Tópicos | João Vaccari Neto

O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), foi indiciado pela Polícia Federal por uso de caixa 2 na campanha de 2012 ao comando da prefeitura da capital paulista. O inquérito é um desdobramento da Operação Lava Jato e acusa o petista de crime de falsidade ideológica eleitoral. Além dele, também foram indiciados ex-tesoureiro de campanha do PT João Vaccari Neto, o coordenador da campanha de Haddad à Prefeitura de São Paulo, Chico Macena, o ex-deputado pelo PT Francisco Carlos de Souza. 

As investigações foram deflagradas a partir da delação premiada do empresário Ricardo Pessoa, sócio da empreiteira UTC, que revelou ter sido procurado por Vaccari depois das eleições para pagar uma despesa deixada pela campanha referente a serviços gráficos custando R$ 2,6 milhões. O valor real seria de R$ 3 milhões, mas uma negociação feita pelo ex-diretor Financeiro da UTC Walmir Pinheiro conquistou o desconto para o pagamento à vista. 

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“Todo conjunto probatório colhido nos autos está a indicar que a prestação de serviços gráficos à campanha de Fernando Haddad por parte das empresas LWC e C NDIDO & OLIVEIRA GRÁFICA LTDA. em valores acima daqueles declarados à Justiça Eleitoral, bem como o pagamento pela prestação desses serviços via empresas de fachada e recebimento de numerário em espécie, com origem ilícita",  afirma o relatório entregue pela PF à Justiça Eleitoral nesta segunda (15). 

A gráfica utilizada era de um homem chamado Chicão, que até o momento não havia sido identificado, mas depois a PF certificou que se tratava do ex-deputado Francisco Carlos de Souza. Outras três pessoas ligadas a uma gráfica que prestou serviços para a campanha eleitoral de Haddad também foram indiciadas no mesmo inquérito. 

O Ministério Público Federal (MPF) pediu à Justiça Federal do Paraná a condenação do ex-ministro José Dirceu, do ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e de mais 13 réus da ação penal da 17ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Pixuleco. O pedido foi feito nas alegações finais entregues pelo MPF à Justiça na noite da quinta-feira (7).

No pedido, o MPF acusa Dirceu dos crimes de organização criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Já Vaccari é acusado do crime de corrupção passiva, que assim como o ex-ministro, teria cometido 31 vezes.

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Dirceu tem o agravante de já ter sido condenado anteriormente na Ação Penal 470, o processo do mensalão, segundo o MPF.

Na mesma ação penal também são réus Júlio Camargo, Pedro Barusco, Olavo Hourneaux de Moura Filho, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, Roberto Marques, Julio César Dos Santos, Renato Duque, Pedro Barusco, Gerson Almada, Cristiano Kok, José Antunes Sobrinho, Milton Pascowitch e José Adolfo Pascowitch. A denúncia contra eles foi aceita pelo juiz federal Sérgio Moro em setembro do ano passado.

Para Camargo e Barusco, o MPF pediu a suspensão da ação penal, já que ambos assinaram acordo de delação premiada e já foram condenados anteriormente.

O MPF pede o pagamento de uma indenização de R$ 56.795.673,16211 e a devolução de R$ 113.591.346,32 à Petrobras “correspondente ao dobro do valor total de propina paga em todos os contratos e aditivos acima mencionados, no interesse dos quais houve a corrupção de empregados da Petrobras”, diz o pedido”, diz o pedido.

Nas alegações, os procuradores pedem também a quebra do acordo de delação premiada de Fernando Moura, já que, segundo o MPF, o lobista entrou em contradição em um depoimento.

O advogado de João Vaccari, Luiz Flávio D’Urso, disse que as acusações contra seu cliente se baseiam em alegações feitas por delatores e que não há provas contra ele. Por isso, a defesa pedirá a absolvição. A reportagem não conseguiu contato com a defesa do ex-ministro José Dirceu.

A defesa do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, condenado por corrupção na Lava Jato, informou à Justiça Federal no Paraná que vai ficar em silêncio caso tenha que depor no inquérito que investiga a suspeita de ocultação de patrimônio do ex-presidente Lula e sua mulher, Marisa Letícia, envolvendo um tríplex no Guarujá, cidade do litoral paulista.

Como está preso em Curitiba por ordem do juiz Sérgio Moro, da Operação Lava Jato, o Ministério Público de São Paulo precisa solicitar ao magistrado autorização para tomar seu depoimento.

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A audiência, que seria realizada no Ministério Público do Paraná, já estava marcada para o próximo dia 24, mas foi suspensa após um recurso do deputado petista Paulo Teixeira contra o promotor paulista Cássio Conserino, responsável pelo caso, ser acatado pelo Conselho Nacional do Ministério Público, suspendendo os atos da investigação - inclusive os depoimentos do ex-presidente Lula e da ex-primeira dama, marcados para a última terça, 16.

Na petição encaminhada a Moro, a defesa do petista pede que o depoimento não seja realizado para evitar os custos de deslocamento de Vaccari, que como está preso precisa ser escoltado pela polícia, já que o ex-tesoureiro adiantou que vai ficar em silêncio.

Vaccari presidiu a Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop) de 2004 a 2010, período em que a esposa de Lula, Marisa Letícia, adquiriu cotas do empreendimento da Bancoop no Guarujá. A cooperativa, contudo, se tornou insolvente e em 2009 o empreendimento foi repassado para a empreiteira OAS. Além disso, o petista também é réu na Justiça Federal de São Paulo no processo que aponta desvio de R$ 70 milhões dos cofres da Bancoop durante sua administração.

Segundo divulgou o Instituto Lula, com a transferência para a empresa a esposa do ex-presidente parou de receber os boletos da cooperativa e não aderiu ao contrato com a nova incorporadora, e a família decidiu abrir mão do apartamento e receber de volta o valor que eles investiram.

Na próxima terça-feira (23), o plenário do CNMP vai analisar a liminar do conselheiro Valter Shuenquener que acatou parcialmente o pedido de Paulo Teixeira e suspendeu os depoimentos da investigação. Os promotores responsáveis pela investigação também afirmaram que vão recorrer da decisão do conselheiro.

A segunda tentativa, desta quarta-feira (3), de fazer com que o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, responda os questionamentos dos deputados que integram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Fundos de Pensão está sendo frustrada. Isto porque o petista optou por fazer silêncio e não responder as perguntas dos parlamentares.

Nessa terça (2), o Supremo Tribunal Federal concedeu um habeas corpus permitindo que Vaccari Neto não respondesse ao interrogatório.

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A postura do petista foi duramente criticada pelos parlamentares. Sob a ótica do sub-relator de investimentos da CPI, Marcus Pestana (PSDB-MG), o silêncio do depoente é desrespeitoso e revela a cumplicidade do ex-tesoureiro com o esquema de corrupção denunciado pela operação Lava Jato.

“É um silêncio eloquente e revela falência de padrões éticos”, disse. Entre outras perguntas, ele questionou o papel do depoente no agendamento de reuniões entre empreiteiras e dirigentes de fundos de pensão e o papel do ex-tesoureiro na indicação desses dirigentes.

