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A deputada federal Luiza Erundina (PSOL-SP) usou o Twitter, nesta sexta-feira (22), para expor que o PSOL deixando de lado "convicções" para negociar cargos na Mesa Diretora da Câmara dos Deputados. Erundina é a candidata do partido à presidência da Casa. Segundo colunista da CNN, uma negociação interna estaria fazendo com que deputados psolistas passassem a apoiar a candidatura do deputado Baleia Rossi (MDB) ao comando da Câmara, esvaziando assim a postulação da psolista, e garantindo vaga na Mesa Diretora - o que Erundina repudiou. 

"É lamentável que o PSOL negocie suas convicções e compromissos políticos históricos ao aderir ao fisiologismo e à barganha por cargos na Mesa da Câmara. Essa é uma prática dos partidos de direita com a qual eu não compactuo", escreveu a parlamentar no microblog, sem dar detalhes sobre quais cargos seriam esses e quem estaria fazendo tais negociações.

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O post ocasionou uma avalanche de respostas e deixou claro um racha interno no PSOL. A deputada federal Fernanda Melchionna foi uma das que reagiu negativamente à publicação. 

"Lamentável é esse tuíte Luiza Erundina. Muito feio que a senhora ataque quem não acha a tática correta lançar candidato nesse cenário da eleição da Câmara. Mesmo que sua posição tenha vencido e o PSOL tenha lançado seu nome, isso não lhe autorizada [sic] a atacar o PSOL", rebateu.

"Todos nós temos história. O fato da senhora ter rompido com o PT para ser ministra de Itamar nos anos 90 não autoriza ninguém a lhe acusar de fazer a política baseada em busca de cargos. Da mesma forma respeite quem no PSOL defendeu que desde o primeiro um voto tático antibolsonaro", emendou Melchionna.

O deputado Marcelo Freixo (RJ) se posicionou contra a exposição por parte de Erundina. "Respeito muito a história de Luiza Erundina, apesar de discordar do lançamento da sua candidatura à presidência da Câmara. Mas é inaceitável insinuar que a defesa da entrada do PSOL no bloco democrático para derrotar Bolsonaro passa pela negociação de cargos. Isso não é verdade. O fato é que a entrada do PSOL na coalizão junto com os demais partidos de esquerda daria maioria ao bloco e impediria que a Comissão de Constituição e Justiça e o Conselho de Ética, por exemplo, ficassem nas mãos de aliados de Bolsonaro", explicou.

Freixo ainda salientou que "esses cargos não ficariam com o PSOL e nem Erundina teria necessariamente que retirar a sua candidatura, porque o partido pode entrar no bloco e mesmo assim lançar candidato". "O momento exige maturidade e responsabilidade. É isso que o Brasil espera de nós", afirmou.

A fala da candidata do PSOL também foi repudiada pelo deputado David Miranda. "Recorrer a este tipo de ilação absolutamente infundada é lamentável. Erundina tem uma história bonita, mas já se equivocou grosseiramente algumas vezes. Já foi ministra de governo burguês (Itamar) e já teve como vice ninguém menos que Michel Temer", escreveu.

"Sabemos que ela não fez isso por cargos; foram erros políticos, como erra agora com a tática isolacionista de candidatura própria. Vamos manter a calma e fazer o debate em alto nível. Por esse caminho, a candidatura de uma companheira tão importante vai mal", complementou.

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Defesa

Já o presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, tratou logo de usar o Twitter também para negar o que dizia a reportagem e garantir que o compromisso do PSOL é com a candidatura de Erundina. 

"Essa informação NÃO PROCEDE. Não há nenhuma negociação em curso para adesão do PSOL a qualquer dos blocos existentes hoje. Sou presidente do PSOL e repudio esse tipo de fake news. Isso é inaceitável", escreveu

"Queridíssima Luiza, como presidente do PSOL posso assegurar que nosso único compromisso nessa eleição da Câmara dos Deputados é com a plataforma representada e defendida por você. Quem negociar fora das instâncias do partido, o faz em nome próprio, não do PSOL. Estamos com você!", disse ainda o dirigente.

Baleia Rossi, mesmo sendo do MDB, tem o apoio de outras forças de esquerda, como o PT. Inclusive, parte do PSOL votou contra a candidatura própria e se posicionou a favor do apoio ao emedebista, mas foi vencida pela tese capitaneada por Erundina. A eleiçao na Câmara dos Deputados acontece no próximo dia 1º.

A coordenação geral da campanha da coligação Unidos Pelo Brasil, que tem Marina Silva como candidata à Presidência e Beto Albuquerque como vice, será assumida pela deputada federal Luiza Erundina (SP). O presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, anunciou a decisão, em nota, na noite dessa quinta-feira (21).

Erundina substitui o secretário-geral da legenda, Carlos Siqueira. Ele abandonou o cargo após a indicação de Marina para comandar a chapa no  lugar de Eduardo Campos, morto em um acidente aéreo no litoral de São Paulo no último dia 13.

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A parlamentar cumpre o quarto mandato na Câmara Federal e é filiada ao PSB desde 1997. Antes de entrar no PSB, ela passou 17 anos no PT (1980-1997). Como petista foi vereadora e prefeita de São Paulo e deputada estadual. Ela esteve no ato de filiação de Marina Silva ao PSB e sempre defendeu a candidatura de Campos ao Planalto. 

 

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