira voa e a verdade engatinha".

Lula endossou esse movimento para evitar "que a fábrica de mentiras faça o que fez quando Haddad foi candidato em 2018". Como mostrou o Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o temor é que a campanha bolsonarista reforce a alegação de que o petista, se eleito, fecharia igrejas. A agenda é vista como uma reedição da discussão do "kit gay" da corrida eleitoral de 2018.

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