O deputado Rocha (PSDB-AC) também lamentou que Vaccari não tenha se mostrado disposto a colaborar com os trabalhos da CPI. Já o deputado Sóstenes Cavalcante (PSD-RJ) disse que o silêncio “é muito parecido com o de verdadeiros bandidos”.

Vaccari foi convocado para depor na CPI dos Fundos de Pensão porque, segundo presidente da CPI, deputado Efraim Filho (DEM-PB),  “há graves indícios de que exerceu tráfico de influência junto aos fundos de pensão para desviar recursos e atender a interesses políticos partidários”. O parlamentar disse ainda que o silêncio do depoente “poderá gerar presunção de culpa aos membros da comissão”.

O relator da CPI, deputado Sérgio Souza (PMDB-PR), apontou que Vaccari foi citado por delatores da Operação Lava Jato, como o lobista Milton Pascowitch, como um dos recebedores de pagamentos por parte da empreiteira Engevix, que teria pago propina para celebrar contratos com a Petrobras.

Souza acrescentou ainda que houve investimentos da Funcef (fundo de pensão dos funcionários da Caixa Econômica Federal) na Engevix. Entre outras questões, o relator questionou o ex-tesoureiro do PT se ele recebeu propina e se houve ingerência política juntos aos dirigentes da Funcef para que investimentos fossem aprovados.

*Com a Agência Câmara

O ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, deve prestar depoimento nesta quarta-feira (4), às 13h30, na 5ª Vara do Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste da cidade de São Paulo, no processo que apura a suspeita de irregularidades na Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop).

Vaccari Neto saiu de Curitiba na manhã de hoje, sob a escolta da Polícia Federal. Atualmente, ele cumpre pena no Complexo Médico-Penal de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, pela condenação em outro processo por envolvimento na Operação Lava Jato.

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No período de 2005 a 2010, o ex-dirigente petista comandou a Bancoop que está sob investigação desde 2010. Segundo a denúncia apresentada pelo Ministério Público de São Paulo e acatada pela Justiça neste ano, entre as irregularidades consta que, durante a gestão de Vaccari, os imóveis não teriam sido entregues dentro do prazo e a movimentação de recursos teria servido de captação para o caixa dois do PT. As acusações foram negadas pelo ex-dirigente como também pelo partido.

Dando segmento às atividades da CPI da Petrobras em Curitiba, no Paraná, os parlamentares fizeram uma acareação entre o ex-executivo da Toyo Setal, Augusto Mendonça Neto, o ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque e o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Durante a reunião, apenas Mendonça respondeu a perguntas dos membros do colegiado, os outros dois decidiram permanecer em silêncio. 

Um dos delatores do esquema de corrupção, Mendonça Neto confirmou o teor de depoimentos prestados por ele à Justiça. Ele readmitiu ter feito pagamentos de propina a Renato Duque e confirmou a existência de um “clube de empreiteiras” para combinar o repasse das licitações da estatal. 

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"Parte dos pagamentos era feito em espécie e entregues a emissários em meu escritório. E parte era depositada em contas no exterior movimentadas por Mário Góes”, disse Mendonça. Preso na Operação Lava Jato, Mário Góes é acusado de ser operador do esquema e de intermediar o pagamento de propina por empresas contratadas pela Petrobras.

“O senhor Augusto Mendonça é um mentiroso, mente na delação e sabe que está mentindo aqui, mas, por orientação dos meus advogados, vou permanecer em silêncio. Ele é um mentiroso contumaz. É um absurdo alguém dizer, na delação, que entregou vultosos recursos a uma pessoa chamada 'tigrão' [pessoa que receberia dinheiro em nome de Renato Duque, segundo Mendonça]”, retrucou Duque. “Confirmo tudo o que disse nos meus depoimentos”, treplicou Mendonça.

Como o delator era o único disposto a falar, o deputado Luiz Sérgio (PT/RJ), relator da CPI, questionou quem seria o “Tigrão”. "Era um codinome, não sei quem era. Foram pelo menos três pessoas com esse codinome 'Tigrão'", respondeu o delator. 

Esse é o terceiro dia de trabalho da CPI na capital paranaense para ouvir presos em diversas fases da Lava Jato. À exceção do presidente da empresa Odebrecht, Marcelo Odebrecht, que respondeu parte dos questionamentos da comissão, e Augusto Ribeiro de Mendonça, todos os demais convocados optaram pelo silêncio.

Renato Duque chama Augusto Mendonça de “ladrão”

O ex-diretor de Serviços da Petrobras acusou o empresário Augusto Mendonça de “ladrão” ao responder a uma pergunta da deputada Eliziane Gama (PPS-MA) sobre pagamento de propina que teria sido intermediada por Mendonça e pelo empresário Júlio Camargo – outro delator do esquema de desvio de recursos da Petrobras.

“Ele disse que recebeu dinheiro do consórcio, através do Júlio Carmargo, para repassar propina. Ele disse que pagou R$ 33 milhões de propina a mando do Júlio, mas o Júlio disse que a propina foi de R$ 12 milhões. Ele tem que explicar a diferença, onde está o dinheiro. Ele roubou do consórcio”, acusou Duque.

Na acareação, Mendonça alegou que a acusação faz parte da estratégia da defesa de Duque. “Ele pode falar o que quiser. Meu papel como colaborador é dizer a verdade sobre os fatos. Eu entreguei para o Ministério Público todos os contratos e notas fiscais que mostram a saída dos recursos. Entreguei também as contas que me foram indicadas para depositar”, respondeu o empresário.

*Com informações da Agência Brasil e da Agência Câmara

O operador de propinas Milton Pascowitch afirmou em sua delação premiada que José Dirceu - preso desde segunda-feira (3) pela Operação Pixuleco - participou de uma reunião em sua casa, no Rio, em que participaram ele, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque e Roberto Marques, o Bob, que era braço direito do ex-ministro.

"Se discutia a necessidade de que alguém intercedesse junto ao diretor (da Petrobras) José Eduardo Dutra para que fossem licitados novos contratos de terceirização de mão de obra", afirmou Pascowitch, em depoimento prestado ao Ministério Público Federal. O encontro teria ocorrido em 2013, quando Dirceu estava às vésperas de ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no processo do mensalão.

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Duque havia deixado a Petrobras e atuava como consultor em sua empresa D3TM Consultoria - usada para receber propina, segundo a Lava Jato -, mas ainda exerceria influência na estatal.

Os contratos discutidos no encontro eram da Hope Serviços e da Personal Service, que pagavam propina para o esquema de Dirceu, segundo apontam os procuradores da Lava Jato.

A Hope tem contrato bilionário de terceirização de mão de obra técnica e a Personal de serviços de recepção e limpeza. Segundo Pascowitch, no início da gestão da diretoria de Duque, por volta de 2003, 2004, o grupo político de Dirceu, representado pelo lobista Fernando de Moura, se aproximou da Hope, "estabelecendo um 'relacionamento comercial’" que teria perdurado até o Mensalão.

