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Após quase duas horas de sessão, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) criticou as questões de ordem apresentadas pelos defensores da presidente afastada Dilma Rousseff e pediu "bom senso" para que a sessão não se alongue mais que o necessário.

Segundo ele, há "um País inteiro" esperando a decisão que será tomada pelos senadores e que pode tornar a petista ré no processo de impeachment.

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"Faço um apelo ao bom senso, porque há um País inteiro aguardando a decisão que será tomada hoje, espero, por essa Casa", disse.

Sem responder oficialmente qual é seu posicionamento a respeito do processo de impeachment, o senador Otto Alencar (PSD-BA) participa no início da manhã desta terça-feira, 9, de cerimônia de lançamento do Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, no Palácio do Planalto. O senador foi, inclusive, convidado a falar e fez um discurso. É o primeiro senador a se pronunciar em um evento público no Planalto desde que Temer assumiu.

Segundo interlocutores, o afago ao senador indeciso é um estratégia do Planalto para atrair seu voto e ter uma boa vitória na votação do relatório da comissão especial no Plenário, que dá continuidade ao processo de impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff, que está acontecendo no Senado.

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O projeto de revitalização do São Francisco tem sido defendido pelo senador e é considerado primordial para seu estado e para se capitanear politicamente. Otto sempre se queixava do período que Dilma estava a frente do governo e não o atendia e nem ouvia seus pleitos.

O presidente da comissão especial encarregada de analisar o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, deputado Rogério Rosso (PSD-DF), decidiu não incluir, no objeto de análise do colegiado, o conteúdo da delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT-MS). Com a definição, segundo ele, não poderá haver menção às informações de Delcídio no parecer do deputado Jovair Arantes (PTB-GO), relator da comissão, e os requerimentos para oitivas no colegiado não devem ser norteados pelas revelações do senador.

Assim, a comissão decidirá sobre a aceitação ou não do pedido de impeachment com base na denúncia original contra Dilma aceita pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, em dezembro de 2015, que trata das chamadas pedaladas fiscais. Já a delação de Delcídio refere-se às denúncias sobre corrupção na Petrobras investigadas no âmbito da Operação Lava Jato.

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Após conversar com consultores da Câmara e com o relator Jovair Arantes, e levando em consideração entendimentos do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o processo de impeachment, Rosso ressaltou que à Câmara compete apenas autorizar ou não a instauração do processo. A produção de provas e o julgamento caberão ao Senado.

"A atuação da Câmara deve ser entendida como parte de um momento pré-processual, isso é, anterior à instauração do processo pelo Senado. A Câmara apenas autoriza a instauração do processo, não o instaura por si própria", esclareceu o presidente. "Em suma, esta comissão deve se limitar aos termos da denúncia admitida e aos seus documentos iniciais. No relatório, não deve constar menção a esse ou a quaisquer documentos novos encaminhados."

Porém, Rogério Rosso observou que, como as informações sobre a delação premiada de Delcídio do Amaral são públicas, ninguém poderá impedir os deputados de falarem sobre elas ou de levá-las em consideração ao formarem seu juízo.

*Com informações da Agência Câmara

 

Diante da aproximação entre o Palácio do Planalto e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a oposição já fala em esfriamento do clima pró-impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). O quadro também se agravou entre os oposicionistas por conta do racha no PSDB e a saída do PSB do grupo que articula o pedido de abertura do afastamento da petista. "O quadro ficou muito mais adverso, é inegável", avaliou o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE).

O governo deu início às conversas com Cunha para evitar que ele defira os pedidos de impeachment que ainda estão sob sua análise. O peemedebista tem, hoje, quatro requerimentos para serem despachados e amanhã, 16, a oposição protocolará um novo pedido assinado pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaína Pascoal. Neste documento, a oposição aposta no argumento de que o governo praticou pedaladas fiscais também em 2015. Com este argumento, eles esperam convencer Cunha, defensor da tese de que as pedaladas de 2014 ocorreram em mandato que já acabou, que agora vale dar início ao processo.

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Sair do movimento

A bancada e a executiva do PSB decidiram na quarta-feira, 14, deixar neste momento o movimento que pede o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Os pessebistas não querem a pecha de que estão apoiando Cunha para garantir a qualquer custo o impedimento da petista. Segundo fontes, a bancada estava rachada e a ideia é não partir agora para a defesa do impedimento.

Já o líder do PSDB no Senado, Cassio Cunha Lima (PB), deu o tom do descompasso entre os tucanos, condenando a proximidade da bancada do partido da Câmara com o peemedebista e defendendo o afastamento de Cunha da presidência da Câmara. "Não quero intervir na bancada da Câmara ou na liderança do deputado Carlos Sampaio, mas neste episódio o PSDB pecou, no mínimo, por lentidão."

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