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Na primeira sessão da CPI do Cachoeira nesta terça-feira, depois de um mês de recesso, a senadora Kátia Abreu (PSD-TO) desafiou Andressa Mendonça, mulher do contraventor Carlinhos Cachoeira, a apresentar o dossiê que teria contra a parlamentar. A ameaça de Andressa foi feita depois de ser denunciada, na semana passada, por chantagem a um juiz federal e obrigada a pagar uma fiança de R$ 100 mil. Na época, segundo Kátia Abreu, a mulher do bicheiro teria afirmado possuir um dossiê contra a senadora, inclusive com fotos.

Andressa teria dito que a senadora "não saía da casa de Cachoeira e teria pedido dinheiro para a campanha". À CPI, a senadora afirmou também que recebeu ameaças em seu gabinete, originadas de um telefone público localizado em Taguatinga, cidade a 20 quilômetros de Brasília. "É uma tentativa de me amedrontar. Não tenho medo dela e de seu comparsa", disse a senadora, ao informar que protocolou uma interpelação contra Andressa, em Goiânia. "Carminha e Max só na TV. Não vão jogar meu nome no lixão", completou Kátia Abreu, numa referência à novela Avenida Brasil.

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Andressa deveria prestar depoimento à comissão nesta terça-feira, mas ficou em silêncio e se negou a responder qualquer pergunta. "Mentirosa e cascateira", acusou a senadora, no momento em que Andressa Mendonça deixou calada a sala da CPI.

O outro depoente, Joaquim Gomes Thomé Neto, acusado de ser um dos responsáveis pelas escutas telefônicas que favoreceriam os negócios de Cachoeira, também ficou em silêncio. "Estamos investigando uma organização criminosa e, por isso, quanto mais o tempo passa, mais a organização se fecha. Mas não são só os depoimentos que são o centro de nossa investigação", afirmou o relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG).

O vice-presidente da República e presidente licenciado do PMDB, Michel Temer, confirmou nesta quinta-feira (13), durante evento do partido em São Paulo, que convidou a senadora Kátia Abreu (PSD-TO) para se filiar à sua sigla. "A Kátia é minha velha amiga", disse ele, argumentando que há poucos dias foi a uma solenidade do CNA e disse que se ela tivesse se filiado ao PMDB, talvez não tivesse tido o desentendimento com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD, por conta da política de alianças dessa sigla em Belo Horizonte.

De acordo com Temer, o encontro com Kátia Abreu foi na terça-feira e ele deve manter conversas com a senadora sobre o assunto. "Eu disse: as portas estão abertas", ressaltou.

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Nesta tarde, Temer participou de um evento com a aproximadamente 400 candidatos a prefeito e a vice-prefeito em todo o Estado de São Paulo. Questionado sobre sua atuação em campanha durante horário de expediente, Temer alegou que veio a São Paulo para o velório de um amigo de infância e que em seguida aproveitou para participar do evento de seu partido. Por ser um militante antigo do PMDB, Temer disse que ficaria difícil para ele ficar longe das campanhas. "É muito difícil que eu não participe das campanhas do PMDB", afirmou.

Senadores e deputados federais ficaram irritados com o silêncio do contraventor Carlinhos Cachoeira, durante a sua ouvida na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), encerrada agora a pouco. Em todos os questionamentos feitos pelos parlamentares, Cachoeira usou o direito de permanecer calado.

O senador Radolphe Rodrigues (PSOL-AP) questionou ao depoente sobre os depósitos feitos de mais de R$ 1 milhão na conta de sua ex-mulher e de seu cunhado. “Podemos perceber que o senhor tem uma relação muito próxima com sua ex-mulher”, ironizou o senador Radolphe Rodrigues. Nem mesmo tal provocação foi aceita pelo contraventor que, em resposta, disse: “calado”.

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Incomodada com a postura de Carlinhos Cachoeira, a senadora Kátia Abreu (PSD-TO), referiu-se à ele com uma "múmia" e sugeriu que a sessão seja interrompida. “Não vamos fazer papel de bobos para um chefe de quadrilha com a cara de cínico”, disparou a senadora. Para Kátia, seria mais produtiva a realização de uma sessão administrativa em que Cachoeira seria obrigado a se posicionar.

Em consonância com a senadora, o deputado federal, Silvio Costa (PTB/PE), também reforçou que a sessão desta tarde está servindo para auxiliar a preparação da defesa de Cachoeira. “Este não é o silêncio dos inocentes. É sempre o primeiro clero da organização a ser ouvido. Tomara que a gente (parlamentares) tenha o talento para mudar isso. Todo mundo aqui, na linguagem popular, está dando ouro ao bandido”, disse o deputado, que ainda classificou a sessão como um “espetáculo ridículo, penoso, embora constitucional”.

O discurso consensual na fala dos deputados e senadores durante a sessão foi o de que o advogado de Cachoeira, o ex-ministro da Justiça, Márcio Tomaz Bastos, instruiu bem seu cliente a permanecer calado, auxiliando assim a sua defesa.

Durante depoimento do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), a senadora Kátia Abreu (PSD-TO) afirmou que a nota fiscal referente ao pagamento do aluguel da aeronave King Air, que transportou o ministro durante agenda no Maranhão em 2009, consta de processo de prestação de contas de convênio da pasta com a ONG Pró-Cerrado. O presidente da entidade, Adair Meira, negou que tenha custeado o aluguel da aeronave. Meira percorreu um trecho da viagem no avião ao lado de Lupi.

Segundo Kátia Abreu, a referida nota fiscal consta da prestação de contas do convênio 60051/2007 firmado entre o Ministério do Trabalho e a ONG Pró-Cerrado, no valor de R$ 2,37 milhões. A senadora solicitou que cópia do inteiro teor do processo de prestação de contas seja enviada à comissão.

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Em depoimento aos deputados na semana passada, Lupi afirmara que não tinha relações com Adair Meira e foi acusado de mentir, pela oposição. Hoje o ministro tentou se justificar, afirmando que não disse que "não conhecia" o dirigente da ONG, mas apenas que não tinha relação pessoal com ele e que não era amigo dele. Lupi também admitiu hoje, pela primeira vez, que dividiu um trecho da viagem no referido King Air na companhia de Meira. Antes, Lupi dissera que não havia viajado na referida aeronave.

Presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), a senadora Kátia Abreu (PSD-TO), foi obrigada a deixar a comissão onde votava o projeto do Código Florestal protegida pela polícia do Senado, para não ser agredida por cerca de 15 estudantes da Universidade de Brasília (UnB). Acampados no corredor, o chamado Túnel do Tempo, eles protestavam contra o encaminhamento da matéria. Aos gritos de "Kátia Abreu não compra eu" e de "Senado vergonha nacional", os estudantes acompanharam a senadora, rodeada por policiais, até o plenário por onde ela deixou a Casa. "É um absurdo eu ser constrangida e achincalhada na Casa em que trabalho", reagiu a senadora.

Os manifestantes chegaram cedo ao Senado, repetindo o procedimento do dia anterior de tentar intimidar os senadores das comissões que examinavam o código. O índio guarani Araju Sepeti se juntou ao grupo, acrescentando novas palavras de ordem, como a de afirmar que "o brasileiro não tem vergonha na cara, só pensa em dinheiro". Os estudantes chamaram os senadores de "capangas da bancada ruralista".

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Os policiais tentaram ignorar o tumulto de hoje, em consonância com o procedimento do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que determinou o afastamento do agente que, ontem, atingiu o estudante Raphael Rocha com uma arma taser, de choque. Em nota, Sarney apoiou o tumulto provocado ontem pelos estudantes contra parlamentares e servidores da Casa, dizendo que "jamais tolerará violência ou qualquer tipo de abuso contra aqueles que se dirigem à Casa para defender suas ideias democraticamente". O universitário Guilherme Mamede gostou da reação de Sarney, apesar de considerá-la "maquiagem e politicagem". "Qualquer força é importante, independente de ser maquiagem ou politicagem", disse ele, depois de informado que Sarney é o presidente do Senado.

Estudo sobre a legislação de um grupo de 11 países mostra que não é apenas o Brasil que impõe restrições ao corte de florestas em propriedades privadas.

Durante o debate da reforma do Código Florestal no Congresso, a presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu (PSD-TO), disse que a exigência de os proprietários rurais preservarem a vegetação nativa em parcela de 20% a 80% de seus imóveis era como jabuticaba, ou seja, um fruto que só existiria aqui.

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O estudo, feito numa parceria entre o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e uma instituição ligada à Universidade de Oxford, na Inglaterra, é uma resposta à provocação da senadora. "Nosso código está longe de ser uma jabuticaba. Há muitas outras nações com leis igualmente rígidas de proteção florestal", diz trecho da nota técnica divulgada hoje.

O estudo mostra que países como China, Japão, Alemanha, França, Holanda, Polônia, Grã-Bretanha e Suécia aumentaram a cobertura florestal nos últimos 60 anos, como parte do processo de desenvolvimento. A exceção no grupo de países selecionados é a Indonésia, que viu a cobertura florestal despencar de 84% para 52% do território desde 1950.

O trajetória da Indonésia se assemelha à do Brasil. O país tem atualmente 56% da cobertura florestal mantida, de acordo com os critérios usados pela FAO, a organização das Nações Unidas para agricultura e alimentação. No início dos anos 50, o Brasil ainda tinha 90% do território com florestas, considerada também a cobertura vegetal nativa do Cerrado.

"Os 56% de cobertura florestal remanescente no País seriam o fundo do poço. O perigo do debate do Código Florestal é cavar ainda mais esse buraco e chegarmos a 2020 com menos de 50% do território preservado", avaliou o pesquisador Adalberto Veríssimo, que coordenou a pesquisa do Imazon e de Oxford.

