Tópicos | G20

A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, participou nessa quarta-feira (5), em Mumbai, na Índia, do Encontro dos Ministros de Pesquisa e Inovação do G20. O Brasil assumirá a presidência do G20, pela primeira vez, em 1º de dezembro de 2023. Em Mumbai, a ministra fez discurso contra a “exclusão tecnológica” e defendeu a transferência de tecnologia em condições favoráveis para os países em desenvolvimento. Segundo Luciana Santos, os países que compõem o G20 devem fazer uma “profunda reflexão se estão na direção e na velocidade corretas para atingir as metas da Agenda 2030 da ONU”.

“Minha impressão é que ainda estamos longe de alcançar os nossos compromissos. É nesse sentido que, durante a presidência brasileira do G20, daremos foco à redução das desigualdades e das assimetrias, buscando discutir a questão da inovação aberta para o desenvolvimento justo e sustentável”, afirmou. 

##RECOMENDA##

Luciana Santos reiterou a importância do aprofundamento do debate sobre descarbonização da economia, transição energética, direito à saúde, desenvolvimento sustentável da Amazônia e combate às desigualdades. “Queremos contar com a colaboração ativa dos parceiros do G20 nesse processo de construção da nossa presidência”, ressaltou.

A ministra Luciana Santos defendeu ainda o fortalecimento da cooperação multilateral e o uso da diplomacia científica para enfrentar os grandes desafios globais. Segundo ela, a conjuntura internacional marcada pela pandemia da Covid-19 e conflitos geopolíticos evidenciaram a fragilidade das cadeias globais de produção e fornecimento e acirraram a disputa pelo domínio tecnológico.

“É nesse contexto complexo que atuamos de forma pragmática para consolidar nossas relações tradicionais e buscar novas parcerias. Ao resgatar o protagonismo do Brasil no mundo, o presidente Lula confere à cooperação científica status especial dentro da política externa do seu governo”, disse.

Reuniões bilaterais

A agenda da ministra em Mumbai incluiu reuniões bilaterais com oito países, como Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Indonésia e Turquia. No encontro com o vice-diretor do Escritório de Política Científica e Tecnológica da Casa Branca, Kei Koizumi, nesta terça-feira (4), a ministra tratou da participação brasileira no programa Artemis, da Nasa, de exploração da Lua.

G20

Fundado em 1999 após a crise financeira asiática, o G20 é o principal fórum de cooperação econômico internacional. O grupo é composto por 19 países (Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, República da Coreia, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos) e a União Europeia. Os membros do G20 representam cerca de 85% do PIB global, mais de 75% do comércio global e cerca de dois terços da população mundial. O G20 conta também com países convidados.

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quarta-feira (21), em Roma, que vai buscar aproximação do Brasil com a Itália, ao longo do próximo ano, quando os dois países assumirão, respectivamente, as presidências rotativas do G20 e do G7.

  O G20 reúne 19 das maiores economias do planeta e a União Europeia, enquanto o G7 é um grupo de países desenvolvidos composto por Japão, Canadá, Itália, Estados Unidos, Alemanha, França e Reino Unido. A declaração ocorreu após reunião do presidente brasileiro com a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, no Palácio de Chigi, sede do governo italiano.

##RECOMENDA##

"Conversei com a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, sobre as relações entre nossos países, especialmente neste momento em que a Itália assume a presidência do G7 e o Brasil assumirá em novembro a presidência do G20", destacou Lula, em postagem nas redes sociais. O governo italiano assumiu a gestão do G7 em maio, durante a cúpula do grupo, no Japão, e sediará o próximo encontro de chefes de governo, no ano que vem. Já o Brasil assumirá o G20 no fim do ano, após a cúpula da organização que será em Nova Déli, na Índia. Lula também convidou a primeira-ministra para visitar o Brasil.

Agenda na Itália Na agenda desta quarta-feira (21), Lula também se reuniu o prefeito de Roma, Roberto Gualtieri. Durante o encontro, o presidente destacou a viagem à Itália significou a retomada do protagonismo do país nas discussões globais sobre meio ambiente. "Amanhã [22], às 8h30, vou dar uma entrevista coletiva porque a minha viagem à Itália foi, do meu ponto de vista, para recolocar o Brasil no centro das discussões sobre a questão climática no mundo."

Em encontro, Lula agradece solidariedade do prefeito de Roma.  Gualtieri visitou Lula no período em que esteve preso em Curitiba, no âmbito da Operação Lava Jato. Na época, julho de 2018, o prefeito exercia mandato de eurodeputado.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva editou decreto que institui a Comissão Nacional para a Coordenação da Presidência do G20 pela República Federativa do Brasil e dispõe sobre as instâncias de governança para a participação do País na presidência e na "troika" do G20. O ato está publicado no Diário Oficial da União (DOU).

O Brasil exercerá a presidência do G20 no período de 1º de dezembro de 2023 a 30 de novembro de 2024 e participará na "troika" do G20 até 30 de novembro de 2025. O decreto, antecipado pelo Estadão/Broadcast, traz diretrizes para a coordenação dos encontros do grupo das nações com o maior Produto Interno Bruto (PIB), o G20, que terá sede no Brasil no ano que vem.

##RECOMENDA##

Composta por representantes de todos os ministérios e o Banco Central e copresidida pelo ministros das Relações Exteriores e da Fazenda, a Comissão tem como competências realizar interlocução e promover consultas com os órgãos e as entidades federais, estaduais, distritais e municipais e a sociedade civil relativamente à presidência brasileira no G20 e à participação do País na "troika" do G20.

"A Comissão Nacional para a Coordenação da Presidência do G20 pela República Federativa do Brasil e as coordenações da Trilha de Sherpas e da Trilha de Finanças para a presidência do G20 pela República Federativa do Brasil ficam extintas em 1º de dezembro de 2025", diz o ato. As despesas decorrentes da execução do disposto neste Decreto correrão à conta das dotações orçamentárias consignadas nos orçamentos dos órgãos e das entidades envolvidos", completa.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, em entrevista coletiva em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, o fortalecimento de uma governança global que amplie a representatividade de países em espaços de diálogo internacional. “Não quero criar movimento separado do G7. O G7 não depende do Brasil para existir”, declarou.