"Na ocasião do Mensalão, a área política se afastou dessas demandas, tendo sido estabelecido um 'interlocutor', entre as áreas, que no caso foi a pessoa de Julio Camargo", registra o delator. "Antes do Mensalão esse recebimento era feito diretamente dos interessados da área política."

Divisão

"Hope pagava 1,5% do valor bruto constante de planilha com o valor faturado dos contratos, o que significava 3% líquido. A Personal pagava valores fixos mensais, apurados de acordo com cada contrato", informa o MPF no pedido de prisão de Dirceu e dos outros alvos da Pixuleco.

"Esses recursos somavam uma média de R$ 500 mil mensais, alcançando R$ 700 mil a R$ 800 mil." Pascowitch apontou a divisão dos valores: "A Fernando Moura (representante de Dirceu na Petrobras) cabiam R$ 180 mil/mês. Duque recebia uma 'cota' de 40% dos valores ilícitos que restavam depois de deduzida a parcela mensal de R$ 180 mil, o que equivalia a cerca de R$ 280 mil mensais; Dirceu, 30%", informou o delator, que disse ficar com outros "30%".

Pascowitch acrescentou ainda que, após certo momento, "por autorização de Dirceu, Luiz Eduardo (seu irmão) e Roberto Marques passaram a receber R$ 30 mil cada". "Quando havia sobras por parte de Dirceu (quando este não precisava de recursos), elas ficavam com Vaccari."

Representante dos pagamentos das duas empresas a partir de 2008 ou 2009, após o lobista Moura se desentender com Julio Camargo, Pascowitch afirma saber que a Hope teria pago os valores até final de 2013 e que a Personal continuou até ser deflagrada a Lava Jato, em março de 2014.

"Os prazos de contratos haviam sido encerrados, havendo necessidade de nova licitação", explicou o delator, que confirmou ter entregue R$ 10 milhões em propina na sede do PT.

Segundo Pascowitch, "Duque atuava diretamente no direcionamento dos convites em novos procedimentos licitatórios". O delator afirmou que a Hope e a Personal ganharam os novos contratos, mas não soube dizer se os pagamentos voltaram a ocorrer.

Defesa de José Dirceu

Em nota à imprensa, o criminalista Roberto Podval, defensor de Dirceu, classifica como desnecessária e sem fundamento jurídico a prisão preventiva do ex-ministro, decretada pela Justiça Federal do Paraná na segunda-feira, 3, e afirma que irá recorrer da decisão nos próximos dias.

Segundo o advogado Roberto Podval, o ex-ministro cumpre prisão domiciliar e já havia se colocado à disposição da Justiça por diversas vezes para prestar depoimento e esclarecer o trabalho de consultoria prestado às construtoras sob investigação.

"Como já havíamos argumentado no habeas corpus preventivo, José Dirceu não se enquadra em nenhuma das três condições jurídicas necessárias para a decretação de uma prisão preventiva: ele não apresenta risco de fuga, não tem como obstruir o trabalho da Justiça nem tampouco é capaz de manter qualquer suposta atividade criminosa", afirma.

"Mesmo sem entrar no mérito apresentado pelo Ministério Público para justificar a prisão, o argumento da Procuradoria de que Dirceu teria cometido crime desde a época em que era ministro da Casa Civil até o período de sua prisão pela Ação Penal 470 também não tem fundamento porque as atividades da JD Assessoria e Consultoria foram encerradas no ano passado e o meu cliente não tem qualquer contato ou recebeu qualquer recurso do delator Milton Pascowitch."

Roberto Podval alerta para o cálculo equivocado apresentado pela Polícia Federal sobre os supostos recebimentos ilícitos por meio da JDA. O delegado Márcio Anselmo afirmou que o montante chegaria a R$ 39 milhões. "Esse é o total faturado pela empresa em 8 anos de atividade, quando atendeu cerca de 60 clientes de quase 20 setores diferentes da economia", diz Podval. "Não há qualquer razoabilidade imaginar que os pagamentos de multinacionais de diversos setores da indústria teriam relação com o suposto esquema criminoso na Petrobras."

Desde 2006, a JDA foi contratada por empresas como a Ambev, Hypermarcas, Grupo ABC, Telefonica, EMS, além dos empresários Carlos Slim e Gustavo Cisneros. Todos, quando procurados pela imprensa, confirmaram a contratação do ex-ministro para orientação de negócios no exterior ou consultoria política.

"Querem apontar a JDA como uma empresa de fachada, o que é muito inconsistente", completa Roberto Podval. "O ex-ministro sempre teve profundo reconhecimento internacional e desenvolveu importantes laços de relacionamento com destacadas figuras públicas ao longo de toda sua trajetória e militância política. Esse era o ativo e o valor de José Dirceu como consultor, sem que nunca fosse exigido dele, por parte dos clientes, o envio de relatórios ou qualquer outro tipo de comprovação dos serviços prestados."

A defesa do ex-ministro reitera que o trabalho de consultoria nunca teve qualquer relação com contratos da Petrobras e que Dirceu sempre trabalhou para ajudar as construtoras na abertura de novos negócios no exterior, em especial em países como Peru, Cuba, Venezuela e Portugal.

Defesa de João Vaccari Neto

O criminalista Luiz Flávio Borges D’Urso reagiu enfaticamente aos termos da delação de Milton Pascowitch, que afirmou ter entregue propina em dinheiro vivo para o ex-tesoureiro do PT. Pascowitch disse que pagou R$ 10 milhões em espécie na sede do PT, em São Paulo. Vaccari está preso em Curitiba, base da Lava Jato, desde abril de 2015.

"Não procede qualquer afirmação, nem desse delator nem de qualquer outro, de que o sr. Vaccari tenha recebido qualquer quantia em espécie. Na verdade, cumprindo sua função de tesoureiro do PT, o sr.Vaccari sempre solicitou doações legais ao partido", declara D’Urso.

O advogado afirmou que todas as doações solicitadas pelo ex-tesoureiro "foram invariavelmente realizadas por depósitos bancários, com o respectivo recibo".

"De tudo foi prestado contas às autoridades competentes", declarou Luiz D’Urso. "Vale lembrar, mais uma vez, que palavra de delator não é prova. E que até hoje nenhuma palavra que acuse o sr. Vaccari nas várias delações foi objeto de comprovação."

Defesa do Partido dos Trabalhadores

"O Partido dos Trabalhadores refuta as acusações de que teria realizado operações financeiras ilegais ou participado de qualquer esquema de corrupção. Todas as doações feitas ao PT ocorreram estritamente dentro da legalidade, por intermédio de transferências bancárias, e foram posteriormente declaradas à Justiça Eleitoral."

Defesa da Hope

"A Hope informa que sempre colaborou e continuará colaborando com as autoridades. A empresa tem certeza de que, ao final das apurações, tudo será esclarecido."