Meta - A redução do desmatamento é o principal compromisso assumido pelo Brasil para combater as emissões de gases de efeito estufa, responsáveis pelo aquecimento global. Lei promulgada em 2009 determina a redução de 80% do ritmo de desmatamento na Amazônia e de 40% no Cerrado, até 2020.

Na maioria dos países pesquisados, o corte de florestas depende de uma permissão prévia do governo e de uma compensação. No Japão, que registra a o maior porcentual de florestas (69%), o abate de árvores só é admitido em situações excepcionais. Também há incentivos ao reflorestamento.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O projeto de lei que institui o novo Código Florestal deve ser votado e aprovado no Senado até o fim de outubro, de acordo com a senadora Katia Abreu (sem partido-TO). O texto aprovado na Câmara, disse, não possui qualquer ponto que impeça uma tramitação mais ágil. "Penso que no próximo dia 24 o Código deverá ser votado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Até o fim de outubro deveremos enviá-lo para a Câmara dos Deputados. Acredito que será aprovado por grande maioria (no Senado) e que a votação da Câmara deverá se repetir", afirmou, após participar do Ciclo de Debates sobre o Código Florestal, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

A senadora enfatizou que não há predisposição do Senado em votar contra o governo. "O Senado tem pessoas experientes, ex-governadores, ex-presidentes, ex-ministros, e tem todo o direito de debater e querer entender as matérias, fazer alguma alteração", afirmou. "O que precisa ficar claro é que não existe predisposição dos senadores em derrotar o governo. Para nós, não é interessante que isso aconteça. Queremos sair do Senado com uma grande maioria de votos, num grande consenso em que o governo também possa ser partícipe".

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Katia Abreu não acredita que a presidenta Dilma Rousseff vete o projeto se ele for aprovado nas mesmas condições votadas na Câmara. "Tenho certeza de que ela terá maturidade. Teremos a maturidade de aprovar uma legislação que seja boa para o Brasil. Vamos trabalhar pelo consenso", afirmou.

A senadora negou que o Código Florestal tenha anistiado os produtores rurais que desmataram áreas de preservação. "Não há anistia no projeto. Anistia é algo que não tem condicionantes, perdoar uma multa sem ter que fazer nada, não é assim. As multas serão apenas suspensas e, caso o agricultor corrija os erros cometidos, as multas se transformarão em serviços ambientais", afirmou. "O objetivo não é fazendário, o meio ambiente não é lugar de arrecadar dinheiro. Portanto, se o agricultor está corrigindo o erro, qual o sentido da multa?", questionou. "A permanência da multa seria um castigo, e nós, como país democrático que somos, não temos esse objetivo. Não é Receita Federal, não é Secretaria de Fazenda para arrecadar dinheiro pura e simplesmente".

Defesa

A senadora defendeu ainda que o parágrafo 33 do Código, que remete para a União e os Estados legislar sobre a questão ambiental, seja regulamentado por lei. "Nós não queremos mais viver na ditadura do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) ou do Ministério do Meio Ambiente, que foi capturado pelas organizações não governamentais (ONGs)", afirmou. "Queremos que todo o debate ambiental seja discutido no Congresso Nacional. Então, qualquer regulamentação deve ser feita em lei, e não por uma caneta só, na escuridão sem que a sociedade conheça".

O deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), relator do Código na Câmara, acredita que o projeto será aprovado no Senado até o fim deste ano. "No Senado, eu creio que os relatores já têm o trabalho adiantado. Conversei com os líderes Luiz Henrique (PMDB-SC) e Jorge Viana (PT-AC), e eles me garantiram que partiriam do relatório aprovado na Câmara e naturalmente vão procurar aperfeiçoar um dispositivo ou outro, mas sou otimista quanto à aprovação", afirmou.

"O prazo foi dado pela própria presidente Dilma ao assinar aquele decreto da anistia suspendendo as multas até dezembro. Se ela assinou até dezembro, é porque tem a expectativa de que até lá haja uma norma permanente e que não precise mais de um decreto". Na avaliação dele, o texto poderá ser aprovado na Câmara rapidamente. "A Câmara já fez todo o debate, a Câmara precisa apenas receber o texto do Senado, votar se for alterado e aí o texto vai à sanção da presidente da República", disse.

Para Aldo, o Código será aprovado pela grande maioria dos senadores e não deverá ter sua votação prejudicada com a crise entre governo e a base aliada, que ameaça não votar mais nenhum projeto caso as emendas parlamentares não sejam liberadas. "Eu não creio porque esse Código só foi votado com uma grande maioria exatamente pela capacidade de reunir em seu apoio a base do governo e a oposição", afirmou. "Foram 410 votos. Foi a vontade do Congresso, não é uma matéria do Executivo, da base ou da oposição, é de interesse da população e da sociedade, de preservar o meio ambiente e a produção de alimentos, sem renunciar a nenhuma delas".

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