Para o brasileiro, um bloco mais amplo de países, a exemplo do G20, deve ser responsável por discutir temas da ordem do dia, como paz entre as nações; meio ambiente; temas econômicos, como inflação e juros; violência; discurso de ódio nas redes digitais; e fortalecimento da democracia.

##RECOMENDA##

“Quando criamos o G20, foi porque o G7 tinha entendido que ele já não tinha o tamanho necessário para discutir a crise de 2008”, pontuou. Lula disse ainda que o Brasil quer ser protagonista em temas globais. “Eu respeito todos os países, todas as reuniões que cada um quiser fazer, respeito a autodeterminação dos povos, mas o que quero dizer é que o Brasil tem pensamento próprio e quer voltar a ser ator protagonista de muita influência, sobretudo, nessa questão do clima. Poucas nações têm autoridade política e moral para discutir isso”, apontou.

Lula, que retorna neste domingo (16) ao Brasil, destacou que a viagem à China representou acordos que somam R$ 50 bilhões. Nos Emirados Árabes, foram negociados investimentos da ordem de R$ 12,5 bilhões por meio de um memorando de entendimento entre o estado da Bahia e o fundo financeiro de Abu Dhabi Mubadala Capital, controlador da refinaria de Mataripe, privatizada em 2021. 

“Em maio, vamos discutir com governadores brasileiros as principais obras no país. E queremos apresentar essas obras a outros países para que empresários que quiserem investir no Brasil tenham opção certa de investimento. O Brasil é um país que tem estabilidade jurídica, estabilidade política e vai se transformar num país de estabilidade econômica. Somos um governo que tem credibilidade na sociedade e com outros países do mundo. Nós garantimos a estabilidade social no país e somos um governo de muita previsibilidade”, declarou. 

Negociação pela paz

O presidente voltou a defender a negociação da paz entre Rússia e Ucrânia com a reunião de países neutros. “A decisão da guerra foi tomada por dois países. E agora o que estamos tentando construir é um grupo de países que não tem envolvimento com a guerra, que não quer a guerra, que desejam construir paz no mundo, para conversarmos tanto com a Rússia quanto com a Ucrânia. Mas também temos que ter em conta que é preciso conversar com os Estados Unidos e com a União Europeia”, afirmou. Lula disse ainda que pretende envolver países da América Latina.

Extradição

Ao ser questionado, o presidente confirmou a extradição de Thiago Brennand, empresário brasileiro que é acusado de agressão contra mulheres, além de possuir armas ilegais. Lula afirmou que o tema não foi tratado oficialmente com o xeique Mohammed bin Zayed al-Nahyan, presidente dos Emirados Árabes Unidos. 

“Eu fiquei sabendo que os Emirados Árabes vão fazer a extradição. Quando ela vai acontecer é uma questão da Justiça. A única coisa que eu sei é que se no mundo existir um milhão de cidadãos como este todos merecem ser punidos. Não é aceitável que um brutamonte desses seja agressor de mulheres. Acho que ele tem que pagar”, defendeu.

A reunião de cúpula do G20 terminou nesta quarta-feira (16) na ilha indonésia de Bali com uma condenação majoritária à Rússia e apelos renovados pelo fim da guerra na Ucrânia, que tem consequências calamitosas para o planeta.

A reunião dos líderes das grandes economias do planeta foi abalada pelos grandes bombardeios russos de terça-feira contra a Ucrânia e pela queda de um míssil na Polônia, o que provocou o temor de uma escalada do conflito.

##RECOMENDA##

Os acontecimentos não impediram a divulgação de um comunicado conjunto ao final do encontro, um texto que inclui uma condenação da maioria dos países à guerra na Ucrânia e destaca seu grave impacto na economia mundial.

"É a primeira declaração conjunta desde fevereiro de 2022", celebrou o presidente do país anfitrião, o indonésio Joko Widodo, que reconheceu "discussões muito duras" para alcançar um texto unânime.

O comunicado final do G20 reconhece "outros pontos de vista", mas afirma que "a maioria dos membros condena de maneira veemente a guerra na Ucrânia e destacaram que está provocando um imenso sofrimento humano".

Também aponta que o conflito "afetou de maneira ainda mais negativa a economia global" e considera "inadmissível" o uso de armas nucleares ou a ameaça de recorrer a este tipo de armamento, como já fez de maneira velada o presidente russo Vladimir Putin.

Com as tensões geopolíticas existentes e a falta de acordo em todas as reuniões preparatórias, poucos esperavam a aprovação de uma declaração conjunta, que exige unanimidade. Menos ainda uma condenação, mesmo não sendo unânime, ou a citação do conceito "guerra na Ucrânia", vetado na Rússia.

Falta de vontade de Putin

A sucessão de debates e reuniões multilaterais foi abalada pelos bombardeios na Ucrânia e a queda de um suposto míssil "de fabricação russa" na Polônia, membro da União Europeia e da Otan.

No segundo discurso por videoconferência, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky acusou a Rússia e afirmou que a ação era uma "mensagem" de Moscou para o G20, embora os aliados ocidentais de Kiev tenham expressado cautela.

A delegação dos Estados Unidos convocou uma reunião de emergência de aliados do G7 e da Otan, na qual pediram uma investigação sobre o que aconteceu na Polônia e condenaram os bombardeios "bárbaros" da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas.

"Os acontecimentos desta noite são uma evidência clara, mais uma prova da falta de vontade de Putin de acabar com guerra", disse o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez.

A reunião adiou a agenda do dia: o presidente indonésio levou seus convidados para plantar uma árvore e visitar um manguezal. Na terça-feira, ele recebeu os líderes mundiais em um jantar de gala.

Insegurança alimentar

O encontro de cúpula na ilha indonésia foi precedido por um longa reunião entre Biden e o presidente chinês Xi Jinping, em que ambos tentaram impor limites à crescente rivalidade entre as duas potências e encontraram um tema comum na guerra na Ucrânia.

Embora a China, assim como a Índia, tenha evitado condenar a guerra e criticar diretamente seu aliado em Moscou, o país convocou os dois lados a negociar, denunciou a ameaça de uso de armas nucleares e criticou a instrumentalização bélica de alimentos e da energia.

"A China pode desempenhar um papel de mediação maior ao nosso lado nos próximos meses", disse o presidente francês, Emmanuel Macron, para quem o encontro de cúpula envia "uma mensagem muito clara" à Rússia.

Em meio a reveses militares na Ucrânia e um crescente isolamento internacional, Putin não viajou a Bali e enviou o ministro das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, que acusou Kiev de apresentar condições "não realistas" para negociações.

A segurança alimentar e energética figurou como uma das principais preocupações do encontro, que teve a participação de alguns dos países mais afetados pelo aumento dos preços, como a Turquia e Argentina.

Os países membros solicitaram no comunicado final a prorrogação do acordo entre Kiev e Moscou para a exportação de cereais ucranianos pelo Mar Negro, que termina no sábado.

Um dos mediadores do acordo, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, se declarou convencido de que o pacto seguirá em vigor.

A cúpula do G20 na Indonésia aumentou a pressão internacional sobre a Rússia, com vários apelos nesta terça-feira (15), inclusive de países próximos a Moscou, para encerrar a guerra na Ucrânia, que teve consequências devastadoras em todo o mundo.

Apesar da divisão internacional em torno da invasão, as delegações, incluindo a Rússia, concordaram com um projeto de comunicado final que sublinha o "imenso sofrimento" causado pelo conflito e observa que "a maioria dos membros condenou firmemente a guerra na Ucrânia".

A carta, ainda pendente de aprovação final pelos líderes, declara que o uso de armas nucleares ou a ameaça de recorrer a elas é "inadmissível", em mensagem velada ao presidente russo Vladimir Putin, mas também reconhece que existem "outros pontos de vista" no bloco.

Putin não compareceu a esta cúpula na paradisíaca ilha de Bali e enviou seu ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, para resistir à chuva de críticas dos demais líderes.

Ao contrário de uma reunião do G20 em julho, na qual Lavrov saiu da sala, o ministro das Relações Exteriores da Rússia resistiu estoicamente, também quando o presidente ucraniano Volodimir Zelensky discursou por videoconferência.

"Estou convencido de que agora é a hora em que a guerra destrutiva da Rússia deve e pode terminar", disse Zelensky.

Os apelos à paz começaram desde a abertura da cúpula pelo presidente indonésio Joko Widodo, que permaneceu neutro durante o conflito.

"Temos que acabar com a guerra. Se a guerra não acabar, será difícil para o mundo avançar", disse Widodo, alertando que o mundo não pode cair "em outra guerra fria".

- O que mata é a fome -

A guerra e suas consequências devastadoras no mundo monopolizaram a primeira sessão de debate da cúpula, dedicada à segurança alimentar e energética.

Após quase nove meses de guerra, a Ucrânia repeliu a tentativa inicial de ataque a Kiev e, nos últimos meses, recuperou áreas significativas de terreno, incluindo a recente reconquista de Kherson, a única capital provincial tomada pela Rússia.

Com o estrondo das armas no leste da Europa, as consequências do conflito se espalham globalmente, com a inflação afundando milhões de famílias na pobreza e levando vários países à recessão.

As delegações incluíram no rascunho da declaração final um apelo à renovação do pacto entre Moscou e Kiev para permitir a exportação de cereais ucranianos, que expira em 19 de novembro, pedido ao qual Zelensky se juntou.

O acordo alcançado em julho com a intervenção da ONU e da Turquia possibilitou o início da exportação das 20 milhões de toneladas de grãos bloqueadas pelo conflito na Ucrânia, um dos maiores produtores mundiais de grãos.

Entre os países do G20 estão alguns dos mais atingidos por essa inflação, como Turquia ou Argentina, onde os preços subiram 66% e podem chegar a 100% este ano.

"No hemisfério sul, a comida é mais cara ou falta e o que acaba matando não são balas ou mísseis, mas a pobreza e a fome", disse o chanceler argentino Santiago Cafiero, que substituiu o presidente Alberto Fernández nos debates iniciais porque o mesmo se sentia indisposto.

- "Rússia está muito isolada" -

Com tantos países sofrendo as consequências da guerra, mesmo países geralmente próximos a Moscou, como China ou Índia, aderiram aos apelos pela paz, embora sem mencionar diretamente a Rússia.

Em seu discurso, Xi Jinping expressou sua firme oposição "à politização, instrumentalização e uso de problemas alimentares e energéticos como arma", embora também tenha criticado as sanções ocidentais contra Moscou.

No dia anterior, após uma reunião com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para colocar limites à crescente rivalidade entre as duas potências, Xi concordou com seu interlocutor em denunciar as ameaças de uso de armas nucleares no conflito.

"Está claro que a Rússia está muito isolada", disse um alto funcionário de uma delegação ocidental. "Ninguém veio em defesa da Rússia. Há quem não queira atacá-la, mas não houve ninguém que veio em sua defesa", apontou outra fonte ocidental.

Sentado no escuro, com o rosto meio iluminado por uma luz avermelhada, o bilionário Elon Musk exibiu em um evento paralelo da cúpula do G20 uma visão excêntrica do futuro com alienígenas, viagens de foguete e uma rede de túneis subterrâneos.

O novo dono do Twitter apareceu por videoconferência em uma cúpula empresarial paralela ao G20 na ilha turística indonésia de Bali.

##RECOMENDA##

Projetado em uma grande tela acima do palco, Musk apareceu como uma imagem fantasmagórica, com apenas o rosto e as mãos mal iluminados e avermelhados em um ambiente completamente escuro.

"Tivemos uma queda de energia três minutos antes da ligação. Por isso estou completamente no escuro", disse ele ao empresário e moderador indonésio, Anindya Bakrie.

Questionado sobre o motivo de não ter viajado para a ilha, o novo dono do Twitter brincou que sua "carga de trabalho aumentou bastante recentemente" por causa da compra da rede social.

Depois falou um pouco mais sobre esta operação controversa, que levou à demissão de milhares de trabalhadores e à introdução de uma taxa de verificação de contas.

A conversa se voltou especialmente para a visão peculiar de Musk do futuro, com uma rede de túneis subterrâneos para descongestionar o trânsito na superfície, viagens de foguete ao redor do mundo e vida alienígena.

"Podemos encontrar civilizações alienígenas ou descobrir civilizações que existiram há milhões de anos", disse ele.

O dono da marca de veículos Tesla e da empresa aeroespacial SpaceX defendeu que a mobilidade do futuro passe pelo carro elétrico e por uma rede de túneis para descongestionar o trânsito.

Também mostrou interesse em construir plataformas de lançamento de foguetes ao redor do mundo para que as pessoas pudessem viajar "para o outro lado do planeta" a vinte vezes a velocidade do som.

"Acho que isso realmente abriria o mundo, se você pudesse viajar para qualquer lugar em menos de uma hora", disse ele.

Os líderes das principais economias mundiais começaram a chegar neste domingo (13) à ilha indonésia de Bali para a cúpula do G20, que terá como aperitivo o primeiro encontro bilateral, como presidentes, do americano Joe Biden e do chinês Xi Jinping.

O avião presidencial Air Force One aterrissou pouco antes das 22h locais (11h em Brasília) no aeroporto internacional de Denpasar, procedente do Camboja, onde participou da cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).

Da capital cambojana, Phnom Penh, Biden afirmou que o encontro buscará estabelecer as "linhas vermelhas" nas relações cada vez mais espinhosas com a China. Ele também celebrou o resultado das eleições de meio de mandato nos Estados Unidos.

"Eu me sinto bem e com expectativa para os próximos dois anos", declarou, assegurando que, depois disso, chega politicamente "mais forte" à reunião com seu homólogo chinês, Xi Jinping.

À sua frente, ele terá, por sua vez, um Xi também mais fortalecido após obter um histórico terceiro mandato, no mês passado, para comandar o país, consolidando-se como o líder chinês mais poderoso desde Mao Tsé-Tung. Na mesa, há uma agenda com diferentes disputas: da rivalidade comercial à questão dos direitos humanos na China, passando pelo "status" de Taiwan.

Biden espera "sair do encontro com áreas, nas quais os dois países e os dois presidentes e suas equipes possam trabalhar de forma cooperativa", disse seu conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan.

Putin ausente

A reunião bilateral entre os líderes das duas maiores potências mundiais antecederá a primeira cúpula pós-pandemia deste bloco que representa mais de 80% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial e 75% do comércio internacional.

A Indonésia receberá 17 chefes de Estado e de governo. O presidente russo, Vladimir Putin, estará representado por seu ministro das Relações Exteriores, Serguei Lavrov.

O Kremlin alegou "problemas de agenda", mas a decisão permite proteger Putin das críticas e do ostracismo dos países ocidentais pela guerra na Ucrânia que, apesar de não estar na agenda, dominará a reunião.

A invasão desencadeou um aumento nos preços de alimentos e de energia que afetou ricos e pobres no G20.

Como país anfitrião, a Indonésia se mostrou neutra, ao convidar Putin e o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky. Este último participará por videoconferência.

Todos os encontros anteriores terminaram sem uma declaração conjunta, devido às discrepâncias geopolíticas. Nesse sentido, as esperanças de reverter a tendência na cúpula dos líderes são escassas.

"Honestamente, acho que a situação global nunca foi tão complexa", reconheceu um ministro do governo indonésio, Luhut Binsar Pandjaitan.

Escassa presença latino-americana

O presidente argentino, Alberto Fernández, que chegará na segunda-feira procedente do Fórum de Paris sobre a Paz, disse que pretende promover o diálogo entre Moscou e Kiev em Bali para acabar com a "indecência" da guerra.

O diálogo é "entre Ucrânia e Rússia", mas a solução deve ser global e fora da lógica dos blocos, destacou em entrevista coletiva.

"Quero que a Argentina esteja sentada nessa mesa de resolução", acrescentou.

O argentino se reunirá com Xi Jinping, pela segunda vez este ano, e com a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, com quem quer tratar da questão das "sobretaxas" da dívida.

Fernández será o único líder latino-americano na cúpula, devido à ausência do brasileiro Jair Bolsonaro, que em janeiro entregará a presidência a Luiz Inácio Lula da Silva, assim como do mexicano Andrés Manuel López Obrador. Ambos serão representados por seus ministros das Relações Exteriores.

"O G20, embora em algumas ocasiões no passado tenha se tornado relevante para os países da região, historicamente não tem desempenhado um papel importante" na América Latina, disse à AFP Parsifal D'Sola, diretor do Centro de Pesquisa Sino-Latino-Americano da Fundação Andrés Bello.

"Mesmo nos períodos em que os países-membros tiveram maior atividade internacional, não foi um fórum representativo para temas de natureza latino-americana", acrescentou o analista.

As grandes economias do G20 anunciaram neste domingo (13), antes de sua cúpula na Indonésia, a criação de um fundo de US$ 1,4 bilhão para se prepararem para futuras pandemias, um valor considerado insuficiente pelo país anfitrião da reunião.

Durante coletiva de imprensa, o presidente indonésio Joko Wikodo explicou que o fundo, do qual participam 24 países, tem como objetivo "evitar uma pandemia e se preparar para ela".

"Mas isso não é suficiente" declarou Widodo, ao estimar que são necessários 31 bilhões de dólares.

"Devemos garantir que a comunidade possa resistir a uma pandemia. Uma pandemia não pode ceifar vidas e romper as articulações da economia mundial", acrescentou.

Este fundo foi lançado pelos ministros da saúde e da área de finanças dos países do G20, na presença do diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, e do presidente do Banco Mundial, David Malpass.

