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A Polícia Federal vai investigar a suposta interferência sobre a execução da Operação Acesso Pago, que prendeu o ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, na quarta-feira (22), além de outros acusados de fazerem parte do esquema de corrupção do MEC. 

Em nota divulgada nesta quinta-feira (23), a PF informou, sem explicar a que suposta interferência se refere, que foi instaurado um procedimento apuratório sobre os boatos de possível interferência.

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“Considerando boatos de possível interferência na execução da Operação Acesso Pago e objetivando garantir autonomia e a independência funcional do Delegado de Polícia Federal, conforme garante a Lei nº 12.830/2013, informamos que foi determinada a instauração de procedimento apuratório para verificar a eventual ocorrência de interferência, buscando o total esclarecimento dos fatos”.

Após a divulgação da nota, a Folha de S.Paulo revelou que o delegado que conduz as investigações, Bruno Calandrini, enviou uma mensagem aos colegas, que acabou “prejudicando” a investigação por conta do tratamento diferenciado dado pela polícia ao ex-ministro de Bolsonaro. 

O delegado, por sua vez, afirmou não ter “autonomia investigativa para conduzir o inquérito deste caso com independência e segurança institucional”.

A prisão preventiva de Milton Ribeiro foi derrubada pelo desembargador Ney Bello Filho, do TRF-1, nesta quinta-feira (23). A falta de acesso das defesas dos investigados aos fundamentos da prisão preventiva foi usado pelo desembargador como argumento para conceder liberdade a Ribeiro. 

Investigação

No mandado de prisão, o juiz Renato Borelli cita quatro crimes, o de corrupção passiva, advocacia administrativa, prevaricação e tráfico de influência. 

Ribeiro é investigado por ter participado de um suposto esquema de corrupção envolvendo pastores e distribuição de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) do MEC. 

Mesmo sem cargo no governo, os líderes religiosos negociavam a liberação de recursos federais para os prefeitos. A PF também cumpriu mandados nos endereços dos pastores Arilton Moura e Gilmar Santos, ligados ao presidente Bolsonaro e apontados como os lobistas que atuavam no MEC, quando ainda estava no comando de Ribeiro. 

A Comissão de Educação (CE) do Senado promove na próxima quarta-feira (4) uma nova audiência pública para analisar as suspeitas de favorecimento no repasse de verbas do Ministério da Educação e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Os senadores apuram a existência de um suposto “gabinete paralelo” responsável por direcionar os recursos públicos a prefeitos indicados por pastores evangélicos. 

A audiência pública foi sugerida pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Ele recomendou a presença de Vanessa Reis Souza, Luciano de Freitas Musse e Odimar Barreto.  Até a manhã desta segunda-feira (2), apenas Vanessa Reis Souza havia confirmado presença no debate. Chefe do Cerimonial do Ministério da Educação, ela disse que — segundo o relato de terceiros — o pastor Arilton Moura teria feito pedidos ou ofertas de vantagem indevida durante um evento em Nova Odessa (SP). 

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Segundo denúncias veiculadas pela imprensa, os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos teriam recomendado a transferência de recursos públicos a prefeitos considerados aliados em troca de propina. Vanessa disse ter se sentido desconfortável com o relato e sugeriu que as demandas fossem encaminhadas direta e formalmente ao Ministério da Educação. 

Os outros dois convidados ainda não haviam confirmado, até a manhã desta segunda-feira, presença na audiência pública. Segundo Randolfe Rodrigues, o advogado Luciano de Freitas Musse “era o homem de confiança” de Gilmar Santos e Arilton Moura. Em abril do ano passado, Musse teria sido nomeado gerente de projetos na Secretaria Executiva do Ministério da Educação para — segundo o parlamentar — “agilizar os repasses de recursos negociados pelos religiosos”. 

O terceiro convidado é Odimar Barreto, pastor evangélico e major aposentado da Polícia Militar de São Paulo. Apontado como um dos articuladores dos encontros entre os pastores e os prefeitos, ele foi nomeado assessor especial do Ministério da Educação em agosto de 2020, semanas após a posse do então ministro Milton Ribeiro. Barreto foi exonerado em março, após as primeira denúncias de cobrança de propina pelos pastores. 

*Da Agência Senado

O pastor Arilton Moura, envolvido no lobby do Ministério da Educação, se recusou a comparecer ao Senado na quinta-feira (7), para explicar as denúncias envolvendo a acusação sobre os pedidos de propina a prefeitos para a liberação de verbas do MEC. Contudo, nos últimos quatro anos, o lobista visitou a Câmara dos Deputados 90 vezes e foi ao menos em dez gabinetes de parlamentares de diferentes partidos, do PSL ao PSB e, inclusive, no gabinete do deputado Eduardo Bolsonaro (PL), filho do presidente da República, de acordo com O Globo. 

O pastor está na mira de uma investigação da Polícia Federal com a suspeita de intermediar a liberação de recursos da Educação para prefeituras. O religioso foi acusado de pedir propina em bíblias e de atuar em parceria com o pastor Gilmar Santos. Ambos foram convidados para irem ao Senado na quinta-feira para dar explicações sobre os fatos, mas declinaram o convite, alegando já serem alvos de “procedimentos na esfera judicial”. De acordo com o jornal, Moura não se pronunciou, e Gilmar negou qualquer irregularidade nas redes sociais. 

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->> Quem são os pastores envolvidos no lobby do MEC

Registros de visitantes da Câmara de 16 de outubro de 2019 mostram que Arilton informou que iria ao gabinete 350, no Anexo IV, ocupado pelo deputado Eduardo Bolsonaro. Dois dias depois ele acompanhou o colega Gilmar em um encontro com o presidente Jair Bolsonaro (PL), no Palácio do Planalto. O filho do presidente, por sua vez, não quis comentar a agenda com o lobista do MEC. 

Quem mais recebeu o pastor Arilton na Câmara foi o deputado João Campos (Republicanos-GO), ao menos cinco vezes. O parlamentar também recebeu Gilmar em duas oportunidades que esteve na Câmara. Ao Globo, o republicano informou que Arilton pediu recursos de emenda parlamentar para uma fundação ligada a uma igreja. “Ele falou que tinha um projeto social lá, [perguntou] se eu poderia ofertar uma emenda para isso. Mas a entidade dele não preenchia os requisitos para receber os recursos. Então, acabei não fazendo, mas se estivesse regularizada, eu faria”, afirmou. 

João Campos é o parlamentar que passou mais tempo como presidente da bancada evangélica da Câmara e é amigo de Gilmar Santos há mais de 30 anos. Eles já moraram no mesmo prédio e, segundo o próprio parlamentar, já chegaram a frequentar a mesma igreja em Goiânia. “A minha relação com ele antecede a política”. 

->> Prefeito diz que 'pastor do MEC' pediu propina de R$15 mil

Sobre Arilton Moura, o deputado conta que o conheceu no início do ano passado através de Gilmar Santos, que lhe apresentou como “presidente do conselho político da igreja”. 

O outro parlamentar que mais teve encontros com o pastor Arilton Moura foi Marcelo Brum (União-RS). Foram quatro encontros entre 2019 e 2022. Ele ocupou, temporariamente, a cadeira de deputado, e voltou a ser suplente nesta semana, quando o dono da cadeira, Onyx Lorenzoni, renunciou ao comando do Ministério do Trabalho para disputar as eleições deste ano. “Foi para solicitar recursos. As vezes em que o pastor foi no gabinete era em busca de recursos para projetos sociais da igreja, para idosos”, detalhou o suplente. Ele disse que não enviou a verba porque era deputado do Rio Grande do Sul e a igreja se situava em Goiás. “Não tem como um deputado de um estado mandar para outro [estado]”. 

Em vídeo de um culto gravado em 2019, Brum promete, no púlpito, que encaminharia R$ 200 mil de emendas para o “lar do idoso do pastor Gilmar”. “Faz o seguinte: como eu sou muito ousado e a minha assessora, o meu chefe de gabinete estão lá n fundo, tu bota aí R$ 200 mil aqui para o lar do idoso do pastor Gilmar, tá?”, diz no vídeo.

Por sua vez, o deputado Elias Vaz (PSB-GO) chegou a se encontrar duas vezes com o pastor Moura na Câmara. Através da assessoria, o parlamentar explicou que o pastor foi pedir a filiação do genro do pastor Gilmar Santos para disputar a vaga de deputado estadual por Goiás. “Mas a filiação não ocorreu por diferenças ideológicas, já que o grupo tinha um posicionamento favorável ao presidente Bolsonaro, ao contrário do parlamentar. Elias Vaz desconhecia qualquer relação de tráfico de influência entre os pastores e o governo”, diz a nota. 

O deputado Vicentinho Júnior (PP-TO) contou que Moura foi ao seu gabinete acompanhado de uma comitiva da embaixada de Israel. De acordo com ele, o objetivo era convidá-lo para um evento de tecnologia do Ministério da Agricultura. “Eu  havia o conhecido num evento do Itamaraty. Era um pastor bem relacionado”, disse. 

O líder religioso também chegou a visitar os gabinetes dos deputados Helio Lopes (União Brasil-RJ), amigo de Bolsonaro, e Guiga Peixoto (União Brasil-SP). No entanto, a assessoria dos deputados informou que, como o acesso à Casa estava mais restrito durante a pandemia, acabaram liberando a entrada do pastor para ir a outros gabinetes. 

Três prefeitos confirmaram denúncias de corrupção na gestão de Milton Ribeiro no Ministério da Educação (MEC), em oitiva nesta terça-feira (5) na Comissão de Educação (CE) do Senado. Eles afirmaram ter recebido de dois pastores evangélicos pedido de propina para facilitar a liberação de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Dois prefeitos do Maranhão, cujos municípios receberam recursos para obras de creches e escolas, admitiram ter tido contato com os pastores acusados de tráfico de influência, mas garantiram não ter recebido pedido de propina.

As denúncias, que surgiram na imprensa em março, levaram à queda de Milton Ribeiro, que também é pastor protestante, no último dia 28. Os depoimentos dos pastores Arilton Moura e Gilmar Santos na CE estão previstos para a próxima quinta-feira (5). Convidado a depor à comissão na semana passada, Milton Ribeiro não compareceu e não justificou sua ausência na ocasião.

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Confirmaram as denúncias de corrupção os prefeitos Gilberto Braga, de Luís Domingues (MA); José Manoel de Souza, de Boa Esperança do Sul (SP); e Kelton Pinheiro, de Bonfinópolis (GO). Calvet Filho, prefeito de Rosário (MA), e Hélder Aragão, Anajatuba (MA), negaram ter recebido pedidos de propina.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), autor do requerimento convidando os prefeitos, qualificou o esquema de corrupção de "chinfrim", "cínico", "nojento" e "vulgar". Ele louvou a "coragem" dos prefeitos que vieram a público relatar as conversas que tiveram com os pastores.

O presidente da comissão, senador Marcelo Castro (MDB-PI), apontou inconsistências, como discrepâncias de valores, nos depoimentos dos prefeitos que receberam recursos. Os senadores Alessandro Vieira (PSDB-SE) e Zenaide Maia (Pros-RN) também expressaram dúvidas em relação à lisura do processo de encaminhamento da liberação de recursos.

Ônibus escolares

Durante a reunião, o senador Marcelo Castro anunciou o cancelamento, pelo Tribunal de Contas da União, de um pregão do FNDE para a compra de mais de 3 mil ônibus escolares para a rede pública em zona rural. Há suspeita de sobrepreço no valor previsto para a compra — R$ 480 mil por unidade, ante uma estimativa de que cada ônibus custe R$ 270 mil no mercado.

*Da Agência Senado

As digitais do pastor Arilton Moura Correia estão no Palácio do Planalto. Ou vice-versa. Os registros do prédio de trabalho do presidente Jair Bolsonaro marcam 19 datas com entradas do religioso nos primeiros nove meses do governo.

Entre janeiro e setembro de 2019, logo no primeiro ano de mandato, o líder evangélico, integrante de um gabinete paralelo no Ministério da Educação (MEC) através do qual intermediava liberação de verbas, só não aparece em visita ao palácio presidencial em março.

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Das 19 datas com registros de entrada, via “Lei de Acesso à Informação”, em 4 ocasiões estão registradas entradas múltiplas em um mesmo dia, somando 23 registros de entrada no Planalto no período citado (ver abaixo). Além do gabinete presidencial, no Palácio do Planalto funcionam a Casa Civil, a Secretaria-Geral e o GSI.

REGISTROS DE ENTRADA DE ARILTON MOURA CORREIA NO PALÁCIO DO PLANALTO ENTRE JANEIRO E SETEMBRO DE 2019

Janeiro:

ARILTON MOURA CORREIA 16/1/2019 17:50

Fevereiro:

ARILTON MOURA CORREIA 20/2/2019 14:44

Março:

Sem entradas

Abril de 2019:

ARILTON MOURA CORREIA 24/4/2019 17:23

ARILTON MOURA CORREIA 25/4/2019 09:35

ARILTON MOURA CORREIA 25/4/2019 15:47

ARILTON MOURA CORREIA 29/4/2019 08:51

Maio:

ARILTON MOURA CORREIA 16/5/2019 17:16

ARILTON MOURA CORREIA 22/5/2019 17:35

ARILTON MOURA CORREIA 23/5/2019 15:48

Junho:

ARILTON MOURA CORREIA 5/6/2019 15:19

ARILTON MOURA CORREIA 6/6/2019 16:32

ARILTON MOURA CORREIA 7/6/2019 15:14

Julho:

ARILTON MOURA CORREIA 4/7/2019 14:24

ARILTON MOURA CORREIA 4/7/2019 16:50

ARILTON MOURA CORREIA 10/7/2019 16:52

ARILTON MOURA CORREIA 31/7/2019 15:27

Agosto:

ARILTON MOURA CORREIA 8/8/2019 11:34

ARILTON MOURA CORREIA 8/8/2019 13:33

ARILTON MOURA CORREIA 21/8/2019 14:07

ARILTON MOURA CORREIA 22/8/2019 13:56

ARILTON MOURA CORREIA 28/8/2019 14:51

ARILTON MOURA CORREIA 28/8/2019 16:14

Setembro:

ARILTON MOURA CORREIA 5/9/2019 14:54

Reportagens do Estado de São Paulo (Breno Pires, André Shalders e Júlia Affonso) ao longo desta semana mostraram que os pastores evangélicos Arilton Moura e Gilmar Santos formam um gabinete paralelo no Ministério da Educação (MEC), através do qual conseguiram pagamentos e reservas de valores (os chamados “empenhos”) em torno de R$ 9,7 milhões num tempo recorde depois de participarem de agenda com a pasta.

Ontem, a Folha de São Paulo (Paulo Saldaña), revelou áudio de conversa gravada onde o ministro Milton Ribeiro afirma que o governo federal prioriza prefeituras cujos pedidos de liberação de verba foram negociados pelos dois pastores. O ministro disse ainda nas conversas que isso atende a uma solicitação do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Depois que o escândalo explodiu, o ministro tentou voltar atrás contrariando o próprio áudio na tentativa de isentar o presidente, afirmando que Bolsonaro não teria “pedido atendimento preferencial a ninguém”. Contrariando também a proximidade expressa nos registros de entrada do Palácio do Planalto

Entradas de pastor no Palácio do Planalto mostram muito mais visitas do que o vice Hamilton Mourão

Existem registros fotográficos da presença dos pastores reunidos no Palácio com Jair Bolsonaro mas até aqui não se sabia da dimensão dessa presença. As 19 datas e 23 registros de entrada do pastor que intermediava verbas são um número muito mais expressivo do que as visitas do próprio vice-presidente, Hamilton Mourão, que no mesmo período só tem 5 entradas registradas no palácio presidencial.

Outro lado:

A reportagem enviou pedido de resposta para a presidência da república mas não obteve resposta. E não obteve o contato do pastor Arilton Moura Correia. Caso venham a se manifestar, será publicado aqui.

Nota da reportagem:

O período dos registros de entrada no Palácio do Planalto entre janeiro e setembro de 2019 é apenas a mostra de um pequeno recorte temporal, possível por ser de um pedido de LAI anterior. Sendo assim possível que as visitas do pastor Arilton Moura Correia ao Palácio do Planalto tenham prosseguido e estejam em número ainda mais elevado.

Por Lúcio de Castro, da Agência SportLight

Os pastores evangélicos Gilmar Santos e Arilton Moura se encontraram pelo menos quatro vezes com o presidente Jair Bolsonaro (PL) em Brasília, de acordo com O Globo. O chamado lobby evangélico no Ministério da Educação, que recentemente chegou à mídia nacional, revela que religiosos associados ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus ministros, mesmo sem ter cargos no governo, atuavam na negociação de verbas federais da pasta e conseguiam privilégio nas ações da Educação. 

A reportagem indica que houve três encontros com o chefe do Executivo no Palácio do Planalto e um evento no Ministério da Educação, junto ao ministro Milton Ribeiro. Em áudio divulgado na segunda-feira (21) pelo jornal Folha de São Paulo, o ministro Ribeiro diz que houve um "pedido especial" de Bolsonaro para atender aos pleitos do pastor Gilmar Santos. 

