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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou limitar as exportações de grãos da Ucrânia, alegando falsamente que o Ocidente está enganando os países em desenvolvimento ao reter grande parte dos estoques de alimentos destinados a evitar uma crise global de fome.

Em sessão no Fórum Econômico na cidade russa de Vladivostok, no Extremo Oriente, Putin disse que, sob um acordo de intermediado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e a Turquia, apenas dois dos 87 navios, transportando 60 mil toneladas de alimentos, foram destinados ao Programa Alimentar Mundial. "O que estamos vendo é outra enganação descarada", afirmou Putin. "É uma enganação da comunidade internacional, um enganação aos parceiros na África e outros países que precisam urgentemente de comida. É apenas uma fraude, uma atitude grosseira e arrogante em relação aos parceiros por quem tudo isso foi supostamente feito", acusou.

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Putin informou que entraria em contato com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, para discutir a possibilidade de limitar a exportação de grãos e alimentos da Ucrânia. O líder russo acusou os países europeus de agirem novamente como colonizadores.

Ele argumentou que, com a abordagem do Ocidente ao acordo de grãos, "a escala dos problemas alimentares no mundo só aumentará, o que pode levar a uma catástrofe humanitária sem precedentes". "Espero que a situação eventualmente mude", ressaltou.

A ameaça do líder do Kremlin expõe o risco de que a Rússia possa minar o acordo de grãos por meio de objeções processuais. Para continuar funcionando, o acordo requer a cooperação de Rússia, Ucrânia, Turquia e ONU, as quatro partes que assinaram o acordo em julho. Nem a Rússia nem a Turquia têm qualquer controle direto sobre para onde a Ucrânia exporta seus produtos alimentícios no mercado internacional.

Mais dois navios, com 6,6 mil toneladas de óleo de girassol e 11 mil toneladas de soja, deixaram portos das Ucrânia neste domingo (7) segundo o Centro de Coordenação Conjunta, que supervisiona o acordo destinado a tirar cerca de 20 milhões de toneladas de grãos da Ucrânia e levá-los à África, Oriente Médio e partes da Ásia.

Autoridades locais já tinham informado que um comboio de quatro navios, com carregamento de cerca de 219 mil toneladas de milho, havia partido de portos de Odessa, na Ucrânia. Foi o segundo comboio que deixou a Ucrânia apenas nos últimos três dias. As cargas estão saindo também pelo porto de Chornomorsk.

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Três outros cargueiros que partiram na sexta-feira (5) passaram nas inspeções e receberam liberação no domingo para passar pelo Estreito de Bósforo, na Turquia, a caminho de seus destinos finais, de acordo com o Centro de Coordenação Conjunta.

Já o navio que deixou a Ucrânia na segunda-feira passada com alarde, por ter sido o primeiro sob o acordo de exportação de grãos, teve a data prevista de chegada postergada, de acordo com um ministro libanês e a Embaixada da Ucrânia.

A liberação das mercadorias ocorre após o acordo que Rússia e Ucrânia fizeram, separadamente, com a Organização das Nações Unidas (ONU). A medida visa aliviar uma possível crise global de fome em meio ao aumento dos preços dos alimentos causado em parte pela invasão russa à Ucrânia. Fonte: Associated Press.

As exportações do agronegócio atingiram em março US$ 14,53 bilhões, valor recorde para o mês e 29,4% superior a março de 2021. "O aumento foi motivado pela elevação de 27,6% nos preços dos produtos exportados", disse o Ministério da Agricultura. O volume foi 1,4% maior. Já as importações do setor somaram US$ 1,42 bilhão, alta de 5,9%.

"O complexo soja (grão, farelo e óleo) permanece liderando as exportações, com a cifra recorde de US$ 7,56 bilhões, respondendo por mais da metade do valor exportado de produtos do agronegócio em março", destacou a pasta.

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De janeiro a março de 2022, as exportações do agronegócio somam US$ 33,82 bilhões (alta de 45,9%), e a importação US$ 3,78 bilhões (recuo de 2,1%). No caso das exportações, houve variação positiva em preços (24,9%) e em volumes (16,8%).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Programa Paulista de Capacitação para Exportações (Exporta SP) está com inscrições abertas até o próximo dia 25 de fevereiro. São 300 vagas para micro, pequenos e médios empresários que têm interesse em receber treinamento gratuito para acessar mercados internacionais.

O programa, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, oferece quatro meses de capacitação com especialistas da Fundação Instituto de Administração (FIA). São abordados temas como formação de preços, adequação de produtos e serviços, planos de negócios, marketing e vendas.

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Essa será a terceira turma do projeto, que capacitou 355 empresários nas duas edições anteriores. Cerca de 20% das empresas que passaram pela formação conseguiram atingir mercados internacionais com o planejamento elaborado ao longo do treinamento.

As inscrições podem ser feitas pela página da Agência Paulista de Promoção de Investimentos (Investe SP).

As exportações totais de carne bovina caíram 47% em novembro, na comparação com o mesmo mês do ano passado. A receita gerada teve recuo de 41%. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior e foram compilados pela Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo). O volume em novembro foi de 105,2 mil toneladas e inclui o produto in natura e processado, com receita de US$ 501 milhões.

O acumulado de janeiro até novembro é de 1,716 milhões de toneladas, queda de 7,15% em relação aos 11 primeiros meses de 2020. Já a receita deste ano, de US$ 8,5 bilhões, teve aumento de 10% graças à elevação dos preços do produto no mercado internacional.

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Em 2021, os preços médios de exportação no acumulado até novembro alcançaram US$ 4.959 por tonelada, aumento de 18,35% em relação aos preços do mesmo período de 2020 (US$ 4.190).

A China se mantém em primeiro lugar entre os maiores compradores do produto brasileiro, com 928.815 toneladas importadas pelo país e pela cidade-Estado de Hong Kong, 54% do total exportado pelo Brasil. A seguir no ranking vêm os Estados Unidos, que movimentaram até aqui 117.805 toneladas, contra 54.384 toneladas no ano passado (aumento de 116,6%).

O Chile é o terceiro país que mais importa a carne brasileira, seguido por Egito, Emirados Árabes e Filipinas. No total, 95 países aumentaram suas compras e outros 75 reduziram suas aquisições, informa a Abrafrigo.

Quem pensa que a excelência do agronegócio brasileiro se resume a soja, café e carnes está enganado. O País está entre os cinco maiores exportadores mundiais em valor em quase três dezenas de produtos agrícolas. O maior destaque é para os de sempre: açúcar, cereais, soja, milho, oleaginosas e frutas cítricas. Mas o Brasil aparece no "top five" de exportações da Organização para as Nações Unidas (ONU) com produtos inusitados, como pimenta, melancia, abacaxi, mamão papaia, coco, mandioca, caju, fumo, sisal e outras fibras, por exemplo.

