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Nascido no Ceará, o jornalista, escritor e comentarista Francisco Reginaldo de Sá Menezes, ou mais conhecido como Xico Sá, completa 60 anos nesta qunta (6). Ele já participou de vários programas como apresentador como Saia Justa (GNT), Amor & Sexo (TV Globo) e Papo de Segunda (GNT), além de ganhar importantes prêmios do Jornalismo, como o Esso, Folha, Abril e Comunique-se. O Leia Já separou três livros do autor, confira:

A falta: Memórias de um goleiro (2022) - O livro narra um jogo de futebol de acordo com a perspectiva do goleiro, misturado com fragmentos de memória e inquietações do personagem central do time. O romance também traz um conjunto de referências históricas e futebolísticas com as quais Xico Sá trabalhou como jornalista esportivo. Além disso, também trata de temas como: pressão sobre atleta, aproximação da aposentadoria, paternidade, relacionamentos e frustrações acumulados ao longo da vida e o amor.

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Big Jato (2012) - No início da década de 1970, um garoto acompanha seu pai em um caminhão apelidado de Big Jato e destinado a esvaziar as fossas das casas sem encanamento do município de Crato. No livro, o cronista retrata sua juventude passada no Cariri, onde obteve os primeiros encontros com o amor e o rock, além das paisagens e as pessoas que ele encontrou, como também as mudanças nas relações familiares. É considerado um mosaico de descobertas do garoto sobre as dificuldades que ele enfrenta na entrada da vida adulta.

A Pátria em Sandálias da Humildade (2017) - Os textos de futebol do jornalista são reunidos em uma obra. O livro também traz um capítulo inédito dedicado ao grande amigo do autor, o jogador Sócrates (1954-2011).

Palavras-chave: Xico Sá, Livros, Literatura brasileira, Listas, Cultura

Relembre três livros de Xico Sá

Cronista cearense faz 60 anos nesta quinta (6)

Nascido no Ceará, o jornalista, escritor e comentarista Francisco Reginaldo de Sá Menezes, ou mais conhecido como Xico Sá, completa 60 anos (hoje). Ele já ganhou importantes prêmios do Jornalismo, como Esso, Folha, Abril e Comunique-se. O Leia Já separou três livros do autor, confira:

A falta: Memórias de um goleiro (2022) - O livro narra um jogo de futebol de acordo com a perspectiva do goleiro, misturado com fragmentos de memória e inquietações do personagem central do time. O romance também traz um conjunto de referências históricas e futebolísticas com as quais Xico Sá trabalhou como jornalista esportivo. Além disso, também trata de temas como: pressão sobre atleta, aproximação da aposentadoria, paternidade, relacionamentos e frustrações acumulados ao longo da vida, e o amor.

Big Jato (2012) - No início da década de 1970, um garoto acompanha seu pai num caminhão apelidado de Big Jato e destinado a esvaziar as fossas das casas sem encanamento do município de Crato. No livro, o cronista retrata sua juventude passada no Cariri, onde obteve os primeiros encontros com o amor e o rock. Além das paisagens e as pessoas que ele encontrou, como também as mudanças nas relações familiares. É considerado um mosaico de descobertas do garoto sobre as dificuldades que ele enfrenta na entrada na vida adulta.

A Pátria em Sandálias da Humildade (2017) - Os textos de futebol do jornalista são reunidos em uma obra. O livro também traz um capítulo inédito dedicado ao grande amigo do autor, o jogador Dr. Sócrates (1954-2011).

Nascido no Rio de Janeiro, hoje (24) o escritor, dramaturgo e membro da Academia Brasileira de Letras Paulo Coelho faz 75 anos. Para celebrar, o Leia Já separou uma lista alguns dos livros que figuraram por anos na listas dos best sellers em portugues. Confira:

O Alquimista 

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Foi publicado originalmente em 1988. Quinze anos depois, a obra bateu o recorde de livro mais traduzido, segundo o “The Guinness Book”, em mais de 53 idiomas diferentes. O best-seller acompanha Santiago, um jovem pastor da Andaluzia que viaja em busca de um tesouro escondido entre as Pirâmides do Egito. Ao longo do caminho, ele encontra uma cigana, um homem que se diz rei e um alquimista - que lhe indicam o caminho a seguir e o ajudam a encontrar o verdadeiro tesouro.