É considerado um dos raros progressos esperados no contexto da cúpula do G20, que começa na terça-feira na ilha paradisíaca de Bali, e que está marcada por profundas divisões sobre a guerra na Ucrânia.

O presidente americano, Joe Biden, chegou à Ásia neste sábado (12) com a promessa de pedir a seu homólogo chinês, Xi Jinping, que contenha as "piores tendências" da Coreia do Norte, quando os dois se reunirem pela primeira vez pessoalmente, durante a cúpula do G20 em Bali, Indonésia.

Em sua reunião durante a cúpula do G20 em Bali, na próxima segunda-feira (14), Biden dirá a Xi que a China tem "interesse em conter as piores tendências da Coreia do Norte", afirmou o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, a repórteres.

Biden chegou hoje a Phnom Penh, capital do Camboja, para participar da cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) antes de seguir para Bali.

Biden também dirá a Xi que, se o acúmulo de mísseis e de armas nucleares da Coreia do Norte "continuar nesse caminho, isso significará simplesmente um aumento da presença militar e de segurança dos Estados Unidos na região".

Falando a bordo do avião presidencial Air Force One pouco antes de aterrissar no Camboja, Sullivan disse que Biden não fará exigências à China, mas dará a Xi "sua perspectiva".

Ele observou que "a Coreia do Norte representa uma ameaça não apenas para os Estados Unidos, não apenas para a Coreia do Sul e o Japão, mas para a paz e a estabilidade de toda a região".

Se a China irá pressionar a Coreia do Norte, "será uma decisão deles", disse Sullivan.

No entanto, com a expectativa de que a Coreia do Norte teste uma arma nuclear e aumente suas capacidades de mísseis, "a situação operacional é mais grave no momento", concluiu Sullivan.

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, engrossou o coro dos países que pedem uma ação internacional concertada para interromper o programa de mísseis de Pyongyang durante conversas com ASEAN, China e Coreia do Sul.

Tóquio e Seul estão cada vez mais alarmadas com a recente série de lançamentos de mísseis, incluindo um míssil balístico intercontinental.

Líderes das duas maiores economias do mundo, Biden e Xi conversaram por telefone várias vezes desde que Biden assumiu o cargo em janeiro de 2021, mas nunca se encontraram pessoalmente.

- Rivalidade regional -

Os dois terão muito o que conversar, em meio às inúmeras disputas entre Washington e Pequim sobre comércio e direitos humanos na região chinesa de Xinjiang e Taiwan.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu aos dois países que trabalhem juntos e advertiu, na sexta-feira (11), sobre o "crescente risco de que a economia mundial se divida em duas partes lideradas pelas duas maiores economias, Estados Unidos e China".

Antes do G20, Biden buscará fortalecer a influência de Washington no Sudeste Asiático em reuniões com governantes da ASEAN para contrabalançar a influência chinesa na região.

Nos últimos anos, a China vem intensificando sua presença por meio do comércio, da diplomacia e de seu poderio militar, em uma região que considera como sua área de influência.

Nesse sentido, Sullivan afirmou que Biden chega a Phnom Penh com uma agenda que enfatiza a política de seu governo de "aumentar" sua presença no Sudeste Asiático como um garantidor de estabilidade.

Biden disse que os Estados Unidos desejam colaborar com a ASEAN para "se defender das significativas ameaças que pesam sobre a ordem baseada em regras e no Estado de Direito".

- Xi presente, Putin ausente -

Biden e Xi chegam ao G20 apoiados por conquistas em casa. O Partido Democrata, de Biden, apresentou resultados surpreendentemente positivos nas eleições de meio de mandato americanas, enquanto Xi garantiu um histórico terceiro mandato presidencial.

No congresso do Partido Comunista da China em outubro, Xi advertiu para um clima geopolítico desafiador, sem citar os Estados Unidos diretamente.

A cúpula de Bali também marcará o retorno diplomático de Xi desde o início da pandemia da covid-19, quando ele interrompeu suas viagens internacionais.

Xi também se reunirá com o presidente francês, Emmanuel Macron, antes de viajar para Bangcoc para a cúpula do fórum Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC).

Quem não estará em Bali é o presidente russo, Vladimir Putin, rejeitado por países ocidentais após a invasão da Ucrânia. Estará representado por seu ministro das Relações Exteriores, Serguei Lavrov.

No encontro, Lavrov argumentará que os Estados Unidos desestabilizam a região da Ásia-Pacífico com sua política de confrontação, segundo a agência de notícias russa TASS.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, participará virtualmente da cúpula do G20, depois que a ASEAN rejeitou seu pedido para falar.

A reunião de ministros de Economia e presidentes de bancos centrais dos países do G20 na Indonésia foi concluída neste sábado (16) sem um comunicado conjunto, devido à falta de consenso nas discussões, dominadas pela ofensiva russa na Ucrânia.

O encontro de dois dias na ilha de Bali evidenciou as diferenças entre os líderes ocidentais, que denunciaram o impacto da guerra na Ucrânia na inflação e nas crises alimentar e energética, e a Rússia, que responsabilizou as sanções implementadas pelos países do Ocidente pela piora na situação economia mundial.

A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, o ministro da Economia da Austrália, Jim Chalmers, e a ministra das Finanças do Canadá, Chrystia Freeland, responsabilizaram Moscou pelo enorme impacto da guerra na economia mundial.

Ao invés do tradicional comunicado conjunto, a Indonésia emitirá uma declaração, explicou a ministra das Finanças do país anfitrião, Sri Mulyani Indrawati, em seu discurso de encerramento.

A ministra disse que havia consenso na maior parte do documento, mas que dois parágrafos se concentrariam nas diferenças dos membros em relação às repercussões da guerra e a forma de responder. "Acredito que este é o melhor resultado", afirmou.

Progressos em normas tributárias

Neste sábado, durante a abertura do segundo dia da reunião, o presidente do Banco Central da Indonésia, Perry Warjiyo, pediu aos participantes que redobrassem os esforços para estabelecer políticas econômicas coordenadas, já que a inflação está acelerando e os riscos para o crescimento se multiplicam.