O presidente da CPI da Petrobras, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), confirmou as acareações marcadas na comissão. Apesar do pedido de cancelamento por parte do ex-gerente da área de Serviços da Petrobras Pedro Barusco , os deputados o colocarão frente a frente, nesta quarta-feira (8) e quinta (9), respectivamente com o ex-diretor de Serviços Renato Duque e com o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.

A solicitação de cancelamento foi encaminhado ao colegiado pela advogada de Barusco, Beatriz Catta Preta, que argumentou que o ex-gerente não pode comparecer nesta semana em razão de suas condições de saúde. No entanto, Motta indeferiu o pedido e explicou que, na data em que a advogada apresentou o requerimento, Barusco prestou depoimento à Justiça Federal do Paraná, mostrando que, portanto, tem condições de falar à CPI também. “Esta CPI considera as acareações imprescindíveis”, frisou ele, no início da sessão desta terça (7).

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As acareações só serão canceladas se o ministro do Supremo Tribunal Federal, Celso Mello, deferir o de habeas corpus impetrado pela advogada Beatriz Catta Preta. No documento, ela repetiu o argumento apresentado à CPI.

Primeiro depoente da CPI da Petrobras, o ex-gerente-executivo da Diretoria de Serviços da estatal, Pedro Barusco, confirmou, em março, o recebimento de propinas desde 1997, período do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Segundo ele, a propina paga pelas empresas contratadas pela Petrobras variava entre 1% e 2% dos valores dos contratos.

Já Duque e Vaccari usaram o direito de não responder perguntas que pudessem incriminá-los e permaneceram em silêncio diante dos deputados. Ambos poderão repetir essa estratégia durante as acareações.

 

Em depoimento à Justiça Federal no Paraná, o ex-gerente de Engenharia da Petrobras e delator da Lava Jato, Pedro Barusco, afirmou ao juiz Sérgio Moro que começou a tratar de propinas com o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto em 2010 por meio de bilhetes repassados pelo petista para o então diretor de Serviços da estatal Renato Duque, preso na operação.

"Começou assim com uns bilhetinhos que vinham com uns assuntos. Ai o Renato Duque se reunia com o doutor Vaccari e me passava um bilhete para esclarecer alguns assuntos. Ai eu esclarecia e passava para ele (Renato Duque), para ele numa próxima reunião, digamos assim, passar o retorno. Ai depois ele (Renato Duque)passou a me levar nas reuniões e aí estreitou o relacionamento", afirmou o delator ao ser questionado pelo juiz.

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Barusco, que fazia a contabilidade da propina para Duque e registrava todos os repasses, reafirmou o teor de sua delação na audiência e explicou que começou a tomar conhecimento de pagamentos de propina ao PT na medida em que foi ganhando confiança de Renato Duque.

Ao ser questionado por Moro sobre quem introduziu a divisão dos pagamentos, o delator contou que foi tomando conhecimento das divisões da propina e dos repasses para o PT na medida em que Renato Duque falava com ele sobre o tema. "Não é que introduziu (o PT na divisão de propinas), ele (Renato Duque) passou a me dar mais informação, acredito que já tenha (a divisão de propinas com o PT) desde o começo", disse, em referência ao ano de 2003 quando foi para a diretoria.

Com o tempo, Barusco passou a participar dos encontros entre Duque e Vaccari e, segundo o delator, as reuniões envolvendo ele, o ex-tesoureiro e o ex-diretor ocorriam nos hotéis Windsor, em Copacabana, no Rio de Janeiro e Meliá, na região da Avenida Paulista, em São Paulo. Além das propinas, eram tratados outros assuntos, como demandas e até reclamações das empresas que participavam das licitações na estatal trazidas por Vaccari.

"Se falava sobre o andamento das licitações, dos contratos, as vezes ele (Vaccari) trazia algum questionamento, alguma dificuldade, precisava resolver algum assunto (das empreiteiras), um assunto até técnico assim, algum impasse. As vezes até acontecia realmente de o contrato ter problemas de difícil solução, que, digamos assim, merece uma ação da gerencia mais alta, eventualmente que alguma empresa não estava pagando", relatou.

Barusco reafirmou que não sabe como era operacionalizado os repasses para o PT, mas disse que, em alguns destes encontros ouvia de Vaccari que as empreiteiras não estavam repassando a propina. "Não era o propósito especifico (conferir os repasses de propina nas reuniões), mas as vezes acontecia (de alguém reclamar): 'Pô ele pagou para mim e não pagou para casa (nome dado a Duque e Barusco na divisão da propina)'. Não era esse o objetivo principal, mas as vezes acontecia né? (de Vaccari indagar) 'está te pagando? porque para mim não está'", contou.

O depoimento de Barusco ocorreu na ação penal contra João Vaccari Neto, Renato Duque e o executivo e também delator Augusto Ribeiro Mendonça, da Setal. Nesta ação, Augusto é acusado de repassar R$ 2,4 milhões da propina destinada ao PT por meio de contratos com a editora Gráfica Atitude. Apesar de ser um dos principais delatores da Lava Jato, que entregou farta documentação aos investigadores sobre os repasses que ocorreram em 90 contratos da estatal, além de indicar os operadores que atuavam no esquema, Barusco não soube falar sobre o episódio específico envolvendo o repasse para a Gráfica.

Defesa

O criminalista Luiz Flávio Borges D'urso, que defende João Vaccari Neto, diz que "do ponto de vista da defesa o ponto mais importante do relato de Pedro Barusco à Justiça Federal é que ele voltou a reafirmar que não sabe se João Vaccari Neto recebeu de fato algum numerário, como recebeu, onde recebeu, desconhecendo por completo essa situação. É o que ressaltamos de muito importante no depoimento dele (Barusco).

A defesa de Renato Duque não foi localizada pela reportagem.

O juiz Sérgio Moro, responsável pelas ações penais da Lava Jato, negou nesta segunda-feira, 22, o pedido da defesa do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto de revogar sua prisão preventiva. No despacho, o magistrado cita os depoimentos de cinco delatores da Lava Jato citando o ex-tesoureiro como operador de propinas do PT e aponta que "não houve uma alteração relevante do quadro probatório" que levou à prisão do ex-tesoureiro.

A decisão ocorre após a defesa de Vaccari apresentar no fim de maio resposta aos questionamentos de Moro, sobretudo referentes aos repasses em dinheiro vivo do ex-tesoureiro para sua esposa Giselda Rousie de Lima entre 2008 e 2014. Neste período ela recebeu R$ 583 mil de Vaccari, valor que, segundo a defesa, foi declarado à Receita Federal e é compatível com a renda bruta de R$ 3,4 milhões que Vaccari teve no período.

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Apesar de considerar "louvável" as explicações da defesa do ex-tesoureiro em seu despacho, Moro lembra que as transações para a esposa de Vaccari não foram os elementos determinantes que levaram à decretação da prisão preventiva "até mesmo porque, como alega o MPF, João Vaccari Neto participaria do esquema criminoso recolhendo a propina para o Partido dos Trabalhadores e não para si próprio".