Maktub

Paulo Coelho teve uma coluna diária chamada “Maktub” no jornal Folha de São Paulo, onde publicava textos curtos sobre os pensamentos e as inquietações de diversas culturas. O autor recebia diversas cartas dos leitores dizendo que as colunas os inspiravam e que eles recortavam o jornal para guardar seus textos preferidos.

Neste livro, o escritor se inspirou em temas de sabedoria universal e que tratam da busca da felicidade.

O Diário de Mago

Relata a peregrinação do autor pelo Santiago de Compostela em forma de uma parábola. Ele narra sua jornada mística e as lições que aprendeu com o guia Petrus.

Também descreve as paisagens e perigos que Paulo Coelho encontra durante os 700 quilômetros entre o sul da França e a Espanha. Além de lembrar da história dos cruzados e figuras religiosas marcantes que passaram pelo local. 

Palavras-chave: Paulo Coelho, Literatura brasileira, Livros, Aniversário, Listas

Relembre três livros de Paulo Coelho

O autor brasileiro mais traduzido do mundo completa aniversário esta semana 

Nascido no Rio de Janeiro, hoje o escritor, dramaturgo e membro da Academia Brasileira de Letras, Paulo Coelho faz 75 anos. Para celebrar, o Leia Já separou uma lista alguns dos livros mais vendidos do autor:

O Alquimista 

Foi publicado originalmente em 1988. Quinze anos depois, a obra bateu o recorde de livro mais traduzido, segundo o “The Guinness Book”, em mais de 53 idiomas diferentes. O best-seller acompanha Santiago, um jovem pastor da Andaluzia que viaja em busca de um tesouro escondido entre as Pirâmides do Egito. Ao longo do caminho, ele encontra uma cigana, um homem que se diz rei e um alquimista - que lhe indicam o caminho a seguir e o ajudam a encontrar o verdadeiro tesouro.

Maktub

Paulo Coelho teve uma coluna diária chamada “Maktub” no jornal Folha de São Paulo, onde publicava textos curtos sobre os pensamentos e as inquietações de diversas culturas. O autor recebia diversas cartas dos leitores dizendo que as colunas os inspiravam e que eles recortavam o jornal para guardar seus textos preferidos.

Neste livro, o escritor se inspirou em temas de sabedoria universal e que tratam da busca da felicidade.

O Diário de Mago

Relata a peregrinação do autor pelo Santiago de Compostela em forma de uma parábola. Ele narra sua jornada mística e as lições que aprendeu com o guia Petrus.

Também descreve as paisagens e perigos que Paulo Coelho encontra durante os 700 quilômetros entre o sul da França e a Espanha. Além de lembrar da história dos cruzados e figuras religiosas marcantes que passaram pelo local. 

João Guimarães Rosa (1908-1967) nasceu no dia 27 de junho, há 114 anos em Cordisburgo, Minas Gerais. Escritor, médico e diplomata, ocupou a Cadeira número 2 da Academia Brasileira de Letras e quase foi indicado ao Prêmio Nobel de Literatura. Considerado um dos maiores nomes do Modernismo, Guimarães Rosa legou à literatura brasileira muito neologismo e regionalismo - a linguagem popular de sua terra natal está sempre presente em seus livros. "Grande Sertão: Veredas" é sua obra definitiva, mas há outras obras valiosas que merecem ser conhecidas.  

Primeiras Estórias (1962)

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Composto de 21 contos ambientados na zona rural, trata de temas como a busca pela felicidade, autoconhecimento e “as maneiras de se conviver com a inevitável finitude da vida”. Um dos capítulos mais famosos do livro “A Terceira Margem do Rio”, foi adaptado para o cinema por Nelson Pereira dos Santos em 1994. Pedro Bial também fez um filme baseado em cinco contos da obra intitulado “Outras Histórias” em 1999.

Sagarana (1946)

Obra de estreia de Guimarães Rosa. Possui nove contos ambientados no Estado de Minas Gerais. A maior parte do livro é narrada em terceira pessoa - seja por humanos ou animais, característica inovadora na época. Embora foque no ambiente sertanejo, também aborda  temas universais como amor, traição, saúde, religião, morte e etc. 

Grande Sertão: Veredas (1956)

Em 1952, Guimarães realizou uma longa viagem ao Mato Grosso. Lá ele conheceu os cenários, personagens e histórias que mais tarde iria recriar em “Grande Sertão: Veredas”, seu primeiro e único romance, tornando-se um de seus livros mais famosos, e uma das obras mais importantes da literatura brasileira. Em 1956, venceu o Prêmio Machado de Assis, do Instituto Nacional do Livro.

Possui duas adaptações: um filme (1965) estrelado por Milton Gonçalves e uma minissérie na TV Globo (1985), protagonizada por Bruna Lombardi, Tony Ramos e Tarcísio Meira .

Joaquem Maria Machado de Assis (1839-1808) nasceu no dia 21 de junho, há 183 anos, no Rio de Janeiro, mais precisamente no Morro do Livramento , em uma família humilde - o pai era pintor de paredes e a mãe, lavadeira. Machado é conhecido como "bruxo do Cosme Velho", um epíteto que ganhou força no meio literário quando Carlos Drummond de Andrade publicou o poema: "A um bruxo, com amor", no qual o poeta fez referência à casa da rua Cosme Velho, situada no bairro de mesmo nome, no Rio de Janeiro, onde morou Machado de Assis

Grande nome do movimento Realismo, trabalhou também como jornalista e  produziu romances, crônicas, poesia, contos, teatro e é considerado o maior escritor brasileiro do século XIX. Confira uma lista com alguns dos principais livros de Machado:

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Dom Casmurro

Narrado em primeira pessoa por Bento Santiago, o protagonista conta sobre suas memórias desde a infância até a vida adulta. O foco da narrativa é a ida de “Bentinho” para o seminário católico e sua paixão pela jovem Capitu. Dominado pelo ciúme, ele acredita que a esposa o traiu com o seu melhor amigo, Escobar - o que até hoje segue sendo um dos maiores enigmas da literatura brasileira.

O romance foi adaptado pela TV Glogo e originou a série Capitu (2008), diririgda por Luiz Fernando Carvalho

A Mão e a Luva

A Mão e a Luva conta a história de Guiomar, uma moça ambiciosa que deseja ascender socialmente. Três rapazes pedem a mão dela em casamento, Estevão, Jorge, e Luis Alves. O primeiro a ama, o segundo nutre certa paixão, e o terceiro vê a oportunidade de um matrimônio bem-sucedido. Influenciada pela madrinha baronesa e a empregada, Senhora Oswald - Guiomar terá que escolher entre o amor e a ambição.

Memórias Póstumas de Brás Cubas

Narrado em primeira pessoa, o livro começa com a dedicatória “Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver, dedico como saudosa lembrança estas memórias póstumas”. O protagonista conta sua sobre sua vida, desde o nascimento até a morte. Brás Cubas estudou em Coimbra, teve duas grandes paixões e dedicava seus dias a desfrutar dos privilégios de ter nascido em uma família rica. Em 2001, a obra ganhou um filme estrelado por Reginaldo Faria, Sônia Braga e Otávio Muller.

Contos Fluminenses

Foi o primeiro livro de contos publicado por Machado de Assis, em 1870. Sete histórias compõem o volume, todas se passam na cidade do Rio de Janeiro. A mais popular delas é “Miss Dollar”, as outras são: “Luís Soares”, “A mulher de preto”, “O segredo de Augusta”, “Confissões de uma viúva moça”, “Linha reta e linha curva” e “Frei Simão”.

