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Painel de Oncologia do Ministério da Saúde aponta que o Pará registrou uma queda significativa nos casos de câncer em pessoas de 0 a 19 anos. Em 2021, foram 624 casos e no ano seguinte, 315 pacientes foram diagnosticados.

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) informa que o câncer infantojuvenil é a primeira causa de morte por doença em crianças e a segunda causa de óbito em geral. Dados do Inca mostram que 2.280 pessoas de 0 a 19 anos morreram em decorrência da doença em 2020.

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A médica Alayde Vieira, oncologista pediátrica do Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, diz que entre os tipos mais comuns de câncer infantojuvenil estão a leucemia, linfoma e tumores ósseos, que podem surgir em determinadas idades dependendo da patologia. 

“A leucemia acomete crianças entre 3 e 5 anos. Já o linfoma é mais amplo: se for linfoma não hodgkin, de 2 a 5 anos; se for linfoma de hodgkin, acomete pré-adolescentes e adolescentes”, afirma Alayde.

A especialista ressalta que os tumores em crianças são mais agressivos do que os que acometem os adultos, pois têm crescimento progressivo e costumam evoluir mais rápido. “São de tecido hematopoiético, isto é, do sangue, e de tecidos de sustentação. Por se multiplicarem rapidamente, surgem em semanas ou meses. Já o câncer em adultos é mais silencioso e insidioso, de tecido de revestimento dos órgãos”, explicou.

“Como o câncer da criança é mais agressivo do que o do adulto, o tratamento é mais intenso. Com quimioterapia do tipo citotóxica (agressiva às células). Em compensação, as crianças respondem melhor que os adultos, sendo a quimioterapia de caráter curativo na maioria das vezes, dependendo do grau de acometimento do câncer na criança”, concluiu a oncologista.

Diagnóstico precoce

O índice de cura da doença nos pacientes infantojuvenis é bastante alto. Segundo o Inca, cerca de 80% das crianças e adolescentes acometidos pela doença, se forem precocemente diagnosticados e receberem tratamento adequado, podem ser curados. E a maioria deles terá boa qualidade de vida após o tratamento adequado.

Por isso, é preciso estar atento aos sinais e sintomas iniciais que são sutis, e se assemelham à maioria das doenças da infância, para buscar o acompanhamento e a avaliação médica. “A persistência e a piora dos sinais devem chamar a atenção: febre por mais de duas semanas sem foco de infecção, manchas roxas no corpo, perda de peso inexplicável, aumento do volume abdominal, que aumenta progressivamente, dores de cabeça seguidas de vômitos, estrabismo, fadiga”, pontua a oncologista.

Nos últimos quatro anos, o Estado do Pará registrou taxa de cura em torno de 55%, devido aos estágios avançados dos tumores sólidos, principalmente os cerebrais. Mas a taxa pode chegar a 76%, no caso das leucemias.

Em países de alta renda, entre 80% e 85% das crianças acometidas por câncer podem ser curadas atualmente. No Brasil, o percentual é mais baixo e variável entre as regiões, mas apresenta média de cura de 65%. 

Políticas públicas 

Por meio da Iniciativa Global para o Câncer na Infância, a Organização Mundial da Saúde (OMS) propõe priorizar o combate ao câncer infantil em esfera global, a fim de eliminar a dor e o impacto que a luta contra a doença causa na vida das crianças e alcançar pelo menos 60% de sobrevivência para todas as que são diagnosticadas no mundo até 2030. Isso representa o dobro da taxa de cura atual, e poderá salvar a vida de mais de um milhão de crianças na próxima década.

Visando essa meta, o Brasil instituiu, em 2022, a Política Nacional de Atenção à Oncologia Pediátrica, para aumentar os índices de sobrevida, melhorar a qualidade de vida e reduzir a mortalidade e o abandono ao tratamento das crianças e adolescentes com câncer.

No Pará, o Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, anexo ao Hospital Ophir Loyola, é o primeiro hospital público da Amazônia especializado no tratamento de câncer para crianças e jovens de até 19 anos. Todos os anos, lá são realizados mais de 1 milhão de atendimentos, entre cirurgias, quimioterapia, radioterapia, exames e consultas.

Por Gabriela Gutierrez (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).