Os dados, de 2019, são da FAO, organização da ONU para Alimentação e Agricultura, e foram reunidos num estudo realizado pelo Instituto Millenium em parceria com a consultoria Octahedron Data eXperts (ODX). O objetivo do trabalho foi traçar uma radiografia do agronegócio brasileiro para entender as razões pelas quais o setor vive anos seguidos de prosperidade e tem caminhado na contramão dos demais, mesmo em meio à crise provocada pela pandemia.

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O comércio internacional é um dos pilares importantes para sustentar o bom desempenho do setor, turbinado pela desvalorização do câmbio e preços em alta das commodities. A agropecuária respondeu por cerca de US$ 45 bilhões das exportações em 2020 e há vários anos tem garantido o saldo positivo da balança comercial. Quando se avalia as exportações por setores, apenas a agropecuária apresentou crescimento nas vendas externas (6%) em comparação a 2019, mostra o estudo. Já a indústria extrativa e a de transformação registraram queda de 2,7% e de 11,3%, respectivamente.

Essa história se repete também no Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todas as riquezas geradas no País. Em 2020, a agropecuária foi o único setor com resultado positivo e contribuiu para que os efeitos adversos da pandemia sobre a atividade não fossem ainda maiores. O PIB do setor avançou 2% sobre o ano anterior, enquanto o da indústria recuou 3,5% e o dos serviços, 4,5%. Enquanto isso, a economia brasileira como um todo encolheu 4,1%.

"O agronegócio é um exemplo positivo de como o setor privado realmente despontou e está criando oportunidades, aumentando a produtividade e continuou produzindo apesar de todas as confusões, dificuldades diplomáticas e tributações absurdas", afirma Priscila Pereira Pinto, presidente do Instituto Millenium. A executiva diz que a ideia do trabalho é mostrar que existe protagonismo do setor privado, apesar das leis que engessam a economia, criadas pelo Estado gigantesco que há no Brasil. "O agronegócio funciona porque o Estado não está em cima dele e é um exemplo de inspiração para outros setores."

Tecnologia. Um dos pontos de destaque revelados pelo estudo foi o uso eficiente da tecnologia e da inovação para obter produção recorde e ganhos de produtividade, com diminuição da diferença entre a área plantada e a área colhida. A cana, por exemplo, é o produto que tem apresentado o melhor rendimento médio. Sozinha, representa mais da metade da produção em tonelagem da agricultura "Essa mistura de tecnologia e inovação significa menos água, menos área ocupada, maior sustentabilidade e resultados", diz Priscila.

De acordo com o estudo, a colheita de todas as lavouras - anuais e perenes - atingiu cerca de 1,24 bilhão de toneladas em 2020. Essa produção ocupou uma área com cerca de 63 milhões de hectares, ou 13,5% do território brasileiro. Paralelamente, houve um uso mais intensivo de tecnologia, que pode ser avaliado pelo emprego de máquinas. Entre 2006 e 2017, o número de estabelecimentos agrícolas com tratores, por exemplo, aumentou 50%. Em 45 anos, desde 1975, o crescimento foi de 391%.

Outro aspecto relevante para o desempenho do agronegócio é a forte capitalização do setor. Apenas 15% dos mais de 5 milhões de estabelecimentos agropecuários buscam algum tipo de financiamento. Dos 784 mil estabelecimentos que obtiveram algum tipo de crédito, destaca-se o fato de 47% serem oriundos de recursos privados e 53% de recursos públicos.

A União Europeia poderá bloquear novas exportações de vacinas anticovid, advertiu nesta segunda-feira (8) a Comissão, braço executivo do bloco, em um mundo desesperado por conseguir as preciosas doses e frear a pandemia, que evolui de forma desigual na Europa.

Assim, enquanto no Reino Unido e na Alemanha começa a ser suspensa parte das restrições impostas após a detecção de novas cepas do coronavírus, a Hungria e a Finlândia decidiram fortalecê-las.

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As reuniões de pequenos grupos em locais fechados sem máscaras serão permitidas nos Estados Unidos, mas só para pessoas vacinadas, informaram as autoridades sanitárias.

Esta é uma nova notícia para a primeira economia mundial, depois que o Senado aprovou no sábado um plano de estímulo de 1,9 trilhão de dólares, apresentado pelo presidente Joe Biden para reativá-la.

Os governos tentam encontrar o equilíbrio entre as restrições e a economia, à espera de que a distribuição das vacinas se generalize.

Na UE, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, advertiu que o bloco comunitário poderá bloquear outras exportações de vacinas anticovid, depois que a Itália reteve uma remessa de vacinas destinadas à Austrália.

"Não foi um caso isolado", explicou a chefe do Executivo europeu ao jornal WirtschaftsWoche sobre o caso da Itália, que superou as 100.000 mortes pela covid-19 nesta segunda-feira.

Na quinta-feira, Roma anunciou que tinha bloqueado, com o aval de Bruxelas, a exportação de 250.700 doses da vacina da AstraZeneca, produzidas em território europeu e destinadas à Austrália.

- "Roleta russa" -

Por outro lado, Von der Leyen afirmou que esperava a entrega de "100 milhões de doses por mês" de vacinas anticovid no segundo trimestre na UE, e afirmou que o ritmo de entregas se aceleraria.

Por enquanto, a UE autorizou as vacinas de BionNTech/Pfizer, AstraZeneca/Oxford e Moderna, e a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) decidirá na quinta-feira se aprova a da Johnson & Johnson.

Além disso, a agência europeia começou a analisar o imunizante russo, Sputnik V.

No entanto, Christa Wirthumer-Hoche, presidente do conselho de direção da EMA, "desaconselhou" que os países da UE autorizem esta vacina com caráter de urgência, o que comparou a uma "roleta russa" porque a agência ainda não tem "dados sobre os efeitos colaterais nos vacinados".

A pandemia causou pelo menos 2,5 milhões de mortos no mundo desde dezembro de 2019, segundo um balanço divulgado nesta segunda pela AFP.

O último dirigente a contrair a covid-19 foi o presidente sírio, Bashar Al Assad, informou a Presidência nesta segunda, acrescentando que tanto ele quanto sua esposa, Asma, que também se contagiou, passam bem.

Na América Latina, o Peru iniciou nesta segunda-feira a imunização de idosos, militares e policiais com uma mulher de 104 anos, María Eudocia Araya, que "se sentiu muito contente", segundo seu filho, Fernando.

- Contrastes -

Enquanto isso, a esperança renasce no Reino Unido, onde 22 milhões de pessoas receberam pelo menos a primeira dose da vacina.

Na Inglaterra, as crianças voltaram às aulas na manhã desta segunda-feira, um passo crucial no plano do governo para tirar progressivamente o país de um terceiro confinamento.

