Tópicos | interpretação de texto

Números, fórmulas e cálculos são pertinentes na prova de matemática, presente no segundo dia de aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que, em 2022, será realizado nos dias 13 e 20 de novembro. No entanto, poucos candidatos sabem que a interpretação de texto pode auxiliar e fazer a diferença na resolução dos quesitos da disciplina a partir do entendimento dos enunciados, que, geralmente, são longos, e com elementos gráficos.  

Para quem não consegue ver a relação entre interpretação de texto e exatas, o professor de Linguagens e redação, Felipe Rodrigues, explica, ao LeiaJá, que português e matemática são disciplinas complementares e que o estudante pode identificar essa relação no exame por meio de "representações gráficas, numéricas, linguísticas, gramaticais, por extenso e afins."

##RECOMENDA##

Característica no Enem, a interdisciplinaridade, que é a relação entre duas ou mais disciplinas, não é exclusiva das áreas de Linguagens e Ciências Humanas. Sobre isso, o docente chama atenção que a interpretação de texto pode ser usada a partir do princípio de inferência, ou seja, o candidato "trazer consigo uma dedução para a resolução de determinadas questões', explica.

Além disso, Felipe Rodrigues ressalta que o participante pode fazer uso da interpretação textual para "parafrasear elementos, realizar relações intertextuais". E complementa: "a prova exigi isso, que é o que a gente chama de interdisciplinaridade".

Linguagens foi a segunda disciplina do aulão promovido pelo Vai Cair no Enem na manhã deste sábado (28), em Salvador, na Bahia. A professora Carla Grimaldi levou assuntos de gramática e interpretação de texto e ressaltou a importância da leitura e da compreensão textual.

Carla Grimaldi resolveu questões de interpretação de texto junto com alunos que participaram da aula. Ela deu dicas para um bom desepenho no Enem, já que linguagens vai muito além. "Ler e interpretar é bastante complicado. E nós temos isso em toda a prova do Enem, não só em linguagens como em química, matemática, história... Todas as disciplinas, porque é necessário interpretar os enunciados. Então, é preciso ler com atenção, observar", explica. 

##RECOMENDA##

Sobre o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano, a docente concorda que a prova virá mais conteudista do que de costume, conforme anunciado pelo Ministério da Educação. Nas questões de linguagens, sua especialidade, Carla reiterou que, com a possibilidade de uma abordagem mais “complicada” no exame, ela vem trabalhando textos mais contextualizados, porém, sem perder a gramática. “Sem gramática não existe composição de texto”, diz.

Indagada pelo apresentador Nathan Santos a respeito da recente declaração do ministro da Educação, Abraham Weintraub, de que não vai haver 'ideologismos' no Enem, a professora respondeu que com relação a linguagens pode haver um retrocesso e citou como exemplo o uso de charges e tirinhas. “A variação linguística é a função social de cada texto. Nós temos dialetos aqui, na nossa comunidade, bem como quem é do subúrbio também tem um dialeto e quem é daqui da orla tem outro dialeto. Então, além do dialeto que nós temos aqui, tem os de fora. Nas tirinhas e nas charges eu acho que eles (o governo) vão dar uma parada”.

Diante da postura do governo frente à educação e ao Enem, a educadora acredita que a prova deve vir de maneira mais arcaica. "O MEC mudou e nós vamos ter um pouco de retrocesso", declarou. 

Por último a professora alertou sobre os distratores do Enem, que são as alternativas incorretas que distraem os estudantes da resposta certa. Confira uma reportagem do LeiaJá sobre o assunto

Confira também os outros conteúdos abordados no aulão.

-> Química abre o aulão do Vai Cair no Enem em Salvador

-> Hidrocarbonetos é assunto no aulão do Vai Cair no Enem

-> Redação é a última disciplina no aulão do Vai Cair do Enem

Nos dias 4 e 11 de novembro, serão realizadas as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em todo o Brasil. Característico pelos textos longos que contextualizam os enunciados, o Enem é a porta de entrada principal para o ensino superior, tanto público quanto privado. Para alcançar boas notas e garantir a tão desejada vaga em uma universidade, é preciso dominar a interpretação de texto.

Segundo o último balanço sobre analfabetismo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado neste ano, 73% da população brasileira sabe ler e escrever, mas 65% desse montante ainda têm algum tipo de dificuldade de interpretação. No Enem, esse tipo de obstáculo não pode existir, devido ao curto tempo que os alunos têm para realizar as questões.

##RECOMENDA##

“O ideal é que o estudante faça cada questão em dois minutos e meio, tempo necessário para que ele consiga fazer todas as outras proposições do Exame. Sabendo que em umas questões ele vai resolver com mais facilidade e em outras com menos, o aluno vai fazer a estratégia de compensação”, explica a professora de linguagens e redação do Colégio GGE, Fernanda Nascimento.

Boa prova depende de boa interpretação

Segundo a professora de linguagens e redação do Grupo Máximo Educacional, Amanda Alves, a interpretação de texto contém alguns princípios que precisam ser avaliados com cuidado pelo candidato antes e durante a realização da prova. O primeiro deles é o da redução, quando a questão parece estar certa, mas, na realidade, sua construção textual falta algo que a torne a alternativa verdadeira.

Já o segundo princípio é o da contradição, que consistente na alternativa que vai de encontro ao que o enunciado pede, tornando-se, portanto, contraditória. “Já o princípio da extrapolação é aquele que o candidato quer pegar seu ponto de vista, seu conhecimento de mundo e aplicar ao que o autor quis falar”, explica Amanda.

Confira abaixo a resolução de uma questão do Enem 2012 realizada pela docente:

Apesar de o estudante poder ler o enunciado das questões antes de ler o texto principal, que geralmente serve para contextualizar, ele precisa ler todas as alternativas propostas, de acordo com a professora Fernanda Nascimento. “Como as alternativas do Enem possuem um distrator, é importante que o aluno leia, sim, todas as proposições. Isso porque, se o aluno marcar o distrator que, por exemplo, estava na letra ‘a’, ele perderá a oportunidade de verificar que a alternativa correta estava na letra ‘e’”, exemplifica Fernanda.

A seguir, confira o vídeo da explicação da docente sobre como eliminar os distratores.

[@#podcast#@]

A boa interpretação de texto no Enem significa ganho de tempo para realização das questões, por isso, a leitura do enunciado antecipadamente é recomendada. “Como o aluno vai ganhar tempo em algumas questões, ele vai utilizar esse tempo que sobrou das perguntas mais simples para fazer uma leitura mais cuidadosa nas questões mais complexas. Então é importante que ele saiba verificar a necessidade de ler ou não o texto”, explica a professora Fernanda Nascimento.

Outra forma de facilitar e acelerar a resolução da prova é fazendo a prática de leitura dinâmica. “Nela, o aluno deve ler buscando um objetivo, buscando uma resposta dentro do texto. Assim, uma dica é fazer a marcação de palavras chaves dentro dele”, explica a professora Amanda Alves.

Veja a seguir a resolução feita pela professora Fernanda Nascimento de uma questão do Enem:

[@#video#@]

Mais de 25% dos estudantes têm notas ruins em matemática, interpretação de texto e/ou ciências, afirma um relatório da OCDE divulgado nesta quarta-feira (10) e que incentiva os países a investirem na educação para um retorno favorável a longo prazo.

Segundo o Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), que realizou a pequisa para Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômicos (OCDE), a luta contra os maus resultados escolares, que dizem respeito a 28% dos alunos de 15 anos, é onerosa, mas uma medida rentável a longo prazo.

##RECOMENDA##

Os dados reunidos este ano serviram de base para o novo relatório chamado "Estudantes com baixo desempenho: por que eles ficam para trás e como ajudá-los?" O estudo diz respeito a 13 milhões de alunos com resultados ruins em uma lista de 64 países.

O Brasil ficou em 58º lugar, apesar de apresentar uma melhoria na taxa de escolarização e acesso acesso à educação. "Os maus resultados escolares têm consequência a longo prazo, com um alto risco de abandono desses jovens e um crescimento econômico inferior. Alguns países se encontram, inclusive, em um estado estado de recessão permanente", alerta o informe. Os benefícios da luta contra este fenômeno "superam de longe os custos da melhoria", afirma a organização.

Se de hoje até 2030 cada aluno de 15 anos conseguir "adquirir uma bagagem mínima de competências fundamentais" em literatura e matemática nos países de alta renda da OCDE, os benefícios a longo prazo para a economia destes países poderão alcançar "aproximadamente 1,5 vezes seus PIB atuais", afirma a OCDE.

Entre 2003 e 2012, a OCDE fez o censo de nove países que conseguiram reduzir sua proporção de alunos com resultados ruins em matemática: Brasil, Alemanha, Rússia, Itália, México, Polônia, Portugal, Tunísia e Turquia.

Como entre eles não há muita coisa em comum, a organização chega à conclusão de que "todos os países podem melhorar os resultados de seus alunos" se decidirem que é uma "prioridade de sua política educacional" e fornecerem os recursos suplementares. "É preciso envolver os pais e as coletividades locais, incentivar os estudantes a aproveitar as possibilidades de educação oferecida, identificar os alunos com maus resultados e dar apoio aos alunos, aos estabelecimentos de ensino e às famílias".

A OCDE também defende "programas específicos para os alunos imigrados, que falam uma língua minoritária ou que vivam na zona rural, a luta contra os estereótipos de gênero e a redução das desigualdades de acesso à educação".

Fatores de risco - Vários fatores podem contribuir para que os alunos tenham resultados ruins: a probabilidade de estar nessa situação é 2,5 vezes maior para os jovens procedentes da migração e que não falam em casa a mesma íngua que na escola.O risco é também maior quando se vive no campo ou em uma família monoparental.

Quando se acumulam vários fatores de risco, a possibilidade de ter maus resultados em matemáticas acabam em 76% para uma menina procedente da imigração, que fala em casa outro idioma que na escola, que vive numa família monoparental e na zona rural.

Não apenas os fatores de risco são maiores para os alunos de setores sociais desfavorecidos, como também "têm uma incidência mais forte em seus resultados". Na média, mais de um terço da diferença dos resultados em matemáticas entre alunos é atribuível à diferença entre os estabelecimentos de ensino.

Por fim, os alunos com más classificações faltam mais as aulas do que os demais, têm menos perseverança e menos confiança de si mesmo, o que não é surpreendente. Em compensação, o que surpreende é que geralmente esses alunos "dedicam um tempo equivalente a certas atividades" vinculadas com as matemáticas, como a informática e jogos como xadrez.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando