O governador Paulo Câmara (PSB) afirmou, nesta terça-feira (23), que as ações do presidente Jair Bolsonaro (PSL) estão se tornando uma “fábrica de intrigas”. A fala foi exposta após ser indagado por jornalistas, depois do lançamento do site do programa Todos por Pernambuco, no Palácio do Campo das Princesas, no Recife.
Esta foi a segunda vez que o pessebista se posicionou sobre o áudio de uma conversa entre Bolsonaro e o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM), vazado pela TV Brasil na última sexta-feira (19). No momento, Bolsonaro disparou críticas contra os gestores da região Nordeste, chamando-os de “paraíbas”.
##RECOMENDA##"Acho que cabe o papel do presidente da República buscar unir o Brasil. Mas, infelizmente, declarações que são feitas e depois os próprios questionamentos dessas declarações mostram um claro processo de aprofundamento de divisões. Isso é muito ruim para o momento que o Brasil passa, um momento de tanta crise econômica e social e desemprego", argumentou Paulo.
"A gente tem muita responsabilidade como governante e temos que trabalhar para unir. Infelizmente nessas declarações últimas do presidente da República e no conjunto de ações, na verdade, a gente vê uma fábrica de intriga acontecendo. Em declarações muito aquém do debate que no Brasil precisa ser feito", emendou.
Ao ser indagado sobre como deve se comportar diante do Governo Federal após o que foi dito, Paulo Câmara pontuou que não deixará de buscar parcerias.
“É trabalhar. Eu não vou deixar que essas confusões queiram contaminar a nossa forma de trabalhar e governar. Eu não vou abrir mão de buscar o entendimento, de conversar junto ao Governo Federal para que haja ações em favor de Pernambuco e do Nordeste. E espero que haja compreensão por parte do governo que o momento é de unir, buscar sentar na mesa, de buscar ações em favor da coletividade e não divisionismos, isso não ajuda em nada a melhorar o Brasil", observou o governador.
Paulo não foi o único do Nordeste a disparar contra Bolsonaro nesta terça. O governador da Bahia, Rui Costa (PT), disse que o país precisa de um presidente que pregue a paz e não o preconceito.
O do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), a quem o presidente cita diretamente no áudio como o pior dos gestores da região e insinua que não enviará recursos para o Estado, também alfinetou Bolsonaro e disse não ter medo de ditadores.