Segundo esta diretriz, a partir de 29 de março serão permitidas as reuniões de seis pessoas em ambientes externos. A reabertura de pubs, restaurantes e lojas não essenciais está prevista para 12 de abril.

Na Alemanha, o governo também suspendeu algumas restrições: as livrarias, floriculturas e autoescolas, que já tinham reaberto em alguns estados, podem receber clientes em todo o país.

A opinião pública avalia que a campanha de vacinação é muito lenta (apenas 5% da população se vacinou) e o descontentamento pelas restrições aumenta, apesar de Berlim ter começado a abrandá-las.

O cansaço e às vezes a raiva contra as medidas restritivas impõe uma cautela extrema aos governos, divididos entre a necessidade de conter a epidemia e a indispensável aprovação da população.

Na Holanda, onde foram registrados distúrbios quando foi decretado o toque de recolher noturno, seu primeiro-ministro, Mark Rutte, decidiu prorrogar esta medida até 31 de março, com exceções durante as eleições legislativas da semana que vem.

A Finlândia, por sua vez, decidiu endurecer as medidas, fechando bares e restaurantes. E a Hungria, que também enfrenta um recrudescimento da pandemia, também previa fechar colégios e a maioria das lojas e empresas a partir desta segunda-feira.

Uma situação que contrasta com a de Israel, que praticamente recuperou a normalidade com a supressão das restrições neste fim de semana.

Desde o domingo, os israelenses podem se sentar em terraços para tomar um café e restaurantes podem reabrir para quem tiver o "passaporte verde", uma permissão concedida a quem tiver recebido as duas doses da vacina ou tiver se curado da covid-19.

O país lançou oficialmente nesta segunda a campanha de vacinação para palestinos que trabalham em território israelense ou nas colônias da Cisjordânia ocupada.

As medidas de defesa comercial adotadas contra o Brasil em 2020 farão com que o País deixe de exportar US$ 856,8 milhões por ano (R$ 4,6 bilhões). O cálculo foi feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em levantamento repassado com exclusividade ao Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

De acordo com o estudo, em 2020, 27 medidas de defesa comercial foram aplicadas contra o Brasil por 12 países. O maior impacto é justamente das ações adotadas pelos Estados Unidos, que, no ano passado, era presidido por Donald Trump, de quem o colega brasileiro Jair Bolsonaro dizia ser aliado.

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Os EUA aplicaram sete medidas no período com impacto potencial de US$ 636 milhões por ano (R$ 3,4 bilhões). México (US$ 138 milhões), África do Sul (US$ 54 milhões) e União Europeia (US$ 17,5 milhões) também estão na lista.

"Historicamente, os Estados Unidos sempre foram muito ativos na defesa comercial e, durante a última administração, isso foi ainda mais forte. Em 2020, como foi um ano eleitoral, houve uma pressão ainda maior pela adoção de medidas", explica o gerente de Negociações Internacionais da CNI, Fabrizio Panzini.

As medidas de defesa comercial são autorizadas pela Organização Mundial do Comércio (OMC) quando um governo entende que há concorrência desleal em determinado mercado. Mas devem seguir regras do organismo, como abertura de investigação, comunicação aos governos e empresas atingidos e possibilidade de defesa.

Podem ser adotadas salvaguardas (quando um país eleva o imposto de importação de forma igual para todos os países exportadores de um determinado produto por considerar que há prejuízo ou ameaça à indústria nacional), medidas antidumping (sobretaxa aplicada quando o governo entende que um produto está sendo exportado por um preço menor do que o cobrado no mercado interno) e medidas compensatórias para neutralizar subsídios à exportação.

Para a CNI, o governo brasileiro precisa ser "mais enérgico" na defesa comercial do País. "O governo tem monitorado os casos e feito um trabalho articulado com o setor privado em relação a isso. Mas é preciso uma ação diplomática mais enérgica junto aos outros países", afirma Panzini.

Panzini defende que sejam dadas respostas mais rápidas às investigações abertas. Além disso, diz que o Brasil deveria ainda rever a atual política de defesa comercial para proteger a indústria doméstica. Como mostrou matéria do Estadão/Broadcast publicada em dezembro, o número de novas medidas antidumping caiu de 17 em 2016 para zero em 2020. "O mundo tem aumentado práticas de subsídios e dumpings e aplicado cada vez mais medidas de defesa comercial. Temos de reavaliar nossa política e avaliar se estamos alinhados com o resto dos países", completou.

Procurado, o Ministério da Economia informou, em nota, que o governo brasileiro trabalha ativamente no apoio a exportadores brasileiros em investigações de defesa comercial por outros países.

"Um exemplo recente foi a não imposição pelo governo dos EUA de direito antidumping às exportações brasileiras de madeira, processo de investigação que teve acompanhamento ativo do Ministério da Economia e do Ministério das Relações Exteriores na defesa dos exportadores brasileiros", lembrou Panzini.

Produtos

De acordo com a confederação, as ações adotadas em todo o mundo podem afetar 233 produtos, sobretudo no setor de siderurgia, o mais atingido pelas medidas de defesa comercial. Afetam o setor 17 medidas adotadas no ano passado, que atingem 99 produtos, o que faz com que as siderúrgicas deixem de exportar US$ 417 milhões (R$ 2,2 bilhões) por ano.

"Existe no mundo todo um excesso de capacidade muito elevado na Ásia, sobretudo na China, mas ainda assim o setor continua sendo muito estimulado por subsídios. Por isso, os países acabam aplicando medidas de defesa comercial que acabam afetando muito o Brasil", completou Panzini.

Em relação ao impacto, o segundo setor mais afetado foi o de madeira, com duas investigações que atingem nove produtos e têm o potencial de reduzir em US$ 386,5 milhões (R$ 2 bilhões) a exportação anual da área, segundo a CNI.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Pela primeira vez a China desbancou o Brasil como maior parceiro comercial da Argentina. Em abril, o país vizinho exportou US$ 509 milhões para os chineses principalmente em soja e carne bovina, um aumento de 50,6% ante igual mês de 2019. Para o mercado brasileiro, as exportações somaram US$ 387 milhões, queda de 57,3%. Já as importações continuaram favoráveis ao Brasil, mas os chineses encerram o mês com saldo positivo de US$ 98 milhões no comércio bilateral, e o Brasil teve déficit de US$ 132 milhões.

No acumulado do quadrimestre, contudo, o Brasil comprou mais que o dobro de produtos argentinos se comparado aos chineses e contabiliza saldo positivo de US$ 75 milhões, enquanto o da China é negativo em R$ 1 bilhão, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística da Argentina (Indec).

