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O ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, aproveitou sua participação no 27º Congresso Brasileiro de Radiodifusão para fazer uma fala de desagravo ao ex-senador José Eduardo Dutra (PT), que morreu nesta semana, e criticar "a intolerância política extrema". "Não pode ser normal que estejamos chegando a extremos. Não pode no velório do ex-senador Dutra, onde a família está enterrando alguém que ama, sofrendo, aquilo virar um ato de intolerância contra um partido, no caso o meu", disse.

Edinho ressaltou que os reflexos da eleição polarizada o preocupam. "Chegamos a um extremo onde não tem ética, não tem limite, é um jogo do vale tudo", afirmou.

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O ministro disse ainda que é possível construir um país democrático, com toda a diversidade que o Brasil sempre teve e que não consegue conviver com a intolerância. "Vou continuar falando contra a intolerância em todas as oportunidades", comentou.

Panfletos no velório

Na segunda-feira (5), durante o velório do ex-senador José Eduardo Dutra (PT), foram jogados de um carro panfletos com a frase "Petista bom é petista morto". O ex-parlamentar morreu no domingo (4) na capital mineira, vítima de câncer, aos 58 anos. A polícia está investigando o caso.

O grupo também jogou outro panfleto, no qual uma montagem mostra uma foto da presidente Dilma Rousseff (PT) como se estivesse sentada em um vaso sanitário, e a frase "Só faz cagada". Abaixo, o número 7%, referência ao índice de aprovação do governo, e uma imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Dutra morreu na madrugada de domingo em Belo Horizonte, onde estava morando com a mãe. Ele foi também presidente da Petrobras e do PT nacional.

Ajustes

Edinho Silva também afirmou que o governo tem feito aquilo que precisa ser feito do ponto de vista do ajuste econômico, mas reconheceu que há desafios estruturantes importantes para que o país retome o crescimento de forma sustentável. "Nenhum governo é eleito para fazer ajuste", disse. "O grande debate é o que vem pós-ajuste."

O ministro comentou que os desafios econômicos estão atrelados aos atuais desafios políticos e que está "muito otimista" com a reforma administrativa promovida pela presidente Dilma Rousseff. "Sem estabilidade política é impossível termos perspectivas de superação do desafios econômicos", afirmou. "É preciso ter paz política para que as medidas econômicas possam prosperar", completou.

Edinho afirmou ainda que não se pode criar precedentes que possam fragilizar a estabilidade institucional "a ponto de os interesses políticos partidário estarem acima dos interesses nacionais."

O ministro reconheceu que há uma crise de representatividade que coloca em xeque o modelo de Estado que tem feito com que todas as esferas do governo estejam com baixa popularidade. "Eu defendo a política como a arte de construção de consensos. Não existe nenhum grande avanço civilizatório que não fosse construído por consenso por meio da política", disse. "Toda vez que política cai na descrença eu fico temeroso."

Uma australiana foi expulsa dos Emirados Árabes Unidos, nesta terça-feira, depois de ter sido presa e condenada a pagar uma multa por postar on-line declarações consideradas "insultantes" - informou uma fonte da Justiça, em Abu Dhabi.

Em fevereiro passado, Jodi Magi, de 39, publicou em sua página no Facebook a foto de um veículo estacionado entre duas vagas reservadas para pessoas com deficiência, perto de seu apartamento em Abu Dabi. Segundo a fonte consultada pela AFP, a imagem estava acompanhada por um texto com "declarações insultantes, degradantes".

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Depois da denúncia feita pela proprietária do veículo, uma europeia, Jodi disse à polícia que postou a imagem, mas não o texto. Em abril, Jodi Magi foi condenada à revelia a pagar uma multa de 10.000 dirhams (2.720 dólares) e teve sua expulsão determinada pela Justiça.

Em maio, a australiana compareceu a um tribunal, acompanhada de um advogado e de um intérprete, para impugnar o veredicto. Seu recurso foi indeferido no mês seguinte.

Em 12 de julho, Magi pagou a multa à Procuradoria, que determinou sua detenção e expulsão. Ainda segundo a fonte judicial, a australiana foi colocada em um avião rumo a Bangcoc, "um destino de sua escolha". Agora, Magi descansa em Laos, após ficar 53 horas atrás das grades.

Em uma longa mensagem publicada na Internet, Magi declarou que teve os tornozelos acorrentados, o corpo, revistado, e foi obrigada a dormir no chão, "sem colchão, ou travesseiro" e "sem acesso a papel higiênico, ou talheres para comer".

A australiana considerou "extrema" a reação das autoridades e disse estar "bastante traumatizada com a experiência". Ela contou estar com o "coração partido" pelas histórias das mulheres que conheceu na prisão.

A estudante de 11 anos apedrejada enquanto caminhava vestida com trajes típicos do candomblé, no último domingo, na Vila da Penha (zona norte do Rio), realizou na manhã desta quarta-feira, 17, exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) do Rio. Até a noite desta quarta, a Polícia Civil não havia identificado os dois homens acusados de lançar a pedra que feriu a menina na cabeça.

Embora logo após o ataque houvesse decidido não sair mais às ruas com roupas brancas e o torso (turbante) característico dos candomblecistas, a estudante mudou de ideia, ao ser incentivada a continuar se vestindo dessa forma. Hoje, ela foi ao IML trajada com vestes religiosos, acompanhada pela avó, a mãe-de-santo Katia Marinho, de 53 anos, e pela mãe, que é evangélica.

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Após o exame, a menina foi à Assembleia Legislativa, a convite da Comissão de Direitos Humanos, e acompanhou a sessão. Em discursos, vários deputados - inclusive da bancada evangélica - condenaram a agressão à adepta do candomblé. O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) lançou moção de repúdio aos agressores, que hoje ficará à disposição dos deputados dispostos a assiná-la.

Em 18 de agosto, a Assembleia promoverá audiência pública, agendada antes da agressão, para discutir a intolerância religiosa no Rio de Janeiro.

O caso

A menina caminhava pela Avenida Meriti, acompanhada por sete pessoas que haviam saído de um evento religioso, quando dois homens que estavam em um ponto de ônibus do outro lado da rua, com Bíblias sob os braços, começaram a insultá-los. Segundo a avó, os agressores gritaram "Sai, demônio, vão queimar no inferno, macumbeiros" e lançaram a pedra, que bateu em um poste antes de atingir a menina. Ela desmaiou. Os criminosos fugiram em um ônibus.

A 38ª Delegacia de Polícia (Irajá), que investiga o caso, tenta localizar o ônibus para examinar as imagens da câmera interna, na tentativa de identificar os agressores.

A cicatriz no braço esquerdo do professor de 49 anos, Fábio Custódio, revela as marcas de intolerância que o levaram a sair com seu namorado de Campinas, no interior de São Paulo, para participar da 19ª Parada do Orgulho LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) hoje (6), na capital paulista. Custódio e o chefe de cozinha, Marcelo Reis, 32 anos, estão juntos há 14 anos, e nesse período já sofreram duas agressões. Marcelo também tem cicatrizes decorrentes de violências sofridas por parte de skinheads e de torcedores de futebol.

“O preconceito do cotidiano nós sentimos sempre, mas somos militantes do movimento, e apesar das críticas sobre a Parada [LGBT] não cumprir mais seu papel, acredito que isso não seja verdade, pois este é o momento em que muitos homossexuais se assumem. É um momento especial para isso e para marcação política na sociedade, apesar da festa. A festa mostra que, mesmo com tudo o que sofremos, nós fazemos festa nesse dia”, disse Custódio.

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Sob o tema Eu Nasci Assim, Eu Cresci Assim, Vou Ser Sempre Assim: Respeitem-me!, o evento reuniu pessoas de diversos perfis e idades na Avenida Paulista e ruas próximas, na região central da capital. A Polícia Militar (PM) não estimou o público participante, pois alega que não faz mais esse tipo de cálculo em eventos dessa dimensão.

Uma professora de 36 anos, que também preferiu não ter o nome revelado, disse que foi ao evento para “curtir”, mas disse que a Parada do Orgulho LBGT é importante, por se tratar de uma festa para promover a liberdade de expressão. Ela ressaltou que dá aula para crianças e sofre preconceito por parte dos pais, que não aceitam que seus filhos tenham uma professora homossexual.Sem querer ser identificada, uma analista de planejamento, de 27 anos, contou que apesar de se relacionar com uma mulher de 42 anos há dois anos, foi sozinha à parada. O motivo é o preconceito do filho da namorada, que tem 18 anos e também é homossexual. “Ele não aceita nosso relacionamento, apesar de também ser homossexual. Mas estou firme e forte, esperando o dia em que ele vai aceitar e nós vamos nos casar. Acho que a parada contribui para que os pais possam se conscientizar e educar as crianças desde cedo para aceitar essa realidade da sociedade e entenderem que vivem em um mundo de diversidade”.

“Os pais chegam ao extremo de tirar o filho da escola, insultar, cobrar atitudes do dono da escola. São inúmeras formas de manifestação. Eles acham que vai acontecer alguma coisa com os filhos. Mas eu não tenho como combater isso sozinha onde trabalho. Sou um grão de arroz em uma batalha muito grande, porque o preconceito é muito forte. Acho difícil conseguir mudar por mais que se tente. A parada ajuda, mas não muda a cabeça das pessoas”, comentou.

Júlio César, 31 anos, trabalha como cabeleireiro, maquiador e também faz shows como drag queen em festas fechadas. Na parada, Júlio se caracterizou com seu personagem e destacou que o ato serve para as lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais mostrarem que não são apenas imagem e têm essência. “Nós temos conteúdo, temos alguma coisa para passar para as pessoas. Vivemos em uma cultura muito restrita na qual atá a mulher é muito discriminada. As coisas estão evoluindo e espero conseguir ver a aceitação antes de ficar velhinha”, enfatizou.

De manhã, na coletiva de imprensa que abriu o evento, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, destacou o papel do Poder Público para garantir os direitos dessa população. “O Poder Público tem que ir além da tolerância. Tem que defender a tolerância, combater a intolerância, mas tem que ter um componente social de resgate da cidadania também”, disse. Ele prometeu ouvir mais os militantes e dar mais transparência aos recursos investidos na parada.

Vários ativistas homossexuais que neste sábado tentavam organizar uma manifestação não autorizada em pleno centro de Moscou foram detidos pela polícia, constatou um jornalista da AFP.

"Queríamos organizar uma manifestação pacífica. Mas há dez anos nos proíbem", lamentou um dos organizadores, Nikolai Alexeiev, enquanto era levado por agentes a um carro da polícia.

Os ativistas se reuniram em uma grande avenida perto da prefeitura de Moscou, mas foram agredidos por ortodoxos que lançaram ovos e tentaram atingi-los com sprays de autodefesa. A polícia agiu e deteve manifestantes homossexuais, além de alguns de seus agressores. "Eles nos prenderam e espancaram nesta décima (marcha) de Orgulho Gay em Moscou", escreveu Alexeiev no Twitter.

A prefeitura de Moscou havia anunciado na quinta-feira a proibição desta "Gay Pride", sem dar explicações. Desde seu primeiro pedido de autorização, em 2006, os homossexuais nunca conseguiram o direito de se manifestar em Moscou e todas as suas tentativas foram dispersadas pela polícia.

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira que a assinatura de lei do feminicídio é um momento importante na afirmação da luta que coloca como foco a violência contra a mulher. Dilma relatou que 15 mulheres são mortas por dia no Brasil apenas pelo fato de serem mulheres. A fala dela ocorreu durante cerimônia de sanção da lei que tipifica o feminicídio como crime hediondo.

O evento ocorre no Palácio do Planalto e conta com a presença de mulheres atletas, integrantes de movimentos sociais e autoridades. "Em briga de marido e mulher, nós achamos que se mete a colher, sim. Não é invadir a privacidade; é garantir padrões morais, éticos", reforçou a presidente. "Essa morte pelo fato de ser mulher torna a questão de gênero, a questão do gênero feminino no Brasil especial, junto com outras categorias, como a questão de morte por ser negro como também toda a violência contra a população LGBT", afirmou. "Estamos afirmando aqui a importância de se combater a violência, tanto pela intolerância como pelo preconceito", argumentou a presidente durante seu discurso. "Infelizmente, ainda existe racismo e violência contra a população LGBT".

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"O Brasil não deve aceitar jamais ser a terra da intolerância e do preconceito", disse. Segundo a presidente, intolerância e preconceito são a semente dos piores males e matam a democracia. Dilma alertou que há brasileiros que consideram excessivas as leis que punem racistas e também aqueles que acham que homofobia não é um problema relevante. "Essa visão de mundo não é real e nós não a aceitamos", afirmou.

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Somos mais de sete bilhões de pessoas no planeta. Entre tanta diversidade de povos e culturas, encontramos centenas de religiões diferentes. O termo “religião” vem do latim “religare” que significa, em termos simples, religar, voltar a unir duas partes que estavam separadas. Infelizmente, a união nem sempre tem sido a premissa cultivada por alguns grupos.

Recentemente, o mundo ficou chocado com o ataque ao jornal Charlie Hebdo, em Paris. Um ato contra a liberdade e uma demonstração clara de intolerância religiosa. Aliás, no mundo todo, assiste-se a esse tipo de intolerância. No Brasil, por exemplo, apenas em 2014, o Disque 100 registrou 149 denúncias de discriminação religiosa e as principais vítimas são as religiões de matriz africana, como o candomblé e a umbanda.

Voltando ao ataque à redação do Charlie Hebdo, o ato deixou 12 mortos, 11 feridos e uma revolta mundial. Ainda sem ter sido reivindicado, entretanto, atribuído a islamistas, o ataque à redação do veículo pode gerar mais hostilidade em relação aos muçulmanos que residem na Europa. Isso porque, infelizmente, atos de pequenos grupos extremistas fazem com que toda uma religião seja transformada em vilã.

Se falarmos dos países do ocidente, em toda a história da humanidade, nunca as pessoas tiveram tantas possibilidades de escolher e manifestar opiniões e crenças diferentes das que antes eram predominantes na sociedade. Entretanto, apesar a diversidade de opiniões e da liberdade crescente para divergir de opiniões, não houve um aumento da tolerância das pessoas.

O episódio do Charlie Hebdo traz à tona novas discussões sobre a intolerância religiosa e o que fazer para acabar com atos como o ocorrido. Acreditamos que casos como estes estão ligados à falta de conhecimento e à reprodução de estereótipos. Para combater a intolerância é necessária, além da própria educação religiosa, a participação de uma imprensa ativa nas denúncias e no trabalho de esclarecimento à população, com canais de participação e outras ações.

No mundo, somos muitas culturas, em muitos países e que precisam aprender a conviver juntas. A consciência deve nos levar a diferenciar o Islamismo como religião de grupos terroristas e extremistas que tentam se justificar nas crenças religiosas, mas que, na verdade, não tem religião. Existe um meio muito bom para que possamos conseguir essa paz entre todos. O diálogo.

O que há em comum entre um rabino, um arcebispo, um clérigo muçulmano e o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair? Muitas coisas, de acordo com uma sessão incomum consagrada à religião realizada na quarta-feira no Fórum Econômico Mundial em Davos, onde discutiram o extremismo, a violência e a liberdade de expressão após os ataques contra a revista satírica francesa Charlie Hebdo em Paris há 2 semanas.

Durante um longo debate sobre os conflitos no Oriente Médio, Nigéria, República Centro-Africana e também os recentes ataques em Paris, os debatedores reconheceram que não há nada de novo.

"O extremismo não é um fenômeno recente, tivemos o extremismo no século 20, através do comunismo e do fascismo, que eram ambos ideologias profundamente anti-religiosas", declarou Blair, um cristão engajado, que é agora enviado especial para a paz no Oriente Médio.

"Não é a religião em si que causa conflito. No entanto, hoje, a ideologia que é mais ameaçadora para a nossa segurança é uma ideologia baseada em uma perversão da religião", acrescentou Blair em referência ao islamismo radical.

Hamza Yusuf Hanson, especialista em Islã, considerou, por sua vez, que o Islã radical era uma "perversão" e argumentou que o Islã tradicional era "uma das religiões excepcionais que permite que outras religiões vivam pacificamente em seu meio".

E o rabino David Rosen, do Comitê Judaico Americano, declarou que a religião foi desviada para manipular as pessoas, em uma espiral descendente que inevitavelmente leva à violência.

"Agora que nos sentimos ameaçados, é natural e desejável nos voltarmos para a religião", disse ele.

Charlie

Os líderes religiosos também discutiram os limites da liberdade de expressão após os atentados contra o jornal Charlie Hebdo há 15 dias em Paris.

Islamistas armados mataram 12 pessoas para "vingar" o profeta Maomé, após a publicação pela revista satírica de caricaturas do profeta.

Após os ataques, Charlie Hebdo publicou, novamente, em sua capa uma caricatura de Maomé, o que provocou uma onda de protestos e tumultos em muitos países muçulmanos, alguns dos quais resultaram em mortes.

O representante muçulmano Hamza Yusuf Hanson fez a crítica mais forte contra a publicação das caricaturas. "Esta é uma absoluta falta de civilidade e decência", disse ele.

Observando que os três homens armados que mataram 17 pessoas em 3 dias na França se radicalizaram, ele acrescentou que "você pode condenar e criticar a religião, não há nenhum problema nisso, mas você não pode ridicularizar pessoas e desrespeita-las".

O arcebispo sul-africano Thabo Makgoba Cecil questionou, por sua vez, "o que significa os slogans 'Je suis Charlie' e 'je ne suis pas Charlie".

Ele pediu aos homens públicos para se absterem "de expressões que fazem o buzz" e procurarem as razões que explicam o fenômeno da radicalização, principalmente na França.

O rabino Rosen afirmou ainda à AFP que insultar a religião das pessoas era pior do que um insulto racial.

Como, neste contexto, resolver o problema da religião transformada em violência?

Tony Blair explicou que a única solução a longo prazo é a educação.

"O extremismo não é natural, é algo que é ensinado e deve ser removido dos sistemas de ensino", disse ele.

Para o arcebispo Makgoba, "enquanto eu tiver fé, não abandonarei a esperança".

"De um total de mais de 6 bilhões de seres humanos no mundo, há apenas um punhado de terroristas, não nos deixaremos aterrorizar por esta minoria", declarou.

"A liberdade e o amor são valores-chave, e se os defendermos poderemos transcender a violência", ressaltou.

O Fórum Econômico Mundial, que acontece na estação suíça de Davos, reúne este ano até o sábado 2.500 líderes econômicos políticos e tomadores de decisões do mundo.

Doze suspeitos foram presos nesta sexta (16) em diversos pontos de Paris, em uma operação policial relacionada com os ataques terroristas da semana passada. As prisões ocorreram nas periferias sul e norte da capital francesa e nos bairros de Grigny, Montrouge, Fleury-Mérogis e Epinay-sur-Seine.

A Radio France Info, citando fontes judiciais, informou que os detidos (nove homens e três mulheres) são do círculo próximo dos três suspeitos mortos na semana passada, os irmãos Cherif e Said Kouachi e Amedy Coulibaly. Sem ser cúmplices diretos, os detidos poderiam ter facilitado a logística para a organização do atentado e dos ataques posteriores, que deixaram 17 mortos.

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Na quarta-feira da semana passada (7), dois homens encapuzados e armados, os irmãos Said Kouachi e Cherif Kouachi, de 32 e 34 anos, respectivamente, entraram na redação do Charlie Hebdo e mataram 12 pessoas.

Depois de dois dias em fuga, eles foram mortos na sexta-feira (9), durante ação de forças de elite francesas em uma gráfica em Dammartin-en-Goële, nos arredores da cidade, onde estavam. Em outro atentado, na quinta-feira (8), uma agente de polícia municipal foi morta no sul de Paris, tendo a polícia estabelecido ligação com os dois jihadistas autores do atentado aoCharlie Hebdo.

Na sexta-feira (9), no fim da manhã, quatro pessoas foram mortas em um supermercado kosher(judaico), no leste de Paris, por Amedy Coulibaly, 32 anos, em operação policial. Ele invadiu o mercado e fez reféns. Em entrevista a uma emissora de televisão francesa, Coulibaly disse que agiu conjuntamente com os irmãos Kouachi.

*Com informações da Agência Telam

O atentado contra o jornal Charlie Hebdo chocou o mundo pela barbárie e intolerância. É inacreditável admitir que a liberdade de expressão ainda seja reprimida por meio de ações violentas e assassinatos de grupos extremistas. Afinal, diversos foram os avanços que o Ocidente obteve em prol da livre expressão e da democracia nas últimas décadas.

Paris presenciou um atentado contra a liberdade. Um evento que, tragicamente, se desencadeou no País símbolo do liberalismo revolucionário e corrompeu os ideais de liberté, egalité, fraternité. Até quando a intolerância e o extremismo perdurarão, impedindo a liberdade de expressão?

Os jornalistas mortos faziam sátiras também com católicos, protestantes, esportistas de várias modalidades, políticos de várias tendências e nacionalidades. Ninguém se sentiu no direito de matá-los. Mas alguns muçulmanos radicais acham que possuem tal direito. Guerra santa é coisa da Idade Média.

Não vejo cristãos, budistas e outros fazendo guerra para instalar Estados religiosos. O Estado moderno é laico. O mundo livre e civilizado está em guerra contra bárbaros autoritários. Como quando se lutou contra nazistas, fascistas ou comunistas. Vencer os muçulmanos radicais será bem mais difícil.

E toda ajuda será necessária, especialmente aquela dos muçulmanos mais moderados. Se eles não querem ser jogados na mesma vala desses assassinos que falam em nome de seu Alá, precisam ser ainda mais duros nas críticas aos terroristas. Precisam ter mais coragem ainda para condenar sem contemporização essa barbárie feita em nome de sua religião.

Charlie Hebdo é um pequeno jornal semanal francês que segue uma linha esquerda satírica. A redação do jornal é muito livre, refletindo mais a inteligência dos seus jornalistas do que uma linha editorial precisa. Por isso o jornal sempre apresentou uma grande diversidade de opiniões.

Charlie Hebdo, para conservar uma independência total, tentou sobreviver sem ajuda de participação acionária de industriais ricos e sem subvenção do estado francês. A história de Charlie Hebdo é antiga e tormentada. O jornal trocou de nome várias vezes mas sempre conservou a sátira e o humor como veículo de denúncia.

Os títulos das matérias de Charlie se tornaram mitos na área jornalística. Um exemplo: em novembro de 1970, morre o general De Gaulle, em Colombey, onde morava. Alguns dias antes, um incêndio em uma discoteca no interior da França havia provocado a morte de 146 jovens. O jornal então publicou na capa, em tom sério e sem desenho algum, o seguinte título: Baile trágico em Colombey – um morto. Imediatamente, a circulação do jornal foi proibida pelo ministro do interior.

SEM CHIAR– A presidente Dilma mandou um recado para o PT, segundo revela Ilimar Franco, de Brasília: o partido não deve criar crises na distribuição dos cargos de segundo escalão. Um de seus dirigentes explicou que “o governo está partindo de uma realidade adversa, com a oposição em cima, e não será o PT que vai criar confusão para a presidente Dilma”.

Ansiedade mata – Dos deputados federais petistas que não foram reeleitos em Pernambuco nenhum ainda teve sinalização para cargos no segundo escalão. João Paulo e Fernando Ferro são os mais ansiosos. Pedro Eugênio, pela sua formação técnica, pode até ser abrigado no Ministério de Armando.

Até na Amupe – O PSB quer adotar também o critério da proporcionalidade na eleição da Amupe - Associação Municipalista de Pernambuco. Como é o partido que elegeu o maior número de prefeitos se acha no direito de continuar controlando a entidade, cuja diretoria será renovada em eleição em 10 de fevereiro. A oposição acata?

Conto de fadas– Passados 10 dias da assinatura ordem de serviço de retomada das obras da PE-292, que liga Albuquerquené a Afogados da Ingazeira, uma só máquina apareceu na estrada. Os sertanejos estão desconfiados de que foram vítimas, mais uma vez, de um conto de fadas, desta feita o primeiro do governador Paulo Câmara.

Arroz de festa– De olho no Palácio das Princesas em 2018, o senador eleito Fernando Bezerra Coelho (PSB) está batendo ponto até em festa de boneca. Foi visto na posse do prefeito de Inajá, Leonardo Martins, na presidência da Companhia de Desenvolvimento do Agreste Meridional (Codeam), sexta-feira passada à noite, em Garanhuns, um dia após ter paparicado vários ministros em Brasília.

CURTAS

PROTESTO– Depois de manifestações em Recife e Goiana, os cegonheiros promovem um ato, hoje, a partir das nove horas, no centro de Caruaru. Querem sensibilizar a direção da Fiat para transportarem os automóveis produzidos no Estado.

COTA– O deputado Carlos Eduardo Cadoca (PCdoB) provavelmente não irá recuperar o espaço perdido na estrutura do Governo estadual. O que se ouve nas Princesas é que ele já foi contemplado com o seu próprio mandato, já que estava na suplência.

Perguntar não ofende: A oposição vai lançar candidato à Presidência da Amupe? 

Um blogueiro saudita recebeu nesta sexta-feira 50 chibatadas perto de uma mesquita de Jidá (oeste da Arábia Saudita) como parte de sua condenação por insulto ao Islã, informaram várias testemunhas.

Raef Badawi, de 30 anos, recebeu sua punição em frente a uma multidão de fiéis depois da oração semanal, nas imediações da mesquita Al-Khafali, segundo testemunhas.

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O blogueiro foi condenado a 10 anos de prisão e a 1.000 chibatadas dividias em 20 semanas.

“Tire os sapatos! Aqui só entra descalço, pois o solo é sagrado”, avisa a placa em frente ao terreiro. O som forte do tambor, os cânticos entoados e o cheiro de ervas convidam a entrar. O bairro é Vasco da Gama, Recife. Na parte interna da casa, velas de diversas cores, pratos de comida espalhados pelo chão e imagens de orixás e caboclos, completam o cenário. Gritos e gemidos saem de uma sala, algumas pessoas que estão no espaço começam a se debater, e a falar uma linguagem desconhecida. A cena descrita faz parte de uma cerimônia de umbanda, chamada gira, na qual as pessoas rezam, cantam, dançam e incorporam várias entidades.

Este mesmo ritual ocorre em todo o País desde a constituição da crença, datado de 15 de novembro de 1908. Há dois anos, a data foi oficializada como o Dia Nacional da Umbanda.  Porém, devido ao preconceito e o desconhecimento que o culto ainda carrega pouco se tem a comemorar. “Para muita gente a umbanda é sinônimo do mal, de ‘macumba’, despacho”, diz o engenheiro e funcionário público, Jairo Jogaib.

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Carioca, Jairo teve o primeiro contato com a religião há 14 anos, no Recife. “Eu era católico, assim como meus pais. Fui parar na umbanda por acaso. Minha esposa foi chamada por uma amiga para fazer uma consulta e fui acompanhar. Assim que cheguei senti uma coisa diferente e quando começaram a tocar os atabaques entrei em alfa. Depois disso não parei mais de ir”, relata.

Hoje, médium, o engenheiro ajuda a mãe de santo nos trabalhos realizados em um centro umbandista, localizado no Ipsep, zona sul da capital. “Na nossa casa tem a desobsessão, fluído terapia, um tratamento de saúde que é uma aplicação de luzes através da mente. Realizamos vários outros trabalhos sem cobrar nada por isso. É caridade pura, buscamos fazer apenas o bem”.

Discriminação, desconhecimento e medo

Sobre o preconceito, Jairo diz que costuma levar na brincadeira. “As pessoas ficam chocadas quando falo qual é minha religião. Trabalho no Tribunal Regional Federal e faço questão de dizer que sou umbandista. Nas quartas, aviso que vou para o centro. Quando vejo que alguém acha estranho, na mesma hora brinco que vou fazer uma macumba e que se no outro dia a pessoa for parar no hospital a culpa foi minha”, diz aos risos.

O funcionário público faz questão de completar a frase explicando o que é macumba. “É uma árvore africana enorme e por isso tem muita sombra. Era embaixo dela onde as pessoas cultivavam seus deuses. E era da madeira dessa espécie de onde saíam os tambores utilizados em cerimônias religiosas. Foi daí que veio o nome macumbeiro, e não tem nada de ruim nisso”, detalha.

Não é como a mesma naturalidade que a enfermeira Júlia Lins encara a intolerância religiosa. “Sou filha de santo, faço consultas, mas não é para todo mundo que revelo. Já fui vítima de muito preconceito”, desabafa. 

Júlia não entra na taxa dos 0,3 % da população brasileira que se declara seguidor da religião. “Prefiro falar que sou espírita, pois os próprios praticantes não conhecem a filosofia da crença, misturam com o candomblé (religião afro-brasileiras), a jurema (doutrina de matriz indígena). Nós não usamos sangue, não fazemos sacrifícios de animais. A nossa filosofia prevê a humildade e a caridade, mas boa parte dos centros, mais conhecidos como terreiros, cobram pelo trabalho. Essa não faz parte da minha crença”, argumenta.

Foto: Úrsula FreireA enfermeira completa falando sobre o medo que as pessoas têm da religião. “Existe, sim, o despacho com intuito de fazer mal as outras pessoas. E as negatividades. Mas não ocorre em todos os centros (terreiros) e só funciona para quem não é do bem. Todo mal que é feito para pessoas de coração bom, acaba voltando para quem fez”.

Outro ponto citado pela umbandista é a incorporação. “A maioria da sociedade pensa que ao entrar em um terreiro, vai ‘baixar um santo’ e perder a consciência. Não funciona assim. Não é qualquer pessoa que pode incorporar. Existe uma preparação para isso, e leva um tempo”, completa.

“As pessoas deveriam visitar um centro umbandista para conhecer. Não precisa seguir a religião, é só para não ficar tirando conclusões cheias de preconceito”, finaliza a filha de santo. 

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Autoimune e incurável, a doença celíaca ou intolerância ao glúten traz dificuldades à alimentação dos portadores – não só pelo desconhecimento de grande parte da população a respeito dos sintomas e do tratamento, mas também pela escassez de produtos livres da proteína, presente em cereais como trigo, cevada, aveia, malte e centeio. A falsa impressão de que a doença só aparece durante a infância também prejudica os pacientes, surpreendidos com a enfermidade durante a fase adulta.

Segundo a nutricionista Danielle Barros, a intolerância ao glúten é genética e pode ser desencadeada em qualquer fase da vida. A doença surge porque, ao consumir alimentos que contenham a proteína, as vilosidades do intestino – já predispostas à doença – sofrem processo de inflamação e, por isso, não conseguem absorver os nutrientes do que é consumido.

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De acordo com informações da Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil (Fenacelbra), 1% da população mundial tem a doença e, dentro desse percentual, poucas pessoas já receberam o diagnóstico feito por um médico. No Brasil, existem associações dos portadores da doença principalmente nas regiões Sul e Sudeste. No Nordeste, a Fenacelbra conta com representações somente nos estados da Bahia e de Alagoas. Em Pernambuco, não existe uma associação ou um espaço físico destinado aos celíacos.

Diagnosticada há dois anos, Alice França é uma das administradoras de um grupo numa rede social em que pernambucanos que têm a doença conversam para tirar dúvidas e trocar ‘figurinhas’. Segundo Alice, a comunidade foi criada pela necessidade de troca de experiências a nível local. “Existe um grupo nacional, o Viva sem Glúten, em que os membros postam novidades todos os dias. Senti que as pessoas de Pernambuco queriam se organizar também e trocar experiências por aqui”, conta.

Cerca de 650 membros participam da comunidade e já chegaram a se encontrar pessoalmente para discutir sobre a doença em agosto de 2013. "Na internet, trocamos experiências, receitas e dicas de produtos e de lojas que vendam produtos livres de glúten, já que o mercado não oferece tantas opções. Para recomendar alguma coisa, é preciso que o produto seja gostoso. Também é importante que o consumidor não tenha tido nenhum efeito colateral", explica Alice.

SOLUÇÕES - Lara Marquim recebeu o diagnóstico há um ano e, desde então, procurou descobrir formas de contornar a proibição de doces, massas e alimentos que contenham trigo, cevada ou malte. "Fiquei muito triste quando soube da doença, achei até que estivesse com depressão. Larguei a faculdade de Administração porque só tinha vontade de ficar em casa, com medo de passar mal na rua. Depois, comecei a me informar sobre o tema, já que eu não sabia nada sobre a doença celíaca. Hoje em dia estudo Nutrição para ter mais condições de entender a intolerância ao glúten e para, futuramente, ajudar pessoas que tenham a doença", conta.

Na internet, Alice procura receitas adaptadas aos celíacos e afirma conseguir viver muito bem com a dieta sem glúten. “Já fiz bolos, biscoitos, pães, lasanha, pizza, crepes e panquecas que não levam farinha de trigo, que contém a proteína. O segredo é procurar levar a vida com naturalidade e encarar a doença sem alarde”, sugere. Apesar de escassos, os livros sobre o tema também trazem informações importantes a quem é intolerante ao glúten. 

COMENDO FORA DE CASA - Para elas, encontrar restaurantes que sirvam alimentos glúten free é uma das maiores dificuldades da doença. Segundo Lara, alguns restaurantes afirmam servir alimentos sem glúten, mas determinados pratos podem conter ingredientes com a proteína na composição. “Alguns estabelecimentos usam trigo para engrossar os molhos e dizem que não usaram glúten durante o preparo dos pratos. Falta conhecimento em relação à doença porque muitas vezes as pessoas não compreendem que os efeitos colaterais podem prejudicar a saúde de forma séria”, desabafa.

Mais de 11 pessoas com grau de parentesco próximo a Alice são intolerantes à proteína. Sua tia, Maria Amália Costa, tem intolerância ao glúten e tem três filhos que também possuem a doença. “Moro em Euclides da Cunha, uma cidade no interior da Bahia, e lá é muito difícil de encontrar os produtos já prontos”, conta Maria Amália.

“Também não existem muitos restaurantes que sirvam comidas que sejam adequadas à nossa dieta. A sorte é que moramos no Nordeste, uma região com muitas comidas preparadas à base de macaxeira. A tapioca equivale ao pãozinho francês na nossa casa”, afirma.

Alice ainda complementa que, em Pernambuco, não há serviço de delivery e, no supermercado, as marcas com alimentos mais saborosos pesam bastante no bolso. “O pior de tudo é o preço das coisas. As marcas internacionais geralmente são as que produzem alimentos mais gostosos, mas em compensação os produtos são vendidos a preço de ouro”, reprova.

A nutricionista Danielle Barros também comenta sobre a dificuldade de encontrar alimentos livres de glúten e aponta alternativas: “No mercado, existem poucas indústrias que fabriquem alimentos isentos de glúten, mas alguns tipos de macarrão já estão sendo fabricados com um tipo de trigo especializado. Além disso, o consumo de frutas e tubérculos é liberado para os celíacos”, informa.

Danielle também ressalta a importância de procurar um profissional especializado: “Dietas feitas conforme a moda podem ser prejudiciais à saúde. É importante entender que a doença celíaca é séria e, caso não seja tratada, pode levar o paciente à morte. É possível ter uma vida nutricionalmente equilibrada mesmo tendo a doença e procurar um profissional da saúde é essencial para garantir a reeducação alimentar e a retirada do glúten da dieta do paciente”, frisa a nutricionista.

Dois jovens evangélicos invadiram a igreja matriz, no centro de Sacramento, Minas Gerais, e destruíram oito imagens de santos. Um deles, de 20 anos, foi localizado e alegou ter feito isso por não concordar com a idolatria às estátuas, comum na igreja católica. O outro suspeito fugiu e está sendo procurado. O rapaz acabou autuado e foi preso.

O ataque, registrado nesta quarta-feira (16) revoltou os católicos da cidade. Um dos alvos foi a imagem de Nossa Senhora do Patrocínio do Santíssimo Sacramento, tombada pelo Patrimônio Histórico e que aguardava data de coroação no Vaticano.

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A prefeitura local divulgou uma nota lamentando a violência religiosa.

Muçulmanos de Mandalay, a segunda maior cidade de Mianmar, acusaram neste sábado a polícia de não agir enquanto budistas queimavam uma escola e outros prédios durante um distúrbio. A violência começou, segundo vários testemunhos, depois do funeral de um budista de 36 anos, vítima do mais recente distúrbio interreligioso vivido pelo país.

Um internato localizado na periferia da cidade, em uma zona muçulmana, foi queimada depois dos ataques neste sábado."Havia mais de 70 agentes da polícia, mas eles não fizeram nada", declarou Win Naing, um muçulmano responsável pela escola e que presenciou o ataque escondido na casa de um amigo budista.

No momento do ataque, não havia alunos na escola e ninguém ficou ferido."A polícia podia ter impedido, mas não fez nada", acusou Zaw Zaw Latt, um muçulmano membro de um grupo interreligioso da cidade.

A polícia não quis fazer comentários a respeito.A nova onda de violência começou na terça-feira, quando centenas de pessoas atacaram com pedras a loja de um muçulmano acusado de estupro.Cerca de 250 pessoas morreram em Mianmar desde 2012 em diversas ondas de violência entre budistas e muçulmanos.

Os atos de homofobia na França aumentaram 78% em 2013 em comparação com o ano anterior, anunciou nesta terça-feira a associação SOS Homofobia em seu relatório anual.

Esse aumento está relacionado com a intensa polêmica e à mobilização desencadeada no país pela lei sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo aprovada pelo Parlamento, indicou a organização.

Em 2013, a SOS Homofobia recebeu 3.500 denúncias, que incluem agressões e insultos na internet, no escritório ou na rua.

Os insultos representam 39% dos episódios de homofobia e as agressões físicas, 6%, indica o informe.

Não adianta. Todo ato de racismo é assustador. Por mais que eles se repitam todos os dias ao nosso lado ou em um longínquo estádio espanhol, sempre é motivo para estarrecimento, revolta e vergonha.

Por maior que seja o desenvolvimento tecnológico, parece que a evolução do ser humano parou no tempo. Boa parte da humanidade, se assim pode ser chamada, ainda refuta o que lhe parece estranho. Mesmo que este seja um semelhante.

O esporte nada mais é do que um grande amplificador da sociedade. Com isso, grupos de intolerância veem neste tipo de evento o momento propícios de vomitarem seus ideais escrupulosos. Engana-se quem imagina que esse tipo de manifestação é advinda apenas das arquibancadas.

Na semana passada foi divulgado um áudio onde Donald Sterling, dono do Los Angeles Clippers, time da NBA, recriminava a namorada por ela ter posto em uma rede social uma foto em que aparece ao lado de um atleta negro. O magnata ainda disse que não queria que a companheira levasse negros para as partidas do seu time. A atitude do cartola do basquete norte-americano teve uma grande repercussão nos EUA, com declarações de repúdio do presidente Barack Obama e do ex-jogador Magic Jonhson.

Ontem, antes de cobrar um escanteio, uma banana foi atirada em direção ao lateral-direito do Barcelona e da seleção brasileira, Daniel Alves. A forma que o baiano arrumou para responder as ofensas foi pegar um das frutas e comê-la dentro de campo. Após a partida o jogador afirmou que vem sofrendo preconceito nos 11 anos que atua no futebol espanhol e que agora só pode rir dos retardados.

Nessas duas situações de racismo ocorridas nos últimos dias mostra como pensam os retardos, que se julgam melhores que alguém por conta apenas da cor da pele. Os fatos também dão à tônica de como reagir e enfrentar situações como esta.

Falta pouco mais de 40 dias para o início da Copa do Mundo no Brasil e não é difícil de imaginar que ocorram atitudes semelhantes nas arquibancadas do mundial com pessoas de diferentes nacionalidades nela. Inclusive brasileiros, que já demonstraram esse ano, com o episódio contra o juiz do Rio Grande do Sul, que também são tão racistas como qualquer outro povo.

Mas sempre que isso acontecer deve causar indignação, respostas e punições à altura. O racismo é real. Tem nome, sobrenome e endereço. Não é tímido e sabe da força que tem. Da mesma forma é imbecil, sem fundamentos e estarrecedor. Difícil de acreditar que ele ainda existe. Macacos me mordam.

3 dentro

- Careca. Gritaram dentro dos Aflitos: “Habemus centroavante”. Com os dois gols marcados no último sábado, Rodrigo Careca parece ter cravado seu lugar na equipe do técnico Lisca.

- Rithely. É outro que estava no banco de reserva e vai mostrando que seu lugar não é lá. Peça fundamental do time desde o ano passado, o volante mostra que valeu a pena a briga da diretoria rubro-negra para que ele não fosse embora da Ilha do Retiro.

- Sérgio Guedes. Não venceu em seu jogo de estreia, mas conseguiu fazer até o momento o que é esperado dele. Motivou o elenco tricolor, que já mostrou um novo espírito ao enfrentar a Portuguesa no último sábado.

3 fora

- Balotelli. Garoto problema do futebol italiano, o jeito explosivo do atacante pode tirá-lo da Copa do Mundo. De acordo com a imprensa italiana, o técnico Cesare Prandelli não tem gostado das declarações do jogador quando é substituído por mão estar apresentando um bom futebol.

- Ronaldinho Gaúcho. O ex-melhor do mundo bateu mais um recorde. Mas esse não é de se orgulhar. Pela primeira desde que chegou ao Atlético-MG o meia é substituído em cinco partidas no mesmo ano.

- Thiago Silva. O capitão da seleção foi o responsável por adiar a festa do título do Campeonato Francês. O zagueiro marcou um gol contra e o PSG empatou em 1x1 com o Sochaux não podendo assim comemorar de forma antecipada o título nacional.

O deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) será investigado pelo crime de preconceito religioso. O parlamentar, que também é pastor evangélico, teria “profetizado o sepultamento dos pais de santo” durante uma das suas pregações. O social-cristão deve ser interrogado pela polícia federal nos próximos 30 dias para a apuração do caso. A autorização para a abertura do inquérito foi proferida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, no último dia 21. 

Marco Feliciano afirma, em um vídeo no YouTube, as “profecias”. “Eu profetizo a falência do reino das trevas. Profetizo o sepultamento dos pais de santo. Profetizo o fechamento de terreiros de macumba. Profetizo a glória do senhor na terra”, diz. Ainda não se sabe a data que a pregação foi efetuada.

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A abertura do inquérito foi solicitada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Segundo ele, Feliciano cometeu crime de racismo, ao agir com preconceito para com um tipo de religião. A punição prevista para este tipo de crime é de um a três anos de prisão e multa.

Em seu perfil no twitter, Feliciano se diz “tranquilo” e que o vídeo tem mais de 10 anos. “Li agora sobre a decisão do STF em abrir inquérito para apurar uma frase supostamente dita por mim em um vídeo. Recebi o vídeo e o assisti. Tem mais de 10 anos. O som não esta em sincronia com a imagem, e tenho dúvidas sobre o conteúdo das frases”, afirma. 

O parlamentar lembrou também que já recebeu diversas ameaças de “feitiçaria” por ter um projeto contra o uso de animais em sacrifícios religiosos. “É meu o projeto de lei q proíbe o uso de animais em sacrifícios religiosos. Já fui ameaçado por seitas de feitiçaria várias vezes”, revela.

O presidente de Uganda, Yoweri Museveni, recusou-se a promulgar uma lei aprovada pelo Parlamento do país para criminalizar os homossexuais e pediu aos deputados que revisem o projeto, informou hoje a imprensa local, mas os termos usados por ele para se referir aos gays causou revolta entre ativistas.

Em carta enviada ao presidente do Parlamento ugandense para justificar sua decisão, Museveni alegou que "pessoas anormais" não precisam ser encarceradas ou mortas. Segundo ele, os homossexuais do país precisam de "reabilitação econômica".

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No texto, Museveni atribui o homossexualismo em parte à "procriação desordenada" das sociedades ocidentais. Em outros casos, prossegue ele, homens tornam-se gays por "motivo de dinheiro" e mulheres "viram lésbicas por falta de sexo com homens".

Os detalhes da carta, publicados pelo jornal local Daily Monitor e confirmados por uma porta-voz da presidência, provocaram revolta entre os defensores dos direitos dos homossexuais.

A caracterização dos homossexuais pelo presidente "gera ainda mais ódio" em um país onde a discriminação aos gays já é exacerbada, declarou o ativista Frank Mugisha. Para ele, "não há motivo para comemorar" o fato de Museveni não ter promulgado a lei, aprovada pelo Parlamento no fim do ano passado. Fonte: Associated Press.

A Polícia Civil divulgou, nesta terça-feira (14), a criação de uma divisão específica foi criada para atender vítimas de intolerância, entre elas, as de homofobia. O setor ficará no Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), localizado no bairro da Imbiribeira, Zona Sul do Recife. Além disso, serão criados novos campos nos Boletins de Ocorrência (BOs) para auxiliar na criação das estatísticas dos crimes de homofobia. O serviço funcionará de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 18h.

A Divisão de Apoio a Testemunhas e Vítimas de Intolerância (DIVTVIN) utilizará esses registros visando à possibilidade de se criar um perfil com as características dos autores desses crimes. Na nova versão, novos campos de preenchimentos de dados foram inclusos, tais como: nome social, orientação afetivo-sexual e identidade de gênero, bem como a da motivação homofóbica.

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De acordo com a delegada responsável pela Divisão Gleide Ângelo, o objetivo é garantir atendimento adequado à população LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), orientar e monitorar o tratamento dispensado pelos servidores das unidades policiais. “Por ocasião de atendimento às vítimas, no que se refere ao nome social adotado e pelo qual são reconhecidas, identificadas e denominadas em seu meio social”, explica.

O atendimento será realizado por policiais capacitados no atendimento do público LGBT, vítimas de diversos tipos de crimes. Estes policiais realizarão o atendimento e a investigação dos referidos crimes. De acordo com o diretor de Tecnologia da Informação da Polícia Civil (PC) Roberto Carício, o processo de implantação nas demais delegacias do Estado continua em expansão. “A ideia é que até o primeiro trimestre de 2014 todas as delegacias, não só da Região Metropolitana, mas também do interior, recebam o sistema”.

Com informações da assessoria

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