Tópicos | financimento imobiliário

O aumento no saldo de captações da caderneta de poupança deve sustentar o funding do crédito imobiliário até meados de 2015, ao contrário de previsão anterior, que projetava um limite em 2014, de acordo com Octavio de Lazari Junior, presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). "Com o crescimento da captação da poupança e o menor crescimento do volume de financiamentos, o funding vai se estender até 2015", disse.

Segundo Lazari, o aumento no saldo de captações na caderneta, verificado após as mudanças nas regras de remuneração da aplicação, também deu mais tranquilidade para o funding do setor. O presidente da Abecip ainda estimou que a captação da caderneta mantenha o ritmo de alta ao longo do segundo semestre, mesmo com o cenário de redução da taxa básica de juros (Selic). "No segundo semestre, muitas categorias de trabalhadores terão aumento salarial. Com mais dinheiro na mão, também haverá mais dinheiro disponível para aplicação na caderneta", explicou.

##RECOMENDA##

Pelas regras do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), 65% dos depósitos da poupança devem ser destinados ao crédito para financiamento de imóveis residenciais. Com a mudança nas regras de remuneração da poupança, em maio, havia preocupação do mercado que os depósitos migrassem para outros investimentos e comprometessem o funding, o que não ocorreu. As novas regras da poupança atrelam o rendimento da poupança ao juro básico da economia sempre que a Selic estiver em 8,5% ao ano ou menos. Em 30 de maio, a taxa caiu exatamente para esse patamar, o que acionou o gatilho. Desde então, os novos depósitos já pagam a remuneração composta de 70% da Selic somada à Taxa Referencial (TR), o que corresponde a pouco mais de 0,48% ao mês. Aplicações antigas recebem juro maior: 0,5% ao mês mais a TR.

CRIs

A emissão de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), que também compõem o funding do crédito imobiliário, deve ter uma alta de 10% no segundo semestre de 2012 em relação ao mesmo período de 2011, de acordo com estimativa de Lazari. Segundo ele, o primeiro semestre foi mais fraco para esse mercado devido ao baixo volume de lançamentos de novos projetos imobiliários por parte das incorporadoras. "Isso tornou o crescimento mais limitado", disse, acrescentando que, com o aumento nas captações da poupança, há menor necessidade de outras captações para compor o funding.

O presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), Octavio de Lazari Junior, atribuiu a desaceleração no volume de financiamentos imobiliários ao longo de 2012 ao menor crescimento da economia brasileira, associado à redução no total de novos empreendimentos lançados pelas incorporadoras ao longo do primeiro semestre. "As incorporadoras se voltaram para si mesmas e concluíram que não poderiam crescer no mesmo ritmo. Os últimos balanços mostram que elas foram penalizadas", disse nesta manhã em entrevista à imprensa.

Nos últimos 12 meses encerrados em junho, segundo a Abecip, o volume de financiamentos chegou a R$ 79,954 bilhões, equivalente a um avanço de 15,3%. Os dados acumulados dos últimos 12 meses mostram que os financiamentos passam por uma desaceleração desde o início de 2012. Em janeiro, a alta acumulada em 12 meses foi de 39,6%, passando para 31,0% em março e 20,1% em maio.

##RECOMENDA##

Já para a segunda metade do ano, Lazari acredita que o crédito imobiliário deve apresentar uma melhora, com boa parte do volume de lançamentos de projetos das incorporadoras concentrado nesse período. "Vamos acompanhar os próximos lançamentos. O segundo semestre deve ser melhor", disse.

Lazari avaliou que o ciclo de redução das taxas de juros já foi sentido no setor, com forte queda dos juros dos financiamentos concedidos pelos bancos públicos - Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil. Questionado, ele acredita que os bancos privados também já têm condições de baixar os juros. "Na prática, isso já está acontecendo. Nos últimos seis meses, houve redução", ponderou, estimando a possibilidade de novas quedas nas taxas das instituições privadas. "O comprador de imóveis faz um comparativo entre as taxas e mostra disposição em negociar", disse.

O montante de recursos destinados para financiamento imobiliário no País ficou praticamente estável no primeiro semestre deste ano, enquanto o volume total de imóveis financiados diminuiu, segundo pesquisa divulgada nesta quinta-feira pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).

O financiamento imobiliário com recursos da poupança mostrou uma leve variação positiva de 0,1% no primeiro semestre de 2012 em comparação com igual período de 2011. No período, o montante de empréstimos atingiu R$ 37,043 bilhões, praticamente estável em comparação com os R$ 37,005 bilhões movimentados no período anterior.

##RECOMENDA##

Em junho, o volume financiado foi de R$ 7,416 bilhões, queda de 4,6% em comparação com igual ês do ano passado.

Nos últimos 12 meses encerrados em junho, o volume de financiamentos chegou a R$ 79,954 bilhões, equivalente a um avanço de 15,3% ante o período anterior. Os dados acumulados dos últimos 12 meses mostram que os financiamentos passam por uma desaceleração desde o início de 2012. Em janeiro, a alta acumulada em 12 meses foi de 39,6%, passando para 31,0% em março e 20,1% em maio.

Unidades - De acordo com a Abecip, o número de unidades financiadas apresentou queda de 9,3% no primeiro semestre de 2012 ante o primeiro semestre de 2011. Entre janeiro e junho, foram financiados 214,3 mil imóveis, ante 236,4 mil nos primeiros seis meses do ano passado.

Em junho, o número de imóveis financiados caiu 9,9% em relação ao mesmo mês de 2011, atingindo 41,8 mil unidades. No acumulado dos últimos 12 meses, o total de unidades financiadas ficou praticamente estável, em 470,7 mil.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando