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ALAGOAS (AL) - O promotor de Justiça, Marcos Mousinho, do Ministério Público de Alagoas, pediu a anulação do julgamento dos quatro seguranças do Caso PC Farias. De acordo com a acusação, além da argumentação de que o Conselho de Sentença tomou a decisão contrária às provas que estavam nos autos da ação penal, há uma nova motivação para o Ministério Público recorrer da decisão do julgamento ocorrido na semana passada. Essas razões serão apresentadas por Marcos Mousinho na próxima semana.

Ainda de acordo com o promotor, sete jurados que fizeram parte do Tribunal de Júri foram ouvidos após o MPE ter sido informado que um familiar de uma das pessoas que fazia parte do Conselho de Sentença teria sido ameaçada e a jurada teria relatado o acontecido com alguns dos outros integrantes no mesmo dia do fato ocorrido, e esse contato, de acordo com Marcos Mousinho, vai de encontro à lei e já é um motivo para a anulação do julgamento.

“Houve uma ameaça, não posso afirmar se ela veio de alguém interessado na absolvição dos réus, mas o que posso dizer é que houve sim uma perseguição ao marido de uma das juradas na noite de quarta-feira (8). Ele transitava pela AL-101 Sul quando, nas proximidades da ponte Divaldo Suruagy, um veículo Kya Cerato, de cor preta, começou a cortar luz. O motorista deu espaço para que o carro fizesse a ultrapassagem por diversas vezes, mas, o automóvel não o fez. Desconfiado, o condutor acelerou seu veículo, tendo sido seguido pelo Cerato. A perseguição só terminou quando o esposo da jurada entrou na rua da Academia de Polícia Militar, situada na Avenida Assis Chateaubriand. Após esse episódio, quando em contato com a mulher, no dia seguinte, a vítima contou sobre o ocorrido e tal situação causou pânico à ela. Por causa desse gesto, houve a quebra de incomunicabilidade entre os membros do Tribunal do Júri, um procedimento que não é permitido por lei, por isso, já é motivo para a anulação do julgamento”, relatou Mousinho.

Após a apresentação do pedido de anulação com todas as motivações do MPE, o juiz Maurício Breda, responsável pelo caso, vai remeter os autos do processo ao Tribunal de Justiça de Alagoas. Depois de todo o processo de análise do recurso, se a decisão do pleno for a mesmo do Ministério público, será marcado um novo julgamento, anulando o acontecido na semana passada.

O julgamento

No período de 06 a 10 de maio ocorreu o julgamento de quatro homens denunciados por envolvimento na morte do ex-tesoureiro da campanha presidencial de Fernando Collor e também empresário Paulo César Farias e de sua namorada, Suzana Marcolino, ocorrido há 17 anos. Os quatro réus eram Adeildo Costa dos Santos, Josemar Faustino dos Santos, José Geraldo da Silva e Reinaldo Correia de Lima Filho.

Os quatro policiais militares, na época, estavam sendo acusados de omissão no momento em que deveriam manter PC Farias seguro, juntamente com Suzana Marcolino. O caso tendo sido identificado como homicídio seguido de suicídio de Suzana, chegou à conclusão no último julgamento ocorrido sobre o crime, de que foi um duplo homicídio.

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