Ataques israelenses em Gaza mataram nove palestinos e destruíram a sede do governo do Hamas neste sábado. Em Israel, milhares de reservistas foram convocados para uma possível guerra terrestre.
Depois que militantes palestinos dispararam foguetes contra cidades de Israel na sexta-feira, cerca de 180 ataques aéreos contra Gaza foram realizados durante a noite e madrugada deste sábado, informou a televisão israelense.
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Médicos palestinos relataram que 39 habitantes de Gaza foram mortos e 345 ficaram feridos desde que Israel iniciou os ataques aéreos na quarta-feira. Pelo menos quatro militantes estão entre os nove mortos dos últimos bombardeios.
Segundo o exército israelense, desde o início da operação, militantes dispararam mais de 600 mísseis ao longo da fronteira, dos quais 404 atingiram o solo israelense e 230 foram interceptados pelo sistema de defesa conhecido como "Domo de Ferro". No mesmo período, três israelenses foram mortos e 18 ficaram feridos, incluindo 10 soldados. O exército afirma ainda já ter realizado mais de 830 ataques aéreos em sua operação "Pilar da Defesa".
Neste sábado, quatro soldados israelenses e cinco civis ficaram feridos em diferentes ataques com foguetes contra o sul do país, que atingiram um prédio e um carro, afirmaram a polícia e o exército de Israel.
As forças militares israelenses disseram ainda ter isolado todas as estradas principais ao redor de Gaza e declarado zona militar fechada, no mais recente sinal de que o país estaria prestes a lançar a primeira ofensiva terrestre em território palestino desde a realizada entre dezembro de 2008 a janeiro de 2009.
Durante a noite, a força aérea israelense atingiu a Cidade de Gaza, tendo como alvo a sede do governo do primeiro-ministro Ismail Haniya e outros edifícios governamentais, incluindo o ministério do Interior e o complexo da polícia, bem como instalações de treinamento de militantes e "dezenas de pontos de terrorismo", conforme um comunicado do exército de Israel.
O governo islâmico de Haniya afirmou que quatro ataques "destruíram completamente" sua sede e que casas vizinhas foram danificadas.
O ministro das Relações Exteriores da Tunísia, Rafik Abdessalem, fez uma visita de solidariedade a Gaza um dia depois de uma viagem semelhante por parte do primeiro-ministro egípcio, Hisham Qandil. Em sua chegada na Cidade de Gaza, Abdessalem disse que o mundo deve parar a "agressão flagrante" de Israel. Ele visitou as ruínas do edifício do gabinete, onde um dia antes Haniya havia recebido Qandil. O ministro tunisiano apelou à Liga Árabe, que realiza discussões no Cairo, que aja para conter a violência.
Enquanto isso, o primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, desembarcou no Cairo para conversar com o presidente egípcio Mohamed Morsi. Os EUA pediram a ambos os líderes que pressionem o Hamas a parar de disparar foguetes contra Israel. O presidente americano, Barack Obama, também reiterou o apoio do país ao direito de Israel se defender em um telefonema ao premiê israelense, Benjamin Netanyahu, sobre o conflito em Gaza.
No fim da noite de sexta-feira, ministros israelenses aprovaram a convocação de até 75 mil reservistas, horas depois que a ala militar do Hamas assumiu ter disparado um foguete em Jerusalém e outro na costa de Tel Aviv. Nenhum teria causado mortes ou danos, mas desencadearam sirenes de aviso e levaram os moradores dos dois principais centros populacionais de Israel a se refugiar em abrigos. As informações são da Dow Jones.