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O resultado de abril pode se manter nos próximos meses, já que a China têm condições de financiar grande parte das compras da Argentina - que passa por grave crise financeira -, ao contrário do Brasil. Soma-se a isso as constantes desavenças entre o governo de Jair Bolsonaro com a China, que pode afetar a relação comercial.

Mesmo sendo um mercado pequeno, a Argentina é atraente para a China "que vai procurar ocupar todos os espaços em todos os mercados", avalia José Augusto de Castro, da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). Ele ressalta ainda que, no caso das importações, os chineses oferecem descontos de até 75% no valor das mercadorias.

"No curto prazo não tem como reverter isso, pois o custo Brasil continua alto", afirma Castro. "Mas se o Brasil deixar a China colocar seus pés na América do Sul, ela vai ocupar todos os países da região."

O principal produto da balança comercial brasileira com o vizinho são automóveis e componentes, cujos negócios despencaram primeiro por causa da crise argentina e agora em razão da pandemia da covid-19. Além disso, o governo argentino voltou a colocar barreiras burocráticas e atualmente pelo menos 10 mil veículos, a maioria produzida no Brasil, está retida nos portos da fronteira aguardando autorização para entrar em território argentino.

Para Martín Kalos, economista e diretor de EPyCA Consultores, da Argentina, a China deve se consolidar ao longo dos próximos anos como principal destino das exportações argentinas. No caso de abril, contudo, ele ressalta que o Brasil ainda enfrenta problemas para controlar o coronavírus, enquanto a China já passou dessa fase.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em fevereiro deste ano, quando o epicentro da epidemia do coronavírus ainda estava na China, o agricultor Valdir Fries, de Itambé, no Paraná, viu as exportações da soja brasileira despencarem e os preços caírem. "A saca baixou para R$ 80 na região, uma perda de R$ 5 por saca, devido à incerteza sobre o que poderia acontecer. Acreditamos que não era hora de se apavorar, esperávamos que fosse melhorar em abril ou maio, afinal o mundo precisa da soja brasileira. E foi o que aconteceu", disse.

Naquele mês, ele conta que havia comercializado pouco mais de um terço da produção no mercado futuro. "Diante dos preços da época, o que fizemos de melhor foi aguardar a melhora dos preços internos e felizmente acabamos acertando", disse. Puxado pelas importações asiáticas, o preço da soja subiu e o produtor não esconde a animação. "Vendemos agora acima de R$ 95, chegando a R$ 100 a saca na região. Não só eu, outros produtores também aproveitaram e venderam grande parte da soja disponível. O que nos resta da safra passada é muito pouco."

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Aproveitando o momento de boa cotação, Fries já vendeu 40% da soja que vai produzir na safra 2020/21 no mercado futuro. "Na relação da troca com os insumos, o preço atual nos beneficiou. Com todo esse mercado favorável, grande parte da soja foi para incrementar a exportação que cresceu bastante. Com a desvalorização do real, os asiáticos estão aproveitando para comprar volumes maiores", disse. O produtor lembra que o ganho se deve à valorização do dólar frente ao real. "Não fosse isso, estaríamos em situação difícil. O dólar caiu um pouco nos últimos dias, mas ainda está em um patamar bom para quem exporta."

Fries cultiva 220 hectares de soja por safra no sítio Rancho da Mata, na região de Maringá, noroeste do Estado. Ele já prepara o próximo plantio. "Estamos com os insumos comprados para a próxima safra e vamos plantar mais soja. Há uma necessidade no mundo e principalmente dos asiáticos pela soja do Brasil. Com certeza, com a previsão de bom clima, vamos ter uma boa produção. A boa notícia de hoje (ontem), é que as chuvas estão chegando por aqui. O cenário é animador", disse.

Carne

O crescimento nas exportações de carne evitou que os preços internos do boi sofressem desvalorização, como era a expectativa dos produtores no início da pandemia. Mas o criador precisa ficar atento à desvalorização do real frente ao dólar, alerta o pecuarista Higino Hernandes Neto, de Camapuã, no centro-oeste de Mato Grosso do Sul. "O frigorífico está pagando hoje R$ 172,50 por arroba, com o dólar a R$ 5,56, o que dá média de US$ 31 por arroba. Em maio do ano passado, a gente vendia nesse mesmo preço, mas com o dólar a R$ 3,80, o que fazia a mesma arroba valer US$ 45 dólares", exemplificou.

O criador lembra que os insumos do gado são dolarizados, o que também aumenta os custos da produção. O custo alto fez com que Hernandes Neto desistisse de engordar bois em confinamento. "Colocar todo o insumo na boca do boi fica muito caro. Soja, milho e outros grãos também tiveram os preços puxados pela exportação e o custo do gado no cocho ficou muito alto." O cenário incerto fez com que os frigoríficos deixassem de comprar boi no mercado a termo, com preço fixo para agosto ou setembro, o que deixa o mercado interno vagaroso, segundo ele.

Para melhorar a margem, o pecuarista investe na formação e venda de bois jovens para terminação, que saem a até R$ 250 a arroba. "Prefiro trabalhar com as duas coisas, mas ganho mais vendendo bezerros do que boi." Ele produz em Camapuã e Rio Verde(MT).

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Pilar da balança comercial brasileira, as exportações do agronegócio podem cair em 2020 pelo segundo ano seguido. O menor ritmo de crescimento da economia global, especialmente da China, principal parceiro comercial do Brasil e epicentro da epidemia de coronavírus, e os efeitos da primeira fase do acordo comercial fechado entre o país asiático e os Estados Unidos podem tirar US$ 5,1 bilhões das vendas externas do campo este ano.

O cálculo é da consultoria MacroSector, que projeta exportação do agronegócio de US$ 76 bilhões em 2020, a menor cifra em quatro anos. Nos cálculos, foi considerada a perspectiva de redução de volumes e de preços dos produtos. No ano passado, por causa da quebra na safra de soja e mesmo tendo batido recorde na venda de carne bovina, o agronegócio exportou US$ 4,2 bilhões a menos do que em 2018, segundo a consultoria.

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"O que gera desconforto este ano não é a receita que deve ser perdida em si, mas o fato de a exportação do agronegócio sofrer quedas seguidas", afirma o economista Fabio Silveira, sócio da consultoria e responsável pela projeção. Se a sua previsão se confirmar, em dois anos (2019 e 2020) a venda externa do setor poderá recuar US$ 9,3 bilhões.

Também o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, espera que o agronegócio exporte menos este ano, por causa da conjuntura internacional incerta. Ele pondera, no entanto, que ainda é cedo para calcular o tamanho do prejuízo.

O pessimismo para este ano com as vendas externas do agronegócio - setor que responde por cerca de 40% das exportações do País - foi desencadeado por vários episódios que envolveram a China nos últimos meses e um cenário de menor crescimento da economia global. O país asiático é o principal cliente das exportações brasileiras e, sobretudo, da soja. Isoladamente, o grão é o produto mais importante da pauta da exportação.

No ano passado, por exemplo, as vendas externas de soja em grão renderam ao Brasil US$ 26,338 bilhões, à frente do petróleo (US$ 23,733 bilhões) e do minério de ferro (US$22,187 bilhões). A China absorveu quase 30% de todas as exportações brasileiras em 2019 e cerca de 80% da soja nacional. "Estamos pendurados na China e na soja", resume Silveira.

Acordo

Essa forte dependência da China pode afetar o Brasil, conforme o desenrolar da disputa comercial entre EUA e o país asiático. No mês passado, os dois países fecharam a primeira etapa de um acordo comercial no qual a China se comprometeu a comprar dos EUA, este ano, US$ 13,5 bilhões de produtos do agronegócio, além do valor adquirido em 2017.

"Se esse acordo for, de fato, implementado, o Brasil vai vender menos soja para a China este ano, porque ela terá de comprar o grão dos EUA, que concorrem diretamente com o Brasil na produção de soja", diz Castro.

Outro fator que deve afetar a exportação do agronegócio em 2020, segundo economistas, é a epidemia do coronavírus. Desde que o surto da doença veio a público pelo governo chinês em meados de janeiro, os preços das commodities recuaram nas bolsas internacionais, sinalizando que o risco de desaceleração global da atividade, já esperado, poderá ser maior.

"Os impactos do vírus são negativos para os preços de commodities agrícolas e portanto, tendem a pressionar para baixo as receitas de exportação desses produtos no curto prazo", afirma Felipe Novaes, economista da Tendências Consultoria Integrada. As cotações das commodities são muitos sensíveis a mudanças de rota da economia. E elas representam 65% das exportações brasileiras.

Outro foco de recuo das vendas externas do agronegócio neste ano pode vir das carnes. Para o analista de carnes da consultoria Safras & Mercado, Fernando Iglésias, o excelente desempenho das exportações de bovinos para a China em 2019 não deve se repetir neste ano. Entre carne bovina, suína e aves, as vendas somaram US$ 15,86 bilhões em 2019, recorde histórico. "É muito difícil repetir esse resultado em termos de valor."

Vendas paradas e preços em queda

Desde 2006, quando passou a destinar a maior parte de suas terras em Capão Bonito, sudoeste do Estado de São Paulo, à produção de soja, poucas vezes o produtor Emílio Kenji Okamura exibiu semblante tão preocupado como nos últimos dias. Praticamente toda a soja que produz em 2,6 mil hectares vai para a China, país que está às voltas com um surto devastador do novo coronavírus - a doença já produziu centenas de mortes e ameaça se transformar em pandemia mundial. "A China hoje está fora do mercado e as vendas estão paradas, mas não temos plano B. É esperar para ver até onde isso vai chegar", disse.

O problema ganha dimensão maior porque Okamura preside a Cooperativa Agrícola de Capão Bonito, que reúne 89 produtores da região e comercializa a produção de 23 mil hectares de soja - cerca de 1,6 milhão de sacas por safra, considerando a média da região, de 70 sacas por hectare. Com o coronavírus ativo, ele e os demais estão com a pulga atrás da orelha. "Já observamos uma queda no preço pago ao produtor. Há dez dias, estávamos vendendo a R$ 82,40 aqui na cooperativa, livre de frete e Funrural (imposto). Hoje (quinta-feira), está na casa dos R$ 80, mas não sabemos se fica nesse patamar, justamente porque não estamos conseguindo embarcar para a China."

O responsável pelo setor comercial, Fernando Nascimento, explica que há duas semanas, só acontecem os embarques da soja que já foi vendida previamente. Novas compras não estão acontecendo, com isso o prêmio pago ao produtor pela pontualidade no embarque deixou de ser computado. "O custo portuário é muito alto, chegando a R$ 100 mil por dia de navio atracado, por isso as tradings pagam um pouco mais para a carga expedida rapidamente. Sem embarque, não há prêmio", disse.

Após o coronavírus, a cooperativa montou uma espécie de "sala de situação", onde dirigentes e cooperados se reúnem de manhã para avaliar o mercado. "Buscamos informações em tempo real e o Estadão é uma das nossas referências", disse Okamura. Além do vírus, os produtores se preocupam com os efeitos do acordo entre China e Estados Unidos, que pode levar os chineses a comprar mais grãos dos americanos, em detrimento do produtor brasileiro. "Analisando as informações, o que a gente percebe é que o bloqueio do Trump (presidente americano Donald Trump) à entrada de chineses no país devido ao coronavírus pode minar esse acordo. Se isso acontecer, a compra volta toda para o Brasil", avaliou.

Ele acredita que a produção maior da safra brasileira, com crescimento previsto de até 6%, não trará reflexo nos preços. "No ano passado, as exportações de soja para a China foram recordes e os estoques no Brasil estão baixos." Apesar de preocupado, o experiente produtor mantém o otimismo. "Quando houve a gripe asiática, os chineses mataram 200 milhões de suínos e foi prevista uma redução na demanda por soja, mas isso não aconteceu. Agora, as compras pararam em função do coronavírus, mas quando os chineses voltarem a comprar, o cenário muda completamente."

Parada técnica

De ascendência japonesa e conhecedor da cultura oriental, Okamura acredita que, em razão da epidemia na China, houve uma espécie de ‘parada técnica’ no país para que fossem organizadas as linhas de defesa da população contra a doença. "A China é um país imenso, não pode e não vai parar. Assim que a indústria e a produção de carnes forem retomadas, e isso deve acontecer muito rápido, eles voltam a comprar com força total. Vejo que outros produtores estão preocupados, mas digo a eles que não se preocupem. O cenário de incerteza deve durar pouco, creio que em 15 dias essas nuvens escuras se dissipam."

Ele lembra que, no preço atual, o produtor de soja da região tem boa margem de lucro. "Nosso custo de produção, entre R$ 3,2 mil e R$ 3,5 mil por hectare, equivale a 40 sacas de soja. Estamos numa região muito boa para o grão e com a produtividade bem acima da média brasileira, que é de 55 sacas por hectare. É claro que o agricultor precisa renovar a frota e uma colheitadeira custa R$ 1,5 milhão, mas ninguém vai parar com a soja." Em 14 anos plantando o grão, o produtor não se recorda de ter tomado prejuízo. "É um mercado estável que nunca ficou negativo e teve picos para cima. Em 2012, chegamos a vender a um preço equivalente hoje a R$ 140 a saca."