O centenário da Semana de Arte Moderna, realizada no palco do Theatro Municipal de São Paulo, em fevereiro de 1922, com participação de Mário e Oswald de Andrade, Di Cavalcanti, e outros artistas, têm movimentado o mercado editorial brasileiro. Confira a lista de livros que tratam da importância da Semana de Arte Moderna:

"A brasilidade modernista: sua dimensão filosófica" de Eduardo Jardim. Editora: Ponteio Edições e Editora PUC-Rio. Lançado originalmente em 1978, a obra tornou-se um clássico ao relacionar o modernismo a debates intelectuais que remontavam ao século XIX. Professor da PUC-Rio, Eduardo Jardim, resgata a figura de Graça Aranha, apoiador da Semana, e discute a "brasilidade" modernista segundo as vertentes "analíticas", proposta por Mário de Andrade, e a "intuitiva", defendida por Oswald de Andrade e.  

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"É apenas agitação" de  Nélida Capela. Editora: Telha. O livro reúne 10 entrevistas concedidas a Peregrino Júnior e publicadas no carioca O Jornal em 1926. Na Academia Brasileira de Letras comentavam a Semana de Arte Moderna de 1922. Alguns comemoravam a ousadia dos paulistas, capazes de mexer na arte nacional. Já outros reduziam o movimento à "agitação" inconsequente. 

"Inda bebo no copo dos outros: por uma estética modernista" de Mário de Andrade. Organização: Yussef Campos. Editora: Autêntica. "Bem poderíamos em 2022 celebrar o 1º Centenário de nossa independência literária", escreveu Mário de Andrade na revista Klaxon, em 1922. Este é um dos textos que integram "Inda bebo no copo do outros", reunião inédita de artigos publicados pelo autor de "Macunaíma" em jornais, revistas e livros, antes e depois da Semana, sobre a renovação estética proposta pelo modernismo.  

"Modernismo em preto e branco: arte e imagem, raça e identidade no brasil, 1890-1945"  de  Rafael Cardoso. Editora: Companhia das Letras. No livro, o historiador da arte questiona a associação do modernismo a um grupo paulistano e reivindica a modernidade de manifestações da cultura de massas, como a imprensa ilustrada, a publicidade, a música popular e até o Carnaval. 

"O guarda-roupa modernista" de Carolina Casarin. Editora: Companhia das Letras. Nesta pesquisa, Carolin Casarin analisa os ideais e as contradições do modernismo a partir do figurino do casal da arte brasileira: a pintora Tarsila do Amaral e o poeta Oswald de Andrade. 

"Semana de 22: antes do começo, depois do fim" de  José de Nicola e Lucas de Nicola. Editora: Estação Brasil. Em "Semana de 22", livro caprichosamente ilustrado, o especialista em literatura José de Nicola e o historiador Lucas de Nicola, pai e filho, traçam as origens e apresentam os desdobramentos da Semana de Arte Moderna. 

Por Camily Maciel

 

 

Em meio a quarentena, recomendada para evitar a proliferação de casos pelo coronavírus, os estudos para o Exame Nacional do Ensino Médio não podem parar. Neste ano a prova conta com duas edições, sendo o Enem digital e Enem presencial. 

Atualmente, o Enem não faz indicação de obras para serem lidas, permanecendo em aberto as opções de livros a serem utilizados.

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Partindo de títulos famosos a outros menos conhecidos que são cobrados durante as provas de linguagem, o professor de linguagens, Diogo Xavier,  explica que “na verdade a abordagem que eles fazem [Enem] é principalmente voltada para interpretação [de texto]”. O professor ainda reforça que é necessário realizar “a leitura de algumas obras específicas que ajudaram a entender um pouco mais determinadas épocas literárias, determinados autores que são recorrentes” na prova do Enem. 

