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Estados Unidos e seus aliados ocidentais intensificaram, nesta sexta-feira (8), a pressão contra a Rússia para que o país encerre a guerra na Ucrânia, em uma reunião ministerial do G20 em Bali que contou com a presença do chanceler russo.

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, e o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, encontraram-se pela primeira vez desde o início da invasão russa em fevereiro durante a reunião de chefes da diplomacia do G20, o grupo de países ricos e emergentes, na ilha indonésia de Bali.

"O que ouvimos hoje é um grande coro de todo o mundo, não apenas dos Estados Unidos, sobre a necessidade de acabar com a agressão", disse Blinken à imprensa.

Desde o início do encontro, a Indonésia fez apelos para pedir o fim do conflito, ressaltando as graves consequências para o mundo.

"É nossa responsabilidade terminar com a guerra o mais rápido possível e resolver nossas divergências na mesa de negociações, não no campo de batalha", declarou a ministra indonésia das Relações Exteriores, Retno Marsudi, na presença de Lavrov.

O mundo mal se recuperava da pandemia e agora os efeitos da guerra "estão sendo sentidos globalmente, nos alimentos, na energia e nos orçamentos", disse. "E, como sempre, os países pobres e em desenvolvimento são os mais afetados", acrescentou.

Blinken se reuniu com os ministros da França, da Alemanha e um representante britânico para falar sobre a guerra "injustificável e não provocada", informou o Departamento de Estado em um comunicado.

O chefe da diplomacia americana denunciou a responsabilidade da Rússia na crise alimentar e energética mundial e pediu a Moscou que autorize a saída de grãos da Ucrânia.

"Aos nossos colegas russos: a Ucrânia não é o seu país. O grão deles não é são os grãos de vocês. Por que vocês estão bloqueando os portos? Devem permitir a saída dos grãos", reclamou.

- Lavrov deixa a sala -

Blinken se negou a ter uma reunião com o colega russo. A última vez que eles conversaram foi em janeiro, em Genebra, onde o diplomata americano advertiu a Rússia para grandes consequências em caso de invasão da Ucrânia, que começou em 24 de fevereiro.

Nesta sexta-feira, Lavrov afirmou que não será Moscou que tomará a iniciativa de aproximação de Washington.

"Não fomos nós que abandonamos os contatos, foram os Estados Unidos", disse Lavrov à imprensa. "Não vamos correr atrás de ninguém para sugerir reuniões", acrescentou.

Lavrov também criticou o fato de os países ocidentais utilizarem o G20 para criticar a Rússia e não para abordar os grandes problemas do planeta.

"Nossos sócios ocidentais estão tentando evitar falar sobre os temas da economia mundial", disse. "A partir do momento em que falam, apresentam uma crítica desenfreada à Rússia sobre a situação na Ucrânia e nos chamam de agressores e ocupantes".

O governo dos Estados Unidos, apoiado por parte de seus aliados, pediu que a Rússia fosse excluída dos fóruns internacionais.

Mas a Indonésia, que deseja manter uma posição de neutralidade como país anfitrião do G20, confirmou o convite aos chanceleres da Rússia e da Ucrânia.

Lavrov, no entanto, saiu da sala quando Dmytro Kuleba discursou para os demais ministros. E repetiu o ato quando a ministra alemã, Annalena Baerbock, criticou a Rússia por sua invasão, de acordo com fontes diplomáticas. Também não estava presente quando Blinken criticou a ofensiva de Moscou.

Para a chefe da diplomacia alemã, as ausências mostram que Lavrov "não está interessado na cooperação internacional nem no diálogo com outros sócios".

- Sem foto de grupo -

O encontro foi marcado pelo anúncio do ataque que matou o ex-primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, durante um evento eleitoral em seu país.

O encontro de Bali é a primeira etapa da reunião de cúpula de chefes de Estado e de Governo que acontecerá em novembro na ilha indonésia, programada para discutir a recuperação mundial após a pandemia del covid-19.

Mas a atenção está voltada para a invasão russa da Ucrânia, que abalou os mercados mundiais, provocou a disparada dos preços dos alimentos e gerou denúncias de crimes de guerra russos.

Não haverá uma foto de todos os ministros, como diz a tradição, comentou à AFP um alto funcionário indonésio.

O evento não terá a tradicional foto de grupo dos ministros, informou uma fonte indonésia à AFP.

De modo paralelo, Blinken tentará reabrir o diálogo com Pequim em uma reunião no sábado com o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, a primeira após meses de tensão.

O encontro acontecerá depois que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que espera conversar nas próximas semanas com seu colega chinês, Xi Jinping, com quem conversou pela última vez em março.

Aviões de combate sobrevoaram Pequim neste domingo (23) enquanto milhares de soldados da China, Rússia e outros países ensaiavam uma apresentação para o desfile militar do próximo mês, quando se comemora o fim da Segunda Guerra Mundial. A parada de 3 de setembro deve mostrar a capacidade crescente do Exército de Libertação do Povo em um momento que Pequim reivindica direitos territoriais no Mar da China Meridional e no Mar da China Oriental.

O centro da cidade ficou fechado ao público durante o ensaio, mas imagens publicadas pela mídia estatal mostraram um transportador de mísseis chinês circulando na Praça de Tiananmen e tropas com bandeiras de Cuba, Fiji, Quirguistão, Mongólia e Paquistão. Mais de 10 mil soldados chineses com mais de 500 veículos e 200 aeronaves participaram do ensaio, de acordo com a agência oficial chinesa Xinhua.

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O exército planeja mostrar sete tipos de mísseis de alcance médio, curto e longo no desfile, disse a Xinhua. Cerca de 84% das armas que participarão do evento não foram mostradas ao público antes, disse a agência oficial ao citar os militares. Outros países participantes são a Bielorrússia, Casaquistão e México.

A China afirma que o desfile comemora o 70º aniversário da rendição do Japão na Segunda Guerra Mundial e demonstra seu compromisso com a paz. Mas o evento ocorre num momento em que outros governos expressaram preocupação sobre a atitude hostil de Pequim em disputas territoriais.

Os integrantes da delegação mexicana incluem 75 oficiais e cadetes das academias aérea, terrestre e naval no país, de acordo com a Xinhua. "Com este ato, queremos ajudar o México a se tornar um ator com responsabilidade global", disse o comandante da delegação, José Carlos Luna Loaeza, citado pela agência de notícias oficial da China. Fonte: Associated Press.

O presidente Barack Obama destacou,nesta segunda-feira (11), quando é comemorado o Dia dos Veteranos em seu país, a necessidade de acabar com a guerra mais longa em que os Estados Unidos se envolveram, a do Afeganistão.

Em um discurso no Arlington National Cemetery, Obama disse que as tropas americanas continuarão retornando ao país nos próximos meses, antes da retirada da maior parte das tropas de combate da Otan no final de 2014. O conflito teve início em outubro de 2001 em resposta aos atentados de 11 de setembro. "Neste inverno, o nível de nossos efetivos será reduzido para 34.000", afirmou.

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"E nesta época do próximo ano, a transição para uma segurança liderada pelos afegãos estará quase completa. Terminará assim a guerra mais longa da história dos Estados Unidos". Washington negocia atualmente com Cabul os termos de um acordo de segurança pelo qual manterá no país uma força americana residual que continuará treinando as forças afegãs.

Obama enfatizou especialmente o sacrifício dos soldados que se alistaram nas Forças Armadas depois dos atentados do 11/9. Ele considerou que "graças aos seus serviços heroicos, o núcleo central da Al-Qaeda está perto de ser derrotado", tornando os Estados Unidos um país mais seguro.

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