Barulho

O agricultor Edson Nishi, com 1.100 hectares de soja cultivados entre Capão Bonito e Ribeirão Grande, acredita que o abalo causado pelo coronavírus é momentâneo. "Faz-se muito barulho, depois começa a esfriar. A gente ouve comentário de que há um pouco de especulação em tudo isso. A China precisa importar grandes volumes de soja e os chineses ganham se o preço cair. Acredito que é uma situação de momento." Com boa parte da produção irrigada, Nishi tem a expectativa de colher em média 100 sacas por hectare. Algumas áreas da fazenda só serão colhidas no final de março. "Até lá, espero que o mercado tenha se normalizado."

O produtor Valdir Fries, de Itambé, no Paraná, vai iniciar a colheita de 220 hectares de soja nos próximos dias vendo o preço cair de R$ 80 para R$ 75,50 a saca na região após o coronavírus. "Com as notícias vindas da China, o mercado tira proveito. Vou colher e esperar que haja uma valorização mais à frente", disse. Ele lembra que, na quarta-feira (5), o grão apresentou leve alta na bolsa de Chicago, sinalizando que o efeito de coronavírus nesse mercado começa a ser superado. "A China depende da nossa soja, mais do que do grão americano. O que importa é produzir bem e administrar o estoque até chegar a hora boa para vender."

O agricultor disse que a prioridade no momento deve ser a saúde das pessoas que estão sendo afetadas pelo coronavírus. "Tenho fé de que esse vírus, que tem ceifado muitas vidas, logo será controlado e tudo voltará ao normal. Nossa esperança é de que os preços da soja melhorem a partir de maio, até porque acredito que os Estados Unidos não terão toda a soja necessária para abastecer a China. O momento é de cautela para esperar o melhor negócio. Vamos continuar firmes, produzindo soja no verão e milho na segunda safra. Essa é a nossa vocação."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Jair Bolsonaro estimou nesta sexta-feira, 31, após se reunir com ministros no Palácio da Alvorada, que as exportações brasileiros sofram um impacto negativo de 3% por causa da epidemia de coronavírus na China. O presidente reforçou que a economia terá "em parte algum problema", mas que a questão é debatida pelo governo.

"Nossas exportações, no momento, pode ser que afetarão 3%. Isso pesa para nós. Afinal de contas, a China é o nosso maior mercado exportador (importador)", declarou. O presidente exemplificou dizendo que a China já perdeu "1% de seu crescimento".

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"Tenho conversado com o Paulo Guedes (ministro da Economia), conversado com o Roberto Campo (Neto, presidente do Banco Central). Hoje de manhã conversei com o Roberto Campos sobre a questão econômica. Está todo mundo envolvido e preocupado em dar uma pronta resposta para a população. Se tivermos algum problema, a gente vai anunciar o problema. Nada será escondido", disse.

O preço da arroba do boi gordo, que em São Paulo teve aumento real de 35% em um mês, não vai mais retornar ao patamar anterior. A afirmação é da ministra da Agricultura, Tereza Cristina. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, ela disse que a alta das exportações para a China teve forte impacto na valorização da carne. O que também ajudou a puxar o aumento, segundo ela, teria sido a falta de reajuste nos preços nos últimos três anos.

O presidente Jair Bolsonaro, em transmissão pela internet, declarou que a ministra garantiu que, daqui a três ou quatro meses, o preço da carne voltaria à normalidade.

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Algumas redes de supermercados têm afirmado que a exportação de carne está limitando a oferta da proteína no País, além de inflacionar o produto. A rede paraense Líder colocou cartazes em suas 20 lojas de supermercados alertando os consumidores sobre problemas com o abastecimento de carne bovina, a alta dos preços e a falta dos produtos nas lojas.

Nos avisos, é informado que os frigoríficos sobem os preços diariamente alegando aumento nas exportações. "Recebíamos tabelas de preços dos fornecedores duas vezes por mês", diz Oscar Rodrigues, diretor do Grupo Líder. "Agora, elas chegam de dois em dois dias, com a carne sempre mais cara."

Segundo ele, o grupo abateu todas as cabeças de gado de suas fazendas para minimizar o impacto da alta do preço. Havia cerca de 1.000 cabeças que estavam em condições de abate. "Nossas margens estão bastante reduzidas e fizemos o informativo em respeito ao cliente que, quando perceber o aumento, pode se sentir enganado", diz Rodrigues. "Nosso cliente é muito fiel e prezamos pela transparência."

A ministra nega falta de oferta para o mercado nacional. "Não é verdade. Primeiro, o Brasil tem 215 milhões de cabeças de gado. Então, não é um rebanho para acabar amanhã. Segundo, realmente o mercado chinês mexeu com as exportações, e não só da carne brasileira, mas da carne argentina, paraguaia, uruguaia. É muito grande a necessidade da China."

"Além de o Brasil abrir as exportações, temos de lembrar que o boi tinha um preço represado há três anos. O pecuarista estava tendo prejuízo nesse período", declarou a ministra. "Antes, o produtor vendia uma arroba por R$ 140, em média. O que aconteceu é que, nesse primeiro momento de abertura, com a China pagando um preço muito bom, houve esse momento, digamos, de euforia. Em São Paulo, uma arroba está sendo vendida a R$ 231."

Em menos de três meses, o contrafilé registrou índices de aumento acima de 50% e o coxão mole, de 46%, no preço de custo que acaba sendo repassado ao consumidor, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras).

O Ministério da Agricultura afirmou que está acompanhando de perto a situação e acredita que o mercado "vai encontrar o equilíbrio". "Não é papel do Ministério intervir nas relações de mercado. Os preços são regidos pela oferta e procura. Neste momento, o mercado está sinalizando que os preços da carne bovina, que estavam deprimidos, mudaram de patamar", afirmou, em nota.

Questionada se continua a consumir carne vermelha, Tereza Cristina respondeu em tom de brincadeira: "Estou comendo frango. Agora, é só frango".

Inflação

Na avaliação de economistas, a alta não só da carne bovina como de outras mercadorias agrícolas - como feijão (de 38,1%, no atacado, até a metade de novembro), café (5,6%) e frango (3,2%) - deve colaborar para uma aceleração da inflação nos próximos meses. "Deve haver alguma pressão na inflação", diz Fabio Silveira, da Macro Sector. Ele estima que as altas dos preços dos alimentos, somadas aos dos combustíveis e energia elétrica, devem fazer com que 2020 comece com uma inflação de 4% a 4,2%.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As exportações recuaram 10,4%, em valor, na comparação de junho deste ano com o mesmo período do ano passado. No acumulado do primeiro semestre, a queda chegou a 3,5%. Os dados são do Índice de Comércio Exterior (Icomex) da Fundação Getulio Vargas (FGV).

De acordo com a FGV, o resultado foi puxado pela queda nas exportações para os principais parceiros do país: Estados Unidos, China e Argentina. No caso do nosso vizinho sul-americano, o recuo das vendas brasileiras é explicado pela crise econômica naquele país.