Delações

Mesmo entendendo que as delações estão sujeitas à interpretação, o magistrado lembrou dos depoimentos dos delatores Pedro Barusco, Alberto Youssef, Paulo Roberto Costa, Eduardo Hermelino Leite e Augusto Ribeiro Mendonça que implicam Vaccari no esquema.

Além disso, ressalta Moro, no caso do depoimento de Augusto Mendonça também foram apresentados comprovantes de doações oficiais das empresas do delator ao PT que teriam sido efetuadas com dinheiro de propina, além de comprovantes de pagamentos à Gráfica Atitude supostamente para mascarar repasses ao PT. O caso é alvo de uma ação penal específica na qual Vaccari também é réu.

A decisão de Moro de manter Vaccari preso atende ao pedido da força-tarefa da Lava Jato que investiga vários episódios envolvendo ele e, sobretudo, sua cunhada, Marice Corrêa de Lima, suspeita de ocultar patrimônio supostamente ilícito para o ex-tesoureiro - que está preso desde 15 de abril deste ano e é réu na Lava Jato acusado de corrupção e lavagem de dinheiro.

O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto foi aplaudido de pé por três minutos, nesta quinta-feira, 11, no 5.º Congresso do PT. A manifestação de apoio ocorreu na reunião fechada em que os delegados do encontro aprovaram a Carta de Salvador, documento produzido pelo grupo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Preso desde abril pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, Vaccari é acusado de desvio de dinheiro da Petrobrás para abastecer o caixa do PT. "O companheiro Vaccari foi preso injustamente", disse Markus Sokol, dirigente da corrente O Trabalho, que pediu uma salva de palmas para o ex-tesoureiro.

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A 1.446 quilômetros do Congresso do PT, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, que cumpre prisão domiciliar em Brasília, também "pairou" sobre o encontro nas conversas dos petistas. Houve até quem admitisse sentir saudade do tempo em que ele dirigia o partido com mão de ferro, de 1995 a 2002. Em conversa com amigos, na semana passada, Dirceu previu que o congresso do PT seria esvaziado e chamou o encontro de "convescote".

Antes de entrar para a reunião que aprovou a tese-guia do 5.º Congresso, um delegado da Paraíba abordou Sokol, sem esconder a curiosidade. "É verdade que a Dilma só vai vir no Congresso do PT porque o Lula mandou?", perguntou ele. "Rapaz, sei não, mas a mulher é estranha", respondeu o petista.

O presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Rui Falcão, saiu em defesa da legenda durante coletiva de imprensa nessa sexta-feira (5) em Aracaju. O líder garantiu que o PT não está em crise e comemorou a adesão de mais de 17 mil filiações de janeiro a junho deste ano. 

Além de contabilizar a quantidade de novos integrantes do partido, Falcão alegou que há mais de 139 mil pedidos de filiação aprovados e aguardando as plenárias de confirmação da militância e outros 47,2 mil pleitos para ingressar na sigla estão em análise. “Ou seja, são quase 200 mil que estão pedindo para ingressar no PT”, reforçou Falcão.

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De acordo com o líder nacional, a legenda conta atualmente com 1,74 milhão de filiados. “Isso não é um partido de crise, como a mídia monopolizada tenta mostrar”, defendeu. “Não pode ter crise um partido que está há 12 anos no poder, ganhou a quarta eleição consecutiva. Não estamos em crise, apesar do ataque feroz que a direita conservadora, a mídia monopolizada e aqueles que não se conformam com a derrota no passado fazem contra nós”, rebateu Falcão, em texto divulgado no site oficial do PT. 

O petista aproveitou a conversa com a imprensa para relembrar o “Mensalão Tucano” e defender o ex-secretário de Finanças do PT João Vaccari Neto. “Não há nenhuma prova contra ele (Vaccari). As maquinações que levaram à prisão foram todas desmentidas. Esperamos que ele seja solto brevemente porque não se pode condenar ninguém sem provas”, declarou.

A Polícia Federal transferiu nesta terça-feira, 26, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e os ex-deputados Luiz Argôlo (SD-BA), Pedro Corrêa (PP-PE) e André Vargas (ex-PT-PR) para o Complexo Médico-Penal em Pinhais, região metropolitana de Curitiba (PR). Alvos da Operação Lava Jato, os quatro estavam presos na sede da PF no Paraná.

A remoção ocorreu por volta de 9h, a pedido do delegado Igor Romário de Paula e autorizada pelo juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações decorrentes da investigação sobre o esquema de corrupção e propinas na Petrobras. Igor Romário alegou falta de espaço e dificuldades em manter os presos na Custódia da PF.

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Em sua decisão, Moro destacou que, apesar das "relativas boas condições", a carceragem federal não comporta "número significativo de presos".

O juiz da Lava Jato afirmou que já autorizou a transferência de outros presos da Lava Jato para o mesmo Complexo Médico-Penal onde, agora, se encontram nove presos da Lava Jato. Os ex-deputados são investigados por suspeita de recebimento de propinas. São os primeiros políticos formalmente acusados na Lava Jato.

No caso de André Vargas, ex-secretário de Comunicação do PT e ex-vice-presidente da Câmara, a Procuradoria afirma que ele foi beneficiário de propinas no âmbito de dois contratos de publicidade com a Caixa Econômica Federal que somaram R$ 968 milhões, incluindo aditivos, e em um contrato com o Ministério da Saúde, no valor de R$ 120 milhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Quatro réus na Operação Lava Jato foram transferidos na manhã desta terça-feira (26) da carceragem da Polícia Federal (PF), em Curitiba. Os ex-deputados federais André Vargas, Pedro Corrêa e Luiz Argôlo e o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, foram levados para uma penitenciária comum estadual, o Complexo Médico-Penal, em Pinhais (PR), região metropolitana de Curitiba.

Segundo a assessoria da Superintendência da PF, a transferência ocorreu por volta das 9h. O número de policiais empregados na operação não foi divulgado.

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Vargas, Corrêa e Argôlo foram presos no início de abril, durante a 11ª fase da Operação Lava Jato - que apura denúncias de desvio de dinheiro e corrupção na Petrobras, além de irregularidades em contratos de publicidade da Caixa Econômica Federal e do Ministério da Saúde . Vaccari foi preso poucos dias depois.

A transferência dos quatro para o sistema penitenciário foi solicitada pelo delegado federal Igor Romário de Paula, um dos responsáveis pela condução dos inquéritos da Lava Jato. Segundo o delegado, as instalações da PF não têm capacidade para abrigar um grande número de presos. A transferência foi autorizada nessa segunda (25), pelo juiz federal Sérgio Moro.

Com a transferência, os investigados ficarão submetidos às regras do presídio, mas permanecerão em ala reservada. Segundo o diretor do Complexo Médico Penal, Marcos Marcelo Muller, ao chegar à unidade, os quatro réus passaram pelos procedimentos normais, incluindo revista. Eles ficarão em celas de uma ala especial, destinada a pessoas com curso superior ou agentes de segurança que, por razões de segurança, precisam ser isolados dos presos comuns.