 

 

 

 

Após o sucesso no Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília, a temporada musical “Pinóquio” estreia nesta sexta-feira (6), a partir das 19hs, no Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo, e vai até a primeira semana de junho. A partir da história do italiano Carlo Collodi (1826-1890), autor de “As aventuras de Pinóquio”, o espetáculo enfatiza a importância da ética e da educação na formação do indivíduo, com menor importância para o nariz do boneco de madeira que se alonga a cada mentira. 

A história se passa no Circo Collodi, em que os mestres de cerimônia são os cantores-atores Mona Vilardo, soprano, e Santiago Villalba, barítono. Além disso, participam com outros personagens num vaivém espantoso presente em toda a encenação. Pinóquio é interpretado por Liliane Xavier. Geppetto é encarnado por Marcio Nascimento e Marise Nogueira interpreta o Grilo Falante. A Fada Azul ganha uma interpretação poética de Mona Vilardo.

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O musical evidencia possibilidades do folhetim de Collodi para narrar a saga do pequeno herói no amadurecimento e construção de valores éticos, trazendo a importância da educação. Como na história, Pinóquio quer deixar de ser boneco para se tornar humano, mesmo sendo amado pelo pai adotivo Geppetto, o que tem um preço, . A apresentação possui 30 canções e textos criados pelo maestro e compositor Tim Rescala. Com encenação e concepção de Miguel Vellinho, da Cia PeQuod Teatro de Animação.  

“Ao estrear em dezembro de 2021 no Rio, nós vivemos a responsabilidade da retomada do teatro presencial. Ter São Paulo na conclusão desta itinerância da peça nos CCBBs é uma alegria diferente na atualidade. Rio e São Paulo são centros de produção teatral muito tradicionais. Trata-se aqui de um momento de reencontro e também de encontrar novos espectadores”, destacou Miguel Vallinho, da Cia PeQuod. “Apoiar programação de qualidade, com condições acessíveis para o público são as principais prioridades do Centro Cultural Banco do Brasil. Com o espetáculo Pinóquio, o CCBB continua a colaborar com a produção teatral brasileira”, reforçou Cláudio Mattos, gerente geral do CCBB em São Paulo. 

O horário de funcionamento é 09hs até 19hs, exceto às terças. De segunda a sexta, a apresentação é a partir das 19hs, sábadoss e domingo às 15hs. Ingressos no valor de R$15 e R$30, disponíveis pelo site http://bb.com.br/cultura.

Com duração de 100 minutos e lotação de 120 lugares, a classificação indicativa é livre com acessibilidade para pessoas com deficiência, mobilidade reduzida ou deficiência visual. Localizado na Rua Álvares Penteado, 112 – Centro Histórico, Triângulo SP, São Paulo – SP e com estacionamento conveniado. 

Por Camily Maciel 

 

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A psicóloga, psicoterapeuta e professora universitária Rosângela Darwich, escritora e poeta desde os 19 anos, lança sua primeira obra literária destinada a crianças e adolescentes. "AniMais", segundo a autora, fala sobre o lugar que ocupamos socialmente, família, a importância da comunicação entre pais e filhos e destaca a importância do "estar junto" e os desdobramentos disso na poesia.

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Rosângela afirma que a estreia na literatura infantojuvenil é como um recomeço. Nos versos, a escritora também expressa suas impressões sobre a pandemia. "Acredito que a inspiração para seguir este caminho com meus poemas foi o momento estendido, ainda incerto, da pandemia. Viver tanta incerteza abriu espaço para uma profunda esperança nas vacinas e em um mundo melhor, que pretendemos deixar para nossas crianças. Escrever para crianças e adolescentes reflete esse desejo de dizer que estamos juntos, que deixaremos de herança para eles um mundo ainda habitável. E é também dizer que estão e permanecerão com eles a alegria e a responsabilidade pela vida futura neste planeta", disse.

Rosângela também fala sobre escrever poesias para jovens e também da ideia de um vídeo que a ajudou nesse processo. "Após minha segunda dose da vacina, brinco que me transformei em um jacaré-mirim, pois comecei a escrever poemas para crianças. Junto dos poemas e da ideia de um livro, pensei em um vídeo que se chama 'Lendo com Grupos Vivenciais', postado no youtube e na playlist do grupo de pesquisa que coordeno. As ideias da construção do vídeo deram corpo ao livro. Uma versão digital será lançada, com ilustrações de crianças e adolescentes que participaram do vídeo", explicou. 