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De acordo com a agenda presidencial, dois dos encontros aconteceram no primeiro ano de mandato, em 2019: nas duas ocasiões em eventos com outras lideranças evangélicas. Em 2020, Bolsonaro novamente recebeu o pastor Gilmar Santos em seu gabinete para uma reunião privada. No mesmo dia, logo após o encontro com o Bolsonaro, o religioso foi ao Ministério da Educação se encontrar com Milton Ribeiro, de acordo com os horários das reuniões. 

Em fevereiro de 2021, após evento no Ministério da Educação, o pastor Gilmar Santos publicou nas redes sociais que levou mais de 40 prefeitos de quatro estados "para tratar dos avanços e desafios da educação atual" para a sede da pasta. 

À reportagem, o MEC emitiu uma nota na qual negou que o presidente Jair Bolsonaro tenha pedido atendimento preferencial à prefeituras apadrinhadas por pastores. Ribeiro afirmou ainda que todas as solicitações feitas à pasta são encaminhadas para avaliação da área técnica. 

O comunicado ainda diz que "desde fevereiro de 2021 foram atendidos in loco 1.837 municípios em todas as regiões do País, em reuniões eminentemente técnicas organizadas por parlamentares e gestores locais, registradas na agenda pública do Ministério, estabelecendo relação direta entre o MEC e os entes federados".   

- - > LeiaJá também: Vínculo de religiosos com governo é anterior a Milton 

 

Vereador de Petrolina, no Sertão de Pernambuco, Gilmar Santos (PT) participou de um ato simbólico após a manifestação contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), nesse sábado (3), em que ele e outros manifestantes destroem um muro onde estão pintados os rostos de Bolsonaro e do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), que tem a base política na cidade sertaneja.

Vídeos da ação circulam nas redes sociais e o vereador está recebendo críticas por ter participado do momento. Ele é um dos primeiros a bater no 'rosto de Bolsonaro' com uma marreta. Alguns, inclusive, acusam o vereador de dano ao patrimônio público.

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Em nota, o parlamentar, que é o representante do chamado Mandato Coletivo, disse que "o muro era uma representação artística de um governo que tem contribuído diretamente para as milhares de mortes pela Covid-19, muita violência, atraso social, corrupção e prejuízos ao patrimônio do povo brasileiro". Além disso, ele pontua que o ato "ocorreu sem qualquer situação de violência física, e sem gerar qualquer prejuízo ao patrimônio público e ao meio ambiente" e rebate críticas. 

Veja o texto na íntegra:

O vereador Gilmar Santos, representando o Mandato Coletivo (PT) e a coordenação do Ato pela Vida e contra o governo Bolsonaro, realizado em Petrolina-PE, no último dia 03 de Julho de 2021, informar que:

I. A realização do Ato foi comunicada antecipadamente para as autoridades competentes e ocorreu de forma pacífica, com respeito às medidas sanitárias, com o devido uso de máscara facial, distanciamento físico e uso de álcool em gel;

II. Antes do início do Ato, em uma ação coletivo, foi construído um pequeno muro com tijolos, na Orla de Petrolina, e pintado pela própria organização;

III. O muro era uma representação artística de um governo que tem contribuído diretamente para as milhares de mortes pela covid-19, muita violência, atraso social, corrupção e prejuízos ao patrimônio do povo brasileiro;

IV. Após diversas falas de críticas ao governo Bolsonaro, os participantes foram convidados a derrubarem o muro que eles próprios haviam erguido, como um ato simbólico de derrubada de todas as políticas e ações que esse governo promove contra o país;

V. O Ato ocorreu sem qualquer situação de violência física, e sem gerar qualquer prejuízo ao patrimônio público e ao meio ambiente;

VI. No entanto, estão sendo divulgadas informações distorcidas e mentirosas sobre esses fatos, com acusações contra os manifestantes e esse vereador.

VII.  Entre as principais distorções, acusações e mentiras estão a de que promovemos violência e geramos prejuízos ao patrimônio público e ambiental. Para essas pessoas sugerimos que se informem melhor, evitem faltar com a verdade e tenham a coragem de reconhecer que:

a)       A péssima gestão do governo Bolsonaro, que tem como líder o senador FBC, contribui para que mais de 520 mil vidas fossem ceifadas no país, e é responsável direto pela morte de pelo menos 350 mil pessoas por covid-19. Isso sim, é um ato de extrema violência, e porque não dizer de extermínio e genocídio da população brasileira, especialmente os mais pobres, negros e periféricos. Essa não é situação simbólica, não é uma atividade artística. Lamentavelmente é a vida real. É uma ação concreta de um governo que promove a morte.

b)      O governo Bolsonaro, que tem como líder o senador FBC, deixou de comprar mais de 150 milhões de doses de vacina entre julho e dezembro de 2020, e continuou sabotando a compra de mais vacinas ao longo de 2021, com atuação direta do Presidente da República. Isso significa dizer que milhares de vidas poderiam ter sido protegidas e poupadas. E se hoje faltam vacinas em Petrolina e no país, e pessoas continuam morrendo, é porque a violência e o projeto de destruição desse governo continuam atuantes. E isso não é uma atuação simbólica. É uma atuação concreta de um governo que promove a morte.

c)       O governo Bolsonaro, que tem como líder o senador FBC, com sua violência política e desprezo pela vida, deixou que centenas de pessoas morressem em Manaus por falta de oxigênio. Você já imaginou ver um ente querido em desespero, morrendo por falta de oxigênio, porque o governo se omitiu em agir para salvá-lo? Isso aconteceu, e não foi um ato simbólico, foi uma ação concreta de um governo que promove a morte.

d)      O Presidente da República, assim como membros do seu governo, com sua violência política e desprezo pela vida, dá um péssimo exemplo sobre as medidas de proteção contra a covid-19: não usa máscara, promove aglomerações, desestimula a vacinação, e pior, indica um tratamento para a covid-19 sem qualquer eficácia e autorização da comunidade científica. Isso não é um ato simbólico do governo. É uma ação concreta de um governo que promove a morte.

e)      O Governo Bolsonaro, que tem como líder o senador FBC, armou um esquema de corrupção para roubar dinheiro do povo brasileiro na compra da vacina indiana, Covaxin. Vale lembrar que a compra foi feita sem que a vacina tivesse autorização da Agência de Vigilância Sanitária (ANVISA). As provas foram apresentadas pelos irmãos Miranda na CPI da Pandemia no Senado. O Presidente da República sabia de tudo e não fez nada. Isso não é um ato simbólico do governo. É uma ação concreta de um governo que promove a morte e rouba a nação.

f)        O governo Bolsonaro, que tem como líder o senador FBC, tem um projeto consciente de destruição do país. Isso pode ser constatado com a volta da miséria, da fome, do crescente aumento do desemprego, do aumento absurdo da gasolina e do gás de cozinha (apenas neste ano foram 5 aumentos). Em Petrolina, por exemplo, a gasolina chega a mais de R$ 6,00 (seis reais). Além da invasão das terras indígenas, com destruição da floresta amazônica, retirada de madeira ilegal, sendo o Ministro do Meio Ambiente desse governo um dos principais acusados; e mais, a venda de importantes empresas nacionais, como é o caso Eletrobrás, o que vai implicar no aumento da energia elétrica; no corte de investimentos nas áreas sociais e na retirada de direitos de servidores públicos. Isso não é um ato simbólica, é um verdadeiro vandalismo desse governo perverso e usurpador.

g)       O Presidente Bolsonaro, e membros do seu governo, assim como os seus seguidores, atacam as instituições da República. Promovem atos pelo fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF), pelo fechamento do Congresso Nacional, ameaçam de morte ministros do STF, agridem e ameaçam jornalistas, defendem a volta da Ditadura Militar, com as propostas mais violentas desse período vivenciado no país, além de propagaram mentiras, e promoverem violências diversas contra pobres, negros, mulheres, LGBTQIA+. Isso não é um ato simbólico, é uma ação concreta de um governo fascista e comprovadamente violento, que já acumula mais de 120 pedidos de impeachment (impedimento).

Portanto, fica aqui a explicação para aqueles e aquelas que não entenderam nosso ato simbólico. Repito, realizamos uma intervenção artística, sem qualquer tipo de agressão física a qualquer pessoa, nem depredação de patrimônio público ou ambiental. Jamais agiremos ou vamos estimular ataque a qualquer pessoa física. Foi uma ação simbólica em defesa da vida e de indignação contra um governo que comprovadamente mata o povo e destrói o país.  No mais, vale lembrar o verso do poeta alemão, Bertolt Brecht:  “Todo mundo chama de violento a um rio turbulento, mas ninguém se lembra de chamar de violentas as margens que o aprisionam”.

Pela vida, pela democracia, pelo Brasil, seguiremos em luta!

Abraço fraterno!

Gilmar Santos

Vereador – PT - Petrolina-PE

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