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Às vésperas do Ano Novo, a ex-BBB Rafa Kalimann teve sua conta no Instagram invadida por um hacker que, além de ameaçá-la, ainda expôs um nude da influenciadora para o público de 21,7 milhões de seguidores. Ainda neste domingo (31), a blogueira recuperou o acesso ao perfil, mas compartilhou o desespero que sentiu ao ter seu conteúdo vazado. No X, antigo Twitter, Kalimann disse ter ficado “desesperada e angustiada”. Todas as publicações da conta foram apagadas e a foto de perfil foi removida.

Após recuperar o acesso, Rafa postou uma foto aleatória que mostra um edredom branco sobre a cama, e disse que publicou “só pra falar” que conseguiu a conta de volta e que já está “tomando as medidas cabíveis”. Muitos fãs duvidaram da autenticidade da publicação e pediram que ela gravasse um vídeo para provar que tudo estava mesmo em ordem. Pouco tempo depois, Rafa publicou um story curto confirmando que estava com a posse do seu Instagram.

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Também no X, Kalimann compartilhou uma captura de tela que mostra o suposto hacker enviando mensagens para sua prima Marcella Ribeiro.

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O código-fonte de Grand Theft Auto (GTA) 5 vazou na véspera de Natal, pouco mais de um ano após a desenvolvedora Rockstar Games ter seus dados corporativos roubados em uma outra invasão criminosa. Links para baixar o código-fonte foram compartilhados em vários canais, incluindo Discord, um site dark web e um canal no Telegram que já havia sido utilizado pelos hackers anteriormente, para vazar dados da empresa. Informações de GTA 6 e Bully 2 também foram vazadas. 

Em uma postagem em um canal de vazamento do game, o proprietário da conta, conhecido como “Phil”, postou links para o código e compartilhou uma captura de tela de uma das pastas, supostamente com o arquivo roubado. O dono do canal também prestou homenagem ao hacker Lapsus$ Arion Kurtaj, que anteriormente vazou vídeos de pré-lançamento de Grand Theft Auto 6 sob o nome de “teapotuberhacker”. Recentemente, no Reino Unido, Kurtaj foi condenado a internação hospitalar por tempo indeterminado, após invadir a Rockstar e a Uber. 

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O código de GTA 6 vazado, por sorte, foi o que menos sofreu violações. Trata-se de um arquivo de Python que traz algumas linhas sobre implementação de animação e rig nos personagens. O arquivo está em uma pasta chamada "motionbuilder2014" e traz a "GTA 6 Config" relacionada ao "Project Americas", e não há informações detalhadas sobre o que se trata. 

Captura de tela da suposta leva de arquivos roubados da Rockstar (nomes em inglês). Reprodução/Twitter

A Rockstar Games foi hackeada em 2022 por membros do grupo de hackers Lapsus$, que obtiveram acesso ao servidor Slack interno da empresa e ao wiki do Confluence. Na época, os atores da ameaça alegaram ter roubado o código-fonte e os ativos do GTA 5 e GTA 6, incluindo uma versão de teste do GTA 6, com parte do conteúdo roubado vazando em fóruns e no Telegram. Os hackers também compartilharam amostras do código-fonte do GTA 5 como prova de que eles roubaram os dados. 

A Rockstar Games revelou que esses ataques e vazamentos já custaram mais de US$ 5 milhões (cerca de R$ 24 milhões) aos cofres da empresa, conforme apuração da GamesRadar. 

 

A Polícia Federal (PF) cumpriu, na manhã desta quinta-feira (14), dois mandados de busca e apreensão contra o suspeito de invadir a conta da primeira-dama, Janja Lula da Silva, na rede social X (antigo Twitter). O hacker seria um adolescente de 17 anos, residente em Sobradinho, região administrativa do Distrito Federal. O endereço de um familiar do menor também foi alvo de buscas. Essa foi a segunda ação realizada no âmbito da Operação, denominada “X1”, desde o dia 12.  

Ao todo, foram seis mandados de busca e apreensão, sendo dois no Distrito Federal e quatro em Minas Gerais, todos expedidos pelo Supremo Tribunal Federal. Segundo a PF, durante as apurações, ficou constatado que os possíveis envolvidos também tinham perfis e postagens na plataforma Discord, participando de grupos que trocavam mensagens de caráter misógino e extremista. 

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Os suspeitos são investigados por difamação e invasão de dispositivo informático. Durante a invasão à conta, o hacker fez publicações ofensivas contra Janja, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A ofensa às autoridades federais também será investigada. Pouco tempo após o crime, a conta foi bloqueada a pedido da Polícia Federal. 

 

A Polícia Federal cumpriu na terça-feira (12), em Minas Gerais, quatro mandados de busca e apreensão no âmbito do inquérito policial que apura o ataque hacker ao perfil da primeira-dama, Janja Silva, na rede social X. Segundo a PF, os mandados foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e as investigações seguem em andamento.

O perfil de Janja na plataforma X (antigo Twitter) foi hackeado na noite desta segunda-feira (11) e, no ataque, os invasores publicaram mensagens ofensivas e com xingamentos. 

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Além da investigação da PF, a Advocacia-Geral de União (AGU) enviou notificação extrajudicial à rede social X, solicitando providências à empresa. 

Janja considera que as publicações mostram a realidade da misoginia e do machismo presentes no país. “O ódio, a intolerância e a misoginia precisam ser combatidos, e os responsáveis, punidos”, escreveu a primeira-dama em sua conta no Instagram.

A primeira-dama Janja da Silva Lula (PT) teve seu perfil no X, antigo Twitter, hackeado na noite desta segunda-feira (11). Nas publicações foram proferidos xingamentos contra a primeira-dama e o presidente Lula (PT).  A primeira mensagem foi publicada às 21h37 e vem com a assinatura dos supostos hackers, que se identificam como Ludwig e Smalkade.  A mensagens, em sua grande maioria, são de cunho sexual. 

Uma das mensagens em que o criminoso se passa por Janja está escrito: "Sou uma vagabund* estuprad*". Em outra mensagem, o hacker chama Lula de "vagabund*" e afirma que Janja trai o presidente com o jogador de futebol Neymar.

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As publicações ainda citam o presidente T ribunal Superior Eleitoral e ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, que também é desafeto da extrema-direita. "Super Xandão, presidente do Brasil em 2026". 

Resposta aos ataques

Logo após os ataques foram identificados, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, se pronunciou sobre a situação. 

Segundo ele, os ataques serão investigados. "Serão identificados e responderão por mais esse crime. Os covardes que compartilham e comentam destilando seu ódio, preconceito e violência também serão identificados", escreveu no X. 

 

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) negou, em depoimento à Polícia Federal (PF), em Brasília, ter contratado o hacker Walter Delgatti Neto para invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça. A deputada foi ouvida pela polícia nesta terça-feira (14).

Em suas redes sociais, Zambelli comentou que está sendo investigada por supostamente ter contratado Delgatti para inserir no Banco Nacional de Mandados de Prisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) um mandato de prisão falso contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, além de 11 alvarás de soltura falsos, o que a parlamentar nega.

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O caso ocorreu em janeiro deste ano. Em depoimento à PF, Delgatti afirmou que Zambelli havia pago R$ 40 mil para que ele invadisse sites do poder judiciário.

A deputada ainda afirmou que havia contratado Delgatti apenas para fazer um novo site para ela, pagando o valor de R$ 3 mil. Além disso, um ex-assessor da parlamentar teria pago ao hacker R$ 10 mil para suposta compra de garrafas de uísque.

Ela também confirmou que levou o hacker para uma reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro sobre a segurança das urnas eletrônicas. Mas também inocentou Bolsonaro da relação com Delgatti.

Carla Zambelli também foi alvo de uma operação da PF de busca e apreensão em agosto deste ano.

Walter Delgatti ficou conhecido por hackear os celulares de procuradores da operação Lava Jato, no caso conhecido como vaza-jato.

A Polícia Federal (PF) prendeu na manhã deste domingo (17) uma pessoa que foi responsável pelo ataque hacker ao sistema do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3), sediado em São Paulo. Segundo a PF, ele foi preso em Campo Grande (MS) e estava foragido desde 2021. Seu nome, inclusive, constava da lista de Difusão Vermelha da Interpol, ferramenta de cooperação policial internacional que ajuda a localizar pessoas procuradas para extradição.

O ataque cibernético ao sistema do TRF3 ocorreu em janeiro de 2021. A PF informou que, nesse ataque, o criminoso pretendia alterar documentos eletrônicos de assinatura de agentes públicos para a obtenção de vantagens pessoais. Após ter invadido o sistema de processos judiciais eletrônicos, o hacker também falsificou pareceres do Ministério Público Federal em seis processos que tramitavam no TRF3 e nos quais ele era réu.

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A investigação teve início quando dois magistrados detectaram alterações em documentos, com uso fraudulento de suas assinaturas digitais. Esse hacker teria alterado documentos de ao menos oito processos, informou a PF.

O nome do criminoso não foi revelado pela Polícia Federal. Mas o órgão informou que ele foi condenado a uma pena de 9 anos de prisão pela prática dos crimes de invasão de dispositivo informático e falsificação de documento público. A sentença condenatória foi expedida pela 7ª Vara Criminal Federal de São Paulo, em dezembro de 2021.