Na sexta-feira, "muitos de nós [...] enfatizamos a necessidade urgente de abordar o risco de uma inflação persistente provocada pelo aumento dos preços dos produtos básicos" e enfrentar a insegurança alimentar, assinalou.

A reunião aconteceu depois que o Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu sua previsão de crescimento mundial.

O ministro das Finanças da Rússia, Anton Siluanov, e seu equivalente ucraniano, Serhiy Marchenko, participaram da reunião por videoconferência.

O vice-ministro de Economia russo, Timur Maksimov, compareceu pessoalmente às conversas. Na semana passada, o chanceler de seu país, Sergei Lavrov, chegou a abandonar uma reunião do G20 após as críticas do Ocidente à invasão.

Desta vez, Maksimov permaneceu na sala durante as críticas dos representantes do Ocidente, segundo uma fonte presente. O ministro ucraniano, por sua vez, pediu "sanções seletivas mais severas" contra Moscou.

Para os analistas, a falta de consenso sobre um comunicado conjunto dificultará os esforços coordenados para combater a inflação e a escassez de alimentos provocada pela invasão da Ucrânia.

O encontro é uma prévia da cúpula dos chefes de Estado e de governo do G20 que acontecerá nesta ilha paradisíaca da Indonésia em novembro, que deveria ter como foco principal a recuperação econômica pós-pandemia de covid-19.

Os ministros também debateram hoje sobre economia sustentável, criptomoedas e tributação internacional.

A ministra das Finanças do país anfitrião afirmou que houve "progressos" nas mudanças das normas tributárias internacionais, que estabelecerão uma taxa mínima mundial de imposto de sociedades de 15% até 2024.

Estados Unidos e seus aliados ocidentais intensificaram, nesta sexta-feira (8), a pressão contra a Rússia para que o país encerre a guerra na Ucrânia, em uma reunião ministerial do G20 em Bali que contou com a presença do chanceler russo.

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, e o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, encontraram-se pela primeira vez desde o início da invasão russa em fevereiro durante a reunião de chefes da diplomacia do G20, o grupo de países ricos e emergentes, na ilha indonésia de Bali.

"O que ouvimos hoje é um grande coro de todo o mundo, não apenas dos Estados Unidos, sobre a necessidade de acabar com a agressão", disse Blinken à imprensa.

Desde o início do encontro, a Indonésia fez apelos para pedir o fim do conflito, ressaltando as graves consequências para o mundo.

"É nossa responsabilidade terminar com a guerra o mais rápido possível e resolver nossas divergências na mesa de negociações, não no campo de batalha", declarou a ministra indonésia das Relações Exteriores, Retno Marsudi, na presença de Lavrov.

O mundo mal se recuperava da pandemia e agora os efeitos da guerra "estão sendo sentidos globalmente, nos alimentos, na energia e nos orçamentos", disse. "E, como sempre, os países pobres e em desenvolvimento são os mais afetados", acrescentou.

Blinken se reuniu com os ministros da França, da Alemanha e um representante britânico para falar sobre a guerra "injustificável e não provocada", informou o Departamento de Estado em um comunicado.

O chefe da diplomacia americana denunciou a responsabilidade da Rússia na crise alimentar e energética mundial e pediu a Moscou que autorize a saída de grãos da Ucrânia.

"Aos nossos colegas russos: a Ucrânia não é o seu país. O grão deles não é são os grãos de vocês. Por que vocês estão bloqueando os portos? Devem permitir a saída dos grãos", reclamou.

- Lavrov deixa a sala -

Blinken se negou a ter uma reunião com o colega russo. A última vez que eles conversaram foi em janeiro, em Genebra, onde o diplomata americano advertiu a Rússia para grandes consequências em caso de invasão da Ucrânia, que começou em 24 de fevereiro.

Nesta sexta-feira, Lavrov afirmou que não será Moscou que tomará a iniciativa de aproximação de Washington.

"Não fomos nós que abandonamos os contatos, foram os Estados Unidos", disse Lavrov à imprensa. "Não vamos correr atrás de ninguém para sugerir reuniões", acrescentou.

Lavrov também criticou o fato de os países ocidentais utilizarem o G20 para criticar a Rússia e não para abordar os grandes problemas do planeta.

"Nossos sócios ocidentais estão tentando evitar falar sobre os temas da economia mundial", disse. "A partir do momento em que falam, apresentam uma crítica desenfreada à Rússia sobre a situação na Ucrânia e nos chamam de agressores e ocupantes".

O governo dos Estados Unidos, apoiado por parte de seus aliados, pediu que a Rússia fosse excluída dos fóruns internacionais.

Mas a Indonésia, que deseja manter uma posição de neutralidade como país anfitrião do G20, confirmou o convite aos chanceleres da Rússia e da Ucrânia.

Lavrov, no entanto, saiu da sala quando Dmytro Kuleba discursou para os demais ministros. E repetiu o ato quando a ministra alemã, Annalena Baerbock, criticou a Rússia por sua invasão, de acordo com fontes diplomáticas. Também não estava presente quando Blinken criticou a ofensiva de Moscou.

Para a chefe da diplomacia alemã, as ausências mostram que Lavrov "não está interessado na cooperação internacional nem no diálogo com outros sócios".

- Sem foto de grupo -

O encontro foi marcado pelo anúncio do ataque que matou o ex-primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, durante um evento eleitoral em seu país.

O encontro de Bali é a primeira etapa da reunião de cúpula de chefes de Estado e de Governo que acontecerá em novembro na ilha indonésia, programada para discutir a recuperação mundial após a pandemia del covid-19.

Mas a atenção está voltada para a invasão russa da Ucrânia, que abalou os mercados mundiais, provocou a disparada dos preços dos alimentos e gerou denúncias de crimes de guerra russos.

Não haverá uma foto de todos os ministros, como diz a tradição, comentou à AFP um alto funcionário indonésio.

O evento não terá a tradicional foto de grupo dos ministros, informou uma fonte indonésia à AFP.

De modo paralelo, Blinken tentará reabrir o diálogo com Pequim em uma reunião no sábado com o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, a primeira após meses de tensão.

O encontro acontecerá depois que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que espera conversar nas próximas semanas com seu colega chinês, Xi Jinping, com quem conversou pela última vez em março.

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, afirmou nesta quinta-feira (31) que a Rússia não deve estar presente na próxima reunião do G20, pois esse país não pode ser considerado um "parceiro construtivo".

"Não acredito que possamos nos sentar com a Rússia em torno da mesa" explicou Trudeau, que assinalou ter conversado sobre o tema com o presidente da Indonésia, que está a cargo do G20 este ano.

"Não faz nenhum sentido ter uma discussão sobre o crescimento econômico mundial, se o país responsável por grande parte dos inconvenientes se encontra na mesa", acrescentou.

A decisão recai no próprio G20, criado para promover o diálogo entre as antigas potências industriais do G7 e as principais economias emergentes, como China, Brasil e Rússia.

"É lógico que Vladimir Putin não compareça este ano. A expulsão no longo prazo, é preciso haver uma discussão sobre isso", ressaltou Trudeau.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fez um apelo na semana passada para excluir a Rússia do G20, país que já foi expulso do G8 - agora G7 - após a anexação da Crimeia em 2014.

A Indonésia, por sua vez, comunicou que seguiria "imparcial", enquanto a China defende que Putin compareça à reunião do grupo, que acontece no final do ano.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse aos colegas do G20 que o governo tem o objetivo de transformar o Brasil em uma economia de consumo massivo "aberta, sustentável e inclusiva". Ele enviou uma mensagem em vídeo para ser exibida na reunião de ministros de Finanças do grupo dos 20 países mais ricos, que ocorre em Jacarta, na Indonésia. O vídeo foi divulgado nesta quinta-feira, 17, pela assessoria do Ministério da Economia.

Guedes tentou passar uma mensagem positiva da economia brasileira, mas reconheceu que a "democracia brasileira é barulhenta".

##RECOMENDA##

Entre outros dados, ele reforçou que a taxa de desemprego no Pais é mais baixa do que no início da pandemia e está caindo "consistentemente".

"Mantivemos nosso foco em na sustentabilidade fiscal e reformas estruturais. O Brasil continuará surpreendendo positivamente. Previsões pessimistas têm se provado equivocadas", completou o ministro da Economia.

Na frente do meio ambiente, Guedes reiterou compromisso com brasileiro com os entendimentos do Acordo de Paris e da COP-26. "Nosso objetivo é transformar Brasil em economia de consumo massivo aberta, sustentável e inclusiva", completou.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede) acionou o Ministério Público Federal (MPF), nesta segunda-feira (1º), para apurar as agressões sofridas por jornalistas brasileiros que acompanhavam Jair Bolsonaro (Sem partido) durante participação no G20, grupo formado pelas 20 maiores economias do mundo, realizada na Itália, no último domingo (31). 

Randolfe compartilhou parte do protocolo enviado ao MPF, no Twitter, e escreveu: "Acabamos de acionar o MPF para que abra inquérito e proceda ao ajuizamento de Ação Civil Pública. Além disso, estamos pedindo a aplicação de multa ao Presidente da República". 

##RECOMENDA##

No documento divulgado pelo parlamentar, ele alega que a agressão causou "um dano moral e ameaça à liberdade de imprensa". Em outro trecho, o senador aponta que "censura é repressão e opressão. Restringe a informação, limita o acesso ao conhecimento, obstrui o livre expressar, o pensado e o sentido".

Confira a publicação:

[@#video#@]

O presidente da República, Jair Bolsonaro, revelou nesta segunda-feira que deu um pisão no pé da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, após um encontro "excelente", nas suas palavras, com a líder do país europeu durante a cúpula do G20. "Dei uns passos em retaguarda e pisei no peito do pé dela. Ela olhou pra mim e falou 'só podia ser você", relatou Bolsonaro a jornalistas após receber o título de cidadão de Anguillara Veneta, cidade no interior da Itália.

"À noite quis o destino que eu ficasse, entre eu (sic) e ela, o colega da Coreia. Ela me chamou para conversar por trinta minutos, quase que fomos dançar no meio do salão, um apaixonado pelo outro", disse ainda o presidente sobre Merkel.

##RECOMENDA##

Por outro lado, Bolsonaro afirmou que não conseguiu conversar com o presidente norte-americano, Joe Biden, o mais importante líder do mundo, ao longo do evento.

Os dois têm uma relação distante, sobretudo após o chefe do Executivo, em um gesto inusual na liturgia da política internacional, ter declarado apoio ao ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, derrotado por Biden.

"Ele parece que está bastante reservado pra todo mundo. Fala muito pouco, diferentemente do Trump. Mas, para nós, interessa sim uma política cada vez maior de aproximação com os Estados Unidos, como se fosse uma continuidade do que fazíamos com o Trump", comentou Bolsonaro sobre a relação bilateral durante a entrevista. "Não queremos recursos, nada dos Estados Unidos. O que nós precisamos é aprofundar em muitas coisas, alguns acordos", acrescentou, sem dar detalhes sobre o encontro que teve com o enviado especial da Casa Branca para assuntos do clima, John Kerry.

Popularidade

A uma jornalista italiana, por meio de um intérprete, Bolsonaro ainda tentou transmitir a ideia de grande popularidade. "O povo me ama. Viu quanta gente nos meus passeios de moto?", perguntou, sem citar pesquisa de intenção de voto que mostram que o governo terá dificuldade do governo em conquistar a reeleição.

O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) repudiou nesta segunda-feira ataques supostamente feitos por seguranças do presidente Jair Bolsonaro a jornalistas que cobriam sua passagem em Roma, durante a cúpula de líderes do grupo das 20 maiores economias do globo (G20). Relatos sobre agressões foram feitos por meio de textos e vídeos divulgados por profissionais da imprensa que estavam na capital italiana.

"A OAB, por meio de sua Comissão de Liberdade de Expressão, repudia ataques dos seguranças do presidente aos jornalistas que cobriam sua passagem em Roma", diz o texto da nota. "Lamentável que incidentes como esse ocorram, refletindo uma postura frequente de desrespeito ao trabalho dos profissionais de imprensa", continuou o comunicado assinado pelo presidente da OAB Nacional, Felipe Santa Cruz, e pelo presidente da Comissão de Liberdade de Expressão da OAB Nacional, Pierpaolo Bottini.

##RECOMENDA##

Ao Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), Santa Cruz, no entanto, descartou a possibilidade de recorrer à Justiça para apurar o episódio, neste momento. "Não me parece que exista medida judicial cabível no caso", afirmou à reportagem.

O governo brasileiro está irritado com a cobertura da mídia brasileira durante a reunião de cúpula das 20 maiores economias do globo (G20). De acordo com fontes do governo, algumas delas que acompanharam o presidente da República, Jair Bolsonaro, à Itália, há uma série de informações incorretas e pouco acuradas sobre o evento e que foi passada à população.

Acredita-se, por exemplo, que jornalistas enviados a Roma têm uma "ideologia enviesada" e que manifestantes contrários ao governo foram pagos com "dinheiro desviado da Petrobras" no passado. Os protestos de brasileiros vistos em solo italiano são avaliados, pelo governo, como "antipatrióticos" e a situação analisada como "detestável" e "vergonhosa".

##RECOMENDA##

Além disso, apesar de receberem espaço na mídia doméstica, tratam-se, de acordo com membros do governo, de uma clara minoria, já que, segundo eles, a maioria das pessoas que buscou ter algum contato com a delegação brasileira em Roma se aproximou de Bolsonaro e demais integrantes da comitiva de forma pacífica e elogiosa.

Muitas dessas pessoas, conforme descreveu uma autoridade brasileira, estavam vestidas de verde e amarelo e seguravam balões com bandeira do Brasil. Em um dos episódios, ainda conforme o relato, havia cerca de 100 pessoas favoráveis ao governo, mas o espaço dado por jornalistas foi apenas a "um casal" que teria chamado o presidente de assassino, vagabundo e genocida.

Além disso, uma das fontes enfatizou que, ao contrário do que se propagou, Bolsonaro não estava isolado em uma reunião de líderes, mais informal, que ocorreu em Roma no âmbito do G20.

Vídeos e textos jornalísticos divulgados nos últimos dias mostraram Bolsonaro apenas conversando com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, e sendo ignorado por outros líderes.

Segundo a fonte, depois de a imprensa brasileira ter sido retirada do local, no entanto, Bolsonaro foi cumprimentado com entusiasmo por outros chefes de Estado e de governo. Um deles teria sido o anfitrião da COP-26 na Escócia, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.

Outro vídeo que circula nas redes sociais em contas de jornalistas brasileiros mostra a resposta de Bolsonaro a uma pergunta sobre o motivo de ele ter decidido não ir à Convenção do Clima. Alguns dos líderes mundiais emendaram a viagem para Roma à Escócia. "Não te devo satisfação, rapaz", respondeu o presidente.

Após encerrar a sua participação na cúpula do G20, grupo formado pelas 20 maiores economias do mundo, o presidente Jair Bolsonaro retornou à embaixada do Brasil em Roma e fez o seu terceiro passeio improvisado pelo centro da cidade, nesse domingo (31). A caminhada, no entanto, foi marcada pela violência. Jornalistas brasileiros que acompanhavam o presidente relataram agressões por parte da equipe de segurança do chefe do Executivo.

De acordo com o UOL, nenhum dos policiais explicou se fazia parte da embaixada brasileira, da Itália ou se eram privados. Os relatos afirmam que havia tanto italianos quanto brasileiros no grupo que fazia a proteção do presidente.

##RECOMENDA##

Segundo os relatos, Bolsonaro, ao voltar para a embaixada, cumprimentou, do alto de uma sacada, um grupo de apoiadores que o esperavam do lado de fora. Pouco depois, resolveu descer para encontrá-los na rua. Durante a espera pelo presidente, uma jornalista do jornal Folha de S.Paulo foi empurrada pelos seguranças do local e uma produtora da Globonews foi hostilizada pelos participantes do ato

Ao cumprimentar pessoalmente os manifestantes, Bolsonaro indicou que faria uma caminhada pelo bairro e foi seguido pelas equipes de reportagem que estavam por ali. Neste momento, diversos repórteres passaram a ser empurrados pelos seguranças, que tentavam fazer uma espécie de corrente de proteção, e também foram agredidos. Um jornalista da TV Globo relata ter recebido um soco no estômago. Os veículos que presenciaram o momento foram impedidos de gravar a agressão. O celular do jornalista do UOL foi confiscado por um dos seguranças; o aparelho foi, depois, jogado na via.

Com a confusão, o passeio do presidente durou pouco e menos de dez minutos depois, Bolsonaro voltou à embaixada. Os jornalistas estavam com credenciais e identificações claras no momento das agressões. O mesmo tratamento não se estendeu aos apoiadores, que puderam acompanhar de perto o presidente durante a sua breve caminhada.

O Brasil sediará o encontro anual de presidentes e primeiros-ministros do G20, grupo das 20 maiores economias do planeta, em 2024. O anúncio foi feito durante a divulgação do documento final da reunião do grupo, que terminou nesse domingo (31) em Roma.

A cidade brasileira para sede do encontro ainda não foi definida. Esta é a primeira vez que o Brasil é escolhido como anfitrião para uma cúpula de líderes do G20 desde a criação do grupo, em 1999. Em 2008, ocorreu  um encontro de ministros das Finanças do G20 em São Paulo.

##RECOMENDA##

No próximo ano, o encontro de líderes do G20 ocorrerá na ilha de Bali, na Indonésia. Em 2023, a sede será Nova Délhi, na Índia.

Documento final

O documento final do G20 foi assinado por todas as 20 maiores economias do planeta: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia.

Neste ano, os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da China, Xi Jinping, não compareceram ao encontro, mas enviaram representantes.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando