[@#galeria#@]
No mês de abril, a Editora Pará.grafo, de Bragança, munícipio da região nordeste do Pará, realizou uma campanha de financiamento coletivo, na internet, para a reedição do livro "Ponte do Galo", do escritor paraense Dalcídio Jurandir. A campanha foi um sucesso e a nova edição do romance será lançada neste sábado (14), durante a FLIPA (Feira Literária do Pará), na Fox Livraria, em Belém.
##RECOMENDA##Responsável pela nova edição de "Ponte do Galo", Dênis Girotto disse por que buscou a ajuda popular para angariar recursos e financiar o livro. "Como a Pará.grafo é uma editora nova, não tínhamos recursos para um projeto desse tamanho. Então buscamos o apoio popular e iniciamos uma campanha no site Catarse para que as pessoas pudessem comprar o livro antecipadamente", informou Dênis.
De acordo com Dênis Girotto, essa é a primeira reedição do livro de Dalcídio Jurandir desde quando foi publicado, em 1971. A obra faz parte de um projeto da Pará.grafo editora de resgatar a literatura de expressão amazônica e traz diversas novidades, como ilustrações feitas por Paloma Amorim, além de uma versão digital. Dênis comenta que o livro foi o primeiro a ser escolhido pela editora e é importante por abordar temas universais. "Muitos leitores acreditam que a literatura dalcidiana é bastante regional, só que na verdade é uma literatura universal. Então é um livro muito amplo e profundo", afirma o editor. O livro conta a história de Alfredo, um personagem inspirado no próprio Dalcídio, que vive em Belém, nas baixadas do entorno do Telégrafo, e de suas aventuras e vivências durante as férias em Cachoeira, no arquipélago do Marajó.
Paulo Nunes, doutor em Letras, especialista em Dalcídio Jurandir e professor da Unama (Universidade da Amazônia), falou sobre como foi escrever o prefácio da obra. "Quando soube que foi uma das condições da família do autor a de que escrevesse este prefácio, me vi recompensado, reli o livro, estudei, e tentei fazer com uma linguagem que fizesse todos os leitores entenderem, não só os iniciados em Dalcídio", disse. Paulo Nunes também comentou sobre a dificuldade para a reedição de clássicos. "No cenário de quase indigência total das editoras e recursos privados, penso eu que faltam políticas públicas para trazer de volta autores fundamentais de nossa 'identidade amazônida'", assinalou.
Marcos Reis, professor de linguística da Universidade do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), em Marabá, colaborou por meio do site e conta que se interessou pelo projeto por acreditar que a literatura paraense necessita de mais apoio social. Para ele, a obra de Dalcídio Jurandir é um tesouro amazônico. "É uma satisfação muito grande você colaborar com a cultura da sua região, com a cultura do seu país. A publicação de uma obra desse tipo, de linguagem tão rica como a de Dalcídio Jurandir, não pode ser escondida nem deixada de lado. Um patrimônio público que nós temos que valorizar,'' afirmou o professor.
André Fernandes, pesquisador de literatura paraense e um dos idealizadores do projeto, sabe que Dalcídio Jurandir tem muita importância no meio literário paraense e nacional, sendo lembrado principalmente pelo público mais velho. "A escassez de novas edições dos livros nos fez sentir que talvez o alcance da campanha entre os leitores mais novos fosse ser pequeno. Felizmente conseguimos atingir a meta e fomos ainda mais além'', disse André.
A campanha foi divulgada também por várias redes sociais, como o Facebook. Quem ajudasse teria a reedição em primeira mão e mais outras vantagens. A divulgação foi um sucesso e em junho desse ano os editores já tinham conseguindo alcançar a meta. Para compra on-line, acesse aqui.
Serviço
A FliPa- Feira Literária do Pará está na sua quarta edição e será nos dias 14 e 15 de outubro, na livraria Fox. Local: Tv. Dr. Moraes, 584 - Nazaré, Belém. Horário: 19h30.
Por Kalylle Isse, Maria Clara Silva e Karol Lima.
[@#video#@]