O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto alegou que os R$ 583 mil que passaram em dinheiro vivo pela conta da sua mulher, Giselda Rousie de Lima, entre 2008 e 2014, tiveram origem em seus vencimentos e estão declarados no Imposto de Renda. Segundo ele, o valor é compatível com a renda bruta de R$ 3,4 milhões que teve no período.

Constituído por Vaccari, o criminalista Luiz Flávio Borges D'Urso apresentou à Justiça Federal no Paraná, base da Operação Lava Jato, as respostas ao questionamento do juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processos sobre o esquema de corrupção na Petrobras, ante pedido de reconsideração da prisão preventiva do ex-tesoureiro do PT.

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Pesa contra Vaccari a acusação de ser operador de propina em nome do PT no esquema de corrupção na Petrobras, alvo da Lava Jato. Já réu em um processo criminal, o ex-tesoureiro é acusado de usar a mulher e a cunhada, Marice Correa de Lima, para ocultar patrimônio supostamente ilícito.

Moro pediu esclarecimentos sobre os depósitos em dinheiro no total de R$ 583.400,00 na conta de Giselda. Do montante total, segundo o Ministério Público Federal, R$ 322.900,00 passaram pela conta de Giselda em depósitos em dinheiro abaixo de R$ 10 mil e, R$ 206.500,00, em depósitos em dinheiro acima de R$10 mil. Para os procuradores da força tarefa da Operação Lava essa movimentação provocou suspeitas sobre a origem dos valores.

Segundo Luiz Flávio Borges D'Urso, "em razão da própria atividade profissional de Vaccari, que inclusive sempre demandou inúmeras viagens pelo País, é Giselda, sua esposa, quem administra as finanças domésticas e, para tanto, ele lhe repassava os valores necessários, não tendo grande movimentação bancária, face a entrega de seu dinheiro para que a mulher o gerisse, depositando-o em sua conta".

"Os valores brutos recebidos de salário pelo acusado, durante o mesmo período mencionado pelo Ministério Público Federal de 2008 a 2014, demonstrando que recebeu recursos suficientes para justificar os R$ 583.400,00 depositados na conta de sua esposa, pois no período desses 7 anos auferiu renda bruta no valor total de R$ 3.476.387,50?, informa o advogado Luiz Flávio Borges D'Urso.

"Todos os valores depositados na conta de Giselda Rousie de Lima são provenientes, quase que em sua totalidade, dos salários de seu marido Vaccari e que tais valores são sacados da conta do requerente e transferidos para a conta de sua mulher Giselda, restando uma pequena parte que provém de sua (Giselda) aposentadoria, além de sua atividade como psicóloga", registra o defensor, em documento anexado nesta segunda-feira, 25, aos autos da Lava Jato.

Vaccari declarou como origem dos pagamentos ao longo dos sete anos Itaipu (em que era conselheiro), os salários como dirigente da Bancoop (cooperativa habitacional do Sindicato dos Bancários de São Paulo), duas aposentadorias e o PT. Ex-tesoureiro nacional do partido de 2010 a 2015 ele declarou o recebimento de R$ 66,5 mil do PT em 2014.

"Importante frisar que as informações acima foram obtidas pelas declarações de Imposto de Renda anteriormente juntadas no pedido de reconsideração de vossa decisão, podendo ser confirmadas agora, também, pelos informes de rendimento referentes ao período de 2008 a 2014."

A defesa de Vaccari apresentou planilhas, informes de rendimento, informações do banco Itaú, bem como cópias dos extratos bancários para provar o que diz.

Nos valores considerados de origem suspeita pela força-tarefa da Lava Jato, R$ 322,9 mil são em depósitos em dinheiro abaixo de R$ 10 mil e outros R$ 206,5 mil em depósitos em dinheiro acima de R$ 10 mil.

Vaccari explicou no documento que em "razão da própria atividade profissional" ele "sempre demandou inúmeras viagens pelo País". Ele explicou que Giselda, sua mulher, é quem administra as 'finanças domésticas'.

"Percebe-se que invariavelmente sempre que há um depósito na conta de sua esposa, este é precedido por um saque na conta do acusado, demonstrando a coincidência das movimentações", assinala D'Urso.

Vaccari está preso até esta segunda-feira na Custódia da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. Ele será transferido na manhã desta terça-feira, 26, para o Complexo Médico-Penal, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.

O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto afirmou nesta quinta feira, 7, que não há ilegalidade no repasse de R$ 250 mil que fez em favor de seu irmão, o zelador Antônio Carlos Vaccari, que comprou uma casa no valor de R$ 300 mil no município de Bastos, interior de São Paulo.

A Polícia Civil abriu inquérito para investigar suposto crime de lavagem de dinheiro. A Polícia suspeita que o ex-tesoureiro do PT lavou dinheiro com a compra do imóvel. O irmão de Vaccari ganha salário de R$ 1 mil por mês.

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Para o delegado Sandro Resina Simões, a operação pode caracterizar lavagem de dinheiro. O caso foi enviado nesta quarta-feira, 6, para a Polícia Federal em Curitiba (PR), onde o ex-tesoureiro está preso por suspeita de lavagem de dinheiro e corrupção no âmbito da Petrobras.

Em nota, a defesa de João Vaccari Neto rebateu que a operação seja ilícita. O advogado Luiz Flávio Borges D'Urso, que defende Vaccari, declarou que "tudo está absolutamente legal". Segundo D'Urso, o ex-tesoureiro do PT "tem caixa suficiente para essa operação, fruto de recebimento pelo seu trabalho".

O criminalista destaca que em depoimento do próprio Antônio Carlos Vaccari, perante a Polícia Civil de Bastos, ele disse que recebeu R$ 80 mil de seu irmão, João Vaccari Neto, "que adquiriu sua parte na propriedade de uma casa deixada em herança pela mãe deles".

O valor restante, R$ 170 mil, "João Vaccari Neto transferiu a seu irmão por via bancária".

"Não há qualquer sombra de dúvida quanto à origem lícita desses recursos", crava Luiz Flávio Borges D'Urso.

O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto pediu revogação da ordem de prisão preventiva que o mantém desde 15 de abril sob custódia da Operação Lava Jato - investigação sobre cartel, corrupção e propinas a políticos na Petrobras, esquema do qual ele é acusado de envolvimento.

Como "derradeira argumentação", Vaccari sugere ao juiz Sérgio Moro - que conduz as ações da Lava Jato e mandou prendê-lo -, a adoção de uma medida cautelar, "especialmente aquela que dispõe sobre a concessão de liberdade vigiada por meio de tornozeleira eletrônica, medida que abranda e afasta o rigor extremo desta prisão preventiva, que se mostra injustificada".

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O pedido é subscrito pelo criminalista Luiz Flávio Borges D’Urso, que defende Vaccari. O ex-tesoureiro está preso na Polícia Federal em Curitiba (PR), base da Lava Jato, sob suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro oriundo de propina do esquema Petrobrás supostamente direcionada para o partido.