Link dos vídeos: https://www.youtube.com/playlist?list=PLx6cJKqj-gtcaqAq3SJf8sE2iCRuYMx_0

A poeta falou que o livro, apesar de conter poemas infantojuvenis, é indicado para todas as faixas etárias como uma boa leitura. "O 'Mais' de 'AniMais' é sentido profundamente, ultrapassa o que cada poema poderia tentar significar, ou seja, segue 'para dentro' de cada um. É assim que gosto de perceber o que leio e vejo por meio de comentários que as pessoas têm me dito", finalizou.

Por Haroldo Pimentel.

 

A Justiça Federal de Minas condenou um homem a quatro anos e nove meses de prisão por postar imagens e distribuir conteúdo pornográfico infantojuvenil na internet. E.R.R., de 24 anos, é estudante de Direito e mora em Belo Horizonte. Segundo a denúncia do Ministério Público Federal, ele compartilhou 152 arquivos de conteúdo pornográfico envolvendo crianças e adolescentes e ainda solicitou aos destinatários que enviassem o mesmo tipo de material em contrapartida.

Em seu computador, foram encontrados outros 197 arquivos (193 imagens e quatro vídeos) armazenados.

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Os crimes foram descobertos após o réu acessar sites de origem estrangeira, especialmente um endereço eletrônico hospedado na Rússia, cujo monitoramento pelos investigadores indicou tratar-se de uma espécie de 'ponto de encontro' de pedófilos do mundo todo.

Segundo as investigações, os usuários da rede produziam e armazenavam fotos e vídeos de crianças, adolescentes e até mesmo de bebês com poucos meses de vida, muitos deles sendo abusados sexualmente por adultos, e os enviavam para contatos no Brasil e no exterior.

De acordo com a denúncia, as investigações apontaram que E.R.R. fingia ser um adolescente de 14 anos. Além dos materiais de pornografia infantil, o condenado enviava mensagens dando conselhos sobre sexualidade juvenil, o que, segundo os procuradores, indica que conversava com adolescentes.

A sentença aponta que o acusado é 'pessoa que possui conhecimentos de informática, fazendo manobras engenhosas para garantia de sua impunidade'.

"Criava e-mails e perfis falsos em redes sociais, circunstâncias que dificultaram, imensamente, a investigação criminal. (…) Chega-se a esta conclusão pelos diversos tipos de aplicativos utilizados para troca e disponibilização de material ilícito. Nesse contexto, não é difícil imaginar que se utilizava de mecanismos de mascaramento de IPs, que indicam endereço eletrônico diferente do efetivamente utilizado pelo usuário."

A decisão aponta que a Polícia Federal rastreou os IPs utilizados na rede e constatou que eles indicam endereços residenciais próximos entre si. "O acusado utilizava redes de internet abertas (sem necessidade de senha de acesso), pertencentes a terceiros desconhecidos, nas proximidades de sua residência", destaca a sentença.

O Ministério Público Federal recorreu da sentença pedindo o aumento da pena.

Por Luana Menezes

A leitura é um universo. Dar à criança a chave que abre a porta desse universo é motiva - lá a ser informada, independente e escritora da própria história. Nesse 18 de abril,  Dia Nacional do Livro Infantil, é importante lembrar que a leitura impulsiona o desenvolvimento, apura o senso crítico, é caminho para o conhecimento e também desenvolve afeto.   

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A data foi instituída pela Lei 10.402/02, em 1922, em homenagem ao escritor Monteiro Lobato, conhecido por obras que marcaram a literatura infantojuvenil brasileira. Com histórias que envolviam fatos do dia a dia infantil e fantasias do mundo imaginário das crianças, como o Sítio do Pica-pau amarelo. O hábito de leitura nessa fase gera benefícios para o desenvolvimento intelectual e emocional da criança. Ler melhora a comunicação, auxilia na construção de ideias e opiniões, enriquece vocabulário e adquirir cultura. Porém o contrário também acontece, quando a criança não é estimulada a ler, ela pode se tornar uma pessoa tímida, bloqueada mentalmente.  

Segundo a pedagoga Luna Moraism, normalmente as crianças aprendem a ler em torno dos seis anos, mas existe casos de crianças que começam a ler a partir dos quatro e cinco anos. " Isso acontece quando elas estão inseridas num contexto familiar onde os pais leem e incentivam a leitura. O ambiente favorece no estímulo a leitura, , completou a pedagoga. Ao entrar em contato com a leitura desde pequena, a criança mergulha no universo encantado e desenvolve rapidamente o desejo pela leitura. Isso ajuda no desempenho escolar e moral.  

A pedagoga explicou que há dois tipos de leitura: "ler por ler" e "ler e interpretar". A primeira é quando acontece apenas decodificação para o indivíduo. Já o segundo tipo traz um significado para o indivíduo como ele compreende a mensagem que foi transmitida.  

Na escola 

O maior desafio da escola nos dias atuais é conciliar as novas tecnologias (smartphones, tablets, internet) com a educação. A coordenadora e professora Suelini Barreto, do Colégio Carrossel Prisma, em João Pessoa, na Paraíba, diz que as crianças preferem a tela do celular ao invés do livro. E que isso tem atrapalhado na sala de aula. " Eles têm dificuldade em prestar atenção na aula. O celular principalmente afeta a concentração deles",  enfatizou Suelini. 

O incentivo a leitura é um trabalho conjunto entre escola e casa. Nas escolas, com rodas de conversa sobre o livro preferido entre eles, uma maneira nova de contar uma história, atividades lúdicas.  

Dicas de como incentivar a leitura nas crianças  

-Assistir a filmes originados de livros e motivar a comparação entre livro e filme; 

-Mesmo a criança não sabendo ler, deixa-la ter contato com objeto. Permitir que ela manuseei o livro;

-Procurar livros sobre assuntos que causam interesse nelas; 

-Ter um momento no dia resevado para a leitura.

A 24ª edição do festival Janeiro de Grandes Espetáculos contará com uma programação que contempla o público infantojuvenil e privilegia produções locais. A programação conta com oito espetáculos, entre eles “Do Vestido Ao Nariz” (Cia. 2 em Cena), “Vento Forte Para Água e Sabão” (Cia. Fiandeiros de Teatro), “Carol Levy em Contos de Casa” (Onomatopéia Ideias Sonoras), “O Mágico de Oz” (Companhia do Sol), entre outros, em diversos espaços culturais do Recife. Os preços dos ingressos, à venda no site, variam entre R$ 50 e R$ 15.

A programação para jovens e crianças começa no próximo domingo (14), às 16h30, com as montagens 'Do Vestido ao Nariz' no Teatro Hermilo Borba Filho, 'Vento Forte Para Água e Sabão', no Teatro Barreto Júnior, e 'A Bela e A Fera', Teatro Boa Vista. Os espetáculos seguem até o dia 28 de janeiro. Confira a programação completa no site oficial do Janeiro de Grandes Espetáculos.

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O Janeiro de Grandes Espetáculos tem início nesta quarta-feira (10) e conta com 64 montagens de dança e teatro, além da Mostra Paralela. A grade do evento também contempla a música com o Festival Internacional de Artes Cênicas e Música de Pernambuco e traz 19 shows. O evento também terá etapa formativa com seminários, lançamentos de livros, leituras dramatizadas, sarau e debates para adultos e crianças. As atividades são realizadas no Santa Isabel, Apolo, Hermilo Borba Filho, Marco Camarotti, Luiz Mendonça, Arraial Ariano Suassuna, Barreto Júnior e Sesc Caruaru.

Confira estes e muitos outros eventos na Agenda LeiaJá.

Serviço

Janeiro de Grandes Espetáculos

10 a 28 de janeiro

Teatros de Pernambuco

Dos vários retornos que ouviu sobre suas histórias ao longo dos 20 anos de carreira, o escritor Ilan Brenman se recorda particularmente de um. Após sofrer um acidente grave, um menino perdeu parte de um dos dedos da mão direita e, apesar de ter se recuperado bem, se recusava a voltar para a escola. Alguém, então, deu à criança o livro A Cicatriz (Cia. das Letrinhas), em que Brenman, inspirado em um pequeno imprevisto doméstico com uma das filhas, fala sobre como cada cicatriz conta uma história, e como as histórias aproximam as pessoas. "O menino pediu para a mãe ler mais de cem vezes a história para ele e, depois de uma semana sem ir para a escola, acordou de manhã, pegou o livro na mão e disse: 'Hoje quero ir para escola para contar a minha história'", conta Brenman, psicólogo, doutor em Educação e um dos autores da literatura infantojuvenil mais publicados e premiados no Brasil.

Não foi intencional, mas Brenman conseguiu que o menino se colocasse no lugar dos personagens (no caso, da garota também acidentada), compreendesse a atitude dela e, assim, repensasse a própria condição. A obra e as personagens despertaram a empatia do leitor. "A palavra empatia vem do grego, significa a capacidade de se colocar no lugar do outro, de tentar experimentar a emoção sentida por seu semelhante Homo sapiens", diz Brenman, que é autor, além de dezenas de livros infantis, de duas obras teóricas sobre o tema, Através da Vidraça da Escola e A Condenação da Emília - O Politicamente Correto na Literatura Infantil (ambos da Editora Aletria).

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Envolver-se com as histórias, identificar-se com os personagens, colocar-se no conflito, no medo, nas fragilidades é um meio de fortalecimento, explica a pedagoga Denise Guilherme, mestre em Educação e idealizadora de A Taba, empresa focada na curadoria de livros para crianças e jovens. "Quando leio e entro em contato com um universo diferente do meu, vou percebendo que existem outras formas de ver o mundo. Pode ser um primeiro passo para perceber que sua forma de ver não é a única, que a forma que sua família é não é a única, além daquela que você vê e experimenta."

Para Brenman, a empatia na literatura está diretamente ligada à qualidade do livro. "Não imagino (Leon) Tolstói, Machado de Assis ou Monteiro Lobato começando suas obras com a intenção de serem empáticos. Uma obra literária de qualidade é empática por osmose: quanto mais qualidade, mais verdadeiramente humana ela será e, por consequência, mais identificação causará."

Assim, o possível "benefício" deve ser precedido da necessidade do autor de dizer algo ao mundo. As histórias do historiador e escritor Fábio Monteiro, por exemplo, nascem de seus incômodos com a vida. Cartas a Povos Distantes (Paulinas), ilustrado por André Neves e vencedor do Prêmio Jabuti de 2016, surgiu da vontade de falar sobre o continente africano e a infância.

Por meio da troca de cartas entre duas crianças, uma brasileira e outra angolana, Monteiro estabelece a relação entre os países. "Me coloquei no lugar de Angola, na situação do quanto é cruel as crianças serem vítimas de guerras. Venho de Pernambuco, Estado onde a cultura negra é forte na maneira de falar, dançar e cantar, e acho que essas memórias não podem ser esquecidas. Queria assegurar a memória de dois continentes irmãos que se complementam, porque nossas dores são parecidas: desigualdade, exploração europeia, pobreza como herança da colonização."

Diversidade

Mexer com as nossas memórias também coloca em questão as nossas representatividades. Se somos um povo miscigenado, as crianças também querem se sentir representadas nas histórias publicadas. Assim, os livros não podem ser povoados apenas de princesas loiras e esbeltas, certo?

A questão da diversidade está presente no livro A Cor de Coraline (Rocco), em que o autor paulistano Alexandre Rampazo questiona o lápis "cor da pele". A história nasceu de um estranhamento relatado pela filha durante um trabalho em um abrigo. Enquanto desenhava, um menino negro pediu a ela o tal lápis "cor da pele". Ele estava em busca do rosa e repetia, sem perceber, o estereótipo preconceituoso.

No livro de Rampazo, Pedrinho pede a Coraline o lápis "cor da pele" emprestado. A menina olha, surpresa, para sua caixa de 12 cores e se pergunta: "De qual pele será que o Pedrinho estava falando?". A partir daí, Rampazo nos convida a uma viagem de cores e representações, com leveza, humor e afeto, tocando em questões importantes de forma poética, sem lição de moral, e joga o leitor para a reflexão sobre si mesmo em relação ao outro.

Para Rampazo, um livro é só o início para uma série de reflexões. "Empatia, para mim, é também entender o todo de uma situação, entender por que a pessoa tomou determinada atitude. É um processo de amadurecimento percebermos que as pessoas têm reações diferentes com base nas próprias histórias. É, talvez, a chance de ampliar horizontes, de salvar um pouco o mundo da angústia." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) realiza, neste mês de novembro, uma ação social com o foco na conscientização sobre o câncer infantojuvenil. O trabalho foi realizado em caráter experimental pela primeira vez em 2014, na cidade de Goiânia, Estado de Goiás, e desde então o projeto se ampliou para a esfera nacional. No Pará, envolve agentes e funcionários, além de parceiros.

O Dia 23 de novembro foi instituído pela Lei nº 11.650/08 como o Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantil, visando estimular ações educativas e promover eventos que tratem das políticas de atenção integral às crianças e adolescentes com câncer. Em vários Estados do país há centro especializados onde as crianças são recebidas e tratadas com muito carinho. Porém, alguns desses hospitais, para manterem o bom funcionamento da unidade hospitalar infantil, dependem de doações.

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Durante a campanha serão arrecadadas fraldas geriátricas, tamanhos M e G, que serão entregues em um dia de brincadeiras com as crianças e adolescentes para proporcionar-lhes momentos de esperança e descontração. Além de auxiliar na entrega das fraldas, a PRF trabalha no fortalecimento da autoestima. “A ação servirá também para o engrandecimento pessoal dos policiais e sua sensibilização com a questão da fragilidade humana, contribuindo para atuações mais humanizadas frente às intercorrências que eles são obrigados a intervir durante os trabalhos na atividade fim da polícia”, informa a assessoria de comunicação da PRF no Pará.

A sociedade poderá ajudar doando fraldas geriátricas, tamanhos M e G, e brinquedos, até o dia 22/11/2016, nos pontos de arrecadação:

- Superintendência da PRF, na Tv. Dom Pedro I, Nº 52, Umarizal;

- Barreira da PRF em Ananindeua, Km 09 da BR 316;

- SEMOB, Avenida Julio Cesar Nº 1026-A, Val-de-Cães;

- Belém Pela Vida - BPV, Av. Gov. José Malcher n 453;

- Doando sangue, plaquetas e medula óssea para as crianças com câncer NO DIA 26/11/2016. Mais informações: www.hemopa.pa.gov.br;

- Ajudando a divulgar a ação entre seus amigos e familiares, pedindo que também colaborem;

- Ficando atento aos sinais e sintomas apresentados pelas crianças e adolescentes.

Em Belém, os policiais passarão um período do dia dentro da sede da AVAO, com as crianças que estão em tratamento quimioterápico, realizando uma série de ações, dentre elas:

- distribuição de brinquedos, balões etc.;

- campanha para doação de sangue, plaquetas e medula;

- apresentações artísticas realizadas por policiais rodoviários federais e/ou parceiros;

- fotos das crianças em tratamento com os motociclistas batedores da PRF nas motocicletas, o que carrega um grande poder simbólico;

- corte de cabelo dos PRFs, com posterior entrega do lenço para o policial, por uma criança e, para ela, pelo policial, que simboliza a aproximação da realidade do policial à da criança;

- lanche que será oferecido pela AVAO de acordo com os nutricionistas do hospital;

- sorteios de brindes.

No dia 26/11/2016 (sábado) haverá uma grande campanha de doação de sangue para as pessoas em tratamento contra o câncer, que ocorrerá em frente ao Hemopa, na travessa Padre Eutíquio, 2109. As ações estão sob a coordenação da Comissão Regional de Direitos Humanos da Polícia Rodoviária Federal, com a participação de todo o efetivo PRF no Estado do Pará em parceria com algumas instituições e empresas solidárias:

- Polícia Federal;

- Polícia Militar do Estado do Pará;

- Polícia Civil;

- Guarda Municipal de Belém;

- Corpo de Bombeiros Militar;

- Defesa Civil do Estado do Pará;

- Coordenadoria Estadual de Defesa Civil;

- Detran/Pa - Departamento de Trânsito do Estado do Pará;

- SEMOB - Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém;

- SINPRF PA/AP - Sindicato dos policiais rodoviários federais do Estado do PA e AP;

- FIEPA - Federação da Indústrias do Pará;

- Associação de Voluntariado de Apoio à Oncologia (AVAO);

- HEMOPA - Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará;

- Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo;

- Belém Pela Vida – BPV;

- Casa Ronald McDonald Belém;

- Lojas Belém Importados Utilíssima;

- Bem Bordado - uniformes profissionais, bordados e confecções;

- Castilho Propaganda e Marketing;

- Distribuidora Estrela do Norte;

- Hiléia - Hiléia Indústria de produtos Alimentícios;

- Tia Bola Animações;

- Juscelino Cabeleireiros;

Sinais e sintomas da doença:

- Febre prolongada de causa não identificada;

- Perda de peso sem motivo;

- Palidez inexplicada;

- Ínguas de crescimento progressivo;

- Caroço em qualquer parte do corpo, principalmente na barriga;

- Reflexo esbranquiçado no olho quando da incidência da luz;

- Dores no ossos e nas juntas, com ou sem inchações;

- Crescimento do olho, podendo estar acompanhado de mancha roxa no local;

- Vômitos acompanhados de dor de cabeça, diminuição da visão ou perda de equilíbrio;

- Manchas roxas ou sangramento pelo corpo sem machucado.

Com informações da assessoria da PRF/PA.

Com a proposta de trazer o imaginário e a poesia do universo teatral, em contornos de ludicidade, a terceira edição do projeto “Dramaturgia”, da Companhia Fiandeiros de Teatro, aporta no Recife, nesta sexta-feira (28) e segue até o domingo (30). Com o tema 'Infância e Juventude', a programação mostra textos inéditos e premiados na categoria infantojuvenil, em três leituras dramáticas e debates.

A direção deste ano é assinada por cada um dos fundadores/diretores da Fiandeiros (André Filho, Manuel Carlos e Daniela Travassos), sob o incentivo do Funcultura. O evento já apresentou autores pernambucanos em sua primeira edição, em 2013, bem como trouxe clássicos da dramaturgia mundial - Shakespeare, Sófocles e Tchekhov. 

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O projeto tem início com a leitura de “Antes de ir ao baile”, de Vladimir Capella, com direção de André Filho, seguindo pelos debates “Panorama do Teatro para Infância em Pernambuco”, com participação de Leidson Ferraz, Luiz Felipe Botelho e João Denys, e mediação de André Filho. “Um conto de Marias ou de Maria Flor”, de Raphael Gustavo e direção de Manuel Carlos, também segue no roteiro.

Além das leituras, o projeto contempla uma oficina gratuita de iniciação ao teatro para 15 crianças da comunidade dos Coelhos, zona central do Recife, que começou no dia 13 de setembro e ocorre todas as terças-feiras, até o dia 1º de novembro. Todas as atividades serão realizadas na sede do espaço Fiandeiros, localizado no bairro da Boa Vista, área central do Recife. O evento é gratuito e aberto ao público. Confira a programação completa:

Sexta-feira (28) |19h

Leitura dramática: “Antes de ir ao baile"

Autor: Vladimir Capella

Direção: André Filho

Elenco: Arilson Lopes, Auricéia Fraga, Camila Bastos, Domingos Soares, Dudu Godoy, Maria Eduarda Pepe, Mauro Monezi e Roseane Tachlitsky

A peça fez sua estreia em setembro de 1986. Recebeu vários prêmios, entre eles o Molière de melhor atriz para Lizete Negreiros. Repleto de ludicidade, é um ótimo exemplo de como Vladimir Capella sempre buscou a valorização do humano. Conta a história de quatro idosos, Danilo, Amaro, Beatriz e Margarida, amigos inseparáveis que resolvem fazer uma viagem através do tempo, voltando ao passado, quando ainda eram crianças cujos sonhos alimentavam suas esperanças do futuro. O encontro desses dois universos, o da velhice e da infância, se dá quando eles acham um velho barco azul, sem pintura, e resolvem cuidar dele. O mesmo barco que agora os leva de volta ao passado, por meio do rio de suas próprias vidas. 

Sábado (29)

Às 16h | Painel de Debates Panorama do Teatro para Infância em Pernambuco. Com Leidson Ferraz, Luiz Felipe Botelho, João Denys e mediação de André Filho.

Às 19h | Leitura dramática: “Um conto de Marias ou de Maria Flor”

Autor: Raphael Gustavo

Direção: Manuel Carlos

Elenco: Charly Jadson, Gabriella Neves, Geysa Barlavento, Kélia Phayza, Ruan Marinho, Victor Chitunda

Quantas Marias podem existir em uma Maria? Maria Flor é uma menina cheia de imaginação. De sua cabeça saem muitas histórias, vivências, experiências… Essa é, então, a história de muitas Marias. Juntas, elas embarcam em uma aventura para desvendar um grande segredo.

Domingo (30)|17h

 “O sonho de Ent”

Autor: André Filho

Direção: Daniela Travassos

Elenco: Julia Veeck, Sandra Rino, Pascoal Filizola, Anny Rafaella Ferli e Clóvis Moreira

No mundo das sementes que se preparam para nascer, Ent precisa descobrir a qual casta de árvore pertence. Em uma viagem encantada na qual encontra personagens que lhe guiam para o caminho do sentido da vida e da criação, a sementinha descobre a razão para a sua existência no mundo dos homens. “O Sonho de Ent” é uma lúdica reflexão sobre a condição humana e sua capacidade de se perceber em um mundo onde rótulos pré-definidos costumam valer mais do que a nossa essência.

Serviço

"Espaço Fiandeiros - Dramaturgia"

De 28 a 30 de outubro

No Espaço Cultural Fiandeiros: Rua da Matriz, 46, 1º andar, Boa Vista, Recife

Entrada franca

Informações: (81) 4141.2431 

Celebrado autor infantil e infantojuvenil, presente na infância e adolescência de milhares de brasileiros, Pedro Bandeira realizará na próxima segunda-feira (19) uma sessão de autógrafos na Livraria Cultura do Paço Alfândega, no Recife, a partir das 20h. 

Na ocasião, ainda serão relançadas oito de suas obras reeditadas, todas pela Editora Moderna: Alice no país da mentira, Brincadeira mortal, Gente de estimação, O grande desafio, Descanse em paz meu amor..., Prova de fogo, Mariana menina e mulher e Histórias apaixonadas. Algumas delas foram lançadas pela primeira vez há mais de vinte anos, em 1996.

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Conhecido por clássicos como A Droga da Obediência (1984), o primeiro da série de mistério “Os Karas”, A Marca de Uma Lágrima (1985) e O Fantástico Mistério de Feiurinha (1986), o autor brasileiro infantil de 74 anos tem mais de 80 obras publicadas e é um dos mais vendidos no país: até 2012, mais de 23 milhões de exemplares já haviam sido vendidos.

Serviço

Sessão de autógrafos e lançamento de novas edições de Pedro Bandeira 

Segunda-feira (19) | 20h

Livraria Cultura Paço Alfândega (Rua Madre de Deus, s/n - Bairro do Recife)

Gratuito

Informações: 2102-4033.

Agora é lei. Estão proibidas a fabricação, comercialização, distribuição e a propaganda de produtos nacionais e importados, de qualquer natureza, que imitem a forma de cigarros ou similares destinados ao público infantojuvenil. A presidente Dilma Rousseff sancionou, sem vetos, a Lei 12.921/13, conforme informações publicadas nesta segunda-feira (30) pelo Senado Federal.

De acordo com o órgão, a norma, publicada na última sexta-feira (27) no Diário Oficial da União (DOU), entrará em vigor em 180 dias. A medida também prevê multa de R$ 10 por produto apreendido e, em caso de reincidência, a quantia será dobrada. O autor do texto é o deputado Clodovil Hernandes (PR-SP), falecido em março de 2011. 

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No Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de crianças e adolescentes uma caminhada vai ocupar as ruas do centro do Recife hoje (18) à tarde. A concentração será às 14h30, no Parque 13 de maio, e o percurso segue pelas ruas Princesa Isabel e do Sol, avenidas Guararapes e Dantas Barreto, encerrando no Pátio do Carmo. Durante a caminhada serão distribuídos panfletos chamando a atenção da população para o problema.

O ato é promovido pela Rede de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes de Pernambuco, dentro das ações da Campanha do dia 18 de maio. Com o slogan "Cumpra o seu papel: mais responsabilização diante desse crime", o evento este ano tem como tema a responsabilidade dos órgãos públicos e da sociedade no combate a esta violência.

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Durante todo o mês de maio, serão realizadas ações em todo o Estado para chamar a atenção do governo e da sociedade para o enfretamento ao crime. A campanha contará também com o “Seminário Enfrentamento à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, por que avançamos tão lentamente?”, que será realizado na próxima quinta-feira (24), no bloco G-2, na Universiade Católica de Pernambuco (Unicap).

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