A 1ª Vara Federal de Araraquara (SP) condenou o hacker Walter Delgatti Neto a cumprir 1 ano, 1 mês e 10 dias de prisão por cometer o crime de calúnia (atribuir falsamente crime) contra o procurador Januário Paludo, que integrava a força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba. A sentença foi divulgada nesta segunda-feira, 11.

Delgatti voltou aos holofotes no mês passado quando foi condenado a 20 anos e 1 mês de prisão e 736 dias-multa, por invadir as contas no Telegram do ex-procurador e ex-deputado Deltan Dallagnol e de outras autoridades. O hacker foi acusado pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal de obter ilegalmente mensagens trocadas por procuradores da Lava Jato no Telegram e de ter repassado a terceiros essas conversas, que motivaram uma série de reportagens conhecida como "Vaza Jato".

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Nesta nova condenação, por calúnia, Delgatti foi acusado de atribuir falsamente crime e ofender a honra do procurador Januário Paludo. Isso porque o hacker alegou, sem provas, que o procurador havia recebido propina de Renato Duque, ex-diretor da Petrobras e um dos principais delatores da Lava Jato. Delgatti tinha feito essa afirmação em dezembro de 2019 durante uma entrevista à revista Veja. Ele alegou que essa negociação de propina estava relatada em um dos áudios obtidos nas conversas dos procuradores no Telegram. "Tem um áudio em que o procurador está aceitando dinheiro do Renato Duque", afirmou Delgatti na entrevista.

Na sentença, o juiz federal Osias Alves Penha citou que a Corregedoria do Ministério Público Federal investigou as alegações de Delgatti e constatou que esse áudio não tratava de nenhuma negociação de propina, mas, sim, da negociação da multa paga por Duque como parte do acordo de delação premiada que firmou com a Justiça.

"O áudio mencionado pelo réu na entrevista não indica o recebimento de qualquer vantagem indevida pelo servidor público, sendo falsa a afirmação em sentido contrário feita pelo réu", afirmou o magistrado na sentença.

A defesa do hacker alegou no processo que não houve intenção de caluniar o procurador. "O réu ao ter acesso aos áudios referidos na inicial, realmente entendeu se tratar de um caso de corrupção", afirmou a defesa de Delgatti.

O magistrado, no entanto, considerou que o hacker assumiu o risco de cometer o crime de calúnia, porque o entrevistador da revista chegou a perguntar se o áudio não poderia tratar, justamente, do valor da multa prevista no acordo de delação premiada. Mas essa possibilidade foi descartada pelo hacker na entrevista.

"Vê-se, pois, que o réu, ao menos assumiu o risco de atingir a honra do ofendido, ao acusá-lo sem a devida cautela de confirmar os fatos, o que caracteriza o dolo eventual", afirmou o juiz.

As conversas dos procuradores no Telegram, obtidas por Delgatti, foram apreendidas em equipamentos dele na Operação Spoofing, pela qual ele acabou condenado a 20 anos de prisão. A revelação dessas mensagens motivou acusações na Justiça de que houve conluio na Lava Jato. As conversas também serviram de base para o Supremo Tribunal Federal (STF) concluir que o ex-juiz e atual senador Sérgio Moro teve parcialidade ao julgar Lula.

Depois de se notabilizar pelo vazamento das mensagens, o hacker foi procurado por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro durante a campanha eleitoral do ano passado. Pelo envolvimento com Bolsonaro, o hacker prestou depoimento em agosto à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os ataques golpistas praticados em Brasília no dia 8 de janeiro.

Delgatti voltou a ser investigado pela suspeita de que foi pago por aliados de Bolsonaro para forjar ataques contra a Justiça Eleitoral e para inserir um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF, no sistema do Conselho Nacional de Justiça. À Polícia Federal, Delgatti alegou que inseriu o falso mandado a mando da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), uma das principais aliadas de Bolsonaro. Delgatti já tinha sido preso na Operação Spoofing, mas voltou a ser preso na investigação sobre a invasão e a adulteração de dados do CNJ.

O Ministério da Defesa e o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) informaram para a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro que não têm imagens do hacker Walter Delgatti no prédio da Defesa e no Palácio da Alvorada. O motivo alegado é a falta de "capacidade de armazenamento dos sistemas".

As imagens foram solicitadas pela CPMI em agosto, após o hacker afirmar que teria tido encontro com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e reuniões na Defesa entre 1º de julho de 2022 e 31 de dezembro de 2022. As negativas sobre a entrega dos vídeos foram registradas na sexta-feira, 1º.

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Ao colegiado, o hacker afirmou que Bolsonaro ofereceu a ele um indulto presidencial para invadir o sistema das urnas eletrônicas e expor supostas vulnerabilidades, além de assumir a autoria de um grampo do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

No ofício em resposta ao requerimento da comissão, o Ministério da Defesa afirmou que o tempo de retenção das imagens do videomonitoramento é de 30 dias. Informou ainda que a capacidade de armazenamento tem sofrido redução, diante da quantidade e da qualidade das imagens, "exigindo que o sistema seja reiniciado a cada 15 ou 20 dias".

Já o GSI disse que as imagens do sistema permanecem disponíveis entre 12 e 14 dias. "Depois desse período, sobrescritas por novas imagens geradas pelas câmeras."

Delgatti está preso desde o início de agosto pela invasão de sistemas da Justiça para inclusão de mandado falso de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. Em depoimento à Polícia Federal (PF), Delgatti disse que recebeu R$ 40 mil da deputada Carla Zambelli (PL-SP) para fazer o serviço.

Quem é Walter Delgatti Neto?

Delgatti ficou conhecido por hackear trocas de mensagens do ex-juiz da Operação Lava Jato Sérgio Moro, hoje senador, e do ex-procurador da República e deputado cassado Deltan Dallagnol.

Com codinome Vermelho, ele já havia sido preso, em julho de 2019, na Operação Spoofing. À época, ele admitiu aos investigadores ter hackeado o celular de diversas autoridades do País. O hacker também afirmou que repassou o conteúdo das supostas mensagens entre Moro e Dallagnol ao jornalista Glenn Greenwald, fundador do site The Intercept Brasil, sem cobrar contrapartidas financeiras para repassar os dados. O caso ficou conhecido como "Vaza Jato".

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi intimada pela Polícia Federal (PF) a prestar depoimento no âmbito do inquérito que investiga as informações fornecidas pelo hacker Walter Delgatti, conhecido como o “hacker da Vaza Jato”. A informação foi confirmada pela defesa da parlamentar à coluna de Andréia Sadi, e o depoimento está agendado para a semana do dia 12 de setembro. Zambelli, que foi assessorada pelo preso, é alvo de diversas alegações criminosas do ex-aliado. 

Carla é citada por Walter Delgatti como a responsável por coordenar a invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com o objetivo de inserir um falso mandado de prisão contra o ministro do Supremo Alexandre de Moraes, que também é presidente do TSE.  

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A relação dos dois teria nascido de um encontro supostamente espontâneo no interior de São Paulo, em um hotel. A partir dali, eles teriam trocado números de telefone e Delgatti chegou a realizar um trabalho freelance para Carla, recebendo o retorno de R$ 3 mil e uma proposta de emprego no Governo Bolsonaro. 

Delgatti alegou ainda ter recebido R$ 40 mil por parte de Zambelli. Segundo seu advogado, Ariovaldo Moreira, esses pagamentos foram destinados a financiar a operação de invasão ao CNJ.

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi levado à sede da Polícia Federal em Brasília, nesta segunda-feira (28), para prestar mais um depoimento em investigação que respinga no ex-chefe do Executivo.

O militar será questionado no bojo da investigação sobre a invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça para a inserção de mandado de prisão falso contra o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.

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Mauro Cid chegou à PF por volta das 10h desta segunda. O nome do aliado de Bolsonaro foi citado pelo hacker Walter Delgatti Netto, o 'Vermelho', condenado pelo hackeamento do ex-juiz da Lava Jato Sérgio Moro e ex-integrantes da extinta força-tarefa da Operação em Curitiba.

O ex-ajudante de ordens teria participado de reunião entre o hacker, o ex-presidente e a deputada Carla Zambelli.

O senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) reagiu, nessa segunda-feira (21), à condenação do hacker da "Vaza Jato", Walter Delgatti Neto, sentenciado a 20 anos e 1 mês de reclusão e 736 dias-multa por ter invadido mensagens telefônicas de autoridades como do próprio Moro e de procuradores da antiga força-tarefa da Operação Lava Jato. "3000 vítimas de ataques hacker. Estelionatário e mentiroso contumaz", escreveu o senador na rede social 'X', o antigo Twitter.

O termo "mentiroso contumaz" usado pelo senador faz referência a uma expressão que Delgatti utilizou no próprio depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do atos golpistas. Durante embate com o parlamentar, o hacker chamou Moro de "criminoso contumaz" e afirmou que o senador só não está preso por ter recorrido a cargo com foro privilegiado.

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"Eu li as conversas de vossa excelência, li a parte privada, e posso dizer que o senhor é um criminoso contumaz. Cometeu diversas irregularidades e crimes", disse Delgatti, durante o depoimento, em referência às mensagens vazadas sobre a Operação Lava Jato".

Na ocasião, Moro rebateu Delgatti: "o bandido aqui, que foi preso, é o senhor. O senhor é inocente como o presidente Lula, então?, questionou o senador.

Condenação

A condenação de Delgatti foi definida nesta segunda-feira pelo juiz Ricardo Augusto Soares Leite, da 10ª Vara Federal Criminal de Brasília. A decisão apontou a "comprovação de materialidade e autoria" do crime de invasão de dispositivo informático, além de enquadrar o hacker na lei que trata de interceptação de comunicações telefônicas e condená-lo por crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro.

A decisão abarca ainda outros cinco investigados da Operação Spoofing: Gustavo Henrique Elias Santos (13 anos e 9 meses de reclusão), Thiago Eliezer Martins Santos (18 anos e 11 meses de reclusão), Suelen Priscila de Oliveira (6 anos de reclusão), Danilo Cristiano Marques (10 anos e 5 meses de reclusão). Luiz Henrique Molição, que também foi alvo da Spoofing, também foi sentenciado, mas em razão de ele ter fechado uma delação premiada com o Ministério Público Federal, recebeu perdão judicial.

A Operação Spoofing da Polícia Federal investiga a invasões de celular de diversas autoridades do País que ocorreram em 2019. No mesmo ano, em julho, Delgatti Neto já havia sido preso após ter admitido as ações ilegais e ter confessado que repassou o conteúdo das supostas mensagens entre Moro e Dallagnol ao jornalista Glenn Greenwald, fundador do site The Intercept Brasil, sem cobrar contrapartidas financeiras para repassar os dados. O caso ficou conhecido como "Vaza Jato".

As conversas mostrariam que Moro teria orientado investigações da Lava Jato ao sugerir mudança da ordem de fases da operação, dar conselhos, fornecer pistas e antecipar uma decisão a Dallagnol. Os membros da Lava Jato nunca reconheceram a autenticidade das mensagens. Entretanto, o conteúdo foi utilizado como fundamento para a 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba anular todas as decisões tomadas por Moro contra o ex-governador do Rio Sérgio Cabral, por exemplo.

Os arquivos obtidos à época pela Operação Spoofing foram usados pela defesa do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva na decisão do STF que considerou Moro suspeito para julgar o petista - o julgamento foi em 2021.

O hacker Walter Delgatti Netto apresentou à Polícia Federal (PF), nesta sexta-feira (18), um áudio que afirma ter recebido de uma assessora da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Segundo o advogado de Delgatti, Ariovaldo Moreira, na mensagem de voz, enviada por WhatsApp, a assessora trata do pagamento para que o hacker invadisse o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). 

“Ele [Delgatti] apresentou ao delegado que preside a investigação um áudio onde esta pessoa, assessora da Zambelli, faz promessa de pagamento”, disse Moreira a jornalistas após a conclusão do novo depoimento de Delgatti à PF. 

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Delgatti já tinha prestado depoimento à PF na quarta-feira (16). Na ocasião, o hacker afirmou ter recebido R$ 40 mil da deputada federal Carla Zambelli para invadir o sistema do CNJ e inserir falsos documentos no Banco Nacional de Mandados de Prisão, entre eles, um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A deputada nega as acusações. 

De acordo com o advogado Ariovaldo Moreira, Delgatti já tinha mencionado aos policiais federais a conversa com a assessora da deputada, mas só hoje ele lembrou o nome da assessora, que Moreira não revelou aos jornalistas.

Ainda segundo o advogado, no depoimento que prestou à PF na quarta-feira, Delgatti deixou de fora informações que revelou à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), nesta quinta-feira (17), porque o delegado federal que o inquiriu “entendeu que não eram informações relevantes para o inquérito que investiga a invasão do sistema do CNJ”.

“Hoje, [à PF] ele reiterou o que foi dito ontem, na CPMI”, disse o advogado, que, mais cedo, já tinha dito a jornalistas que Delgatti não descarta a possibilidade de fazer um acordo de delação premiada. Perguntado sobre o que seu cliente teria a oferecer em troca de vantagens após fornecer tantas informações à PF e à CPMI, Moreira disse que Delgatti tem colaborado para as autoridades obterem “indícios de provas”. 

“Entendo quando vocês [jornalistas] perguntam se há provas [do que Delgatti afirma]. Há indícios de provas. Porque não há dúvidas de que o Walter esteve com Jair Bolsonaro. Ontem, o filho do Bolsonaro [o senador Flávio Bolsonaro] confessou isso. E há, com certeza, no Ministério da Defesa, câmeras e imagens. Com o Walter [informando as] datas e horários [em que afirma ter estado no prédio do ministério], muito provavelmente será possível obter estas provas”, disse Moreira.

A Agência Brasil entrou em contato com a assessoria da deputada Carla Zambelli e aguarda a manifestação da parlamentar. A deputada está internada em um hospital particular em Brasília desde terça-feira (15), devido a uma diverticulite - inflamação que costuma afetar partes do trato gastrointestinal.

Acusada pelo hacker Walter Delgatti de articular para enfraquecer a confiabilidade do sistema de votação eletrônica, a deputada Carla Zambelli (PL) está internada em um hospital particular em Brasília. Ativa nas redes sociais mesmo hospitalizada, a parlamentar acompanhou a oitiva na CPMI dos Atos Golpistas de 8 de janeiro na unidade de saúde.

O hospital informou que Zambelli deu entrada na terça (15), com quadro de diverticulite aguda, uma inflamação ou infecção em uma ou mais das bolsas do trato digestivo. Sem previsão de alta, seu tratamento consiste em antibioticoterapia endovenosa, acrescentou o hospital. A assessoria da deputada acrescentou que o quadro de saúde segue estável.

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Ao Congresso Nacional, Delgatti disse que recebeu R$ 40 mil da deputada para que ele invadisse os canais do sistema Judiciário e que ela foi a ponte ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que teria encomendado uma invasão a uma urna eletrônica para comprovar eventuais falhas de segurança do sistema. Zambelli nega o contato e as denúncias feitas pelo hacker.

Ele disse conseguiu invadir o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), mas comunicou que não teve êxito contra a urna.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse nesta quinta-feira (17) que o depoimento do hacker Walter Delgatti Netto à comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro trouxe “várias peças de um quebra-cabeça”.

“São peças de um quebra-cabeça que estão se apresentando. Eu diria que, tecnicamente, hoje várias peças foram apresentadas a esse quebra-cabeça e essa montagem cabe aos órgãos do sistema de segurança e de justiça, e não a uma ação política”.

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Delgatti afirmou hoje que o ex-presidente Jair Bolsonaro ofereceu a ele indulto em troca da invasão da urna eletrônica e de assumir a responsabilidade por um suposto grampo instalado para monitorar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Segundo Dino, o depoimento de Delgatti traz elementos e afirmações que serão confrontados pelas autoridades competentes com outros indícios.

“Desde os terríveis eventos que se iniciam na operação da PRF no dia do segundo turno e que vêm até o 8 de janeiro, há progressivamente uma produção de provas e indícios mostrando que houve práticas ilegais. Agora, até onde isso vai não é algo que pode ser antecipado neste momento”, disse o ministro.

Dino participou nesta quinta-feira da primeira reunião dos integrantes do Conselho de Governança da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (Enccla). 

O depoimento de Walter Delgatti Neto repercutiu entre os senadores na CPMI do 8 de Janeiro. Para os governistas, as acusações do hacker envolvem diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro em um plano para fraudar o sistema eleitoral. A oposição, por outro lado, lança dúvidas sobre a credibilidade do depoente.

Para o senador Rogério Carvalho (PT-SE), o depoimento de Delgatti comprova “que houve uma tentativa e foram efetivados vários golpes no Brasil”:  — Estamos diante, não de um fato isolado. Estamos diante de uma prática que não vai cessar, diante de um campo político que não acredita na democracia, que a usa como meio. Tudo o que vimos aqui foi a tentativa de burlar os regramentos democráticos para que o povo pudesse escolher livremente quem iria dirigir o país.

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Na opinião do senador Fabiano Contarato, o ex-presidente Jair Bolsonaro deve responder por dois crimes previstos no Código Penal: tentar abolir o Estado democrático brasileiro e tentar depor um governo legitimamente constituído:  — O presidente mantém contato com uma pessoa para fraudar a eleição. Não satisfeito, a recebe no Palácio do Alvorada por duas horas para burlar o sistema eleitoral. Isso é gravíssimo. O presidente é coautor desses crimes. As provas são contundentes. Houve a digital direta do presidente Bolsonaro para esse atentado que aconteceu no dia 8 de janeiro.

O senador Sergio Moro (União-PR), no entanto, desqualificou o depoimento de Walter Delgatti Neto. Segundo o parlamentar, o hacker responde ou respondeu a 46 processos e foi condenado por estelionato contra clientes de um banco.  — Existem problemas de credibilidade da testemunha, que praticou estelionato em série. Qual o cerne do estelionato? A fraude, a falsidade, a mentira contumaz. E aqui chega o depoente contando as suas versões. Vejo colegas tomando a palavra dele como se fosse absoluta, quando a gente está aqui diante de um estelionatário profissional condenado — afirmou.

A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) reforçou a crítica. Para ela, o depoente “não tem credibilidade nenhuma”.  — Por você ter problemas, sua palavra está em dúvida aqui. É a sua palavra contra a palavra de um presidente da República. Vocês se encontraram? Se encontraram. Mas como você vai provar que ele te pediu tudo aquilo? Mais uma vez, quem sai prejudicado dessa grande história é você. Você não tem como provar. É a palavra do Walter contra a de outra pessoa. Você está prejudicado — disse Damares diretamente para Walter Delgatti Neto.

A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), por outro lado, defendeu a legitimidade do depoimento:  — Se a pessoa cometeu um crime, isso não está sendo objeto de investigação. O que está sendo investigado aqui é a tentativa de golpe de estado. E, para esse desiderato, o senhor (Walter Delgatti Neto) é sim uma testemunha valiosa para nós.

Durante o depoimento, o hacker admitiu ter feito tentativas de invadir o sistema das urnas eletrônicas mantido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Questionado pelo senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), porém, ele disse que jamais conseguiu.

— O senhor está dizendo o que sempre dissemos: o sistema eleitoral brasileiro é confiável. No Brasil de tantos problemas, num período sensível, o presidente da República se vale de sua condição para contratar uma pessoa a fim de tentar mostrar a fragilidade do sistema eleitoral. É de uma gravidade gigantesca — criticou Veneziano, em referência ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Walter Delgatti Neto não respondeu aos questionamentos do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). O parlamentar negou que houvesse um plano para fraudar o sistema eleitoral e classificou as declarações do hacker como “completamente desqualificadas e sem nenhuma possibilidade de credito”:  — Não foi para fazer invasão em sistema eleitoral nenhum. Foi na verdade uma sondagem para que ele (Delgatti), junto com aquele grupo das Forças Armadas que estava legalmente junto ao TSE para fazer testes em urnas, pudesse mostrar ao TSE possíveis vulnerabilidade das urnas. Essa narrativa de que ele foi contratado para fraudar as eleições é uma mentira.

*Da Agência Senado

A senadora bolsonarista Damares Alves (Republicanos) protagonizou um embate com o advogado do hacker Walter Delgatti Neto, Ariovaldo Moreira afirmando que havia sido chamada de "bandida" e a parlamentar ainda fez insinuações contra o hacker durante sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CMPI) do 8 de janeiro nesta quinta-feira (17).

"Eu vou te falar uma coisa: não há garantia que você vai sair da cadeia. Não vai", disparou a senadora aliada do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a sessão da CPMI. “A vida da volta e é a tua vida que tá em risco”.

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A parlamentar ainda citou o partido do presidente Lula (PT), dizendo que o hacker tem aliança com a legenda: “Walter, o meu recado fica para ti: você mentiu, você tinha aliança com o PT, desde 2019, você estava com raiva, o PT te largou na mão, porque você foi para a cadeia, agora foi para a direita, e vou dizer o seguinte: a vida dá voltas e é a tua vida que está em risco”. “Que Deus tenha misericórdia de você”. "Nós sabemos, do que a milícia é capaz de fazer", completou.

Se dirigindo ao advogado de Delgatti, Ariovaldo Moreira, ela afirmou que ele a chamou de “bandida”. “Eu sou uma senhora, uma senhorinha, me chamar de bandida?”, indagou Damares, que disse que avalia representará contra o defensor.

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Durante oitiva do hacker Walter Delgatti Neto à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, nesta quinta-feira (17), as perguntas do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) tiveram uma única resposta: “ficarei em silêncio”. Delgatti, orientado por seu advogado, Ariovaldo Moreira, não respondeu a nenhuma pergunta feita pelo parlamentar para evitar ceder a provocações de parlamentares bolsonaristas. 

Em sua fala, o pelista também questionou a conduta ideológica de Moreira, apresentando uma foto do advogado divulgando a biografia de Lula (PT) escrita por Fernando Morais. Na legenda da imagem, publicada nas redes sociais, Moreira anuncia que o valor arrecadado nas vendas do livro seria revertido para ajudar na defesa de Delgatti. 

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Fábio Wajngarten, ex-secretário de comunicação do governo Bolsonaro e atualmente assessor do ex-presidente, reagiu ao depoimento do hacker Walter Delgatti na CPMI do 8 de Janeiro. Ao falar na comissão, Delgatti disse que Bolsonaro teria pedido que ele tentasse violar a segurança das urnas eletrônicas para mostrar a fragilidade da segurança eleitoral e forjasse um código de computador para mostrar na campanha eleitoral que era possível fraudar contagem dos votos.

"Não se pode adjetivar o depoente, notoriamente condenado, Contudo inúmeros adjetivos são repetidamente endereçados ao presidente Jair Bolsonaro. São 2 pesos e 2 medidas. Mente e mente e mente", escreveu Wajngarten em sua rede social.

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Responsável pela publicidade no governo Bolsonaro, Wajngarten negou ainda que o comitê de campanha do ex-presidente tenha cogitado usar o hacker no horário eleitoral para demonstrar a fragilidade das urnas. "Eu convivo com o presidente Jair Bolsonaro desde 2016. Jamais ele sugeriu qualquer briefing publicitário para produção de qualquer roteiro de filme ou propaganda. Para o depoente de hoje, o presidente seria um Spielberg de temas eleitorais. Mente e mente e mente".

O hacker disse na CPMI que o ex-presidente teria lhe oferecido um indulto para que violasse medidas cautelares da Justiça e invadisse o sistema das urnas eletrônicas, expondo supostas vulnerabilidades. Segundo Delgatti, a conversa com Bolsonaro aconteceu no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência, e contou com a participação da deputada Carla Zambelli (PL-SP), do ex-ajudante de ordens Mauro Cid e do coronel Marcelo Câmara.

Ele não apresentou provas de suas acusações contra o ex-presidente, mas deu detalhes e listou supostas testemunhas. O hacker se colocou à disposição das autoridades para realizar acareações e comprovar o seu depoimento.

O hacker Walter Delgatti, conhecido por operar a "Vaza Jato", iniciou seu depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro nesta quinta-feira (17). Preso desde 2 de agosto por ser o principal suspeito de uma invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele começou a oitiva dando detalhes de sua relação com a deputada federal Carla Zambelli (PL) e com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). 

Respondendo à relatora Eliziane Gama (PSD) sobre uma reunião acontecida em 9 de agosto de 2022, na sede do Partido Liberal (PL), junto à Zambelli e ao presidente Valdemar Costa Neto, Delgatti alegou que foi oferecido duas propostas de participação na campanha de apoio a Bolsonaro. A primeira ideia foi do hacker funcionar como "garoto propaganda" do antigo governo e se infiltrar em uma entrevista com figuras da esquerda, para "jogar" a ideia de que a urna eletrônica é violável.

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A segunda proposta foi para que Delgatti, na cerimônia do 7 de Setembro, simulasse uma invasão à urna. Isso aconteceria em frente à população, para "provar" que era possível computar um voto e a urna imprimir um voto diferente. A urna usada na simulação seria emprestada pela Ordem de Advogados do Brasil (OAB), segundo o hacker. As duas propostas teriam sido a pedido de Jair Bolsonaro.

“O Duda disse que o ideal era eu fazer uma entrevista com a esquerda e de forma espontânea, eu falar sobre as urnas, dizer que eram frágeis. Essa foi a proposta inicial, que não ocorreu porque o meu encontro [com Zambelli] saiu na mídia e aí cancelaram. A segunda ideia era pegar uma urna da OAB e eu mostrar à população que é possível acessar a urna, que era possível apertar um voto e imprimir outro. [...] A ideia do Duda não era criar um código-fonte do TSE, mas um fake”, respondeu Delgatti. 

Reunião de 9 de agosto de 2022

Duda, a quem Walter se refere, é Duda Lima, publicitário de Jair Bolsonaro. Nessa reunião, de 9 de agosto, houve dois momentos de conversa. O primeiro com Delgatti, os advogados de Delgatti, Valdemar Costa Neto, Zambelli, e os irmãos e marido de Zambelli. Duda Lima não participou do primeiro momento, pela manhã.

O publicitário chegou para a segunda parte, às 15h, para discutir o aspecto técnico da campanha de marketing. Após um desentendimento entre Carla e os advogados do hacker, a segunda reunião aconteceu apenas com Duda, Carla Zambelli e Walter Delgatti.

“O assunto era bem técnico, até que o Valdemar entrou em contato com o Duda e agendou a outra reunião com o ‘marketeiro’ da campanha. Acredito que o Valdemar não tinha conhecimento técnico [para dar seguimento à reunião sozinho]. Voltei às 15h, mas no meio tempo, os advogados tiveram um desentendimento com Carla Zambelli e foram embora, eu fiquei só”, completou o depoente. 

A relação com Zambelli

Sob depoimento, o hacker Walter Delgatti expôs uma nova versão sobre seu primeiro encontro com a deputada federal Carla Zambelli. Em julho de 2022, uma foto da dupla chegou à internet e levantou especulações sobre a relação da parlamentar com o investigado. Em sua fala, o hacker alegou que a foto foi feita a seu pedido e que apenas trocou números de telefone com a aliada.

A foto foi registrada na saída do hotel Village Inn Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, em 28 de julho. Delgatti teria ido ao local para buscar um amigo, foi apresentado à Zambelli e trocou contato no intuito de saber sobre propostas de emprego. O hacker chegou a assessorar as redes da deputada e recebeu R$ 3 mil pelo serviço, que foi suspenso após Zambelli ser impedida judicialmente de usar as redes.

"Ela [Zambelli] disse que me daria uma oportunidade de trabalho na campanha do presidente Jair Bolsonaro. Estive em Brasília, conheci o presidente e em Brasília fui trabalhar nas redes sociais dela. Houve pagamentos, ela me enviou senha dos sites e das redes, mas depois uma decisão do Alexandre de Moraes suspendeu as redes dela e eu não continuei trabalhando”, alegou.  

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