Pensando em formas de aproveitar o período da quarentena, o LeiaJá preparou uma lista com cinco livros indispensáveis que tendem a cair no Enem. As indicações foram realizadas pelo professor de linguagens, Diogo Xavier.

Confira:

O Cortiço

Escritor: Aluísio Azevedo

A obra marca o início da corrente literária do naturalismo no Brasil. Publicado em 1890, a história explora, com detalhamento, assuntos como pobreza, sexo, prostituição, e demais conflitos sociais. Ainda tece uma crítica ao comportamento do homem que age de acordo com seus instintos, em razão das péssimas condições de vida apresentadas na época. A principal característica de obras naturalistas são, o foco na pobreza e no ser humano representado como “animal”. 

Dom Casmurro

Escritor: Machado de Assis

Nesta obra mostra outro lado, que faz parte da corrente literário do realismo. Publicado em 1900, a obra trata de temas como relações sociais, além de expor as falências de instituições sociais, como o casamento,  ainda mostra as hipocrisias existentes entre as personagens. Dom Casmurro, uma das obras mais conhecidas e debatidas em razão do dilema se ‘Capitu, traiu ou não Bentinho?’, tem o narrador- personagem que conta ao leitor os acontecimentos do seu ponto de vista. Além de despertar o discussões acerca das críticas sobre o casamento, a obra tem como foco o comportamento da burguesia, que surge depois dos períodos coloniais.

A Hora da Estrela 

Escritora: Clarice de Lispector

Lançado em 1977, pouco antes da morte da escritora, a obra narra a história de Macabea, datilógrafa alagoana, que migra para o Rio de Janeiro. A narrativa tem como marca principal o estilo de Clarice Lispector, que carrega em sua escrita uma forma intimista de retratar as personagens, além de trazer à tona filosofias existenciais, com profundidade psicológica, narrando também a pobreza quanto a vida de Macabea. Na construção da obra é possível notar influências de Machado de Assis, através das ironias e crítica ácida, sendo até mesmo comparado com o conto “A Cartomante” que é apresentada na parte final da história narrada por Lispector.

O Quinze

Escritora: Rachel de Queiroz

Já nesta obra, publicado em 1930, mostra a fase modernista focada no Nordeste, fazendo um recorte mais regionalista. A narrativa trata da grande seca em duas perspectivas diferentes, apoiadas nas trajetórias de uma família e de uma moça que gosta de ler livros progressistas. Apesar dos livros de Graciliano Ramos, como Vidas Secas, e que também são cobrados pelo Enem, o livro ‘O Quinze’ trás uma ótica que impulsiona volta o olhar para o modernismo dentro das regiões nordestinas. 

A Cinza das Horas

Escritor: Manuel Bandeira

Em sua primeira publicação, em 1917, o escritor deixa em suas poesias a marca pela melancolia de sua vivência, além da íntima relação com a morte. Manuel Bandeira, desde muito jovem, foi diagnosticado com tuberculose, que na época não tinha cura, devido a tal desventura seus escritos sempre tinham marcas da amargura da vida, com lamentações da vida que poderia ter sido e que não foi, devido a doença. O escritor, ironicamente, faleceu em decorrência de outros complicadores da saúde e conviveu com a tuberculose por mais de 80 anos.

A literatura é tida como ferramenta de educação e formação de uma sociedade. Sendo assim, ler os autores de seu país pode ser uma ótima estratégia para entender melhor sobre as pessoas que o cercam e até a si próprio. Nesta quarta (20), em que é celebrado o Dia da Consciência Negra, o LeiaJá preparou uma lista com sete dos mais importantes escritores negros do Brasil que em suas obras discorrem sobre temas muito discutidos, sobretudo nesta data, como o combate ao racismo, igualdade racial e de gênero e as lutas diárias da sociedade brasileira e de sua população negra. Confira e abra espaço em sua estante: 

Solano Trindade

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Poeta, folclorista, pintor, ator, teatrólogo, cineasta e militante, Solano Trindade tornou-se um dos nomes mais fortes da literatura brasileira. O escritor recifense traz em sua obra as reivindicações sociais dos negros em busca de melhores condições de vida. Alguns de seus títulos de destaque são 'Poemas d'uma vida simples' e 'Cantares ao meu povo'. 

Maria Firmina

Nascida em São Luís, no Maranhão, Maria Firmina foi pioneira ao escrever o primeiro romance abolicionista do país e ser a primeira mulher negra a publicar um livro, 'Úrsula', em 1859. Ela também escreveu poemas e contribuiu em diversos jornais de sua época. Após aposentar-se, em 1880, a escritora criou uma escola gratuita e mista. 

Carolina Maria de Jesus

A mineira Carolina de Jesus é considerada uma das primeiras escritoras negras do Brasil. Em sua obra ela fala do cotidiano dos moradores das favelas, tendo sido ela uma dessas moradoras pela maior parte de sua vida. Um de seus principais livros, Quarto de despejo: 'Diário de uma favelada', de 1960, vendeu cerca de 100 mil exemplares e foi publicado em mais de 40 países, em 13 idiomas diferentes. 

Conceição Evaristo

A escritora mineira, que só concluiu seus estudos básicos aos 25 anos por ter se dividido, durante toda a vida, entre a escola e o trabalho como doméstica, fez sua estreia na literatura em 1990. Hoje, mestra em Literatura Brasileira pela PUC-Rio e doutora em Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense, Conceição Evaristo tem obras traduzidas em diversos idiomas e publicadas no exterior. Ela é militante ativa do movimento negro e trabalha em seus escritos temas como discriminação racial, de gênero e de classe. 

Miró da Muribeca

João Flávio Cordeiro Silva, mais conhecido como Miró da Muribeca, é um poeta recifense, com 13 livros lançados e uma recente estreia na literatura infantil com a publicação 'Atchim!'. Miró pode ser visto pelas ruas do Recife, recitando e conversando com as pessoas e é dessa vivência que extrai material para o seu trabalho. A violência urbana, dificuldades do cotidiano, e as pequenas alegrias do dia a dia costumam estar presentes em sua obra. 

Djamila Ribeiro

Um dos mais importantes nomes da luta contra o racismo e do feminismo, na atualidade, Djamila Ribeiro é filósofa e escritora. Ela tem percorrido o Brasil e o mundo falando sobre igualdade racial e de gênero e algumas de suas obras também já foram publicadas no exterior. Entre seus lançamentos, estão 'Quem tem medo do feminismo negro?' e 'O que é lugar de fala?'. No final de 2019, ela lança 'Pequeno Manual Antirracista', pela editora Companhia das Letras. 

Machado de Assis

Um nome que dispensa apresentações, sendo Machado um dos mais importantes e conhecidos autores do país. Ele escreveu romances, contos, peças de teatros, crônicas e poemas, mas a desigualdade racial não era algo fortemente presente em sua obra. No entanto, recentemente, sua figura surgiu como símbolo contra o racismo em uma campanha de reparação histórica após indícios atestarem que o autor era, na verdade, negro, e não branco como costuma aparecer em uma das poucas imagens de sua pessoa. A campanha Machado de Assis Real, lançada pela Faculdade Zumbi dos Palmares, tratou de reparar o embranquecimento perpetuado na imagem do autor até então, com o objetivo de corrigir o racismo na literatura brasileira. 

Imagens: Reprodução

Reprodução/Instagram Djamila Ribeiro e Conceição Evaristo

Rafael Bandeira/LeiaJàImagens/Arquivo (Miró da Muribeca)

Um aumento na publicação e a explosão da literatura juvenil fazem do Brasil um país em plena efervescência literária. A escritora Ana Maria Machado analisa que lugar o livro ocupa no Brasil, convidado de honra do Salão do Livro 2015 de Paris.

P: Em que se caracteriza a literatura brasileira em comparação com seus vizinhos da América Latina?

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R: A literatura brasileira é particular, em primeiro lugar, porque é escrita em português. Viemos de uma tradição levemente diferente, apesar de ser ibérica. Por exemplo, o realismo mágico, que tanto marcou a literatura hispânico-americana, não é tão frequente em nosso país. E isso embora o primeiro (a fazê-lo) tenha sido um brasileiro, Machado de Assis, que escreveu no século XIX "Memórias Póstumas de Brás Cubas".

Temos uma tradição em geral mais realista, com o realismo social de Jorge Amado desde os anos 30 e, posteriormente, o realismo psicológico. Mas o que mais nos caracteriza hoje em dia é uma grande diversidade de vozes. Trata-se da primeira geração verdadeiramente alfabetizada em todo o país e há uma eclosão de novas vozes, de gente que escreve sobre as cidades com uma diversidade de experiências urbanas. É difícil medir onde isso vai nos levar, mas este fenômeno de efervescência é muito emocionante.

P: Este fenômeno se traduz em uma explosão no número de livros publicados?

R: Há um maior número de títulos publicados, e publicamos mais na internet que nos jornais. Na lista de escritores que vêm ao Salão do Livro de Paris há um grande número de jornalistas que reuniram seus artigos em um livro, ou que escrevem romances com esta experiência da escrita do dia a dia. Isso leva a uma escrita por vezes fragmentada, com uma linguagem muito viva, muito realista, e um apego às questões urbanas. Tivemos uma urbanização quase selvagem, devido à rapidez com que foi feita, e todos estes problemas aparecem nos livros.

Além disso, há muitos leitores jovens e a literatura juvenil está muito desenvolvida no Brasil, tanto pela qualidade quanto pelo número de escritores. Houve a partir dos anos 1990 um programa do governo que permitiu comprar livros juvenis para distribui-los pelas bibliotecas das escolas. Isso desenvolveu muito este setor do mercado.

P: Que lugar o livro ocupa na sociedade brasileira?

R: Saltamos da cultura oral à cultura audiovisual e eletrônica sem verdadeiramente fazer uma parada significativa na etapa de Gutenberg.

A sociedade brasileira sempre foi muito desigual. Isso teve consequências na educação em geral. As pessoas vêm de famílias nas quais não havia livros. Não tivemos bibliotecas suficientes. A leitura não era valorizada e há esterótipos negativos sobre as pessoas que leem.

Atualmente, há quase uma biblioteca em cada município. Mas as bibliotecas sofrem no Brasil. As pessoas não têm o costume de ir e não sabem o que se pode encontrar em uma biblioteca. Não é um espaço de ócio ou de descoberta, mas simplesmente um lugar onde os alunos fazem seus deveres.

Apesar disso, devemos ter esperança e continuar trabalhando para divulgar o livro.

Declarações recolhidas por Emmanuelle Trécolle

Estão abertas, até 30 de janeiro, as inscrições para o curso de especialização em Literatura Brasileira e Interculturalidade promovido pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap). São oferecidas 30 vagas aos candidatos. O investimento é de 16 parcelas de R$ 273. 

Interessados podem se inscrever no curso através do site da Unicap. É preciso imprimir o comprovante e anexar cópias e originais do diploma, histórico da graduação, RG, CPF, currículo e uma fotografia 3x4 e entregar a documentação na sala 304 do bloco G IV da universidade. A capacitação é destinada a professores dos ensinos fundamental, médio ou superior, portadores de diploma em cursos afins e interessados na cultura brasileira.

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O curso tem duração de 14 meses e visa proporcionar condições de aprofundar o conhecimento da história e das novas tendências de estudo e do ensino da Literatura Brasileira. As aulas irão ocorrer nas segundas e sextas-feiras, das 18h30 às 21h30, e aos sábados, das 9h às 12h. Interessados podem consultar a grade de cadeiras e o corpo docente no site da Unicap. 

O resultado da seleção será divulgado no dia 3 de fevereiro de 2014. O início das aulas está previsto para o dia 12 do mesmo mês. Mais informações podem ser obtidas através do telefone (81) 2119- 4134. 

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