Grande número de carros, motoristas apressados, querendo chegar rápido ao trabalho, buzinas e engarrafamento. Esse cenário é rotineiro em boa parte da Região Metropolitana do Recife (RMR) nos horários de pico, dando dor de cabeça em muita gente. Mas, além do trânsito difícil, outro fator complica a vida de muitos pedestres diariamente: o tempo curto na hora de atravessar.

Com duração em média de 13 a 20 segundos, os pedestres enfrentam problemas todos os dias, principalmente nos locais onde o fluxo de trânsito é muito grande, como na Avenida Visconde de Suassuna, no bairro da Boa Vista.  Para a estudante Priscila D’arc, 22, no horário de pico, exatamente às 18h, o problema aumenta ainda mais. “Estudo no Senac e o sinal que fica bem de frente a ele demora muito a fechar, aliás, acho que poucas vezes dos três anos que estudo lá, lembro de ter passado com ele fechado”, afirmou.

A estudante reclama ainda do curto tempo para atravessar. “Quando fecha para os carros e abre para os pedestres, tenho que passar correndo porque abre muito rápido. Não dá nem tempo de chegar ao outro lado da calçada e ele já está abrindo novamente para os veículos passarem. É um absurdo e um desrespeito com o pedestre”, relatou Priscila.

A Conde da Boa Vista, área Central do Recife, também é alvo de reclamação de muita gente. Bianca Rocha, 21, mora próximo à Avenida e diz que sofre toda vez que precisa passar pela faixa. “No sinal que pega a Rua da Soledade, acaba virando uma guerra. São uns 20 segundos pra muita gente atravessar. Só passo por ali na emoção”, reclamou.

As grandes vias estão sempre na boca do povo. Na hora colocar o pé na faixa, a atenção deve ser redobrada, pois mesmo com o sinal vermelho para os motoristas, alguns insistem em avançar, deixando pedestres que não podem correr, no perigo. Os idosos também se queixam dos poucos segundos na hora de chegar até a calçada. “Ando de muletas e o problema é enorme. Tinha que ter mais segurança pra nós, mais tempo para atravessar. Ninguém pensa nos idosos e os acidentes estão acontecendo sempre por isso”, afirmou a aposentada Clarita Leite, 76.

Em nota, a assessoria da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) informa:

"A CTTU esclarece que o tempo de abertura dos semáforos para pedestres são determinados com base em estudos técnicos que levam em consideração a largura da via e o fluxo de pedestres que utilizam a travessia. A CTTU reforça que, por uma medida de segurança, em vias que possuem canteiro central com largura maior que 1,20m, os semáforos de pedestres trabalham de forma independentes, ou seja, não abrem ao mesmo tempo. O pedestre atravessa um sentido e aguarda no canteiro a abertura do outro sinal. Por fim, caso o usuário entenda que o tempo de travessia é curto para o local, o mesmo pode entrar em contato com o teleatendimento da CTTU, o 0800-081-1078, e solicitar revisão do equipamento informando a sua localização ou número.''

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