O uso da tornozeleira encontra respaldo no artigo 319 do Código de Processo Penal - norma que prevê medidas alternativas à prisão preventiva. D’Urso reafirma, em 44 páginas, que o ex-tesoureiro não cometeu ilícitos. O criminalista juntou ao pedido documentos que, em sua avaliação, comprovam a inocência de Vaccari e a coerência de sua movimentação financeira.

O advogado fustigou a delação do doleiro Alberto Youssef, personagem central da Lava Jato. Youssef afirmou que pagou propinas para o PT, via João Vaccari Neto. D’Urso aponta "absoluta inexistência de elementos de prova a corroborar a versão de Youssef".

Ele aponta também para outro delator, Pedro Barusco, ex-gerente de Engenharia da Petrobrás e braço direito do ex-diretor de Serviços da estatal, Renato Duque. Barusco também acusou Vaccari de requerer dinheiro desviado de contratos da estatal para o partido. Segundo o advogado, em sua própria versão Barusco "afirma desconhecer se Vaccari recebeu ou não algum recurso ilícito".

O criminalista contesta, ainda, a delação do executivo Augusto Mendonça, de uma das empreiteiras sob acusação de integrar o cartel na Petrobrás. Mendonça disse que Vaccari lhe pediu para pagar propinas para o PT, via Editora Gráfica Atitude, ligada ao partido. "A palavra de Augusto Mendonça só comprova depósito em conta de uma editora, mas não apresenta nada a corroborar que (Vaccari) tenha seguido orientação sua", rebate D’Urso.

Entre os documentos exibidos pelo advogado para reforçar a tese de que Vaccari não praticou ilícitos estão a doação de cotas feita pelo ex-tesoureiro à sua filha, Nayara; doação da mulher de Vaccari à filha do casal; empréstimo da tia Marice à sobrinha Nayara.

O advogado sustenta "regularidade e legalidade do empréstimo que Claudio Mente fez à Vaccari, devidamente pago um ano depois". Além disso, a defesa assinala que Vaccari deixou suas funções de tesoureiro do partido, o que afasta a hipótese da força tarefa da Lava Jato de que no comando dessa secretaria do PT ele poderia interferir na investigação ou até mesmo na instrução dos processos criminais.

D’Urso destaca "ausência de qualquer risco à ordem pública" no caso de Vaccari ser colocado em liberdade e que ele é primário, "registra bons antecedentes e residência fixa". Por fim, o criminalista observa que Vaccari tem feito "colaboração constante com a Justiça e a Polícia, comprometendo-se a comparecer a todos os da instrução processual".

"Os argumentos que embasaram o decreto prisional não subsistem, num cenário onde o que existe se limita à palavra de delator, o que não é prova judicial, e também às suspeitas, que neste momento foram esclarecidas e comprovadas pelos documentos juntados, demonstrando assim, que nada de ilegal existe no comportamento do requerente (Vaccari), desautorizando a manutenção de sua custódia preventiva", sustenta Luiz Flávio Borges D’Urso.

Para o criminalista,"não existe mais neste caso, fato que, objetivamente, legitime esta prisão".

A nova denúncia criminal contra o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, por lavagem de dinheiro, é resultado de um desdobramento da investigação sobre propinas pagas para o partido, em forma de doações oficiais, e para o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque no âmbito dos contratos e desvios das obras das refinarias REPAR, situada em Araucária (PR), e REPLAN, em Paulínea (SP). A força-tarefa do Ministério Público Federal que investiga corrupção na Petrobra sustenta que parte do valor que teria sido desviado da REPAR e da REPLAN foi destinada a Duque e acabou direcionada para Vaccari e o PT por meio da Editora Gráfica Atitude, que mantém vínculos com a agremiação partidária.

Os repasses para Vaccari e o PT, segundo a nova denúncia, ocorreram mediante a celebração de contratos ideologicamente falsos - "porque não houve a correspondente prestação de serviços" -, entre a Atitude e o Grupo SOG/SETAL, representado pelo executivo Augusto Mendonça, um dos delatores da Lava Jato.

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A nova denúncia, amparada inclusive na delação de Mendonça, destaca que em relação aos contratos da REPAR e da REPLAN, a lavagem e operacionalização dos pagamentos das propinas prometidas pela SOG e demais empresas consorciadas à Diretoria de Serviços ocorreu mediante três principais formas: pagamento de valores em espécie direto a Pedro Barusco, ex-gerente de Engenharia da Petrobras

e braço direito de Renato Duque; remessas de valores para contas indicadas por Barusco e Duque no exterior; doações oficiais ao PT, a pedido de Duque e intermediadas por Vaccari.

"A par de viabilizar o recebimento (lavagem) de vantagens ilícitas sob a forma de 'doações oficiais' João Vaccari Neto também foi responsável por, em conjunto com Renato Duque, no interesse próprio e do Partido dos Trabalhadores (PT), receber mediante celebração de contratos frios pela Editoria Gráfica Atitude Ltda, uma parte da propina paga pelo Grupo Sog/Setal à Diretoria de Serviços da Petrobrás", assinalam os procuradores da República que integram a força tarefa da Lava Jato.

Os procuradores fazem referência à primeira denúncia contra Vaccari, que já é réu por corrupção e lavagem. Segundo os procuradores, "parte das vantagens ilícitas destinadas por Augusto Mendonça à Diretoria de Serviços foi repassada ao Partido dos Trabalhadores, mediante indicações de Renato Duque e João Vaccari Neto, sob o disfarce de 'doações oficiais' ao PT, por meio das empresas PEM, Projetec e SOG".

Esses repasses de propina em forma de doações, segundo a denúncia, foram executados no período de 23 de agosto de 2008 a 8 de março de 2012, somando R$ 4,26 milhões. Os procuradores alegam que, atendendo a pedido de Duque, "em data incerta, mas próxima ao dia da celebração do primeiro contrato em 1.º de abril de 2010?, Mendonça encontrou-se com Vaccari.

O então tesoureiro do PT, diz a denúncia, teria solicitado que, paralelamente ao repasse ao partido, "mediante doações oficiais, repassasse as propinas a tal agremiação, no valor de R$ 1,2 milhão mediante a realização de pagamentos à Editoria Gráfica Atitude, sediada em São Paulo".

Ainda segundo a acusação, Mendonça, "interessado em atender aos interesses do então diretor de Serviços da Petrobrás Renato Duque e do operador João Vaccari Neto, que representava o partido político que sustentava aquele (Duque) na Diretoria de Serviços da estatal, e pretendendo, em seguida, proceder a baixa das propinas que prometera à referida Diretoria da Petrobrás, anuiu com o pedido de pagamentos à Editora Gráfica Atitude feito por João Vaccari Neto".

Mendonça solicitou, "para que não restasse comprometido o caixa de suas empresas, que os pagamentos fossem efetuados de maneira parcelada".

"Efetuados os ajustes, no intuito de ocultar e dissimular a natureza, origem, disposição, movimentação, localização e propriedade dos valores provenientes, direta e indiretamente, dos delitos praticados anteriormente indicados, referentes a obras localizadas inclusive no Paraná, destinando tais valores a João Vaccari Neto e ao PT, foi celebrado, em São Paulo, em 1.º de abril de 2010 contrato de prestação de serviços de comunicação entre a Setec Tecnologia S/A, empresa do grupo de Augusto Mendonça, e a editoria Gráfica Atitude Ltda", ressalta a Procuradoria.

"A presente denúncia insere-se como um prolongamento (da primeira contra Vaccari), na medida em que, conforme revelado por Augusto Mendonça durante a colheita de seu termo de colaboração complementar de número 5, também houve lavagem de vantagens indevidas auferidas pela SOG em decorrência de contratos que firmou com a Petrobrás, notadamente REPAR, situada em Araucária, no Paraná, e REPLAN, situada em Paulínea, para posterior pagamento de beneficiários indicados por Renato Duque (Diretoria de Serviços da Petrobrás), no caso João Vaccari Neto, e o Partido dos Trabalhadores, mediante a celebração de contratos ideologicamente falsos - porque não houve a correspondente prestação de serviços - com a Editora Gráfica Atitude Ltda, a qual tem vinculações com o PT."

A força-tarefa do Ministério Público Federal na Lava Jato entregou à Justiça nesta segunda-feira (27) nova acusação formal contra o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque e o executivo Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, um dos delatores da investigação sobre corrupção na estatal. Segundo o Ministério Público Federal, a denúncia foi oferecida pela prática de lavagem de dinheiro, por 24 vezes, no total de R$ 2,4 milhões, entre abril de 2010 e dezembro de 2013. Vaccari e Duque estão presos.

Segundo a denúncia, uma parte da propina paga para Renato Duque, então diretor de Serviços da Petrobras, foi direcionada por empresas do grupo Setal Óleo e Gás, controlado por Augusto Mendonça, para a Editora Gráfica Atitude Ltda., a pedido de João Vaccari Neto, então tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT). Os procuradores da força tarefa da Lava Jato sustentam que existem, ainda, "vários indicativos de ligação da Gráfica Atitude com o PT".

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Os procuradores relatam na acusação entregue à Justiça Federal que para conferir uma justificativa econômica aparentemente lícita para os repasses da propina, empresas do grupo Setal, Setec e SOG, assinaram dois contratos, em 1.º de abril de 2010 e em 1.º de julho de 2013, respectivamente, com a Gráfica Atitude Ltda.

"Contudo, a Gráfica jamais prestou serviços reais às empresas do grupo Setal, emitindo notas frias para justificar os pagamentos", afirmam os procuradores. "A responsabilidade criminal de pessoas vinculadas à Gráfica será apurada em investigações próprias."

Segundo o procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da Força-Tarefa Lava Jato, "embora a denúncia envolva um partido político, o esquema era pluripartidário".

"Já foram denunciados, anteriormente, operadores vinculados às diretorias controladas pelo PP e pelo PMDB. A partidarização do olhar sobre as investigações prejudica os trabalhos, porque tira o foco do que é mais importante, que é a mudança do sistema, o qual favorece a corrupção seja qual for o partido", afirma a Procuradoria. "Por isso o Ministério Públcio Federal apresentou as dez medidas contra a corrupção e a impunidade."

Vaccari permanece preso, à disposição da Justiça Federal. O procurador da República Roberson Pozzobon, que também integra a força-tarefa, ressalta que essa e outras prisões são essenciais para proteger a sociedade. "Os presos continuaram praticando crimes até 2014, de modo profissional e ignorando o avanço das investigações. Caso sejam soltos, estarão em posição de continuar a praticá-los, pois são donos e dirigentes de empresas com grandes contratos com o poder público, ou mantêm milhões em propinas no exterior que poderão ser escondidas ou gastas."

O Ministério Público Federal pediu a condenação dos réus à restituição de R$ 2,4 milhões, bem como ao pagamento, a título de indenização, de mais R$ 4,8 milhões.

A pena para o crime de lavagem de dinheiro é de três a dez anos de prisão. Segundo a Procuradoria, a pena aplicada será aumentada de um até dois terços "em razão da reiteração dos crimes e de terem sido praticados por organização criminosa".

A cunhada de João Vaccari Neto, Marice Correa Lima, disse em depoimento aos investigadores da Lava Jato que foi uma indenização de R$ 240 mil paga pelo PT por causa do escândalo do mensalão que cobriu o valor desembolsado na compra de um apartamento em construção no Guarujá, no litoral paulista, em 2011.

O imóvel foi adquirido por ela da Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop) - fundada por um núcleo do PT nos anos 1990 e que teve Vaccari como dirigente.

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O apartamento - declarado por R$ 200 mil na compra, em 2011 - foi devolvido um ano depois para a incorporadora da obra e rendeu a Marice um crédito de R$ 432 mil, registra análise de inteligência da Receita Federal. A empresa que pagou o valor é a OAS - uma das 16 empreiteiras acusadas de cartel e corrupção na Petrobrás. Em 2014, o imóvel foi vendido pela empreiteira por R$ 337 mil.

Tanto a origem do dinheiro da compra, como o lucro de mais de 100% na venda, um ano depois, são considerados supostas operações fraudulentas de ocultação patrimonial e lavagem de dinheiro de Vaccari, via Marice.

Os procuradores da República e a PF suspeitam que o negócio "serviu para ocultar e dissimular a origem ilícita dos recursos, tratando-se de possível vantagem indevida paga pela OAS a João Vaccari Neto".

Mensalão

Em depoimento prestado à Polícia Federal no dia 20 a cunhada de Vaccari disse que fechou com o PT um acordo para o pagamento de R$ 240 mil por seu nome ter sido citado no escândalo do mensalão, em 2005. Na época, Marice era coordenadora administrativa do partido, que efetuou um pagamento de R$ 1 milhão, em espécie, à Coteminas - empresa do então vice-presidente José Alencar.

A maior parte desse dinheiro, R$ 200 mil, entrou na conta de Marice, em pagamentos feitos entre março e novembro de 2011 pelo escritório de advocacia do ex-deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), segundo a análise de inteligência da Receita, com base na quebra de seus sigilos.

Marice confirmou que a compra do apartamento em construção da Bancoop foi feita "utilizando os recursos recebidos de uma indenização por danos morais, pagos por um advogado mediante acordo". Ela afirmou que o pagamento "não foi precedido de processo ou de notificação judicial ou extrajudicial". Foi um acerto entre as partes por causa da "divulgação do nome" em associação ao mensalão.

Questionada sobre o fato de o escândalo ter ocorrido em 2005 e o pagamento em 2011, a cunhada de Vaccari disse que houve uma negociação com o PT e que foi firmado um contrato do acordo de indenização.

Procurados ontem, nem o PT nem o advogado Luiz Eduardo Greenhalgh não haviam respondido aos questionamentos feitos pela reportagem até a conclusão desta edição.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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