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No caso da China, que é destino de 26% das nossas exportações, a queda do valor exportado em junho foi 4,1%. Segundo a FGV, houve uma queda de 3,7% no volume exportado e de 1,9% no preço desses produtos.

No caso dos Estados Unidos, houve uma queda de 12,2% no valor exportado em junho, depois de um crescimento no mês anterior. O preço dos produtos exportados para o mercado norte-americano caiu 10,6% e o volume, 1,6%.

Apesar da queda do valor exportado para outros países, a balança comercial brasileira conseguiu fechar o mês com um saldo positivo de 5 bilhões de dólares e o semestre, com superávit e 26 bilhões.

As exportações da China sofreram uma queda inesperada em abril, segundo números oficiais divulgados nesta quarta-feira, no último revés sofrido pela segunda maior economia do mundo.

Dados da Administração Geral de Alfândega mostram que as exportações chinesas medidas em dólares caíram 2,7% na comparação anual do mês passado, depois de avançarem 14,2% em março. Economistas consultados pelo The Wall Street Journal previam aumento de 1,8% nas exportações de abril.

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As importações chinesas, por outro lado, subiram 4% em abril ante igual mês do ano passado, revertendo queda de 7,6% em março. Neste caso, a projeção de analistas era de redução de 2,7% nas compras externas.

Já o superávit comercial da China diminuiu de forma acentuada em abril, a US$ 13,84 bilhões, ficando bem abaixo do saldo positivo de US$ 33,63 bilhões previsto por economistas. Em março, o superávit chinês havia sido de US$ 32,64 bilhões. Fonte: Dow Jones Newswires.

As exportações brasileiras somaram US$ 239,523 bilhões no ano passado e alcançaram o maior patamar desde 2013, quando os embarques alcançaram US$ 242,033 bilhões. Entre os grandes grupos de bens e mercadorias, os embarques cresceram 17,2% entre os itens básicos e aumentaram 7,4% nos manufaturados. No grupo de semimanufaturados, ao contrário, houve queda de 3,1% das exportações.

Dados apresentados pela Secretaria de Comércio Exterior do novo Ministério da Economia mostram que o embarque de produtos básicos aumentou 17,2% na comparação com o ano passado, para US$ 118,891 bilhões. Já o embarque de manufaturados aumentou 7,4%, para US$ 86,576 bilhões. As vendas de semimanufaturados, por outro lado, caíram 3,1%, para US$ 30,587 bilhões no acumulado do ano.

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Entre os grandes destaques do ano, a exportação de petróleo em bruto saltou 48%, o farelo de soja aumentou 34,1% e soja em grão cresceu 28,9%. Nos manufaturados, o embarque de partes de motores/turbinas para aeronaves aumentou em 117,3%, óleos combustíveis saltou 116,3% e motores para veículos e partes teve crescimento de 20,6%. Por outro lado, houve queda de 40,6% nos embarques de açúcar em bruto e retração de 24,4% em couros e peles.

Por países, a China continuou líder entre os consumidores de bens e mercadorias brasileiras, com US$ 66,589 bilhões no ano passado. Em seguida, apareceram Estados Unidos (US$ 28,768 bilhões) e Argentina (US$ 14,951 bilhões). No conjunto da União Europeia, o volume embarcado somou US$ 42,078 bilhões.

Importações

A importação de bens de capital saltou 76,5% em 2018 na comparação com o ano anterior e somou US$ 28,589 bilhões. Esse foi o maior aumento porcentual entre os principais grupos de produtos importados adquiridos pelo Brasil no ano passado. Entre os demais segmentos, a entrada de combustíveis e lubrificantes aumentou 24,9% para US$ 22,033 bilhões, a importação de bens intermediários teve alta de 11,6% e alcançou US$ 104,959 bilhões. Já a compra de bens de consumo avançou 9,1%, para US$ 25,475 bilhões.

Dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior do novo Ministério da Economia mostram ainda que a China foi a principal origem das mercadorias importadas pelo Brasil no ano passado. O volume de compras de bens e mercadorias chinesas somou US$ 35,5 bilhões no ano. Em seguida, apareceram Estados Unidos (US$ 29,0 bilhões), Argentina (US$ 11,1 bilhões), Alemanha (US$ 10,6 bilhões) e Coreia do Sul (US$ 5,4 bilhões).

Uma retaliação dos países árabes ao Brasil por conta de declarações pró-Israel do presidente eleito Jair Bolsonaro teria impacto negativo nas exportações brasileiras a médio prazo, especialmente de carnes, segundo especialistas em comércio exterior ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo. O Brasil é o maior exportador de carne Halal do mundo, isto é, com os animais abatidos sem sofrimento, seguindo os preceitos da religião muçulmana. Nos frigoríficos certificados por religiosos muçulmanos, as linhas de abate, por exemplo, estão voltadas para a Meca.

"Não acredito em rompimento de relações diplomáticas e comerciais, mas os árabes poderão preferir outros concorrentes brasileiros, não certificar novas plantas para o abate Halal ou não renovar a certificação", alerta Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior do Ministério de Indústria e Comércio. Ele destaca que o mercado árabe paga preço adicional pelo produto Halal.

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No ano passado, as exportações de frango Halal, por exemplo, renderam ao País US$ 3,2 bilhões e responderam por 45% das receitas totais de vendas externas do produto, segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

Para José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), "algumas palavras políticas hoje poderão ter reflexos negativos na área econômica", ressalta. Na sua opinião, todos os desencontros que ocorreram na semana pós-eleição mostram a descoordenação da novo governo. "O reflexo negativo recai na economia e, no caso das exportações, o dano só não será maior porque não há fornecedores alternativos a alguns produtos", pondera.

Castro destaca que, juntos, os países do Oriente Médio representaram 4% das exportações totais brasileiras de janeiro a outubro deste ano, cerca de US$ 8 bilhões, uma participação superior à da África , que foi de 3,4%. O economista ressalta que os países árabes têm muito dinheiro e, por isso, são mercados com potencial de crescimento muito grande.

O presidente da AEB lembra que o Egito é um dos poucos países que o Brasil tem acordo comercial porque negocia muitos produtos, cerca de 800. Isso significa que, a princípio, a retaliação que o país poderia fazer em relação ao produtos brasileiros não seria imediata porque existe um precedente que é o bom relacionamento.

De toda forma, o mercado já coloca no radar os efeitos negativos no lado comercial. A XP Investimentos, por exemplo, informou, por meio de nota, que "ainda que nada tenha sido confirmado, a mesa de Commodities da XP Investimentos chama a atenção para os possíveis impactos futuros desta medida ao agronegócio brasileiro, seja por parte do Egito ou por parte de algum dos outros países envolvidos no conflito Palestina/Israel". O Egito foi o 3.º maior comprador da carne bovina brasileira, 146,95 mil toneladas e participação de 12,1%.

Procurada, a Abiec, que reúne os exportadores de carne não quis se pronunciar. A ABPA, por meio de nota, disse que "acredita que esta questão será novamente avaliada no início do novo governo."

Para o diretor da MB Agro, José Carlos Hausknecht, o estremecimento das relações entre Brasil e Egito pode afetar as vendas de açúcar para os países árabes. O Brasil exporta cerca de 28 milhões de toneladas de açúcar por ano-safra. Só para o Egito, foram embarcadas no ano passado 1,5 milhão de toneladas. "Não dá para se ter um impacto sobre as exportações ainda, mas o bloco árabe é um importante mercado para o Brasil", disse Hausknecht. Procurada a União da Indústria da Cana-de-açúcar (Unica) não se posicionou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma das mais importantes figuras da China nas finanças globais afirmou que o governo da nação asiática deveria pressionar os Estados Unidos a encerrar a disputa tarifária contendo exportações de produtos necessários para empresas americanas, segundo reportagens de hoje. As declarações foram dadas por Lou Jiwei, ex-ministro das Finanças e atual presidente do fundo soberano da China.

Também nesta segunda-feira, um jornal estatal afirmou que a China deveria adotar medidas mais agressivas contra os americanos. Pequim avalia o convite da semana passada de Washington para retomar o diálogo e evitar novas tarifas. Os EUA reclamam que a política tecnológica da China viola compromissos de abertura de mercado e pode prejudicar a liderança americana no setor. Ao mesmo tempo, o presidente americano, Donald Trump, decide se leva adiante uma ameaça de impor tarifas sobre mais US$ 200 bilhões em produtos chineses.

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Falando domingo em um fórum econômico, Lou disse que Pequim deveria prejudicar cadeias de produção de companhias americanas que dependem de produtos de baixo custo ou de componentes do setor manufatureiro chinês, de acordo com o site Sina.com. Segundo ele, isso levaria os EUA a negociarem seriamente. Atualmente, Lou comanda o Fundo Nacional de Seguridade Social da China, de 1,9 trilhão de yuans (US$ 290 bilhões).

O estatal Global Times, por sua vez, advertiu que a China vê a disputa em tecnologia como uma batalha prolongada. "A China escolherá o meio mais favorável e poderoso para contra-atacar", afirmou o jornal. Fonte: Associated Press.

As turbulências vividas pela Argentina derrubaram as exportações de veículos para o país vizinho e criaram um problema para as montadoras instaladas no Brasil. As vendas começaram a cair em maio e, até agosto, já acumulam queda de 22,4%, em relação aos mesmos quatro meses de 2017: passaram de US$ 2,4 bilhões para US$ 1,8 bilhão no período.

Segundo dados do Ministério da Indústria Comércio Exterior e Serviços (Mdic), as quedas foram sucessivas em relação ao mesmo mês do ano passado: de 10%, em maio; 19%, em junho; 40%, em julho; e de 21%, em agosto. O recuo nas exportações têm forçado as empresas que exportam para lá a repensarem a estratégia, aumentando as apostas no próprio mercado brasileiro e buscando novos negócios em outros países.

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A Volkswagen, por exemplo, que é líder em exportações, decidiu destinar aos consumidores brasileiros parte da produção que seria mandada para a Argentina. A empresa alemã também está intensificando negócios com Chile e Colômbia - neste último, a situação está mais favorável em razão de um recente acordo assinado com o Brasil para ampliar o comércio de carros. Apesar disso, o ano da montadora deve terminar com uma exportação inferior à previsão inicial de 6 mil veículos.

O esforço em buscar outros mercados ocorre depois de a Argentina ter "salvado" a produção brasileira durante a crise econômica. Quando as vendas por aqui registravam quedas recordes, em 2015 e 2016, as da Argentina cresciam. Como consequência, os argentinos, que já eram os principais consumidores de carros brasileiros vendidos ao exterior, passaram a representar 70% da clientela estrangeira. O boom, inclusive, gerou um desequilíbrio no acordo entre os dois países para comércio de veículos.

Crédito favorável

Além da necessidade do Brasil de escoar a produção, a Argentina contava também com condições de crédito mais favoráveis e descontos oferecidos pelas montadoras, impulsionando o consumo. A festa começou a acabar em maio deste ano, quando o Banco Central argentino subiu, em duas semanas, a taxa básica de juros de 27,25% para 40% ao ano, numa tentativa de conter a disparada do dólar em relação ao peso.

Sem as mesmas condições de antes, os financiamentos despencaram no mercado argentino. O número de veículos financiados caiu 12,2% em junho e 17,2% em julho, sempre na comparação com igual mês do ano passado, de acordo com balanços da Acara, associação que representa as concessionárias do país. Nas vendas totais, que incluem as aquisições à vista, foram registradas quedas de 18,2% em junho, 22,8% em julho e 25% em agosto.

A piora do cenário argentino nos últimos meses, com os juros chegando a 60% na última semana, levou as montadoras instaladas no Brasil a reverem suas projeções. Se antes as empresas esperavam um novo recorde de vendas na Argentina, próximas da casa de 1 milhão de unidades, agora falam em queda para algo abaixo de 900 mil, marca alcançada no ano passado, recorde do setor no país.

O agravamento já era esperado pela consultoria IHS Markit, especializada no setor. "As vendas na Argentina, quando cresciam, foram muito infladas, em parte por causa da crise brasileira, que empurrou carros para lá, e também porque os preços dos veículos foram subindo menos que a inflação, tornando o carro muito rentável", disse o analista Roberto Barros, que espera uma queda de 8,5% nas vendas de veículos no país vizinho. Para 2019, a IHS espera um novo recuo, dessa vez de 12%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) estima que o país perdeu pelo menos US$ 1 bilhão com exportações que deixaram de ser feitas por causa da greve dos caminhoneiros que está no 8º dia.

De acordo com o presidente da AEB, José Augusto de Castro, aproximadamente 70% das exportações são produtos agrícolas ou minerais. Não há queda no número de vendas, mas adia-se a entrega das mercadorias que não estão chegando nos portos para serem exportadas.

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No caso dos produtos agrícolas ou minerais, com base mensal, a perda é de 3%, o equivalente entre US$ 500 milhões e US$ 600 milhões. Já nos manufaturados, a perda deverá ser em torno de 5%.

Ainda segundo Castro, há outros fatores que podem afetar o resultado da balança, como o comportamento do Produto Interno Bruto (PIB), que se refere a soma dos bens e serviços produzidos no país. A expectativa era que o PIB cresceria 3,5%, impulsionando as importações. “Agora, nós estamos falando de um aumento de 2,3% a 2,4%, são altos e baixos”, completou.

 

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