Tópicos | Happy-hour

Além do modelo de trabalho que migrou os afazeres do escritório para o ambiente doméstico, a pandemia também alterou o lugar e a forma de confraternização dos amigos de profissão. Idealizados por funcionários ou até mesmo pela própria empresa, os chamados “happy-hour” virtuais se tornaram mania entre os grupos que antes costumavam reunir-se em bares e botequins após o expediente.

Há um ano e dois meses como colaboradora da empresa de marketing programático Reamp, Thaís Portugal, 26 anos, é uma das que não dispensava o encontro com os amigos do trabalho depois do expediente.

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De acordo com a programadora, a reunião para descontrair junto à turma do escritório era praxe toda quinta e sexta-feira. Embora haja distância, ela afirma que o novo modelo agregou novos participantes.

Thaís Portugal teve que abrir mão do happy hour mas aprova o novo formato de encontros virtuais. Fot: Arquivo pessoal 

 

“Nem sempre todos podiam participar por causa da faculdade, família, filhos ou imprevistos e agora temos oportunidade de reunir mais pessoas nesses momentos”, conta Thaís, que ainda destaca a presença de quase 20 pessoas nos encontros virtuais, que passaram a acontecer às sextas. 

Segundo a programadora, os momentos de descontração são os mais variados, mas a brincadeira fica mais divertida quando o jogo “Imagem e Ação”, versão online, começa. “É bem engraçado tentar imaginar o que seria alguns desenhos que os outros fazem”, diverte-se. 

Ainda segundo Thaís, a reunião ajuda a manter a equipe de trabalho unida no trabalho e fora dele. “É um momento que conseguimos nos aproximar mais de colegas que não temos tanto contato diariamente e fortalecer o relacionamento com os mais próximos também”, atesta.

Talentos internos

Já na empresa Votorantim Cimentos, a própria companhia idealizou ações diferentes para os funcionários terem seus momentos de descontração com reuniões virtuais. No último mês de maio, a campanha “Sextou com VC” passou a transmitir shows dos próprios colaboradores na plataforma online da instituição. Entre os talentos internos, atrações como uma homenagem aos Beatles, sucessos regionais e até um festival de música eletrônica idealizado pelo diretor de gente e gestão global da empresa, Cristiano Brasil, de 40 anos.

“É uma das iniciativas que a gente criou para manter a conexão do funcionário com a empresa. Além de valorizar os talentos internos e ter um momento de lazer para os empregados e familiares, é mais um dos artifícios que usamos para manter a conexão bem próxima” relata Brasil, que atua na firma há seis anos. 

O diretor de gente e gestão global da Votorantim Cimentos, Cristiano Brasil, tem organizado show de talentos e até um festival de música eletrônica para os funcionários, tudo online. Foto: Arquivo pessoal

 

De acordo com o diretor, os colaboradores se engajaram e participam em peso das campanhas. Segundo Brasil, são em média 150 funcionários e as famílias de cada um conectadas. Para ele, a iniciativa tem impactado de maneira positiva no balanço da companhia. 

“Tem surtido bastante resultado, as pessoas ficam muito orgulhosas e muito felizes por pertencerem à empresa, ainda que cada um esteja em casa”, comenta o colaborador, que ainda ressalta a presença dos empregados nas reuniões criadas por cada segmento interno da organização.

“Os times também têm feito encontros virtuais menores para fortalecer o bom convívio e ter um momento de descontração”, completa.

Sem obrigação

Para a especialista em Recursos Humanos Eliana Chagas, a reunião entre os colaboradores das empresas é fundamental para o rendimento no trabalho. Segundo ela, o recurso também pode ser utilizado como um modo de inclusão.

“A confraternização é muito positiva, traz interatividade, desde que não seja obrigatória. As empresas têm adotado e tem sido efetivo, porque a exclusão social tem trazido um impacto muito grande no emocional das pessoas”, considera a fundadora da Ellos CH Consultoria.

De acordo com Eliana, o momento opcional de descontração pode fazer com que os participantes passem a considerar uma maior proximidade no cotidiano da empresa.

“Sentir-se incluído ou participante de algo que não está tão próximo tem trazido um sentimento de positividade e pertencimento”, constata.

Para a especialista, é ideal que a companhia deixe o colaborador livre para escolher estar ou não no ambiente de reunião virtual. “O ideal é deixar a pessoa à vontade para estar presente, além de não obrigá-lo a expor o rosto. Ações como a abertura de um grupo para envio de mensagens diretas, é algo que, em geral tem sido muito positivo”, afirma.

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